Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 44
Dursleys


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeey amores!!!!!!!
Bom... fazia tempo que eu não postava um capitulo meio "sua desalmada!" então...
Comentem por favor :)
Até semana que vem!!



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A manhã tinha despontado há pouco na rua dos Alfeneiros, numero quatro. A casa ainda estava silenciosa e calma, mas logo essa monotonia foi quebrada por um choro de bebê.

Petunia abriu os olhos contrariada e reconhecendo o choro bufou, se levantou lentamente da cama e desceu as escadas.

Um menininho de cabelos escuros e olhos verdes bem vivos chorava no armário escuro embaixo das escadas, se mantendo em pé seguro nas grades de um pequeno e velho berço.

Petunia pegou mal-humorada o sobrinho no colo e caminhando até a cozinha o colocou sem cerimonias no antigo cadeirão de Dudley que ele tinha conseguido quebrar alguns meses atrás.

– Para de chorar, Harry. Já vou te dar leite. - Ela falou impaciente.

Harry estava na casa dos tios há pouco mais de um mês. Tão pequeno, sem conseguir entender para onde a amável mulher de cabelos chamativos e o homem alto e sorridente tinham ido.

– Mama! - Ele começou a chamar na esperança de que a mulher reaparecesse.

– Quieto, Harry.

– Papa!

– Já vou te dar comida! Fica quieto!

– Moo-y! Pa-foo! Wo-tai! - Ele continuou chamando e chorando ainda mais. - Papa! Mama!

– Mas que droga! Cala a boca!

Nesse instante um outro choro começou a invadir a casa e Petunia sorriu e saiu feliz da cozinha, deixando o sobrinho sozinho ainda chorando e chamando por aqueles que o tratavam bem. Aqueles que em não muito tempo estariam fora de sua memoria.

Petunia voltou alguns minutos depois com um menino no colo que mais parecia um grande porquinho e o colocou em um cadeirão novo, grande e cheio de brinquedos espalhados em cima.

Harry parou de chorar, observando o primo fazer barulho com um chocalho, batendo-o no tampo do caldeirão e gritando apenas para chamar a atenção. Ele olhava hipnotizado para as fortes cores do chocalho de Dudley, atento ao barulho do brinquedo e alguns segundos depois estendeu os pequenos braços tentando alcançar o objeto e resmungando na esperança de que alguém atendesse seu pedido.

Petunia lançou um olhar de desgosto ao sobrinho quando se virou com um prato de mingau para Dudley e o viu olhando para o brinquedo do filho.

– Isso é do Dudley, não seu. – Ela falou secamente, colocou um outro prato menor de mingau em cima do cadeirão de Harry e se virou para dar o café-da-manhã na boca do filho.

Harry ficou olhando por um tempo do seu prato de mingau para a tia, como se esperasse que ela colocasse a comida na boca dele do mesmo jeito que ela fazia com o menino berrando e cuspindo a comida no chão. Mas ela não fez isso. E alguns minutos depois Harry pegou a colher e, com certa dificuldade, começou a comer sozinho o prato de mingau que a tia, de tão mau grado, tinha colocado a sua frente.

Dudley já estava no segundo prato de comida quando Vernon apareceu na porta da cozinha, o terno com os botões quase estourando em torno da barriga, o grande bigode e a cabeça que parecia sair diretamente dos ombros. Ele deu bom dia à esposa, bagunçou os cabelos do filho e se sentou a mesa, onde abriu o jornal e se afundou atrás dele. Sem nem dar sinal de que tinha notado a presença de outro bebê na casa.

Outro bebê que pedia desesperadamente por um pouco de atenção e carinho. Que sentia imensamente a falta da sua pequena família. Família que ele nunca mais teria igual.

– Petunia, ele está sujando todo o cadeirão dele. – Vernon falou abaixando um pouco o jornal e finalmente olhando na direção do sobrinho.

– Ele sempre faz isso. – Ela olhou para o menino com uma expressão que beirava o nojo.

– Aposto que aprendeu com... gente da laia dele. – Falou com um muxoxo de impaciência. – Aposto que essa gente é toda assim. Suja e porca. – Completou ignorando totalmente a sujeira no cadeirão e ao entorno do cadeirão do próprio filho.

– Deve ser. Ele sempre faz isso quando está comendo.

– E aposto que vai ser sempre assim. Teremos que aturar isso por anos. – Falou bufando e fazendo as pontas do bigode tremerem um pouco sobre a boca.

Petunia apenas lançou mais um olhar feio ao sobrinho e continuou a dar o café-da-manhã para o filho, que continuava a sujar tudo ao seu redor pelo simples prazer de ver a comida voando para todos os lados. Ele bateu com força o chocalho dentro da tigela de mingau, fazendo a pasta quase cor de areia ser lançada na roupa da mãe e um pouco na parte de trás do jornal do pai.

– Pestinha. – Resmungou Vernon com um sorriso torto e passando a mão pela cabeça do menino.

– Ah, Dudoca, sempre um menininho tão alegre. – Petunia falou quase que com lagrimas de orgulho nos olhos.

Do outro lado da mesa o pequeno Harry apenas observava a cena, sem entender por que ninguém o dava atenção. Por que, tão de repente, de tão amado ele tinha passado a praticamente invisível.

– Mama? – Ele chamou mais uma vez. – Mama! Mama!

– Quieto, Harry! – Petunia repreendeu em um tom irritado.

– Mama! Mama! Mama!

– Sua mãe não está aqui, moleque! – Vernon falou, pela primeira vez olhando diretamente para o sobrinho. - Sua mãe e seu pai acabaram se explodindo por se meterem com aquela gente! E ai deixaram você para nós.

– Mama! Mama! – Ele continuou chamando mais alto e agora já chorando. – Mama! Papa!

– Cala a boca, moleque! – Vociferou Vernon, assustando Harry, que passou a chorar baixinho e finalmente parou de chamar pelos pais.

– Vernon? – Chamou Petunia meio hesitante depois que o marido mergulhou outra vez atrás do jornal.

– Sim?

– Nós... nós teremos que dizer alguma coisa para ele. Um dia ele vai perguntar sobre os pais. Temos que inventar alguma coisa quando ele perguntar sobre a Li... sobre os pais.

– É... é... é você tem razão, Petunia.

– Então? O que vai ser? – Ela perguntou abaixando cada vez mais o tom de voz, com medo de que os vizinhos pudessem ouvir, apesar de todas as janelas e portas estarem fechadas.

O homem ficou em silencio por alguns momentos, visivelmente concentrado, até que por fim falou:

– Acidente de carro.

– Acidente de carro?

– É. Perfeito. É fácil até para gente da laia dele entender.

– Tem razão. Acho que é a melhor explicação que podemos dar.

– E é claro que não precisamos entrar em muitos detalhes. É só dizer que foi um acidente de carro e pronto.

– Ele pode perguntar mais coisas.

– Não importa. Nós não vamos responder. E vamos ensina-lo desde cedo a não fazer perguntas.

Harry continuava a chorar baixinho, ainda assustado com o grito furioso e repentino do tio. Os tios olhavam para ele, como se já agora o desafiasse a perguntar mais do que eles achavam que ele deveria saber sobre a morte dos pais.

– É um plano perfeito, Petunia. – Vernon falou por fim. – Ele nunca vai descobrir nada sobre aquela gente. Pronto. Tudo resolvido.


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Notas finais do capítulo

Seria uma pena se um meio gigante derrubasse a porta e acabasse com esse plano perfeito.



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