Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 3
Capítulo 2 - Good Bye My Lover


Notas iniciais do capítulo

Olá girls!
Desculpa a demora, mas é que eu to toda enrolada com a faculdade (aliás, quando eu não estou?).

O capítulo tá um pouco dramático, mas eu prometo que mais uns dois capítulos e uma boa parte do drama vai acabar e logo veremos a nossa boa e velha Rose Hathaway.

Espero que vocês gostem.
Bjks ♥

PS: A música que deu origem ao título do capítulo > http://www.youtube.com/watch?v=2ntKgLxgY9s



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Assim que abri a porta dei de cara com o cara mais lindo que já tinha visto. Ele devia ter quase dois metros de pura gostosura, com um cabelo castanho na altura dos ombros e olhos cor de chocolate que me fizeram derreter na hora.

– Ér... Esta é a casa de Eric Dragomir? – ele perguntou visivelmente desconfortável.

– É sim. – respondi ficando vermelha. Droga, desde quando Rosemarie Hathaway fica vermelha? – Você é o novo sócio? – perguntei ainda sem deixa-lo entrar.

– Sim. Eu sou Dimitri Belikov. – ele disse estendendo a mão.

– Rose Hathaway. – disse também estendendo a mão.

– Muito prazer senhorita Hathaway. – respondeu pegando em minha mão e dando um beijo como nos filmes antigos. Aquele era um gesto brega, mas então por que raios eu tinha ficado mexida?!

– Dimitri! – Eric disse vindo a meu socorro. – Vejo que já conheceu Rose. Venha, vamos entrar. – disse todo animado.

Eu corri para a cozinha na intenção de ajudar Rhea, mas Lissa me puxou para o canto, seus olhos brilhando de empolgação.

– Então... O novo sócio do papai é um gato, não é? – seu sorriso ia de orelha a orelha e ela parecia que tinha acabado de ganhar o presente mais esperado de sua vida.

– Liss... Ele é o sócio do seu pai. – respondi.

–Eu sei, mas ele também é bem novo. E olhar não tira pedaço. Assim como beijar...

– Liss! – exclamei interrompendo-a. – Pode ir controlando seus pensamentos.

– Tá bom. Vamos que o jantar está servido e mamãe está chamando. – eu me arrastei para a mesa e sentei entre Rhea e Lissa e de frente para o tal Dimitri. Esse jantar ia ser mais longo do que eu poderia suportar.

– Então Dimitri. Você não é americano, certo? – Rhea perguntou simpaticamente. Ela era sempre assim. Acolhia todo mundo e estava sempre cheia de amor para dar.

– Eu nasci na Sibéria. Tem oito anos que estou na América. Minha mãe e irmãs vieram para cá tem três anos.

– Eu e Rose fomos para a Sibéria uma vez. Se lembra, sis?* - Luke disse do outro lado da mesa.

– Lembro, mas prefiro não falar sobre isso. – respondi secamente. Nossa viagem a Sibéria tinha se dado no meu aniversário de 15 anos quando meus pais levaram eu e Luke para uma viagem pela Europa.

– Mas...

– Luke. Não insista. – Rhea disse calmamente.

– Mas tia... Ela nunca vai superar se não conversar sobre isso. – eu amava meu irmão, mas às vezes ele era um verdadeiro pé no saco.

– Agora não filho. – Eric interveio, com um olhar de depois conversamos sobre isso. Dimitri nos lançou um olhar curioso, mas não comentou nada. – Na verdade, essa é a primeira vez de Dimitri aqui em LA. Antes você morava em NY, certo? – Eric disse mudando de assunto rapidamente.

– Sim. E apesar da cidade ser linda, ainda me perco por aqui de vez em quando. – disse rindo de nervoso.

– Lissa talvez pudesse te levar para um tour na cidade. – Rhea disse sorrindo gentilmente.

– Eu tô ocupada essa semana ajudando o Chris com as inscrições da faculdade, mas tenho certeza que Rose poderia acompanha-lo. Ninguém conhece LA como ela. – Lissa disse inocentemente. Filha da mãe!

– Você poderia fazer isso por nós, querida? – perguntou Eric.

