Quando chego no meu acampamento todos me observam, perguntando quem era a garota que eu havia trazido, mas eu não sabia responder, nem sabia seu nome. Seu ferimento na cabeça estava sangrando muito, minha roupa estava cheia de sangue. Sua pele era branca, mas agora estava muito mais, seus lábios estava seco e amarelo, ela estava morrendo. Peço para que Elisa a leve para a enfermaria e que nosso médico, Jacob, a examina-se.

-Ela é uma Ninfa da Lua! Como você encontrou uma por aqui? – Elisa me pergunta depois de levar a garota para a enfermaria.

-Eu não sei, eu estava andando pela floresta e ela me encontrou, disse que eu estava andando pelo território dela... – Respondo andando em direção a minha tenda.

-Você foi no território proibido, deveria ter te avisado... – Ela disse – A uns dois quilômetros ao norte há uma área que chamamos de Terra Sangrentas. Uma grande guerra aconteceu lá, não sabemos contra quem, mas as ninfas que haviam lá morreram, sobraram poucos. As que sobraram são chamadas de Damas da Lua, e não deixam ninguém entrar lá, não sabemos o por que...

-Eu não sabia disso...- Eu digo, pensando em quem realmente aquela garota é.

-Você não pode ir para lá, muitos de nós morreram ao entrar lá. Você teve sorte, Lucian...

-Eu sei, mas ganhamos uma chance de estabelecer a paz entre nós. Iremos salva-la e depois disso ela ficará nos devendo uma. – Digo e paro na porta da minha cabana – Vou tomar um banho, me avise quando ela acordar.

Entro na minha cabana e tomo um banho, retirando toda a marca de sangue que havia no meu corpo. Depois coloco uma calça jeans e uma camiseta e sigo para a enfermaria. Todos me encaram, acho que eles não acreditam que eu fiz uma boa escolha. Entro e vejo a garota deitada em uma maca, Jacob está sentado ao lado dela a monitorando. Sua cor já melhorou, mas seu ferimento ainda parece estar sangrando, pois o travesseiro está com marcas de sangue.

-Ela ficará bem, achei uma estela no bolso dela, parece que ela é uma caçadora de sombras com aparência de ninfa. –Ele diz rindo, mas minha mente fica confusa.

-Quero resposta, irei ficar aqui até ela acordar. Você pode sair, tente dormir, é tarde.  – Digo e sento em uma cadeira ao lado da cama dela, Jacob se levanta e sai da enfermaria.

Ajeito-me confortavelmente na cadeira e espero ela acordar, mas demora muito mais que eu esperava. Fiquei a observando, suas roubas são estranhas para um caçador de sobras. Ela usa uma calça justa e uma blusa preta larga, com um corpete. Sua capa agora está na cama ao lado da dela, parecia que era um pedaço do céu à noite. Meus pensamentos estão tão longe que acabo dormindo.

Tenho um sonho estranho, com Jocelyn e com aquela garota. Ambas estão em uma mansão, uma grande guerra acontece no lado de fora, Jocelyn está em um tipo de sono profundo, a Ninfa está amarrada por correntes a metros do chão, suas roupas estão rasgadas e sujas, seu corpo está cheio de ferimentos. Aquilo me deixa perturbado, mas sou acordado pela garota, com uma arma no meu pescoço.

-Quem é você? Onde eu estou? – Ela diz, ela parece assustada.

-Meu nome é Luke Garroway, sou um lobisomem, você está segura aqui, você esta no nosso acampamento... – Digo, de um modo calmo. Ela olha a sua volta e depois volta a me observar.

-Você está mentindo, sobre seu nome, ele não é Luke. – A ninfa fala, abro um sorriso ao perceber que mesmo confusa do modo que ela está, ainda consegue perceber que estou mentindo.

-Você se lembra de algo? Qual é o seu nome? – Pergunto.

-Não me lembro de nada, parece que algo apagou minhas lembranças. E meu nome irei dizer quando você falar o seu. – Ela me responde.

-Certo, meu nome é Lucian Graymark. Agora você pode tirar essa espada do meu pescoço? – Respondo, a ninfa tira a espada do meu pescoço e eu me levanto da cadeira.  – Agora, você pode dizer seu nome?

-Annie Stevens...

-Como você lembra do seu nome? Você disse que não lembra de nada! – Falo, mas Annie parecia estar mais confusa que eu.

-Eu não sei! Eu apenas acordei aqui e vi você, estou confusa e não sei ao certo o que você fez para mim, mas apenas senti que você era uma ameaça. –Ela grita.

-Annie, nós podemos te ajudar, apenas confie em nós. Não somos uma ameaça, se nos conhecer melhor, podemos ser grande amigos. Você pode confiar em nós? – Falo, tentando emitir conforto.

Annie olha ao redor e depois para mim, ela tem a mesma idade que eu, mas já vivenciou coisas muito piores que eu, o que lhe deixou fraca, parecendo muito mais velha que eu, mas agora, do jeito que ela está confusa, ela está fraca e desprotegida.

-Certo, Luke ou Lucian. Eu irei confiar em vocês.