Entardecer escrita por M Lyn


Capítulo 3
Capítulo 3- Sufocada até a morte.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esse é BEM tristinho.

Citação do capitulo: "Nunca despreze as pessoas deprimidas.
A depressão é o último estágio da dor humana."
Augusto Cury



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Primeira Parte: Meus pesadelos.

Capítulo 3- Sufocada até a morte.

- Solte-me! – ordeno-o. Mas seus olhos de víbora encaram-me com confusão. Hipócrita! – Temos um acordo! Eu aqui e você longe! – grito tão alto que sinto minha garganta arranhar.

- Renesmee?

Então eu o vejo. Tudo foi uma miragem? Meu subconsciente? Não era meu monstro. Era Jacob, meu psicólogo. Deus! Minhas mãos tremulam tentando apalpar meu pobre e cansado coração. Tento sentir-me viva. Mas eu sou um pedaço de carne podre e oca.

- Renesmee, o que foi?!

- Sai! – Peço.

- Me conte. Quero ajuda-la. – se achega com passos lentos e temerosos. Eu estou louca? Sim! Ele conseguiu. Eu sou louca.

- Sai agora! – Minhas mãos involuntariamente agarram um pequeno livro de capa verde arremessando em direção a Jacob.

- Acho melhor sair. – Diz Estella com medo. Ouço passos... Passos.

- Quem é? - olho em todas as direções o procurando-o. - Ele está aqui? Ele veio, não veio? – Encaro Jacob assustado procurando e querendo uma resposta. Ele apenas nega. Mas não a minha pergunta, pois seus olhos demonstram pena e nervosismo. Ele nega à Estella.

- Mas...

-Saia! – sussurro. Aro está atrás dele eu o vejo. É ele. Saia Aro saia.

- Ouviu-a saia, senhor Black, conversaremos melhor. – Não, não e não. Expulsem Aro. Não ao Jacob.

- Sai, sai, sai, sai! – sinto meus cabelos sendo puxados selvagemente, eu os puxo. O eco de sua risada na minha cabeça me faz sentir meus ouvidos sangrarem.  Eu tenho que estancar o sangue. Levo rapidamente minha mão aos meus ouvidos os apertando. Luto contra minha vontade de encarar minha mão, mas eu preciso da certeza. Sim, elas sangram.

Braços fortes seguram meu braço. É ele? Lágrimas compulsivas caem dos meus olhos. Eu tenho eu livrar-me! Debato-me tentando fazer o que há quase dez anos atrás eu não fiz. Livrar-me dele. Machuca-lo intensamente.

- Renesmee, largue. – Jacob segura fortemente meus punhos. E eu os encaro. Porcelana? Olho ao redor e percebo que eu acabara de quebrar o copo que Jacob havia trago com seu café.

- Segurem- a! – grita alguém. Não! Eu não quero mais sedativo, não quero mais remédios!

- Renesmee – dedos fortes e quentes tocam minha bochecha com certa e necessária força. – Olhe-me – eu tenho medo de encara-lo e se for... Ele? – Renesmee, por favor. – encaro-o – Me ouve. – balanço positivamente minha cabeça – Fique calma.

- Não – nego ferozmente – não o quero aqui! – Olho vagamente o vendo rindo com suas bochechas avermelhadas e encurvado por conta da falta de ar - E... Não quero mais remédios.

- Mas ela precisa...! – Estella diz.

- Calma! – sua voz ecoa em meus ouvidos. Ele está nervoso. - Renesmee, se você se acalmar ninguém irá dopa-la. Mas eu preciso que se acalme. – não o quero! Não posso dormir e sonhar com ele novamente.

- Eu não quero dormir. – nego constantemente.

- Eu sei. Olhe-me, calma tudo bem?

De supetão, sinto braços fortes em torno de mim. Um abraço, apenas minha mãe me abraça. Se intenção o soco fortemente para me soltar, não quero que ninguém me toque!

- Sch.

Seus dedos embrenham intencionalmente em meus cabelos. Cafuné, eu sempre gostei da sensação. Mas ele também me fazia cafuné.

- Não! Eu quero me soltar. Largue-me!

- Renesmee, eu não sou ele. – levanto meu pescoço forçosamente e o encaro. Não, não era meu monstro. Ele não me olha com obsessão, mas com carinho. – Deixe-me acalma-lo.

Eu deixo? Eu quero esquece-lo, será que conseguirei?

O deixo tocar-me. A sensação é estranha. Uma parte de mim não queria que nenhum homem tocasse-me. Mas, eu queria superar meus fantasmas.

Meu coração começa a se normalizar e minha tremulas mãos acalmam. A sensação é segurança.

Passos. Aos poucos pés chocam-se no chão, mostrando-me que eles se retiram.

- Olhe para mim. – seus dedos tocam meu rosto e levemente foça a levantar o queixo. – Vamos conversar?

Nego.

- Tudo bem. Hoje não. Mas um dia teremos que conversar. Combinados?

- Sim. – sussurro afirmando minha então confiança nele.

- Quer ficar sozinha? – assinto. Um beijo rápido e calmo é proferido em minha testa. E aos poucos seus lábios afastam de minha pele.

E com um pé a frente do outro ele se retira deixando-me com meus pensamentos.

- Ora, ora, minha cara. – Oh não! Essa voz. Meus olhos relutantes percorrem todo o quarto a procura dele. Mas não o encontro.

Levanto-me rapidamente em direção ao banheiro, precisava acalmar-me. Isso não é novo para mim, constantemente eu o via por aqui.

Encaro-me no espelho sentindo minha mão latejar. Encaro-a e a vejo sangrando. Oh meu deus! O sangue quase cobre todo meu punho.

- Sabe Renesmee, minha mostrinha – sua voz grave e venenosa como uma víbora enche meus ouvidos. Fechando fortemente os meus olhos, forço-me a me segurar na bancada da pia branca. Sinto-me com doze anos, quando ele finalmente parou de me tocar com seus dedos. Mas, infelizmente o que ele fez foi muito pior. – Você sabe como acabar com isso. – sua voz é próxima demais – Lembra? Você já tentou... Com uns... Quatorze anos? Sim! Vamos Renesmee. Você não quer me arrancar da sua vida? Não conseguirá! Você será minha até o ar ainda estiver no pulmão.

Eu tinha... Eu tenho.

Corro abrindo meus olhos em direção ao quarto procurando a arma que cortou minha mão. Agacho-me no chão procurando-a embaixo da cama. Nada!

Procuro perto da mesa. Nada.

Perto da porta. Sim, eu a vejo afiada e muito bonita perto da porta. Ando temerosa e decidida até a porcelana a pegando.

- Muito esperta, minha Ness. – ainda olhando para baixo encaro seus tênis. Sentindo-me fraca e temerosa como quando eu tinha sete anos. Ergo meu olhar e o vejo com seu belo sorriso. – Eu sei. – diz cumplice e calmamente - E eu prometo deixa-la livre!

Eu quero me livrar dele! Levanto-me adernando no banheiro.

- É rápido meu bem.

Prendo firmes meus dedos da mão esquerda ao redor da porcelana. Fechando a outra em punho, começo a sentir o corte. A força que eu ponho faz o corte profundo e sangrento

Corto os dois punhos sentindo o sangue saindo ferozmente de mim.

- Acabou. – diz a voz dele com pesar.

Liberdade! Eu sinto a liberdade, antes de sentir o sono profundo me alcançando.

- Acabou – sussurro para nós dois.


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Notas finais do capítulo

Nessie morta.
triste né?!
E aí?