– Claro tio Eric. Será um prazer. – respondi corando violentamente. Quando levantei a cabeça dei de cara com os olhos de Dimitri me encarando, me avaliando.

O jantar enfim terminou sem maiores atritos. Então todos nos dirigimos para a sala de TV. Por sorte os pais de Lissa eram bem tranquilos então não implicaram quando eu e ela acompanhamos tomando um copo de vinho. Logo os dois começaram a falar de negócios e eu e Lissa começamos a conversar enquanto os meninos jogavam vídeo game, mas minha atenção voltou a ambos quando ouvi o nome de meu pai sendo citado. Sabia que estavam conversando baixo por minha causa, mas isso só fez com que eu apurasse meus ouvidos para ouvir a conversa deles.

– Foi uma perda muito grande. – ouvi Dimitri comentar e realmente havia pesar na voz dele.

– Abe era um grande homem. Um bom amigo, um ótimo pai. O mínimo que eu poderia fazer era cuidar dos filhos deles.

– E como eles estão lidando com isso? – Dimitri perguntou.

– Luke está lidando bem com a situação. É Rose que me preocupa. – admitiu. – Ela costumava ser festeira, brincalhona... Agora passa a maior parte do tempo calada, não se abre com ninguém exceto Lissa. É como se ela tivesse construído essa muralha ao redor dela e ninguém tivesse o direito de penetrar.

– Realmente é preocupante que ela tenha visto os dois serem mortos assim, a sangue frio. Principalmente sendo tão nova. – ele parecia verdadeiramente preocupado. Coisa que não fazia sentido visto que não nos conhecíamos.

– É. Mas eu sei que Rose vai superar. Se tem alguém que é capaz de vencer qualquer obstáculo é ela. A conheço desde pequena e nunca vi criança mais teimosa e mais forte do que Rose. – Tio Eric disse com uma nota de orgulho na voz. Ele realmente considerava a mim e meu irmão como se fossemos seus filhos.

– Então ela é exatamente igual ao pai. – naquele momento Lissa me chamou fazendo com que eu parasse de ouvir os dois homens conversando.

– O que você falou? – perguntei chacoalhando a cabeça pra tentar esquecer a conversa perturbadora.

– Nada, esquece vai. – ela estava visivelmente irritada, mas seja lá o que fosse que a incomodasse, conhecendo Lissa, ela não iria falar enquanto não quisesse.

– Liss, eu vou me deitar. Estou cansada e acho que esse vinho não esta fazendo muito bem pra minha cabeça. – resmunguei depressivamente.

– Você tá bem, Rose? Tem algo que eu possa fazer?

– Só não deixe que seus pais venham atrás de mim. – pedi subindo silenciosamente. Por mais que eu tentasse ignorar, a conversa de Eric e Dimitri fez com que lembranças que eu me esforçara muito para esquecer me inundassem novamente. De meu pai correndo atrás de mim pelo jardim de nossa antiga casa, das férias de família, que apesar de serem repletas de brigas, também eram repletas de amor, de meu pai dançando comigo no meu baile... E outras lembranças mais dolorosas. Da última vez que ouvi suas vozes, dos caras se aproximando deles e de seus corpos estirados no chão. Me lembro de Luke me abraçando e me obrigando a desviar o olhar. Aquelas lembranças eram como facas no meu peito, me perfurando até que eu ficasse sem ar e a dor se tornasse física.

Me dirigi até a cômoda e de lá tirei um pequeno bisturi. Parte de mim sabia que o que eu estava fazendo era errado e doentio, mas essa pequena parte era sufocada pela outra que dizia que esta era a única forma de encontrar alivio para a dor. Eu vinha fazendo isso nos últimos meses e adquirira tanta prática que quase não pensava mais antes de pressionar a lâmina contra a pele do meu pulso. Conforme o sangue ia se esvaindo, o alivio ia me preenchendo. Como se de alguma forma doentia eu estivesse compensando pelo fato de estar viva enquanto meus pais não estavam. Ri de mim mesma com esse pensamento idiota. O sangue fluía em uma longa vertente, brilhando escarlate – observei antes de tudo se apagar.


