Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 66
Capítulo 65


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! :)
Como vão? Espero que bem!
Fiquem com mais um capítulo desta longa história ;)
Boa leitura! ^_^



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(Isabella)

Dirigi-me devagar para a sala. Caí sobre os joelhos. O meu corpo tremia de medo e de revolta. Não ouvia nada, não ouvia ninguém. A minha mente ficou em branco. Fiquei sem reação. Sentia alguém a balançar-me, provavelmente Petrus, mas naquele momento, não tinha noção de nada à minha volta. Sentia os meus olhos esbugalhados, a boca aberta pela surpresa e as lágrimas que corriam sem que eu pudesse fazer nada.

No canto da sala, onde se encontrava um grande jarrão de flores apareceu uma luz branca, cintilante. Nesse momento, o meu corpo paralisou de vez. Senti como se a minha alma tivesse sido arrancada do meu corpo e tivesse caminhado até àquela luz. A cada passo que me aproximava, aquela luz cintilante ia-se tornando mais nítida. O corpo de uma mulher esbelta, com umas vestes brancas que esvoaçavam levemente com uma brisa que para mim era inexistente. O seu cabelo, cor de prata, cor da Lua, era comprido, bastante longo, prolongava-se pelas suas costas como pequenas ondas de um rio. Olhava-me com aqueles enormes olhos, azuis também eles. Estendeu-me a mão. Hesitei. Não sabia o que estava a acontecer, não sabia o que poderia vir a acontecer se lhe estendesse a minha mão também.

— Não tenhas medo… – disse ela, com uma voz muito doce, muito calma.

“Esta voz… Onde é que eu já a ouvi?!” – perguntava-me, enquanto cerrava o cenho.

Imagens, tal como se fossem flashbacks, apareciam na minha mente. O Palácio da minha Rainha, aquela luz, calorosa, brilhante, as minhas feridas a curarem, o meu corpo a levitar. Todos os acontecimentos da minha rápida recuperação estavam a tornar-se claros naquele momento. E aquela voz… Aquela voz era dela… Daquela que me tinha dito para continuar da forma como sempre tinha sido, para continuar a mesma… Mas… quem era ela? A minha mente simplesmente não conseguia raciocinar. Vi-a sofrimento nos seus olhos, angústia…

“Não pode ser… Não pode ser ela… Já morreu há tantos anos, como é que…” – pensei, confusa.

Finalmente estava a conseguir chegar a uma conclusão, a várias conclusões. Não hesitei mais. Dei-lhe a minha mão. Ela apertou-a levemente.

“— Ele acordou… Isabella… Ele acordou… Vai começar… Tudo vai começar agora… Por favor, protege o que eu não pude proteger, protege os que te são mais queridos… Protege-os…” – pediu angustiada.

A angústia naquela voz… Aquela voz que eu ouvia na minha cabeça devido ao toque das nossas mãos… A sua angústia, a sua tristeza… O desespero incalculável naquelas suas palavras… Imagens, novamente, apareciam. Não as conseguia ver de maneira alguma. Estavam desfocadas, tinham uma luz brilhante demais a encobri-las para que eu as pudesse ver. Comecei a sentir pontadas na cabeça. Gemi de dores. Senti-me ser impulsionada para trás e voltei a mim. Quando fiquei consciente novamente estava a arfar, como se tivesse acordado de um pesadelo arrepiante. Estava na minha cama. Petrus estava sentado numa cadeira ao meu lado. As suas mãos cobriam o seu rosto. Não deu conta de que eu tinha despertado.

— Petrus… – murmurei o seu nome. Levantou o rosto de imediato. Parecia aterrorizado, confuso até. – Estás bem? – perguntei ao levantar o tronco bem devagar por já me sentir tonta.

— O que é que se passou Isabella? – a sua voz estava trémula.

“Ele esteve a chorar… Eu conheço-o…” – pensei ao observa-lo minuciosamente.

Algo se tinha passado enquanto eu tinha estado a falar com… com… Sabia quem ela era, perfeitamente, mas mesmo assim não me conseguia lembrar do seu nome. Ainda sentia todos os meus pensamentos como se estivessem dentro de um tornado. Deixei esses pensamentos de lado. Expliquei-lhe tudo, melhor dizendo, do que maior me podia lembrar, mas à medida que eu lhe ia explicando, ele parecia ficar ainda mais agitado do que o que já estava.

— Artémis… – ouvi-o sussurrar.

“Artémis… Agora tudo faz sentido…!” – conclui.

— Petrus vamos deixar este assunto de lado por agora. Neste momento o mais importante é trazer o meu pai de volta a casa. Sabes se a minha mãe já conseguiu fazer contacto com ele? – perguntei ao sentar-me na cama.

— A tua mãe bem que lhe ligou mas o teu pai nunca atende…

— E se o meu pai atender já sei qual vai ser a sua resposta… – murmurei.

O meu pai, teimoso como ele era, nunca aceitaria vir para casa a meio de uma viagem de trabalho, nem que o mundo acabasse nesse mesmo dia. A única maneira era obriga-lo.

— Vai acalmar a minha mãe. Diz-lhe que eu já acordei e que continue a tentar contactar o meu pai. Mal ele diga alguma coisa, pede-lhe que pergunte imediatamente a sua localização.

Ficou surpreso ao ver-me levantar a da cama e a dirigir-me para a casa-de-banho.

— Isabella…? Tu já tens algo em mente não tens? – perguntou ele, desconfiado.

— Como bem me conheces, sabes que sim… – respondi.

Ele tinha razão. Ia arriscar bastante, mas seria a única maneira. Seria ótimo se o meu pai ainda estivesse a salvo…


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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