Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 64
Capítulo 63


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!! :)
Tudo bem?! Bem, daqui a uns dias começo a minha faculdade e vou deixar os capítulos programados para que as minhas postagens sejam sempre assíduas ;)
Boa leitura! ^_^



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(Isabella)

Ficou um silêncio perturbador entre todos nós. Ainda com esse silêncio, Zach guiou-nos até à Sala do Trono. Todos já tínhamos estado naquela enorme sala. Quando entramos, a nossa Rainha estava sentada no seu majestoso trono. A sua expressão facial não era das melhores. Já tinha suposto o que poderia vir a acontecer, aliás, podia acontecer mais rápido do que o que todos nós pensávamos. Depois de fazermos uma vénia, o relato das notícias começou.

— Depois do último confronto com Luther, este ficou num estranho coma do qual ainda não acordou. O mais provável é que ele acorde em breve. – ao ouvir isto até engoli em seco. – Penso que vocês não precisam de mais treinos nem nada do género. Vocês, única e simplesmente, têm que confiar nos poderes que vos foram concedidos e aí, trabalharem juntos. Isabella. – ouvir o meu nome deu-me arrepios. – Quando saíres daqui do Palácio vais para a casa dos teus pais.

“Para casa dos meus pais? Mas…” – a continuação da sua explicação não me permitiu a finalização do pensamento.

— É possível um ataque contra eles. – fiquei sem ar, o meu coração deixou de bater.

— Como… disse? – perguntei com um tom de que achava que tal não fosse possível.

Eu sabia, tinha a perfeita noção de que tudo aquilo podia acontecer, de que tudo aquilo era possível. Mesmo assim, eu tentava sempre afastar essa possibilidade.

— Tu sabes que é possível Isabella. – respondeu com a maior frieza.

Desde o início, desde que soube dos meus poderes, desde que soube que Valéria também era uma de nós, o meu maior medo era que os meus pais fossem envolvidos em tudo isto, melhor dizendo, o meu maior medo era que os meus pais acabassem mortos ao se envolverem… Tentei afastar tremendos pensamentos.

— Sei, sim senhora. Mas quem ficará no Japão? – perguntei, tentando transmitir uma calma que não tinha naquele momento.

— A Catarina e o Zach ficarão encarregados de ficar no Japão. Amanhã de manhã todos vocês acordaram nos respetivos quartos da casa. Nessa noite, a Isabella e o Petrus serão transportados pelo Caminho dos Sonhos. Podem sair.

Deixou-me sem mais informações. Era a vida dos meus pais que estava em jogo e mesmo assim… Não valia de nada argumentar. Seria discussão pela certa e eu acabaria por perde-la. Saí a toda a velocidade da Sala do Trono. Petrus nem teve tempo para me agarrar a mão e me parar, por muito que tentasse. As pequenas sabrinas que tinha calçado com o quimono chinês facilitavam-me a mobilidade. Corri por entre vários átrios, corredores. Corri por não sei quanto tempo. Simplesmente perdi a noção do tempo, do lugar, de tudo. Queria falar com a minha mãe naquele momento, mas para além de não ter a minha metade da Borboleta de Prata, também não sabia se a ligação era possível no Palácio. Acabei num jardim. Só passados alguns minutos é que reconheci aquele jardim. Podia vê-lo do meu quarto. Não havia árvores, somente flores. Amores-perfeitos roxos e azuis. Descalcei as sabrinas.

“Ar fresco… Ar puro…!” – pensei ao sentir a brisa daquela enorme jardim.

O cheiro das flores acalmou-me. Andei por entre as flores, tentando não esmagar alguma, até que me deitei, pesadamente. Silêncio. Embora o silêncio me atormentasse um pouco, fazia-me bem. Queria estar acompanhada e não queria. Queria chorar, mas não conseguia. Queria terminar com aquilo naquele momento, mas não podia. Tantas vezes me sentia uma inútil. Senti a presença de Petrus a alguns metros de mim.

— Isabella! – ouvi-o chamar.

Abri os olhos. Não estava no jardim. Olhei para a varanda. Lá estava ele. De um salto só já tinha descido e estava a alguns metros de mim. Fechei novamente os olhos. Suspirei. Um leve sorriso apareceu no meu rosto.

“Afinal não estás sozinha não é?” – uma voz doce, calma, apareceu na minha cabeça.

Eu conhecia aquela voz. Naquele momento não me lembrei de onde a conhecia, mas ela era-me familiar. Ouvi as botas de couro de Petrus a ranger. Estava sentado ao meu lado, com as pernas cruzadas.

— Isso é jeito de se fugir Isabella? – no seu tom de voz pode sentir que andou a correr por um bom bocado.

Não lhe respondi. Deixei-me estar em silêncio, com aquele leve sorriso no rosto. Ele suspirou pesadamente e deixou cair os ombros para a frente. Antes que eu pudesse evitar, já uma lágrima percorria a minha face, a face que ele não podia ver, mas depois dessas lágrimas, muitas mais vieram. Mesmo assim eu não abri os olhos, sequer o olhei. Senti as suas mãos pegarem nos meus braços. Quando abri os olhos, o meu corpo já estava encostado ao seu peito, as minhas lágrimas já o molhavam novamente. Petrus afagava pacientemente os meus cabelos soltos. Não dizia uma palavra, sabia que nada que ele dissesse poderia ajudar dalguma forma. Ficamos em silêncio, ele por ele falava. Aconcheguei-me mais no seu peito. Momentos como aqueles iriam acabar. Momentos como aqueles não aconteceriam tão cedo. Uma longa e desesperada guerra começaria, em breve…


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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