POV – Lissa


Rose levantou e se dirigiu para o quarto com a pior cara do mundo, fazendo com que eu me sentisse miserável. Por mais que ela se esforçasse pra sorrir na frente dos outros, eu sabia o quão mal ela estava, e isso me matava. Me matava por que eu não podia fazer nada além de vê-la sofrendo pelos cantos, sendo apenas metade da Rose que ela costumava ser.

– Cadê a Rose? – papai perguntou, enfim se desviando de qualquer que fosse a conversa entre ele e o tal Belikov.

– Ela não estava se sentindo bem, então foi deitar. Dor de cabeça. – respondi.

– Você deveria dar uma checada, ver se ela esta bem. – papai parecia preocupado e, de repente, percebi que eu não era a única a perceber o quanto Rose vinha fingindo.

– Mais tarde eu vou. Prometi ao Chris que iria ligar pra ele agora. – inventei a primeira desculpa que me veio à mente.

– Boa noite amor. Como foi o jantar pé no saco? – perguntou com uma nota de humor na voz.

– Foi... Interessante. – respondi.

– Posso saber por quê? Não consigo imaginar o jantar com um velho sócio do seu pai ser interessante.

– Aí é que está. O cara não é velho, ele tem 26 anos. E me pareceu muito a fim da Rose. – ri me lembrando dos olhares entre os dois.

– Ah, já posso até ver essa sua cabecinha maquinando um jeito de juntar os dois. Você vive querendo desencalhar a Rose. – ele riu do outro lado da linha e eu senti meu peito apertar de saudade.

– Chris! Isso não é verdade, tá? Eu só me sinto um pouco preocupada. Você sabe... Desde que ela terminou com o Adrian ela não saiu com mais ninguém.

– Ela vai quando estiver pronta, amor. Você não precisa se preocupar com a Rose. E pare de ficar arrumando encontros para ela. Principalmente com um cara dez anos mais velho! – Chris e Rose viviam de implicância um com o outro, mas no fundo, no fundo, se amavam como irmãos.

– Então... Eu meio que já dei um jeito dela levar o tal Belikov por um tour pela cidade. – disse cheia de culpa na voz.

– Lissa! Ela vai querer te matar.

– Não vai, não. Até por que ela também tá caidinha por ele.

– Tá bom então, mas depois não vá dizer que eu não te avisei. – ele disse e em seguida nós desligamos. Decidi subir para ver se Rose estava bem, mas por mais que eu batesse na porta ela não abria.

– Anda Rose! Eu sei que você está ai dentro e você não vai poder me ignorar para sempre. Abre essa porta. – bati mais algumas vezes, mas nada dela abrir. Eu estava ficando realmente preocupada. Desci as escadas correndo e cheguei interrompendo a conversa de papai com o Belikov. – Pai, a Rose não tá atendendo a porta, será que aconteceu alguma coisa? – dito isso, ele passou por mim correndo e fui logo atrás. Papai esmurrou a porta e gritou pro bairro todo ouvir, mas ainda sim nada dela abrir a porta.

– Com licença. – disse Dimitri passando por mim. E então ele simplesmente meteu o pé na porta arrancando-a das dobradiças. A cena a seguir me fez gritar horrorizada.

Rose estava caída em meio a uma poça de sangue, em seus pulsos haviam longos e profundos cortes. Eu parei em choque, mas Dimitri adentrou o quarto se ajoelhando ao lado dela e pressionando os dedos em seu pescoço.

– Ela tem batimento, mas está muito fraco, precisa ser levada pro hospital agora. Alguém por favor pegue algo para estancar o sangue. – papai saiu correndo e voltou com duas toalhas que foram pressionadas nos pulsos dela, então Dimitri pegou Rose no colo e saiu correndo com ela. No momento que vi minha amiga pálida como cera e largada feito uma boneca de trapos lágrimas começaram a escorrer por meu rosto, enquanto eu rezava a Deus pra não deixa-la morrer.


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Notas finais do capítulo

E aí, sobreviveram?

Bem, o próximo capítulo é um capítulo muuuuito importante pra mim e acho que vocês também vão gostar bastante, portanto comentem para que eu possa postar logo. Ah, e se alguém quiser fazer uma indicação... Hehe...

Até o próximo ninas!

XO ♥