Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 49
Capítulo 49: Laços Infernais


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem viu! Fiz esse capítulo pensando numa colega minha de verdade, a Karen não é só uma personagem da fic e sim uma garota de carne e osso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406705/chapter/49

Podia ouvir os gemidos desesperados de Lúcifer. Desviei de alguns galhos de pinheiro que estavam no caminho, estes pareciam agulhas perfurando levemente a minha pele. Os arbustos agarravam-se nas minhas botas em quanto trilhava rumo aos gemidos de apelo e ódio.

O sangue negro do arcanjo empesteava tudo ao que tocava, deixando trilhas de odor e grama morta. Do liquido negro serpentes brotavam rastejando com as bocas abertas dando o primeiro suspiro de uma vida amaldiçoada.

Os escorpiões assim que saiam dos pequenos rios de sangue negro se escondiam na terra deixando-a árida e seca ao ponto de se abrirem pequenas fendas que levavam a escuridão a baixo da superfície.

Os gafanhotos se erguiam abrindo as asas e voando pousando na primeira ciosa que viam. Arvores, plantas, rochas, ou até mesmo o próprio chão; este perdia a cor e a força, até murchar e ceder a praga que eram os poucos gafanhotos negro rubro.

–Maldita, maldita, maldita! –Sussurrava o arcanjo em meio aos gemidos e gritos. Sua respiração se acelerava e ele arfava sem conseguir levantar, ou mesmo esconder as asas.

Segui o rastro de sangue em quanto esmagava gafanhotos, serpentes e escorpiões que apareciam. A Esmaga Crânios era uma espécie de arma vampiresca, feita para absorver energia vital tanto celestial quanto demoníaca.

A cada ser esmagado os olhos do salto em formato de caveira brilhavam em vermelho, como se estivessem abrindo e fechando, piscando suavemente em um tom rubi vermelho intenso.

Desviava dos arbustos já mortos e troncos putrefando. As ninfas corriam abandonando suas arvores e seus respectivos lugares, mas para o azar de cada uma, elas tinham suas fontes de vida no lugar aonde nasciam.

Encarava cada uma com sutileza, os rostos lindos e perfeitos, não tão belas quanto as filhas de Afrodite, mas não tão comuns quantos meios sangue ou mortais. Eram apenas belas, cada uma se parecendo com a outra.

Agora os rostos pálidos pendiam a doença e morriam com a maldição de Lúcifer. Finalmente havia chegado ao anjo humilhado.

Ele podia curar seu corpo, mas não as asas, era a lei divina, uma lei a qual nem mesmo ele podia driblar. O corpo pode ser alterado como bem entender, mas as asas carregarão tudo pelo que já passou, cada cicatriz, cada dor, cada história a qual já viveu, cada ano em que envelheceu.

Aquilo só me fez lembrar do tiro certeiro em que dei no úmero de uma das asas, assim ele não poderia voar, não poderia fugir, nem mesmo futuramente conseguiria voar com facilidade outra vez.

O arcanjo encontrava-se caído de bruços, a asa não atingida estava recolhida, a outra que sofrera a lesão estava sangrando levemente, espalhando o licor negro que corria por suas veias. Ele tossia revirando os olhos de dor, respirava com dificuldade em quanto a asa parecia sofrer espasmos simultâneos, remexia-se levemente na ponta da maior pena como se fosse um tique nervoso.

–Abatido como um ganso. –Meu sorriso frio cortou-o como uma faca.

Ele assentiu arregalando os olhos por um breve segundo, logo esbanjou um sorriso tão perverso quanto o meu.

–Acha que pode me matar, vingadorazinha?

–Já o rebaixei a tal ponto de rastejar-se como uma serpente. –Caminhei lentamente rebolando involuntariamente até chegar na altura da coxa do anjo e cravar meu salto esquerdo na sua carne. Ele contraiu os lábios em resposta, sentindo a dor da perfuração na sua perna, uma leve linha de sangue negro escorreu de sua coxa e do seu lábio ao qual apertou ao ponto de sangrar. –Assim como os dragões foram caçados até a extinção, você foi empalado na asa, indefeso e desarmado, como se sente sendo a presa e não o caçador?

