Cinza É Uma Boa Cor. escrita por Analu


Capítulo 21
Aquela Pulseira, Sam e Natasha, Buscando Informações


Notas iniciais do capítulo

ME MATEM. ME MATEM AGORA!! Tipo, tipo, UM MÊS!! UM MÊS INTEIRO SEM ATUALIZAÇÃO! O QUE RAIOS ESTÁ ACONTECENDO COMIGO?!

Ufa. Acalme-se Analu.

Bem, povo. Se alguém aí sentiu falta dessa fic ou pensou que a Analu morreu, aí está o novo capítulo para tranquilizar geral. A verdade é que eu fiquei todo esse tempo sem ter ideias, e tudo que está apresentado abaixo foi digitado entre sexta e domingo (hoje). Droga, que desprezível.

Além disso, tem um detalhe: até então, eu estive colocando situações sem solução na fic, e agora preciso resolvê-las. Isso significa que preciso pensar mais - e não apenas escrever algo porque fica bonitinho. Essa é a minha parte preferida. No entanto, atrasos podem se tornar mais frequentes, porque a Analu tem pensamentos lentos... mas vou me esforçar nisso.

Boa leitura!



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[POV Lieto]

Ambre e eu nos ignoramos mutuamente porque toda vez que decidimos trocar ideias acabamos tendo problemas, e geralmente eles começam com ela gritando o quanto é maravilhosa. Ou seja, começam com ela se iludindo. No entanto, a confusão da vez foi além da discussão, e se tornou séria quando ela pegou uma tesoura emprestada. Vou contar como foi, mas não espere nada muito radical - até porque a adrenalina começou de verdade quando tive que explicar à diretora o que acontecera. Bom, vamos lá.

Estávamos nós, a 1-C, nos recuperando de uma prova de geografia do professor Alan (aquele "parecido com meu pai, cuja idade é adequada para usar topete com gel"), enquanto o mesmo organizava seus papéis na mesa. Meu cabelo tinha tirado o dia para me atormentar, e era impossível fazer qualquer coisa com ele caindo no meu rosto. Então, fui até Armin e pedi seu lanço emprestado. Com ele, consegui deixar as mechas em seu devido lugar. Ficou bonito, todas as meninas acharam, então pedi ficar com ele por hoje. Mas é CLARO que Ambre implicaria com algo tão improvisado. Poucos minutos após o término da prova, ela se aproximou (com as suas sempre fiéis servas do mal) e começou a falar:

– Não importa o quanto você tente, Lieto: esse lenço barato nunca vai esconder o quanto seu cabelo é de quinta. - Li riu baixo e Charlotte continuou sendo... ela.

As meninas à minha volta (ou seja, Rosa, Maria Antonieta e Kim) olharam para mim, esperando alguma reação. Kim começou a retrucar, mas fiz um gesto sutil para calá-la. Suspirei e respondi à ofensa:

– Olha, Ambre, eu não acho realmente que esteja ruim. Se eu quisesse, eu poderia comprar um lenço caro ou ir ao cabeleireiro porque eu tenho dinheiro; eu trabalho, não tenho que chorar para o papai ou roubar dos outros. Além disso, eu não gasto com maquiagens para TENTAR esconder as espinhas ou a cara de nojenta.

Ouve um "uhhh" da parte dos que estavam ouvindo, e vi o rosto de Ambre ficar vermelho.

– Uma menina que não sabe nem passar um lápis não pode falar de maquiagens comigo!

– Ai!, ai!, eu sei passar lápis. Eu sei me maquiar muito bem, se quer saber. Só não venho para a escola com a cara totalmente pintada todo dia como você porque acredito que isso é totalmente desnecessário. Pelo menos, tenho a garantia que Armin gosta de mim, e não da maquiagem.

"Uhhh".

– Ele te namora porque tem pena! - ela estava ficando furiosa, e eu, cada vez mais no embalo.

– Certo, certo. E você? Nem a maquiagem nem a pena te trouxeram alguém.

"Uaah".

– Eu posso ter quem eu quiser!

– Menos o Castiel, não é mesmo?

Pelos gritos, palmas e risadas, tive a impressão de que a sala toda estava se divertindo com a cena. Isso me deixou um pouco preocupada, já que tecnicamente eu estava pescando a piranha com vara curta - curta demais. Tive meus poucos segundos de sucesso, mas pela expressão da loira, a coisa estava ficando perigosa. Todos percebiam a tensão.

