Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 69
Capítulo 68


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! :)
Parece que Isabella vai conseguir cumprir o seu desejo, mas...
Boa leitura! ^_^



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(Isabella)

Passamos o dia no pontão, quase sem nos mexermos. A noite finalmente chegou… Primeiro de tudo, teria que descobrir a localização exata do meu pai, o que não seria trabalho fácil, já que a distância era enorme. Ligar-lhe e perguntar-lhe só faria com que ele se recusasse mais a dizer e ainda mais a regressar. Petrus parecia não querer largar-me… Como eu o compreendia… Quando lhe pedi para que se afastasse, nem coragem tive para olhar o seu rosto. Tentei persuadi-lo a ir para casa, mas estava a pedir o impossível.

— Petrus, se algo acontecer, já sabes… – disse, sem olhar para trás.

Abri os braços como se esperasse que algo me abraçasse, que algo viesse ter comigo. Transformei-me.

— Isabella… – ouvi Petrus murmurar.

Tentei clarear a minha mente, afastar todos os pensamentos relacionados com Petrus e os outros, concentrei-me apenas na missão que tinha no momento em mãos. O meu pai podia não ser a pessoa mais importante na minha vida. Tinha estado ausente alguns anos, mas ajudou-me muito em termos de técnicas de combate, algo que nunca pensei que me viria a ajudar. Nunca fui rapariga de ser muito chegada ao lado paterno da família, mas era sangue do meu sangue e eu sentia-me na obrigação de o trazer de volta. Se eu fosse outra há uns anos atrás, talvez não tivesse alinhado em tudo o que já estava metida. No entanto, o dever de proteger aqueles que nos são mais queridos falou mais alto.

— Espírito peço-te que procures a localização exata do meu pai e que o adormeças profundamente até que eu o consiga trazer, por favor. – a sensação calorosa que sempre sentia quando o Elemento era chamado dispersou-se pelo mar, ficando só uma réstia do seu calor para ser sentida. Após alguns minutos, voltou por completo.

“Fiz o que me pediste, agora o resto é contigo, Isabella…”

— Obrigada… – continuei a sentir a sua presença. – Ar! Traz o meu pai calmamente para junto da costa, por favor…

Um remoinho formou-se em meu redor, desaparecendo depois em direção ao horizonte. Comecei a sentir-me tonta, a cabeça leve, as pernas fraquejarem.

“Não posso quebrar agora, tenho que continuar, só mais um pouco…” – pedi ao meu próprio corpo.

A passagem de uma brisa fresca foi o sinal de que o pedido já tinha sido realizado.

“Terra, já sabes o que tens de fazer…” – pronunciei em pensamento.

Minutos se passaram e eu começava a sentir-me cada vez mais tonta. Petrus permanecia atrás de mim, aflito, frustrado. Todos os Elementos já sabiam as suas missões de tantas vezes eu já ter imaginado aquela cena na minha cabeça. O Elemento Terra teria que cooperar com a Água, já que não haveria outra maneira de transportar um ser humano.

Seria estranho se alguém visse um homem a levitar em pleno alto mar. Também seria estranho ver o que estava prestes a acontecer, mas era inevitável. Se fosse visto, poderiam especular sobre OVNI’s ou algo do género, no entanto não era tão estranho quanto o fenómeno de levitação.

Ouvi algo rachar. Não o ruído de um jarro a cair ao chão, mas sim como se a Terra estivesse a abrir. E então, a rasgar o horizonte viu-se uma muralha larga e completamente polida erguer-se do mar.

O cansaço era demasiado. Caí sobre os joelhos sem já ter quaisquer forças no meu corpo. Algo viscoso saiu do meu nariz. Era decerto sangue. A minha cabeça caiu para a frente. Senti alguém atrás de mim. Não conseguia ouvir a sua voz, mas reconhecia perfeitamente o seu toque.

“Por favor… Apressem-se…” – pedi aos Elementos.

Algo embateu contra a rocha do pontão. Abri os meus olhos. O meu pai tinha chegado. Por força do Ar, ele levitou até terra firme, ficando deitado ao nosso lado, dormindo profundamente. A minha visão estava embaciada, mas pude ver claramente que era ele. Algo subiu na minha garganta e vomitei como há muito não fazia. Parte da camisa do meu pai ficou manchada de sangue e o restante, não sei. Perdi a noção de tudo. De onde estava, do que fazia, talvez até de quem eu era. Nesse preciso momento, a muralha que tão forte parecia desabou, fazendo com que as rochas se afogassem no mar revoltado. Isso só mostrava o que quão fraca eu estava, o quão impotente eu podia ser… Senti que algo me deixou, algo muito importante. Eu tinha perdido, mesmo antes de pelejar…


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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