Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa. TInha postado o cap. 18 antes desse. Consertei agora!



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Sam acordou e antes mesmo de abrir os olhos lembrou-se da maravilhosa noite que tivera. Sentiu o corpo quentinho de Dean encostado no seu e sorriu sem perceber. Abriu os olhos lentamente e contemplou seu amor, que dormia com o corpo aconchegado ao seu. Tão lindo e tão sereno. Sam não teve coragem de se mexer apesar de desconfiar que já era tarde. Se pudesse ficaria imóvel para sempre apenas olhando o menino lindo que dormia ao seu lado.

Ficaram assim por muito tempo. Talvez por quase uma hora... Sam não saberia dizer ao certo. Problema, era domingo, e podiam dormir até mais tarde... Ou pelo menos foi isso que o menino pensou. Uma batida na porta e a voz do inspetor acabaram com sua alegria.

– Dean Campbell? Você está acordado? – esbravejou o homem do outro lado da porta.

Dean acordou assustado e levantou-se de um pulo.

– De... desculpe, Sr. Lewis... Eu... acabei de acordar. – o louro gritou em resposta, ao mesmo tempo em que olhava o relógio. Eram 8:30h. Dean ficou confuso por um instante sem saber ao certo que dia da semana era, ou o que Sam estava fazendo ali.

– Esqueceu do treino de basquete? Se arrume depressa e vá para a quadra imediatamente!

Dean e Sam se entreolharam confusos, e só então se lembraram. O treinador do time de basquete estava recrutando novos jogadores para integrar o time oficial da escola. Tanto Dean quando Sam, assim como Clark, tinham sido indiciados pelo professor de educação física. Nenhum dos três tinha o menor interesse em entrar no time, mas mesmo assim eram obrigados a comparecer ao treino marcado para aquele domingo, cedo pela manhã.

– Sim, senhor. Daqui a dez minutos estarei lá! – o louro respondeu então. Os dois meninos se arrumaram apressados. Precisavam de banho urgente, mas não tinham tempo para isso. Dean colocou seu uniforme aflito, estava especialmente preocupado com o fato de Sam estar ali com ele e vestindo roupas casuais. O Sr. Lewis provavelmente havia batido também na porta do moreno, mas não encontrara ninguém por lá...

– Eu dou um jeito, Dean. Não se preocupa! – Disse Sam assim que enfiou a última peça de roupa. – Vai para a quadra que eu me viro. Te vejo em seguida.

Antes que Dean pudesse responder alguma coisa, Sam já havia partido. Correu dali direto para o banheiro que ficava próximo ao refeitório, e esperou. Com certeza não haviam procurado por ele no banheiro ainda. Sabia que o Sr. Lewis após anotar o nome dos ausentes, ia procurá-los no quarto primeiro. A verdade é que quase sempre haviam dormido demais.

Após aliviar sua bexiga, sentou-se no vaso com a tampa fechada. Ficaria ali sentado, esperando que o inspetor aparecesse. Dor de barriga era sempre uma ótima desculpa... Sentado ali, sozinho, teria um tempinho precioso para colocar os pensamentos em ordem. A verdade é que nem tivera ainda muito tempo para pensar na visita inesperada de Misha. Tudo aconteceu muito rápido: as revelações do fantasma e, em seguida, o momento mais íntimo que até então tivera com seu namorado. Sam enrubesceu e sorriu, formando covinhas.

Finalmente tudo estava claro para ele. Era um enorme alívio saber que estivera certo esse tempo todo. Não havia sido apenas um sonho, e sim a lembrança de uma existência anterior. Sofrera bastante, mas agora estava destinado a ser feliz. Misha dissera com todas as letras: "seu destino é viver ao lado de Dean". Sam sorriu novamente, preenchido por um sentimento maravilhoso. Era amor misturado com felicidade. Era muita sorte ter seu lourinho de volta.

