Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 68
Capítulo 67


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! ^_^



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(Isabella)

“Preocupado desnecessariamente, hein Petrus?” – pensei, enquanto o olhava disfarçadamente.

Mas a verdade é que ele tinha razão para ficar preocupado. O tempo com o qual ia ficar sem o poder sobre os Elementos era indefinido, tal como a duração do desmaio, se ele chegasse a acontecer. Se Valéria ou então as Consortes atacassem de surpresa, Petrus estaria sozinho para defender todos nós. E ele… não conseguiria… Provavelmente acabaria ferido e se não houvesse qualquer piedade… morto…

— Pessimista como sempre, hein Isabella? – murmurei para mim mesma.

— Disseste alguma coisa Isabella? – perguntou Petrus que até então tinha estado distraído a olhar o mar.

— Hein?! Ah…, nada… – respondi, meio que atrapalhada.

— Isabella…? – olhei-o ao ouvir o chamado. – Sabes que tiveste uma paragem cardíaca durante o desmaio de há pouco? – disse ele, meio a medo.

“Paragem cardíaca?!” – pensei, estupefacta.

Bem, não era de admirar. Tinha sentido como se a minha alma tivesse sido arrancada do meu corpo por um bom tempo, embora só tivessem sido minutos. Chamar ambulâncias ou ir ao hospital não valeria de nada, pois os tratamentos médicos não iriam fazer com que a minha alma regressasse ao corpo.

“Então foi por isso… Foi por isso que ele estava com uma cara de quem tinha acabado de chorar…” – pensei.

Peguei na sua mão e rodeei-a com as minhas. Ficou surpreso a olhar-me. Olhei-o com ternura. Uma ternura que já sentia há tantos anos e há tão poucos era correspondida, ou achava eu.

— Eu não vou morrer… Aliás, eu não posso, muito menos conseguiria sabendo que não poderia ficar contigo, sabendo que ainda temos tanto tempo para nos amarmos… – as lágrimas já percorriam o meu rosto. – Por muito que eu demore a “voltar” Petrus… Por muito que eu demore a “voltar” para os teus braços… – soluçava cada vez mãos devido ao choro. – Por favor… espera por mim…

Parecia uma criança pequena a chorar por algo que tinha perdido. Porque bem no fundo do meu coração, eu sentia que já tinha tudo perdido e não sabia o porquê. Sentia que o ia perder de uma maneira ou de outra, mas não conseguia perceber a razão. Petrus, ainda estupefacto a olhar-me, puxou-me e “encaixou-me” perfeitamente encostada ao seu peito. Os seus braços rodeavam-me fortemente, como se fossem umas correntes que nunca me deixariam partir. Acabava sempre por ser ele a apoiar-me, quando quem no momento mais necessitava de apoio era ele.

“Eu vou acabar com tudo isto e todos nós havemos de ficar bem… Até mesmo a Valéria…” – pensei, ainda a chorar.

Isso. Mesmo depois de tudo, eu queria salva-la. Mesmo depois de tudo, eu queria arranjar uma forma de a livrar daquele poder e, se fosse possível, apagar-lhe toda a memória de todos aqueles horríveis acontecimentos, de todas as dolorosas palavras ditas. Porém, Luther já tinha acordado…

“Agora, de certeza, que ele irá liderar o próximo ataque… Quem será desta vez…? Bem, não me posso pôr com perguntas. Tenho que ser forte e aguentar tudo o que virá pela frente!” – pensei, a tentar convencer-me a mim mesma.

— Já estás mais calma…? – perguntou ao levantar a minha cabeça com os seus dedos no meu queixo. – era verdade… Estava mais calma… Nem tinha dado conta que as lágrimas já tinham cessado, tal como os soluços. Deu-me um beijo ao de leve na bochecha ao ver a resposta no meu pequeno sorriso. – Pretendes ir para casa? – perguntou.

Aquela sua voz calma… Aqueles seus dedos a tocarem levemente as maçãs do meu rosto…

“Será que algum dia me vai ser permitido estar assim sem nenhumas lágrimas nos meus olhos, sem nenhuma angústia no meu peito e com total paz?” – era esta a pergunta que ecoava na minha cabeça.

Fiquei surpreendida por não ter ficado fraca devido à minha suposta paragem cardíaca, mas as dores de cabeça ainda permaneciam. Petrus afagou delicadamente a minha nuca e encostou a minha cabeça ao seu peito novamente.

— Não… Se eu fôr para casa a minha mãe vai fazer mil e uma perguntas e eu não estou com cabeça para isso. Sabes bem como a minha mãe se preocupa por tudo e por nada…

— Não é bem assim Isabella… Neste caso não é por tudo e por nada!

“Tu também te preocupas por tudo e por nada tolo!” – disse-lhe, mentalmente, escondendo um sorriso.

— Isabella…? Como é que achas que tudo isto vai acabar…? – perguntou muito pensativo.

— Não sei… Acho que só a partir daqui é que vamos poder concluir alguma coisa, já que Luther acabou de acordar…

— O quê?! E tu não me disseste nada?! Para além disso, a Catarina e o Zach precisam ser avisados!

Ah… Tinha-me esquecido que ainda não lhe tinha contado…

— Manda-lhe uma mensagem do meu telemóvel… – disse-lhe muito calma.

Ele suspirou como se quisesse dizer “Tu… muito sinceramente…”. Nem eu conseguia perceber como poderia estar tão calma se no fundo não tinha qualquer confiança.

“Por favor, protege o que eu não pude proteger…”

As palavras de Artémis ressoavam na minha mente.

“Porque é que ela ainda se mostrava tão angustiada…? Porque é que ela não estava em paz…?” – questionei-me.

Queria respostas, mas não as tinha. Queria acabar com tudo, mas não podia. Queria paz, mas não a podia ter. O facto de o meu pai estar na costa era um grande benefício. Não esperava uma situação fácil, aliás, nunca nada na minha vida me tinha sido facilitado, mas também não iria desistir, não depois da confiança de todos estar a ser depositada em mim.

“Espera pai… Eu vou trazer-te para casa a são e salvo… Nem que para isso, eu tenha que perder os meus poderes…” – disse, enquanto observava as leves ondas do mar.


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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