Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles


Capítulo 18
Capítulo 18




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Depois de tomarem um bom banho, Dean e Sam se encontraram e seguiram juntos até a enfermaria para visitar Clark. Lá chegando, encontraram o amigo cheio de hematomas e com o braço enfaixado. Apesar de tudo, estava bem. Sam se surpreendeu de como ele parecia conformado com sua pouca sorte. Talvez intimamente soubesse que não estava passando por aquele sofrimento por acaso.

Clark contou que logo depois que se despediu de seus pais, voltou para dançar mais um pouco. Hans e seus amigos começaram a chamá-lo de gay e inventar apelidos. Incomodado, Clark resolveu ir para o seu quarto, mas foi seguido por Hans e um amigo, Kevin, que terminaram por agredi-lo fisicamente.

– Que brutamontes... – suspirou Dean.

Sam concordou. Ambos ficaram felizes quando Clark contou que o diretor havia ido pessoalmente se desculpar com ele e que Hans e Kevin haviam sido expulsos da escola.

– Pelo menos para uma coisa isso serviu... – Clark disse bem humorado. – Me deu uma bela desculpa para faltar o tal treino de basquete... Garth passou para me visitar mais cedo e disse que viu vocês correndo na quadra. Foi muito ruim?

Sam riu.

– É... Dentro do seu azar você teve sorte... Foi especialmente ruim ter tido que levantar cedo da cama hoje... – o moreno olhou de maneira cúmplice para Dean, que corou sem jeito.

– E então? Entraram para o time de basquete? – Clark perguntou sarcástico.

– Duvido muito... Eu errei todos os arremessos de propósito! – Sam disse rindo – Não quero entrar para time nenhum...

– Errou tudo de propósito? – Dessa vez a pergunta veio de Dean, que parecia surpreso.

– Claro! Dean... por quê? Você acertou os arremessos? Não tínhamos combinado de não entrar para o time?

– Eu disse que não queria entrar para o time... Mas errar de propósito? Nem passou pela minha cabeça...

– Meu Deus... Quantos arremessos você acertou, Dean? – Sam ficou preocupado.

– Acho que a metade mais ou menos... - O louro corou sem graça. A verdade é que desde criança sempre tivera uma enorme necessidade de agradar. Ele nunca conseguiria cometer erros de propósito. Tentava sempre mostrar o seu melhor... Mesmo que não quisesse entrar no time de basquete, não conseguiria se mostrar um péssimo jogador quando na verdade não era...

– Poxa, Dean... Que vacilo! Tomara que você não seja escolhido pelo treinador... – Sam suspirou, segurando os ombros do namorado por trás. Fazer parte do time de basquete significava treinos nos horários de folga e competições aos domingos. Atrapalharia o namoro deles com certeza.

– Boa sorte em não conseguir um lugar no time, Dean... – Clark então completou de forma divertida, tornando o clima da conversa mais descontraído.

Conversaram mais um pouco, sobre outros assuntos, até que Clark recebeu alta e pôde sair da enfermaria. O menino ficou muito feliz em poder lanchar com Sam, Dean e Garth, e se uniu a eles na biblioteca para dar uma última olhada no trabalho de história que entregariam no dia seguinte.

Enquanto Clark e Garth finalizavam a conclusão, que haviam deixado para a última hora, Dean, com todo cuidado, tentava desenhar letras grandes e bem feitas para a capa do seu trabalho e de Sam. O moreno, por sua vez, bastou olhar o trabalho para lembrar-se de Tristan, e não conseguiu mais tirar da cabeça que fim haveria de ter tido em sua encarnação passada. Quem sabe não poderia convencer Castiel a lhe contar tudo? Será que se ele chamasse, o fantasma apareceria para ele? Talvez aparecesse... Talvez... Mas talvez também insistisse em não contar nada. Aí ele teria que colocar o plano B em ação... Encontrar Oliver. Oliver poderia lhe contar o que sabia. Mas talvez não fosse tão fácil assim encontrar seu endereço e telefone e ir ao encontro do velho amigo. E se ele estivesse gagá? Já tinha 95 anos afinal...

– Droga!

Os pensamentos de Sam foram interrompidos pela reclamação de Dean, que olhava para a capa do trabalho visivelmente irritado.

– O que foi, Dean? – o moreno perguntou surpreso. A capa estava linda... O seu lourinho tinha algum talento afinal!

– Borrei de novo, Sammy... Que droga! Não vou conseguir fazer nada decente sem uma régua!

– Borrou onde? – Sam não via nada além de perfeição no trabalho do louro.

Garth, que estava prestando atenção, começou a rir.

– Sam, você estava no mundo da lua? Não reparou que essa já é a quarta tentativa dele? Dean é tão perfeccionista que chega a ser engraçado... Se a linha sai ligeiramente torta ele tem um treco. – Garth disse, rindo mais um pouco.

– Ligeiramente torta? Garth, isso aqui está muito pior que ligeiramente torto! – o louro falou indignado. Sam sorriu. Dean raramente se irritava, mas quando o fazia ficava ainda mais lindo.

– Está bonito, Dean. A professora nem vai reparar nisso... – Clark disse então, se intrometendo na conversa.