Lembrou-se então de Tristan e Ross, e sentiu pena dos dois. Sofreram tanto... Nem sabiam que se encontrariam de novo, com um novo destino. Podia sentir a tristeza de Tristan... O desespero de ver seu amado morrer em seus braços. Sam fechou os olhos e sentiu uma pontada de dor. O que acontecera a ele em sua vida passada? Será que conseguira ser feliz depois de vivenciar tamanha tragédia? Teria permanecido na mesma escola? Se formado? Tido algum outro amor? Sam então lembrou-se que tinha a lista de nomes dos formandos, e que nunca procurara pelo nome de Tristian.

Esquecendo-se do inspetor, Sam correu de volta até seu quarto para apanhar o trabalho. Encontrou o Sr. Lewis no corredor, farejando os "atletas" ausentes.

– Sr. Winchester! O que está fazendo aqui e sem uniforme?

– Eu esqueci meu trabalho de história, senhor... Estou indo buscá-lo no quarto.

– Para que você precisa do trabalho de história? Você precisa é ir para a quadra de basquete imediatamente! E posso saber onde estava esse tempo todo?

– No banheiro! Dor de barriga! – o menino gritou, correndo, e já se afastando do homem.

– Esteja na quadra daqui a dez minutos no máximo ou levará uma suspensão! – bradou o inspetor, rabugento, como resposta.

Sam fez o que Lewis mandou. Apanhou o trabalho, mudou de roupa correndo e partiu para a quadra. Pediu desculpas pelo atraso e sentou-se, esbaforido, ao lado de Dean. O treinador estava fazendo testes com os alunos selecionados, e o louro ainda estava aguardando a sua vez.

– Você demorou... – comentou Dean. – para quê você trouxe o trabalho de história? – perguntou surpreso ao notar que Sam carregava o grosso amontoado de folhas consigo.

– Eu queria fazer uma revisão final... – Sam respondeu com um sorriso amarelo.

– Podemos fazer isso depois do almoço, Sammy...

Sam nem respondeu. Começou a procurar a página que precisava para tirar sua dúvida. O trabalho era grande... O menino folheava apressado.

– Está procurando alguma coisa específica? – Dean perguntou.

Por que não falar a verdade? Afinal Dean também sabia da existência de Tristan e Ross... Eram os nomes que estavam escritos na gruta. O próprio Dean fora quem achara a escritura.

– Estou procurando o nome de Tristan. Curioso para saber se ele se formou... E Ross... – completou. Afinal não haveria porque procurar por um e não por outro.

O louro olhou para o moreno interrogativo, como se ele estivesse falando grego.

– Tristan? Ross?

– Lembra dos nomes escritos naquela gruta na praia... Tristan e Ross?

Dean lembrava de nomes escritos na gruta. Os nomes exatos, já tinham se apagado de sua memória. Sam sabia ser esquisito quando queria...

– E para que quer saber isso?

– Curiosidade... – Sam suspirou, percebendo que soava ridículo.

Dean levantou uma sobrancelha. Por que Sam se importava? Além disso o moreno não poderia saber em que ano os meninos haveriam de ter se formado. Era provável que vários Tristans e vários Ross tivessem passado pelo "Castelo". Como Sam haveria de saber quais eram os donos do coração pintado na pedra da gruta? Todas essas perguntas passaram pela cabeça de Dean, mas ele preferiu se calar. O louro nem mesmo havia entendido porque Sam tinha feito tanta questão de incluir no trabalho um apêndice gigantesco contendo o nome de todos os alunos formados no colégio... Já tinha desistido de entender certas peculiaridades da personalidade do moreno. Mas mesmo que Dean quisesse ter perguntado alguma coisa, não teria tido tempo. O treinador chamou seu nome em seguida.

– Dean, comece a aquecer. Dê cinco voltas em volta da quadra correndo.

Enquanto Dean corria, Sam, compenetrado, lia a lista de nomes. Finalmente achara o ano correto. Lá estavam Misha, Justin, Patrick... Antes tinha procurado por Dean e Sam, sem sucesso. Agora procurava por Tristan. Mas por algum motivo, o nome não estava lá. Sam leu e releu aflito. Definitivamente não havia nenhum Tristan. Ele poderia ter simplesmente saído do colégio, mas Sam teve um pressentimento ruim quanto a isso.

