Uma Paixão Chamada: Morte escrita por Anna, Lua Barreiro, Holden


Capítulo 5
Casa de Sara


Notas iniciais do capítulo

Luana aqui, esbanjando gordura. Sério comi o dia inteiro.



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Dia seguinte, oito horas da manhã. 

Você deve estar se perguntando que jovem acorda as oito manhã, correto? Creio que se tornou uma rotina na minha vida, sempre acompanhava Carla ao centro de idosos, onde ela cuidava do seu avô.

Desci para a cozinha ignorando aquela mesa repleta de deliciosas guloseimas, café da manhã não me faz tão bem então prefiro pulá-lo.  Também pelo fato que o horário para mim ir até a casa de Sara é as nove.

Coloquei uma camiseta qualquer, acompanhada de uma calça qualquer. Meu cabelo ficou com as madeixas desgranhadas mesmo. A aparência não é de longe tão importante quanto o crime que tenho para resolver. Pode parecer infantil e que eu não tenho a minima capacidade para isso, mas é o que eu quero fazer.

Pela Carla.

Cheguei na casa da loira em ponto, dois minutos não contam. Sim eu estou nervoso, a maldita timidez nunca permite que eu toque a campainha sem pensar em sair correndo antes. Isso fez com que eu me atrase mais dez minutos, eles contam.

Estiquei meu braço até o botão e fui na fé. Porra eu sou um menino, devo ser mais extrovertido. Eu acho. 

Ela abriu a porta. Seus olhos hoje estavam para um tom mais esverdeado. E suas roupas não eram tão meigas como de costume, vestia uma camiseta preta com um longo decote em v e um shorts de estampa. 

Eu poderia dizer que aquele decote me extasiou um pouco, mas não vou.

- Entre Matheus.- Disse apontando para o sofá da sala, creio que para eu sentar lá.

- Obrigada.- Suspirei proporcionalmente entrei e pedi licença.

Eu abanquei naquele confortável sofá ela se acomodou ao meu lado, bem próxima. Não que eu me incomode, estou começando a anexar a ideia dela como minha amiga. Ficamos por alguns segundos em completo silêncio.

- Como você a conheceu?- Indagou mexendo em seu cabelo.

- Carla?- É eu sou retardado, não é atoa que me oferecem tanta ajuda.

- É.

- Ela estava linda em plenito e divina.  Foi a primeira vez que a vi. Era madrugada quase manhã raiada, havia alguns amigos dela e eu com a minha turma. Não conseguia parar de fitá-la, tudo nela me chamava atenção. Era uma verdadeira obra, me apaixonei ali.- Limpei minhas lágrimas.- Começamos a conversar pela internet e decidi ir para o colégio onde ela estudava, que é o nosso atual. Nunca namoramos, mas eu sempre a amei. E sempre vou ama-lá.- Sara me interrompeu.

- Onde vocês estavam?- Interrogou.- Desculpe pelas perguntas, só gostaria de saber a história de vocês.

-  Creio que na rodovia, estávamos organizando um tipo de protesto. Pichando frases que fazem a população refletir.

- Legal.- Sua feição mudou, eu a entendo. 

- Matheus (...)

- Oi?

- Aquilo sobre eu gostar de você não precisa  preocupar-se, eu sei que você á ama. E eu não vou interferir nisso de modo algum. Não posso ter tudo o que eu desejo.- Disse, logo depois disso sussurrou algo que eu não entendi e não preocupei-me em perguntar.

Apenas assenti com a cabeça. Íamos começar a solucionar o crime, se os pais dela não nos atrapalhassem. De algum modo eles me causavam calafrios.

Não pela aparência, eram bem vestidos. Mas por sua feição, séria e misteriosa:

- Sara não lhe pedi para que não traga ninguém em nossa casa?- O pai declamou.

- Pai.- Pronunciou envergonhada.- Ele não vai fazer nada.

- Espero que ele não entre na sala.- Esbravejou.- Se considere morta, caso isso aconteça.- Pais falam isso brincando, o tom dele não foi desse modo. É ele me causa medo.

- Pai, você é um completo bobinho. Ele não vai entrar no escritório.- Tentou disfarçar alguma coisa.

- Escritório?

- É pai, seu escritório. Agora sai.- Levantou-se e apontou para o corredor.

A mãe dela não pronunciou palavra alguma, apenas permaneceu ao lado do pai o tempo todo. Discutimos sobre várias possibilidades de suicídio ou de um crime bem bolado. A garota tinha separado várias pistas, só queria prová-las.

Passamos exatas três horas prosando sobre tal assunto, minha bexiga latejava eu queria aguentar, mas não foi possível:

- Sara, onde se localiza o banheiro?- Perguntei.

- A terceira porta no corredor, pode ir até lá.

Me levantei e fui, o corredor era longo e repleto de portas o que é um tanto confuso. Tentei achar a terceira e abri.

Creio que isso não seja o banheiro, não mesmo.

Dava para um quarto repleto de bonecos e bonecas de pano, também havia livros, parecidos com verdadeiros alcorões. Meus olhos fitavam todos os cantos, até Sara chegar e fechar a porta rapidamente.

- Não entre ai garoto.- Falou séria.

- Desculpe.- Gaguejei.- O que são aquelas bonecas?

A garota pensou um pouco, parecia estar assustada e com raiva. Talvez aquela porta não tenha sido uma boa escolha.

- É minha coleção de bonecas, tenho-as desde criança. É de imensa dó me desfazer delas, então resolvi usa-las como enfeites. E também enfiei meus livros ai.- Não é de se estranhar uma garota tão meiga quanto Sara ter suas bonecas ainda. Tirando o fato que elas são meia assustadoras, mas hoje em dia existem bonecas que imitam monstros, qual é o problema? A garota também gaguejou.

A loira me acompanhou até a porta certa e me aguardou ali mesmo, não esperava que eu entrasse em outro quarto proibido.

Depois disso resolvemos ir até a casa de Carla que ainda está interditada. Nosso receio era que sua mãe não nos deixasse entrar, mas Dona sempre foi minha companheira. 

Queremos encontrar diários, cartas ou alguma coisa que demonstre seu desejo pela morte. Afinal, não faz sentido. Foi tudo de repente.

Não entra em minha cabeça, Carla morta.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acham? Espero que estejam gostando *u*