O anjo encheu os pulmões apertando os olhos lentamente.

–Presa? –Riu baixo em quanto apertava ainda mais a sua coxa fazendo-o parar de gargalhar. –Não era assim que eu me sentia na noite em que a tornei minha.

A memória voltou a mim em resposta como um fantasma voltando do túmulo para me assombrar.

–Ah, então quer jogar com estes termos. –Tentei manter-me firme, mas senti meus dedos relaxarem no gatilho da arma.

Me agachei dobrando-me a altura do seu rosto, me ajoelhando na altura sua cintura, cravei a faca na sua mão esquerda e passei a arma para a direita. O orifício por onde saia as balas estava quente pelos disparos feitos a pouco tempo, encostei levemente contra sua bochecha alisando seu rosto belo e perfeito. O mesmo enrijeceu em resposta, ele estava tenso, parecia uma estátua de mármore.

–Já deve ter percebido que essas balas são de gelo vampiresco, matariam você se fossem concentradas como as flechas de cosmo, mas são apenas réplicas, capazes de mutilar e ferir, mas não matar.

Seus olhos ferveram acendendo em suas pupilas uma chama vermelha tão concentrada que poderia me incinerar com facilidade.

–Se me queimar quem acha que poderá tirar essa bala do seu osso sem ter que amputar sua asa? –Foi a frase que ele não queria ouvir, isso só o deixou com mais raiva e ódio, mas foi o suficiente para que ele me deixasse viva naquele instante.

–E porque diabos veio atrás de mim? –Sua expressão de raiva mudou para entretenimento e expectativa. –Você é mesmo uma puta. Tudo isso só para querer ser fudid#*% por mim de novo. Não é? –O rosto sádico e doentio dele mantinha-se firme.

Em parte aquilo era verdade. Depois da festa no sub-mundo, assim como Phoebe eu também levei alguém para a cama, nunca teria imaginado que era Lúcifer, mas sim, havia sido ele, o maldito que me possuirá e me dera um prazer jamais sentido.

–Quer cavalgar de novo, não é? –O coração dele acelerou em quanto podia ouvir até mesmo os seus ferimentos se fechando, as balas eram cuspidas pela carne que se regenerava lentamente. –Sua vaca, você não passa de uma putin#%*

Estapeei-o na cara com a culatra da arma, rapidamente sua boca inundou de sangue preto fazendo seus dentes se mancharem com o licor. O arcanjo cuspiu o sangue para longe e o que saiu dos seus lábios foi uma serpente negra que se moldou em pleno ar. Ao tocar o chão moveu-se tão rapidamente sumindo por entre os arbusto.

–Cale a boca. –Falei neutramente, sem emoção alguma no tom de voz. Me levantei lentamente repousando meu salto um pouco a cima dos ombros do anjo submisso ao chão. –Lembra-se de Molly. Ela pediu para lhe mandar um oi.

Ele soltou um leve sorriso, agora não havia mais sangue negro, não havia mais ferimentos em seu corpo, nem mesmo um único arranhão, com exceção da asa que ainda estava manca.

Fui descendo lentamente até que minhas nádegas tocaram seu peitoral quente que subia e descia conforme ele respirava. Ele forçou a saída do facão na mão esquerda, correndo a mão por toda a superfície fazendo linhas negras escorrerem da sua palma manchando toda a lamina de preto até que finalmente conseguiu tira-la de si. Ele não esperou a ferida se fechar, levou-a até a minha cintura em quanto a apalpava possessivamente.

–Não estou aqui para isso Lúcifer. –Sentia o sangue arder venenoso em quanto escorria pela minha cintura e descia pelas minhas nádegas.

–Então para quê todo este teatrinho?