– Pode ser que ela nem repare, mas eu reparo... E está horrível! Vou fazer isso no meu quarto. Eu tenho várias réguas lá... – Dean então falou já juntando o seu material.

Sam se despediu dos dois amigos que ficaram na biblioteca e seguiu o namorado. Queria passar o restinho da tarde com ele.

Passaram pelo segurança no corredor e Sam foi logo avisando que passaria algum tempo no quarto com Dean finalizando o trabalho. O homem não se opôs, contanto que antes das 20h o menino estivesse de volta em seu quarto.

– Tem certeza que quer ficar aqui comigo? – perguntou Dean um pouco incrédulo. Afinal ele não imaginava que graça teria para alguém ficar ali observando ele, irritado, tentando fazer uma capa decente.

– Lógico que quero! – Sam respondeu entusiasmado. Estava louco para ver Dean compenetrado, desenhando. Nem que fosse uma simples capa de um trabalho de história...

Dean pegou a régua e algumas canetas e começou uma nova tentativa de fazer a capa perfeita. Sam ficou ao seu lado, apenas observando. O louro estava super compenetrado, fazendo um lindo trabalho.

– Sammy, pega a canetinha preta ali pra mim? – Dean apontou para o porta-lápis que estava na prateleira.

Sam fez o que o namorado pediu e logo reparou na bela pintura infantil que estampava o objeto.

– Que lindo! Foi sua irmã mais nova que te deu? Foi ela que pintou? – perguntou curioso.

– Não... – Dean corou percebendo que Sam prestava atenção em sua obra. Prosseguiu seu trabalho.

– Quem te deu? Algum priminho mais novo?

– Ninguém... Fui eu mesmo que pintei quando era pequeno.

– Sério? Um cachorrinho? Que fofo! Que idade você tinha?

– Cinco anos... – Respondeu o louro. Mas não era um cachorro, e sim um cavalo... Dean deixou para lá.

– Cinco?! Só cinco! – Sam se surpreendeu. O desenho era bonito demais para ter sido feito por uma criança de tão pouca idade. Sorriu. Dean tinha muito talento... Tanto quanto Ross... Talvez apenas não tivesse tido oportunidade de desenvolvê-lo. – Você devia ter feito algum curso, alguma coisa... Nunca pensou em fazer? – perguntou então entusiasmado para o namorado.

Dean apenas balançou a cabeça negativamente. Forçou um sorriso, mas Sam reparou na tristeza que tomou conta de seus olhos.

– Era um presente para o meu pai...

– Para o seu pai?

– É... Nunca cheguei a dar... Ele foi embora na véspera do dia dos pais. - Os olhos de Dean marejaram. – Eu guardei isso comigo para entregar a ele um dia, quando eu o encontrasse de novo...

Sam sentiu uma pontada no peito. Tinha que ajudar Dean a curar essa ferida... Mexeu nos cabelos louros do namorado com carinho.

– Você ainda vai reencontrá-lo, Dean... Eu vou te ajudar, Prometo! E ele vai adorar o presente...

– Não... – Dean deu um sorriso discreto. – Eu já desisti há muito tempo... Agora carrego esse porta-retratos apenas como lembrança. Não quero ir atrás dele, Sammy...

– Mas por que não?

– Eu simplesmente não quero mais. – Dean queria dar um ponto final naquele assunto, que tanto o machucava. Sam reparou quando Dean borrou a última letra sem querer. Esperou que o namorado se irritasse e começasse a reclamar de novo, mas Dean pareceu não se importar.

– Pronto, terminei. – exclamou o louro com pouco entusiasmo.

Sam não queria parecer um chato. Talvez não devesse falar nada... Mas não gostava de ver seu amado desistir assim.

– Você borrou a última letra... – finalmente falou hesitante.

– A professora não vai reparar...

– Eu reparei. – a voz de Sam saiu firme dessa vez.

– Ela não vai diminuir a nossa nota por causa disso, deixa de ser chato... – o louro parecia irritado agora.

O moreno sorriu sem graça. Sabia que estava mesmo sendo um idiota... Ele puxou Dean para um abraço e um beijo.

– Desculpa, amor. Ficou muito bonito... – ele disse por fim.

Dean soltou a capa do trabalho e correspondeu o beijo apesar de não demonstrar muito entusiasmo.

– É melhor você ir agora, Sammy... Já está ficando tarde. Temos aula amanhã cedo...

Sam concordou, afinal tinha planos para aquela noite. Assim que chegou em seu quarto chamou por Castiel em seus pensamentos. Queria muito convencer o fantasma a lhe contar sobre Tristan e quem sabe ajudá-lo a saber sobre o paradeiro do Sr. Ackles. Pensou fortemente no amigo e pediu que ele viesse, mas não adiantou.

Então Sam o chamou em voz beixa, e depois em voz alta. Mas nada do amigo desencarnado aparecer... Ficou aflito. Como fazer? Como evocar espíritos? Acendeu uma vela no quarto, mas nem isso adiantou. Talvez precisasse da ajuda de Seu Romero. Iria com certeza procurá-lo no dia seguinte...


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