– Não nos convidam para comemorar?

– Claro Leda, entrem. Não sabia que já tinham voltado de viagem - Disse Piedade, fingindo boa vontade com ela e seu "namorado"

A verdade é que nenhum dos Bracho gostava de Leda. Nunca demonstraram muita simpatia por ela, e passaram a gostar menos ainda quando esta começou a namorar Willy, pouco tempo depois dele se separar de Estephanie, que o deixou após saber de sua infidelidade.

O namoro de Leda e Willy era uma relação aberta, na realidade não passava de uma maneira de provocar a família. Willy sempre soube muito bem do interesse dela em Carlos Daniel, e não se importava. Seu único interesse era mostrar para Estephanie que tinha saído vitorioso com o divórcio. Leda, por sua vez, não perdia a chance de se mostrar superior diante de todos, e no fundo pensava que Carlos Daniel poderia sentir ciúmes dela. Mera ilusão.

– O que fazem por aqui? - perguntou Carlos Daniel, seco

– Viemos visitar minha família. Não gosta da nossa presença, priminho? - respondeu Leda, abraçando Carlos Daniel e em seguida lhe dando um beijo na bochecha

Paulina mostrou-se incômoda ao ver a cena, enquanto Willy apenas ria disfarçadamente, em tom de deboche.

– Paola, quanto tempo! Como vai? - disse Leda, abraçando Paulina. Como tinha voltado de viagem há pouco, não estava sabendo de nada

Paulina a abraçou meio sem jeito, e logo esclareceu:

– Não sou Paola, me chamo Paulina Martins e sou a namorada do Carlos Daniel.

– Mas vocês só podem ser irmãs gêmeas! - exclamou, surpresa

– Na verdade eu não sei... – Paulina não pôde completar a frase, foi interrompida por Leda, que pouco estava se importando com o fato

– E como assim namorada? O que houve com Paola? - perguntou diretamente para Carlos Daniel, tentando acariciar o rosto dele, que se afastou

– É uma longa história, se quiser eu te conto. - Disse Patrícia aproximando-se, tentando evitar uma possível briga
Depois dessa incoveniente chegada, o almoço ocorreu normalmente.

A convite de Vovó Piedade e certa insistência de Carlos Daniel, Paulina passou a tarde com os Bracho, aproveitando assim para conhecê-los melhor. Porém Leda, inoportuna como sempre, dividia-se entre beijar Willy na frente de todos e tentar uma aproximação com Carlos Daniel. Pensou que com Paola fora da jogada, tudo seria mais fácil.

*É uma oferecida!* Pensava Paulina, observando calada, tentando disfarçar a raiva que sentia. Sabia que não era correto julgar uma pessoa sem ao menos conhecê-la bem, mas era inevitável.

Eram 18 horas, o sol já estava se pondo, nem viram o tempo passar. Paulina estava feliz pela recepção que teve, mas como nem tudo é perfeito, mais uma tentativa de Leda havia feito com que ela chegasse ao limite.

Paulina conversava com Patrícia, quando perdeu Carlos Daniel de vista por um momento. Quando o encontrou, percebeu que Leda estava grudada nele, como era de se esperar. No entanto dessa vez ela estava a ponto de beijá-lo.

– Desculpa interrompê-los,–disse Paulina, ironicamente– mas só quero te avisar que vou embora, Carlos Daniel. - tentando parecer calma, não queria deixar transparecer sua raiva

– Espera meu amor, eu te levo!– disse ele, indo atrás de Paulina

Leda apenas ficou rindo, sentindo-se vitoriosa.
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– Paulina, está se sentindo bem? - perguntou Carlos Daniel assim que a alcançou, preocupado

– Estou.

– Então por que está indo embora assim? Pelo menos deixa eu te levar!

– Está bem. - respondeu, objetiva

Durante o início do percurso, Carlos Daniel tentou puxar conversa com Paulina, mas ela sempre respondia de uma maneira distante, então ele acabou por desistir.

Em meio àquele silêncio, uma frase dita por Leda ecoava na mente de Paulina: "Mas vocês só podem ser irmãs gêmeas!"

*Será mesmo?* pensava, um pouco preocupada

Ao chegarem na pousada, Carlos Daniel foi tentar se despedir de Paulina com um beijo, mas ela virou o rosto e desceu rapidamente do carro.

Com essa atitude, ele teve a certeza de algo de errado estava acontecendo com ela, então após pensar um pouco, decidiu ir atrás da amada.

Bateu algumas vezes na porta do quarto, e depois de certa insistência, Paulina abriu.

– Meu amor, vamos conversar, o que houve? Estávamos tão bem! - disse Carlos Daniel

Paulina então fez sinal para que ele entrasse.

– Diga meu amor, foi alguma coisa que eu fiz? - perguntou ao perceber que ela estava com os olhos marejados

– Vai conversar com a sua prima, acho que ela precisa mais da sua atenção do que eu.

– Então é isso... – Carlos Daniel esboçou um sorriso ao perceber que não se tratava de nada grave

– E você ainda ri?

– Ai minha vida, você está com ciúme da Leda?

– Não é ciúme, é a realidade Carlos Daniel, eu vi!

– Leda sempre foi atirada mesmo. Paulina olha pra mim, –disse a olhando nos olhos- acha mesmo que ela tem alguma chance comigo? - colocando as mãos na cintura de Paulina e puxando para perto de si

– Pelo que pude perceber, tem sim. - disse séria, lutando para não se perder naqueles belos olhos castanhos

– Pois saiba que eu só tenho olhos pra você! - disse, beijando Paulina logo em seguida

O beijo que começou calmo, terno, acabou se tornando intenso. Quando o ar já lhes faltava, se separaram dando selinhos.

– Está convencida agora? - perguntou Carlos Daniel, com seu belo sorriso sedutor

– Tem razão, fui uma boba mesmo! - respondeu ainda ofegante

Carlos Daniel foi dando leves beijos no pescoço de Paulina, a deixando arrepiada. Quando suas bocas se encontraram, o beijo que antes era calmo, agora era apaixonado, exigente, tomando proporções maiores. Paulina acariciava os cabelos de Carlos Daniel sem parar de beijá-lo, enquanto ele a direcionava para a cama, lentamente.