– Está se achando fabulosa, não é? - ela perguntou, fechando a cara. Havia um brilho estranho em seus olhos. - Vamos ver se vai continuar assim quando eu destruir esses cabelos ridículos!

Ela enfiou a mão no estojo de Melody (que senta atrás de mim) e tirou de lá a tesoura. Houve um arquejo geral, e em seguida as mãos dela tinham agarrado minhas mechas violentamente. Gritei em reflexo, e me senti sendo puxada para baixo. Droga, isso dói. É por isso que eu detesto Ambre! Ela é o vírus da humilhação pública, fala sério!

Minha mente ficou confusa. Ouvia a turma gritando, alguém (Nathaniel?) tentando tirar Ambre de cima de mim, o professor gritando por ordem, tentando encontrar uma forma de passar pelo círculo que havia se formado e a risada malvada de Ambre no meu ouvido. A droga da tesoura cortava alguns fios, mas não uma mecha inteira, e aquilo estava me irritando. Querendo dar um fim à cena ridícula, decidi ser violenta também.

Reuni toda a força que tinha, me virei para ela e dei um tapa estalado, fazendo questão de passar minhas levemente compridas unhas azul marinho em seu rosto. Imediatamente ela me soltou, gritando, e antes que se desse conta do que raios tinha acontecido, dei outro tapa com a outra mão. Logo depois, lá estava Ambre no chão com quatro arranhões enormes e vermelhos atravessando o rosto e eu em pé, ofegante.

Silêncio. Ai. Meu. Deus...

– Er... - Armin se aproximou. - Lieto, está inteira?

– Sim. - garanti, arrumando o cabelo. - Eu estou. Ambre, você está bem?

– VADIA!

– Cara, isso foi incrível! - Kentin.

– Uh, mandou bem. - Kim.

– ...! - Violette.

– Essa era uma cena que eu acreditava não ficar viva o suficiente para ver! - Uma Rosalya espantada.

– Ei, o que aconteceu com a sempre paciente Lieto? - Castiel.

– Qual é, não foi nada de mais... foi? - eu.

O círculo humano em nossa volta se abriu para deixar o professor passar (ah, agora é realmente uma boa hora, pessoal!). Olhei para ele, que erguia Ambre do chão com um olhar meio perturbado.

– Foi, foi sim. Um tesoura? Sério? - ele deu uma olhada para nós duas, e quando a loira fez menção de atacar novamente, ele se colocou no meio. - Todos vocês para seus lugares. Melody, pegue sua mini-arma e guarde. As senhoritas brigonas, me acompanhem até a diretoria, por favor.

Uh...

Assim que saímos da sala, o burburinho começou. Eu sentia o olhar venenoso da outra loira sobre mim. Quando estávamos bem perto da sala, Alan fez um comentário para ninguém em especial:

– Além de separar as brigas rotineiras do Kärlek encrenqueiro e apanhar no processo, tem mais isso... eu mereço um aumento.

Além de ouvir um looooongo sermão da diretora, Ambre teve os pais chamados na escola, e eu recebi o aviso de que se brigasse de novo ou me metesse em qualquer problema, seria suspensa, e em uma terceira vez, expulsa. Tudo bem, isso não vai acontecer de novo. Agora, vamos ao outro fato importante do dia: fomos mandadas para casa mais cedo, e quando cheguei na frente do prédio, alguém estava me esperando. Em quem você chuta?

Quem aí falou Natasha? Se você falou, ganhou um limão.

– Bom dia, Lieto.

– 'Dia... - eu cumprimentei, observando-a bem. Parecia a mesma de sempre: os cabelos ruivos, os olhos vermelhos, a postura confiante e a expressão desafiadora.

– É um prédio bonito. Espero que o apartamento também seja. Só então terei certeza que não cometi um erro ao te deixar sair de casa.

– Sim, acho que é. - respondi, passando por ela. - Venha, e... hum, ei, como chegou aqui? Quer dizer, como descobriu onde eu...?

– Olha, eu posso te garantir que não perguntei ao seu pai. Eu pensei nisso, mas ele é um boboca. - ela sorriu ao usar o seu xingamento preferido. - Temos que conversar, moça.

