Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter
Notas iniciais do capítulo
Heeeeeeeeeeeeey amores!!!!!!!
Bom... fazia tempo que eu não postava um capitulo meio "sua desalmada!" então...
Comentem por favor :)
Até semana que vem!!
A manhã tinha despontado há pouco na rua dos Alfeneiros, numero quatro. A casa ainda estava silenciosa e calma, mas logo essa monotonia foi quebrada por um choro de bebê.
Petunia abriu os olhos contrariada e reconhecendo o choro bufou, se levantou lentamente da cama e desceu as escadas.
Um menininho de cabelos escuros e olhos verdes bem vivos chorava no armário escuro embaixo das escadas, se mantendo em pé seguro nas grades de um pequeno e velho berço.
Petunia pegou mal-humorada o sobrinho no colo e caminhando até a cozinha o colocou sem cerimonias no antigo cadeirão de Dudley que ele tinha conseguido quebrar alguns meses atrás.
– Para de chorar, Harry. Já vou te dar leite. - Ela falou impaciente.
Harry estava na casa dos tios há pouco mais de um mês. Tão pequeno, sem conseguir entender para onde a amável mulher de cabelos chamativos e o homem alto e sorridente tinham ido.
– Mama! - Ele começou a chamar na esperança de que a mulher reaparecesse.
– Quieto, Harry.
– Papa!
– Já vou te dar comida! Fica quieto!
– Moo-y! Pa-foo! Wo-tai! - Ele continuou chamando e chorando ainda mais. - Papa! Mama!
– Mas que droga! Cala a boca!
Nesse instante um outro choro começou a invadir a casa e Petunia sorriu e saiu feliz da cozinha, deixando o sobrinho sozinho ainda chorando e chamando por aqueles que o tratavam bem. Aqueles que em não muito tempo estariam fora de sua memoria.
Petunia voltou alguns minutos depois com um menino no colo que mais parecia um grande porquinho e o colocou em um cadeirão novo, grande e cheio de brinquedos espalhados em cima.
Harry parou de chorar, observando o primo fazer barulho com um chocalho, batendo-o no tampo do caldeirão e gritando apenas para chamar a atenção. Ele olhava hipnotizado para as fortes cores do chocalho de Dudley, atento ao barulho do brinquedo e alguns segundos depois estendeu os pequenos braços tentando alcançar o objeto e resmungando na esperança de que alguém atendesse seu pedido.
Petunia lançou um olhar de desgosto ao sobrinho quando se virou com um prato de mingau para Dudley e o viu olhando para o brinquedo do filho.
– Isso é do Dudley, não seu. – Ela falou secamente, colocou um outro prato menor de mingau em cima do cadeirão de Harry e se virou para dar o café-da-manhã na boca do filho.
Harry ficou olhando por um tempo do seu prato de mingau para a tia, como se esperasse que ela colocasse a comida na boca dele do mesmo jeito que ela fazia com o menino berrando e cuspindo a comida no chão. Mas ela não fez isso. E alguns minutos depois Harry pegou a colher e, com certa dificuldade, começou a comer sozinho o prato de mingau que a tia, de tão mau grado, tinha colocado a sua frente.
Dudley já estava no segundo prato de comida quando Vernon apareceu na porta da cozinha, o terno com os botões quase estourando em torno da barriga, o grande bigode e a cabeça que parecia sair diretamente dos ombros. Ele deu bom dia à esposa, bagunçou os cabelos do filho e se sentou a mesa, onde abriu o jornal e se afundou atrás dele. Sem nem dar sinal de que tinha notado a presença de outro bebê na casa.
Outro bebê que pedia desesperadamente por um pouco de atenção e carinho. Que sentia imensamente a falta da sua pequena família. Família que ele nunca mais teria igual.
– Petunia, ele está sujando todo o cadeirão dele. – Vernon falou abaixando um pouco o jornal e finalmente olhando na direção do sobrinho.
– Ele sempre faz isso. – Ela olhou para o menino com uma expressão que beirava o nojo.
– Aposto que aprendeu com... gente da laia dele. – Falou com um muxoxo de impaciência. – Aposto que essa gente é toda assim. Suja e porca. – Completou ignorando totalmente a sujeira no cadeirão e ao entorno do cadeirão do próprio filho.
– Deve ser. Ele sempre faz isso quando está comendo.
– E aposto que vai ser sempre assim. Teremos que aturar isso por anos. – Falou bufando e fazendo as pontas do bigode tremerem um pouco sobre a boca.
Petunia apenas lançou mais um olhar feio ao sobrinho e continuou a dar o café-da-manhã para o filho, que continuava a sujar tudo ao seu redor pelo simples prazer de ver a comida voando para todos os lados. Ele bateu com força o chocalho dentro da tigela de mingau, fazendo a pasta quase cor de areia ser lançada na roupa da mãe e um pouco na parte de trás do jornal do pai.
– Pestinha. – Resmungou Vernon com um sorriso torto e passando a mão pela cabeça do menino.
– Ah, Dudoca, sempre um menininho tão alegre. – Petunia falou quase que com lagrimas de orgulho nos olhos.
Do outro lado da mesa o pequeno Harry apenas observava a cena, sem entender por que ninguém o dava atenção. Por que, tão de repente, de tão amado ele tinha passado a praticamente invisível.
– Mama? – Ele chamou mais uma vez. – Mama! Mama!
– Quieto, Harry! – Petunia repreendeu em um tom irritado.
– Mama! Mama! Mama!
– Sua mãe não está aqui, moleque! – Vernon falou, pela primeira vez olhando diretamente para o sobrinho. - Sua mãe e seu pai acabaram se explodindo por se meterem com aquela gente! E ai deixaram você para nós.
– Mama! Mama! – Ele continuou chamando mais alto e agora já chorando. – Mama! Papa!
– Cala a boca, moleque! – Vociferou Vernon, assustando Harry, que passou a chorar baixinho e finalmente parou de chamar pelos pais.
– Vernon? – Chamou Petunia meio hesitante depois que o marido mergulhou outra vez atrás do jornal.
– Sim?
– Nós... nós teremos que dizer alguma coisa para ele. Um dia ele vai perguntar sobre os pais. Temos que inventar alguma coisa quando ele perguntar sobre a Li... sobre os pais.
– É... é... é você tem razão, Petunia.
– Então? O que vai ser? – Ela perguntou abaixando cada vez mais o tom de voz, com medo de que os vizinhos pudessem ouvir, apesar de todas as janelas e portas estarem fechadas.
O homem ficou em silencio por alguns momentos, visivelmente concentrado, até que por fim falou:
– Acidente de carro.
– Acidente de carro?
– É. Perfeito. É fácil até para gente da laia dele entender.
– Tem razão. Acho que é a melhor explicação que podemos dar.
– E é claro que não precisamos entrar em muitos detalhes. É só dizer que foi um acidente de carro e pronto.
– Ele pode perguntar mais coisas.
– Não importa. Nós não vamos responder. E vamos ensina-lo desde cedo a não fazer perguntas.
Harry continuava a chorar baixinho, ainda assustado com o grito furioso e repentino do tio. Os tios olhavam para ele, como se já agora o desafiasse a perguntar mais do que eles achavam que ele deveria saber sobre a morte dos pais.
– É um plano perfeito, Petunia. – Vernon falou por fim. – Ele nunca vai descobrir nada sobre aquela gente. Pronto. Tudo resolvido.
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Seria uma pena se um meio gigante derrubasse a porta e acabasse com esse plano perfeito.