Estava andando pela floresta, meu bando me esperava no que eles chamavam de lar, mas aquilo não era meu lar, aquele lugar estava longe de ser minha casa. Valetin tinha tirado tudo que eu amei, Jocelyn, a unica mulher que eu amei... Minha mente estava tomada por pensamentos desse tipo e não notei que alguém me seguia, não por trás, mas por cima. Apenas fui perceber quando essa pessoa já estava com uma espada no meu pescoço. Ao virar pude ver seu rosto, e vi que não era um homem, mas sim uma mulher, vestida com trajes negros e estranhos. Não podia ser uma caçadora de sombras, pois sua pele brilhava como se tivesse diamante nela, suas orelhas tinham um formato estranho. Ela só podia ser uma...Ninfa da Lua:

   –Quem é você? – Pergunto, mesmo já tendo uma ideia de quem ela seja.

   –Que é você?! –Ela diz, fazendo uma entonação na palavra ‘‘você’’.

   –Bom, eu perguntei primeiro...então você diz qual é o seu nome e depois eu digo o meu.

   –Mas não sou eu que estou com uma espada apontada para mim, então você diz primeiro e depois eu penso se vou ou não te matar, já que todos sabem que é proibido vir nessa parte da floresta. Se você não percebeu, tenho a permissão de te matar aqui e agora! – A estranha garota me responde, mostrando que ela não é tão jovem quanto eu pensava, ela deve ter a minha idade.

   –Certo, você venceu. – Digo, pensando em que nome eu irei dar a ela, não podia ser meu nome verdadeiro. – Meu nome é Luke Garroway.

   –Você esta mentindo... – Ela diz em um tom mais baixo e depois um sorriso estampa no seu rosto, começo a sentir uma pequena dor no meu pescoço, bem onde estava a espada da garota.

   –E se eu não estiver? – Estava fazendo um joguinho com a ninfa, assim poderia viver um pouco mais. – Você mataria alguém porque você acha que é uma mentira? E se não for? Imagina o peso que ficará na sua consciência!

   –Vá na frente, vamos provar que você está mentindo! – A ninfa diz, me apontando a direção que deveria andar. É claro que eu deveria estar morrendo de medo e tentar achar alguma saída, mas estava curioso em saber onde ela estaria me levando.

   Continuo a andar na direção que ela manda por um bom tempo e em um determinado momento começo a ver umas luzes ao longe. Apresso meu paço, mas ao ouvir uns barulhos ao redor a Ninfa pede para eu parar e em questão de minutos somos atacados por demônios.

   A garota é atingida por um Ravener e bate sua cabeça em uma pedra, ela se levanta lentamente e começa a ataca-lo, queria ver o que iria acontecer, mas outro Ravener me ataca. Minhas unhas logo se transformam em algo mortal e eu ataco o demônio, ele se contorce de dor e me ataca de novo, mas estava preparado, enfiei minhas unhas no seu peito, poucos minutos depois ele morre.

   Me viro rapidamente em direção da ninfa e a vejo cercada com por demônios, ela estava apavorada, era muito para ela. Corro em sua direção me transformando em lobo, os ataco, decapitando vários e jogando os outros á metros de distancia, logo em seguida todos estão no chão, mortos. Os olhos verdes da garota me observam enquanto me transformo em mim mesmo, ela está sentada no pé de uma árvore, seus olhos verdes brilham no meio da escuridão:

   –Ainda vai me matar? – Pergunto, mesmo sabendo que ela deveria ser muito baixa para me matar, mesmo tendo salvado a vida dela.

   –Não, você salvou minha vida, não posso te matar... – Ela diz, se levantando do chão, mas o resultado do machucado da cabeça ainda é evidente, e a ninfa cai no chão.

   –Você precisa de ajuda, tem alguém na sua casa que pode te ajudar? – Pergunto, ela não devia morar sozinha.

   –Não, todos foram mortos... – Ela diz se contorcendo de dor.

   A garota desmaia antes de eu poder falar qualquer coisa. Olho para a ninfa e para o meu redor, ela iria morrer aqui, não poderia deixar isso acontecer. A seguro no meu colo e começo a caminhar em direção ao meu acampamento. Ela era mais leve que uma pena, seus trajes pareciam o céu, havia pontos brilhantes que imitavam as estrelas.

   Continuo a caminhas em direção do acampamento, sabia que isso iria causar algo no futuro, mas não sabia o quão grande era na época que isso aconteceu.