Nós subimos. Assim que abri a porta, René, que estava deitado no sofá, pulou de lá e foi se esfregar nas pernas da ruiva. Ela acariciou-o entre as orelhas, e corri para abrir as janelas. Caso contrário, ela começaria a espirrar - afinal, ela é alérgica a pelos de gato. Ela sentou-se no sofá, com o gatinho no colo, e ficou falando com ele. Fui até o quarto e deixei a bolsa lá. Também tirei os tênis e troquei a blusa de cashmere rosa claro por uma camiseta branca com "Greek!Tomato" escrito com as cores do Google (nota: eu nem sei porque comprei essa porcaria. "Tomate Grego"? Por favor... Ah, ela é bem maior que eu.)

– Bem, quer alguma coisa? Água, maçã, biscoito, café...? - eu perguntei, voltando à sala e me atirando na poltrona solitária.

– Não, obrigada. Sou eu quem fornece comida ao outros, e não o contrário. Mas então, eu vim conversar contigo, porque um morceguinho daltônico me contou que você tem novidades. E você sabe, somos amigas. Eu quero saber.

– Morceguinho daltônico, Natasha?

– E então?

Dei um meio sorriso. Era bom revê-la. Faz-me lembrar que de havia 10% da minha antiga vida que não era tão ruim. Eu sempre podia contar com a Dona do Café para afogar as mágoas com... café. Definitivamente, somos amigas, mesmo que existam dezessete anos de diferença entre nós.

– Bem... por onde eu começo? Eu trabalho em uma livraria muito agradável, tenho a companhia dos antigos amigos e um namorado estranho. Sobre hoje? Briguei na escola.

– Algo me diz que você não foi a primeira a atacar.

– Corretíssimo.

– E... - ela passou a mão pelas costas de René, que miou alto. - Namorado? Eu sempre achei de depois da cachorrada que seu pai aprontou você seria virgem para sempre.

– Ei, ei, ei. Nós não... fizemos AQUILO. Nós somos apenas namorados. Ou estamos tentando ser.

– Ooops, parece que eu estou adiantando as coisas, então. - ela olhou para o meu pulso, onde estava a pulseira dada por ela mesma. - E quem é o sortudo em questão? Como ele é? Loiro? Olhos cinzas? Alto e problemático?

Olhei para ela interrogativa. Ela estava descrevendo Sam?

– Estou chutando. - ela deu de ombros.

– Não... cabelos pretos, olhos azuis, um pouco mais alto que eu e... um gamer viciado.

Ela suspirou, crispou os lábios vermelhos me olho desagradada, como se eu insistisse duramente que a Terra é quadrada. Isso me deixou bem confusa. Eu havia falado algo de errado? Acho que não.

– Como assim? Isso está... errado.

– Errado? Por quê?

– ... O que há de tão especial nesse garoto que te levou a ignorar o outro?

– Do que está falando?

– Não era para você estar com ele. Essa pulseira. - ela apontou. - Eu te dei essa pulseira porque... porque ela traria o garoto certo até você. Ele... oh, droga, por que isso não aconteceu? - ok, agora ela parecia meio desesperada.

– Olha, eu não estou entendendo. Pode me explicar?

Ela balançou a cabeça. - Eles mentiram para mim. Sim, eles mentiram para mim!

– "Eles"?

– O garoto loiro, o que ficar na escada... o que ele representa para você?

Ela... ela estava mesmo falando de Sam? "O garoto loiro que fica na escada"... sim, é de Sam que ela fala! Mas de onde ela a conhece? Espere... não era o nome de Natasha que Sam chamou, quando estava dopado no hospital?

– Sam? O que Sam representa para mim?

A ruiva riu conformada. - Então, esse é o nome dele? Sam? Honestamente...

– Somos amigos, eu acho.

– Apenas isso?

– Apenas.

Ela voltou a ficar estranha. Certo, vamos organizar os fatos: Sam e Natasha definitivamente sabem um do outro. Não que sejam próximos, mas eles se conhecem. Natasha quer que ele e eu sejamos um casal, por algum motivo, e acha que Armin não serve para o cargo. Ela está irritada com o fato de ele ter conseguido prender minha atenção, e acusa minha pulseira de ter feito seu trabalho incorretamente. Pode ficar mais estranho?

– Vamos com calma. - pedi. - De onde você e Sam se conhecem?

Natasha não respondeu. Parecia meio paralisada, como se um balde de água fria tivesse caído em cima dela agora mesmo. Murmurou algo, e cutucou o queixo com o dedo, pensativa.
– Você está fazendo tudo errado, Lieto, tudo. Largue esse garoto. Ele vai te magoar. Muito. Esse relacionamento? Não vai durar. Algo vai acontecer entre vocês, e isso não fará bem a nenhum dos dois. Vocês já estão envenenando alguém com isso, lenta e silenciosamente.

