Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 49
Tragédia


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, é que agora as aulas começaram e fica um pouco mais complicado ter tempo para escrever.

Boa leitura!



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Carlos Daniel nem ao menos o respondeu, não suportaria nem mais um minuto ficar ali parado. Desligou o telefone e correu até a porta da casa, certo de que salvaria sua amada e sua filha, nem que isso custasse sua vida.

Tentando ser o mais silencioso possível, ele abriu a porta. Percebendo que ali não havia ninguém, teve a absoluta certeza de que sua amada e sua filha estavam reféns de Paola.

O choro de Carolina ainda podia ser ouvido, e isso o deixava cada vez mais angustiado. Porém, mesmo que lhe doesse, preferiu ir primeiro em busca de Paulina. Seu coração dizia que agora quem mais o necessitava era sua amada.

Conhecendo Paola como conhecia, Carlos Daniel sabia que tudo isso estava sendo feito por ela com o propósito de ferir a ele e a Paulina, e não a julgava capaz de fazer algo contra Carolina. Preferiu confiar que a polícia logo chegaria e resgataria a menina. No entanto, pensou que o momento em que as autoridades chegassem poderia ser tarde de mais para salvar a vida da amada, por isso começou a procurá-la em cada canto daquela casa.

Ao ouvir vozes vindo do segundo andar, subiu rapidamente as escadas e seguiu pelo corredor. Ouviu atrás de cada porta até que finalmente encontrou a correta.

Então parou e começou a escutar atentamente:

– ATÉ QUANDO VAI FICAR ME IGNORANDO DESSA FORMA? ACABA LOGO COMIGO, MAS DEIXA A MINHA FILHA EM PAZ! - Paulina gritava em desespero– ONDE ELA ESTÁ? - ouvir o choro da filha sem poder fazer nada a estava deixando ainda mais aflita

– Calma queridinha, para que essa pressa toda? - Paola sorria vitoriosa– Acha mesmo que poderia fazer algum dano para sua filhinha? Logo eu, que cuidei dela tão bem durante todos esses meses? Como você é dramática, maninha! - respondeu Paola

O sarcasmo contido em cada frase de Paola deixava Paulina verdadeiramente impressionada, mas ao ouvir essas palavras um pequeno filme passou em sua mente. A chegada de "Fabíola" em sua casa para pedir emprego, a forma como ela a olhava, a voz familiar...

– Não acredito que fui tão tola ao te contratar, agora tudo faz sentido. - disse Paulina, indignada– Por que Paola? - perguntou incrédula

– Simplesmente porque queria que todos os Brachos sofressem, como sei que sofrerão quando descobrirem. Queria que todos se dessem conta de que são uns completos idiotas, enganados basicamente por uma peruca e lentes de contato. E olha só, eu consegui! - seu riso marcante ecoou por toda a casa

Paulina sentia que havia falhado. Falhado consigo mesma e com os Bracho, por ter aceito que uma desconhecida entrasse na casa para cuidar das crianças, e pior que isso, por não ter se dado conta de que todo tempo era Paola. Seus olhos ardiam pelas lágrimas que ameaçavam cair, mas ela tinha o firme propósito de não chorar.

*Não posso dar esse gostinho à Paola, não posso!* pensava Paulina enquanto respirava fundo e engolia as lágrimas

– Não posso negar que desde o momento em que você me fez parar na cadeia, um ódio que jamais pensei um dia sentir por alguém, cresceu em meu peito. Mas agora, tendo você na minha frente, e te ouvindo dizer tudo isso, só o que consigo sentir é pena. É realmente muito triste ver como uma pessoa pode chegar tão baixo apenas para fazer mal a outra. - disse Paulina, olhando fixamente nos olhos de Paola

As duas ficaram se olhando em silêncio por alguns segundos, e Paulina percebeu que suas palavras haviam, de alguma forma, tocado a irmã. Mas Paola era astuta demais para deixar que isso a dominasse.

– Lindo discurso, irmãzinha! O que pretendia? Que eu te soltasse e deixasse você ser feliz para sempre com seu amado Carlos Daniel? Quanta ilusão! - Paola virou as costas e buscou algo nas gavetas de uma velha cômoda que havia ali - Sabe de uma coisa? Cansei desse joguinho! - Paola novamente ficou de frente para a Paulina, revelando uma arma que em seguida apontou para ela

– Acabe logo com isso! - Paulina tentava não deixar transparecer o medo que a consumia

Paola engatilhou a arma e aproximou-se mais de Paulina, mas antes que pudesse apertar o gatilho um forte estrondo na porta a assustou.

– Carlos Daniel... chegou no momento exato para se despedir da sua querida e idolatrada Paulina! - Paola agora apontava a arma na direção dele

Carlos Daniel sentia seu sangue ferver de raiva, mas não pronunciou uma só palavra. Mesmo sabendo que isso era arriscado, antes que os reflexos de Paola pudessem reagir ele segurou seu pulso com força, na tentativa de que ela soltasse a arma.

Sem saída, Paola arremessou o revólver o mais longe que pôde, pensando que seria rápida o suficiente para correr e pegá-lo novamente.

O revólver atravessou o corredor e foi parar a centímetros do primeiro degrau da escada. Os dois correram velozmente, mas Carlos Daniel foi mais rápido e conseguiu ter em mãos a arma. Paola ficou encurralada.

Paulina estava desnorteada com a confusão, tudo havia acontecido tão rápido que ela mal teve tempo de assimilar algo. Ouvia ruídos e temia pela vida de seu amado.

Ela tentou de todas maneiras se soltar daquela cadeira em que estava amarrada, até que conseguiu. Correu até o final do corredor, e deparou-se com uma terrível cena: Carlos Daniel apontava a arma em direção a Paola, que se desse apenas um passo atrás, cairia da escada. Os dois se encaravam em silêncio.

– Carlos Daniel, por favor não faça isso! - pediu Paulina, posicionando-se ao lado do amado

Carlos Daniel parecia hipnotizado pelo ódio. Por mais que ela suplicasse, ele não ouvia.

De repente, o forte som do tiro soou.

– NÃO! - foi a única coisa que Paulina teve tempo de gritar. Sem ao menos pensar, em questão de segundos ela tocou no braço de Paola e a empurrou para o lado esquerdo, fazendo com que a irmã caísse no chão do corredor.

Porém, algo que Paulina não poderia prever aconteceu. Ao empurrar a irmã, sentiu a bala atingir a si própria. E, com o impacto da mesma, seu corpo foi impulsionado para trás, fazendo com que ela rolasse escada abaixo.

Só então Carlos Daniel voltou a realidade, e entrou em pânico ao ver a amada caída no chão, rodeada de sangue.

– MEU DEUS! O QUE EU FIZ? - se perguntou, sentindo-se completamente desolado


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Notas finais do capítulo

O que aconteceu com a Paulina? Por que ela quis salvar a Paola?

Comentem!!