Uma Paixão Chamada: Morte escrita por Anna, Lua Barreiro, Holden


Capítulo 3
Sonhos.


Notas iniciais do capítulo

Hey povão o/ Aqui é a Evy *u* Muito feliz com os reviews ♥



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  O sangue jorrava para várias direções, o cheiro de ferrugem era inevitável. Minha visão se distorcia, mas ainda podia-se perceber a escuridão cobrindo todo o horizonte. Gritos histéricos e abafados colocavam-me em uma árdua batalha sobre minha consciência. Senti o suor respingar de minha testa até a minha camiseta branca e meus músculos se contraírem.

- Matheus...- alguém sussurrou próximo a mim.- Matheus me ajude...

  Virei-me. Porém, não havia ninguém ali. Ouço algo se espatifando no chão, parecia vidro... Gritos vão rondando o local, e a coloração negra do horizonte ia virando algo, como um vermelho intenso.

  Levantei-me desesperado, minha respiração estava ofegante, o suor havia inundado minha cama completamente... Bem, eu espero que seja suor. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados, talvez eu pudesse ter um ataque cardíaco a qualquer momento.

  A campainha tocou. Sem pensar duas vezes, pulei de minha cama bagunçada e saí correndo escada a baixo em direção da porta. Ajeitei um pouco o cabelo e tentei parecer um pouco mais aplausível... Poderia ser Carla, eu é que não queria ser visto como um mulambo por ela.

- Olá!!- cumprimentou-me o demônio loiro, após a porta ser aberta.- Como vai Matheus?

- Sara? Que porra você está fazendo aqui?- zanguei-me. Se ela não fosse uma garota, tinha batido a porta no meio de sua fuça.

- Oras! Somos uma dupla agora! Irei te ajudar na matéria, esqueceu?- respondeu com sua voz irritante e nojentamente doce.

- Achei que eu tivesse sido claro de que dispenso sua ajuda.- alterei a voz.- Caso não tenha sido: Eu não quero sua ajuda!

- Discuta isso com o diretor.- sorriu de forma patética, passou por mim e entrou em minha casa, já se sentindo mais que à vontade.

  Bufei e tranquei a porta com ódio. Não queria que ninguém me visse com aquela... aquela... Coisa. Ao contrário daqueles otários da escola, não me sentia nem um pouquinho orgulhoso em andar com Sara e ser popular.

- Matheus! Você não vai se sentar?- perguntou docemente tirando os materiais de sua mochila e os colocando sobre a mesa da cozinha.

  Revirei os olhos e a contra gosto caminhei até ela. Quanto mais cedo começássemos isso, mais rápido acabaríamos.

  Devo admitir que essa loira explica muito bem. Quer dizer... Não tão bem quanto Carla. Mas consigo entender o básico. O clima poderia ter sido ótimo, se ela não me soltasse olhares sensuais toda hora. Isso já estava me incomodando.

- Pode parar com isso?- indaguei fazendo alguns exercícios no caderno, mas percebendo seu interesse de longe sobre mim. Deveria estar escrito em sua testa algo como “me coma.”

- Isso o que?- murmurou inocentemente enquanto enrolava mechas de cabelo em seu dedo.

- Droga.- esbravejei fechando o caderno com força.- Já acabei tudo. Você já pode ir embora.

- Já? Nossa! Nem vi a hora passando.- riu baixinho e começou a colocar novamente seu material dentro da mochila.

  Guiei-a até a porta. Mas então, algo inusitado aconteceu. No meio do caminho, ela se virou e rapidamente selou seus lábios contra os meus. Não foi nada demais e até que foi bem rápido. Mas acho que aquilo já estava mais do que planejado.

- Eu te amo Matheus.- choramingou.- Quando vai começar a me tratar bem?

  Aquilo me deixou um pouco comovido, confesso... Só um pouco.

- Sara.- comecei.- Eu não sou pro teu bico. Desculpe.

- Como é?- riu em tom de gozação.- Está me dispensando?

  Não falei mais nada. Apenas puxei seu braço levemente e a coloquei para fora de minha casa. A garota soltou alguns gritinhos histéricos, mas vendo minha indiferença, deu-se por vencida e foi embora.

  A minha noite foi conturbada. Os mesmos sonhos, a mesma cor de sangue, os mesmos gritos... O que estava acontecendo comigo, afinal de contas?

  Acordei de madrugada com meu celular tocando uma musiquinha nada queima-filme. O atendi rapidamente, não queria que meus pais acordassem e viessem me dar uma bronca. Haviam chegado do trabalho quase agora, então o humor não deveria estar dos melhores.

- Alô?- atendi quase sussurrando.

- Matheus, é você?- uma voz abafada do outro lado da linha soou sobre meu ouvido.

- Sim, quem está falando?

- Sou eu, Sofia.- choramingou.- Mãe da Carla.

- Ah sim!- lembrei-me.- A senhora está...

  Ela me interrompeu antes de eu terminar minha frase.

- Carla está morta!- gritou.- Achei-a com o pescoço quebrado no banheiro! Com uma grande poça de sangue ao seu lado! Havia hematomas roxos por todo seu corpo, com os olhos esbugalhados... E ela estava completamente nua!- finalizou ainda tremendo e tropeçando nas palavras.- Me ajude!


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