– Natasha, para aí. - eu disse. - O que há de errado com você? Entra na minha casa e fala mil e uma coisas erradas sobre meu namoro com o garoto que eu gosto? Ainda por cima dá uma de vidente? Não, me desculpe, mas eu prefiro passar.

Ela levantou os olhos para mim, e o gato pulou de suas pernas, correndo para o quarto.
– Tem ideia do que está dizendo? Estou tentando te ajudar. Ou melhor, ajudar a nós duas! Se você não tivesse se apaixonado por esse garoto intrometido, mas sim por Sam, tudo seria mais fácil! Ele olharia para essa pulseira todo dia!

– Por que essa pulseira é tão importante? - eu perguntei levemente irritada.

– Ele a reconheceria! - ela respondeu no mesmo tom. - Ficaria incomodado com ela, e um dia, lembraria de onde ela veio! Obviamente, ele te questionaria sobre como a conseguiu, e cedo ou tarde ele desejaria me ver de novo! Está entendendo? Essa pulseira e esse namoro que não existe trariam Sam de volta para mim!

– DE ONDE VOCÊ O CONHECE?! - agora sim eu tinha perdido a paciência.

– NÃO INTERESSA! Você precisa ter em mente que ignorá-lo está estragando meus planos! Estragando a ideia de futuro que eu tinha para você! O que eu faço com o final feliz que eu achei que você teria ao lado dele?!

– PARE DE FALAR ESSAS COISAS SEM SENTIDO, DROGA!

– PARE VOCÊ DE SER CONTRADITÓRIA! Diz que odeia o pai mas não está sendo melhor do que ele!

– Como é que é?!

– Aliás, vou te falar uma coisa, menina: você não é melhor que a sua mãe também. Não pense que sua amada mãezinha foi totalmente santa nessa história de divórcio. Seu pai traiu sim a sua mãe, mas ele teve bons motivos!

– Quando foi que o divórcio dos meus pais entrou nessa discussão?

– Sua mãe e eu cometemos o mesmo erro, e você está no mesmo caminho! Acha que eu não sei onde relacionamentos como o seu terminam?! Você se vê totalmente apaixonada por um garoto que parece legal, que vai te dar um futuro feliz e brilhante, que vai ficar com você até o seu último segundo de vida, e ele parece tão bom que você vai abrir as pernas sempre que ele pedir, porque, VAMOS LÁ!, ele é perfeito!

– Mas o que...?! COM QUE DIREITO VOCÊ FALA ISSO DE MIM?!

– E você sabe o RESULTADO desses pedidos, não sabe? UM FILHO! Você vai ficar grávida, ele não vai querer assumir, já que é jovem demais para cuidar de crianças, e vai de abandonar sem pensar duas vezes! E aí? Há, há, aí que quero ver como você vai criar o bebê! Você é só uma adolescente, afinal!

– SAIA DA MINHA CASA! - eu gritei. Com toda a certeza meu rosto estava vermelho. Aquela não era a Natasha que me vendia cafés. Não, não mesmo. Era outra pessoa, muito agressiva, por sinal. Senti lágrimas de frustração brotarem dos meus olhos. Eu recebo uma amiga em casa, e expulso uma vadia revoltada. O que está acontecendo?

Nós já estávamos em pé à essa altura. Ela olhou para mim, e quase era possível ver uma sombra em seus olhos. Senti um arrepio. Natasha me deu as costas e saiu pela porta. Falou então pela última vez, bem calma:

– Venha conversar comigo quando perceber que eu tenho razão. - e a porta se fechou.

Fiquei parada no lugar por vários segundos, tentando entender o que raios havia se passado ali. René saiu do quarto e se esfregou contra minha perna com um miado lânguido.

– Nem vem. - eu disse. - Vai se esfregar nas pernas dela. Afinal, o colinho de uma bruxa é melhor que o de um pedaço de gelo.

Para encurtar o resto da história: fui trabalhar mais tarde, e lá estava Sam, como sempre na escada, desenhando e com os fones de ouvido. Cantava baixinho "No One Notices Your Brand New T-Shirt" de Raymond & Maria (conheço a música porque fiquei seis meses pensando em como ninguém percebia minha nova camiseta de marca ou como eu estava morrendo devagar, ou como ninguém pensava nada de errado quando eu chorava pelos cantos no começo).