Peguei a palma da sua mão direita e repousei-a levemente na minha coxa. Olhei por cima do ombro e vi o certo volume pendente em sua calça. Subi a sua mão passando-a por cima da bainha da minha calcinha até chegar ao meu ventre.

–Escute. Com atenção. –Abaixei meu rosto até encontrar seu olhar de surpresa.

O demônio estava com uma cara horrorizada, surpreso, sem expressão a não ser terror e medo.

–O horror cresce no teu útero..

–O horror que você plantou. –Cerrei o punho apertando sua mão contra minha barriga. O calor do seu toque me fazia sentir medo e coragem, era algo aconchegante e horrivelmente desconfortante. –Você me possuiu e me marcou como sua, ou estava tão bêbado que nem isso lembra?

Involuntariamente a mão esquerda de Lúcifer subiu da minha cintura até meu pescoço e lá ele sentiu o pentagrama marcado a magia demoníaca no meu ombro. Seu dedo indicador acariciou cada curva do pentagrama negro, o seu toque podia vasculhar até o fundo da minha alma, até mesmo o pesar da sua mão calejada e máscula fazia-me querê-lo ainda mais.

–Me dê um motivo para não queimá-la até as cinzas se reduzirem a nada.

–Porque se fizer isso, perderá a única alma que o ama de verdade e que realmente pode ter como sua, conheço sua história, até os mínimos detalhes, mas a diferença é que eu estou ao teu alcance e ela não.

Os olhos do demônio arderam em fogo por um breve segundo. Fechei os olhos me acanhando, tentando ficar menor, fora de sua vista para que ele não me matasse, mas não podia, estava entregue a ele, submissa a seus toques, impressa contra seu peito e totalmente possuída por suas caricias as quais agora eram mais violentas.

Ao invés de sentir o fogo me ruindo até o interior, me surpreendi com o toque delicado e leve ao qual me dera, o calor do seu lábio prensando o meu delicadamente em quanto invadia a minha boca com sua língua, mapeando cada centímetro sem deixar nada inexplorado.

Tirou até meu último suspiro dos pulmões, e quando o ar se fez necessário novamente nos separamos arfando e inspirando fundo.

–Não prometo amá-la, não prometo ser fiel, não prometo fazê-la feliz, mas posso prometer que não a abandonaria e que poderá reinar comigo no inferno.

–Apenas isso já é o suficiente.

E com um beijo de desespero selamos o contrato de noivado. Encarava seus olhos incrivelmente belos e charmosos, agora brilhavam em um dourado pecaminoso, aquilo expulsou toda a vergonha da minha carne.

–Me dará filhos em meio ao pecado infernal por toda a eternidade.

Não me contive e deitei-me por sobre ele em quanto o anjo abraçava meu corpo.

–Então vamos começar tentando fazer gêmeos. –Mordi seu ombro com força, fazendo a pele ceder e sangrar levemente, o sangue negro inundou minha boca ardendo como pimenta, até que engoli e senti cada músculo do meu corpo começar a arder como se tivesse pimenta por baixo da minha pele.

Agora seu sangue corria em minhas veias multando minha natureza de semideusa, algo além do sangue divino da filha dos fantasmas, vinha o sangue demoníaco do amor doentio que me levava para o maior erro da minha vida, amar a pessoa que um dia me enganaria, me trairia e me bateria, mas quem disse que a cabeça pode comandar quando o assunto é paixão? Não me importa ainda, o que vale é o presente e todos estes assuntos serão problemas para a Karen do futuro, então, que esses assuntos vão para o inferno junto comigo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, eu terminei o capítulo pensando nesse romance, Lúcifer e Karen, como ficaria futuramente; mandem sugestões sobre o futuro deles dois, lembrando: Lúcifer continua sendo Lúcifer, nunca mudará, então tem de ser uma ideia realista. Se eu conseguir enquadrar a ideia de vocês coerentemente com a estória eu faço da maneira como vocês sugeriram viu!!! ^-^ Beijos a vocês, mandando meu oi aqui de Londres, tás frio que só. Kissusssssss



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Meu Acampamento de Verão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.