– Sam, vá aquecer também! – chamou o treinador. – Cinco voltas em torno da quadra.

Sam se uniu a Dean, que já tinha dado uma volta.

– Dean... O Tristan não se formou... E nem o Ross! – completou. O que pode ter acontecido com eles? – o moreno perguntou mais pela necessidade de desabafar. Sua voz denunciava alguma aflição.

– Você leu todos os nomes de todos os anos e nenhum deles era Tristan ou Ross?! – Dean perguntou incrédulo.

– Não, né... – Sam então se lembrou que não tinha como justificar que soubesse o ano de formatura dos rapazes. - Só li os nomes das turmas mais antigas... Antes de 1980.

O mais estranho não era Sam presumir que Tristan e Ross teriam se formado antes de 1980, mas sim estar afirmando ter lido centenas de nomes em tão pouco tempo... Dean teria ficado calado, mas já estava começando a se irritar.

– Vocês leu TODOS os nomes antes de 1980? – Dean perguntou ofegante.

– Li... – o moreno respondeu sem graça.

Dean acelerou o passo sem perceber e não perguntou mais nada. Não gostava quando Sam começava com conversas sem sentido. Era melhor pararem por ali antes que Sam começasse a falar sobre ratos de novo.

Quando terminou as cinco voltas, o treinador mediu a pulsação de Dean e pediu que fizesse alguns arremessos. A verdade é que não tinha muito tempo para treinar os possíveis novos jogadores. Estavam já no fim de uma competição e perdiam feio. Precisava de rapazes com bom condicionamento físico e boa pontaria, no mínimo. Em seguida chamou Sam e fez os mesmos testes com ele.

– Onde está Clark? – Sam então perguntou a Dean enquanto esperavam que o último da fila, que tinha conseguido se atrasar mais que Sam, terminasse. Só aí seriam liberados.

– Não sei, Sammy... Ele não veio... Que estranho...

Foram então interrompidos por Jake, um garoto que estudava na mesma turma que eles. Jake pelo jeito estava ouvindo a conversa.

– Vocês não souberam? Cara, onde vocês estavam ontem a noite?

Sam olhou para cima e Dean olhou para baixo, ambos nervosos só em pensar no que estiveram fazendo...

– Fomos dormir cedo... – Responder Dean em um fio de voz.

–Não soubemos de que? – completou Sam apreensivo.

– Clark levou a maior surra ontem do Hans. Está na enfermaria. Foi o maior tumulto! Pensei que a escola inteira soubesse a uma hora dessas! Mas vocês, que são amigos dele, não sabem? – Jake parecia incrédulo.

– Meu Deus! E por que o Hans fez isso? Filho da Puta! – Esbravejou Sam, se levantando em seguida. Tristan já havia sumido de seus pensamentos por completo. Sua vontade agora era de ir atrás do desgraçado do Hans e quebrar-lhe a cara – E Clark se machucou muito? – perguntou nervoso.

Jake ficou até sem graça de ter provocado tal reação no moreno. – Errr. Acho que sim... – respondeu. Dean já puxava Sam de volta, tentando com um gesto convencê-lo a se sentar novamente.

– Assim que a gente sair daqui vamos visitar o Clark, está bem, Sam? Mas fique calmo... – pediu o louro.

Sam estava vermelho de ódio. Clark era um garoto pacífico e bom. Não merecia sofrer daquele jeito... Seus olhos estavam marejados de indignação. Sentia as mãos de Dean sobre seus ombros tentando confortá-lo. Ele ficara visivelmente abalado com o que acontecera a Clark. Então, de repente, Sam lembrou-se de Misha, e de tudo que ele lhe dissera. "Nada acontece por acaso". E foi com esse pensamento, que mais calmo, seguiu para fora da quadra ao lado de Dean após serem liberados.


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