A conversa com Natasha martelava em minha mente, e a presença de Sam ali só piorava as coisas. Elas ficaram piores quando percebi que Agatha e Natasha se parecem muito. Ou seja, toda vez que Agatha cruzava a loja eu me sentia vigiada pela ruiva. Sério, Natasha parece uma Agatha do mal.

Por que Natasha quer Sam perto dela...?

– Ô, mãe. Olha. - ele mostrou o desenho, e minha chefe sorriu, fazendo sinal positivo com o dedo. Ela comentou algo sobre o "carinha da esquerda estar a cara do seu pai", e logo concluí que ela se referia ao tio Kurt. Ele riu. Sim, eles são uma família muito feliz, mesmo que o pai esteja sempre longe.

Pensando um pouco, reparei algo sem importância: Agatha tem cabelos magenta, e olhos rosados. Já tio Kurt tem cabelos bem pretos, e olhos castanhos meio verdes. Mas Sam é loiro de olhos cinzas.

Louvada seja a Genética Bizarra. Amém.

[POV Gabrieller]

Eu não sou muito fã de shoppings, saca? É lá que eu encontro todas as patricinhas que me odeiam porque as acertei "acidentalmente" com boladas cruéis, então tento manter distância desses lugares. Mas eu precisava de um novo casaco, e lá tem lojas de cima a baixo. Infelizmente, fui parar lá.

Agora, como eu fui encontrar Julian Stelian e seu interesse romântico lá, e porque acabei dando uma volta com ele é que é a pergunta.

Ah, lembrei. Os encontrei porque o outro garoto (é, o OUTRO GAROTO) não me deixou comprar um casaco que pensando agora era horrível, e dei uma volta com eles porque queria bater um papo com o evitador de desastres. Nada a ver com o fato de que eu não tenho qualquer senso de moda. É que o garoto em questão era irmão do rival do Sam. É, o de cabelo azul. Alexy.

– Quem diria, hein? - ele disse, tomando um pouco do seu milkshake. - Encontrar uma colega do Julian aqui e agora!

– E melhor: evitar que ela comprasse algo que apenas jogaria dinheiro fora! - completou o moreno.

Tomei um gole do meu refrigerante, procurando um forma de entrar no assunto sem que a atmosfera ficasse estranha. Eu queria mais informações sobre a pessoa em questão - ou seja, o irmão de Alexy. Armin, não é? -, mas não podia dar bandeira. Tentaria ser o mais sutil possível.

– Bem, eu estou acostumado com isso! - o azulado soltou orgulhoso. - Vivo impedindo meu irmão de cometer esses erros!

Perfeito.

– Imagino... seu irmão é bonitinho. Deve ser por sua causa. - eu disse inocentemente. - Lieto deve concordar comigo.

– Ah-aa, com certeza. Eles estão namorando por algum motivo, né? Ele a acha linda, e tal, mas sabe? Armin parece meio confuso.

Isso, isso! Continue falando!, eu pensei.

– Por quê?

– Ah, é que... ei, vamos dar mais uma volta?

Bem, pelo andar da carruagem eu vou precisar fazer companhia para esse quase casal - yaoi - por mais algum tempo se quiser ter minhas preciosas perguntas respondidas. Julian já é estranho e retardado sozinho; o que vai ser de mim quando ele está acompanhado pelo quase namorado, que é tão animadinho quanto ele?

Oh, espere. Como desgraça nunca é demais, acabo de ver Maihca com suas irmãzinhas vindo na nossa direção. Torço para ele não nos ver, mas é tarde demais. Ele já acenou e já está se aproximando. Ótimo. Agora, além de dois garotos bobinhos de amor vou ter que olhar para a cara do cara com quem eu andei trocando alguns beijos.

Rezem por mim.


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Notas finais do capítulo

Hey! E agora, povo? Como é que fica essa coisa Natasha & Sam? Que tipo de relacionamento estranho eles têm? Essa é a questão. Além disso, temos a promessa de que Armin vai destruir o coraçãozinho de Lieto, e Gabrieller está querendo tomar as dores do best friend. De brinde, a Ambre ainda vai fazer algo idiota.

Vish... '-' O que eu fiz? O que eu farei? O que todo mundo fará? Na União Soviética você compra a vodka ou a vodka compra você? Eu não sei mais nada.

Alguém aí pretende assistir "A Culpa É Das Estrelas" no cinema? Vamos fazer uma vaquinha e irmos todos juntos! :D (~não está falando coisa com coisa~)