Carlos Daniel foi dando leves beijos no pescoço de Paulina, a deixando arrepiada. Quando suas bocas se encontraram, o beijo que antes era calmo, agora era apaixonado, exigente, tomando proporções maiores. Paulina acariciava os cabelos de Carlos Daniel sem parar de beijá-lo, enquanto ele a direcionava para a cama, lentamente.

Carlos Daniel deitou Paulina na cama carinhosamente e em seguida deitou-se em cima dela.  Novamente distribuia beijos em seu pescoço, quando ouviu a voz ofegante da amada.

- Carlos Daniel...melhor não... - disse, sentando-se na cama

- O que houve meu amor? - perguntou, posicionando-se sentado ao lado de Paulina

 - É que eu sou... - baixou a cabeça, envergonhada

Carlos Daniel ao perceber a atitude de Paulina, imaginou do que se tratava. Levantou o queixo dela, e olhando naqueles belos olhos verdes, disse:

- Não se preocupe meu amor, jamais faria algo que você não quisesse. Se não se sente preparada, saberei esperar até que você esteja completamente segura.

- Desculpe se te decepcionei. - algumas lágrimas caíam sobre a face de Paulina neste momento

- Minha vida, não chore. -secando as lágrimas dela com o polegar-  Não me decepcionou, isso nunca vai acontecer!  Ao contrário, isso te faz ainda mais especial pra mim. As coisas vão acontecer no momento certo. - afirmou, dando um selinho em Paulina logo após

- Obrigada meu amor! -expressou um sorriso e logo após deu um beijo curto em Carlos Daniel-  Cada dia te amo mais!

Ficaram apenas se olhando por algum tempo, até que Carlos Daniel deitou-se e aconchegou Paulina em seu peito. Assim, acabaram adormecendo

=================Nova York=======================
 

- Está tudo certo, queridinho. Amanhã meu maridinho terá uma grande surpresa! - dizia Paola em meio a gargalhadas, falando ao telefone com Osvaldo

- Também farei a minha parte, isso será definivo para a relação de Carlos Daniel e Paulina - respondeu ele, do outro lado da linha

- Aqueles idiotas! -resmungou Paola- Mas vão pagar caro, e espero que você não falhe! - disse, desligando o telefone na cara de Osvaldo

==============  México: Quarto de Paulina =============

Carlos Daniel acordou, e ainda abraçado com a amada, colocou a mão no bolso e verificou as horas em seu celular.

- Meia noite, acho que dormi um pouco demais. - disse baixinho para não acordar Paulina

Ele ficou observando seu sono, até que percebeu que ela estava bastante agitada.

- NÃO PODE SER, NÃO! - gritou Paulina, despertando

- O que foi? - perguntou, preocupado

- Tive um pesadelo! Paola dizia que éramos irmãs e me ameaçava com uma arma para que eu te deixasse, dizia que me odiava, coisas horríveis! - contou, tudo de uma vez

- Fica tranquila, foi exatamente isso, apenas um pesadelo. - disse acariciando o rosto dela

- Mas e quando Paola voltar? Ela é perigosa, pode nos fazer mal!

- Meu amor, você conhece a Paola? Por que diz isso?

Paulina havia tentado fugir desse assunto antes, mas agora era hora de Carlos Daniel saber o principal motivo da ida dela para a capital.

- Carlos Daniel, tem algo que você ainda não sabe. Não encontrei o momento adequado para te dizer antes, mas você precisa saber. Eu conheci Paola em Cancun por acaso, acabei sendo garçonete na festa de aniversário dela, e lá me ofereceu dinheiro para que eu a substituísse na casa dela...

Carlos Daniel olhava com atenção para Paulina. Ela parou de falar por um momento, esperando alguma reação dele, que apenas fez sinal com a cabeça para que ela continuasse a contar.

- Eu não sabia que a "casa" da qual ela se referia era a sua casa, muito menos que você é marido dela. Mesmo assim, obviamente me neguei. Então ela me fez ameaças e depois me humilhou na frente de todos, foi a pior vergonha que passei. Como se fosse pouco, quando cheguei em casa, me deparei com minha mãe falecida. Tudo isso fez com eu tomasse a decisão de vir para cá. - concluiu

Após ouvir tudo isso, Carlos Daniel permanecia parado, incrédulo com os fatos.

- Como ela pôde? - disse ele, em seus olhos era possível notar a raiva que sentia de Paola nesse momento

- Não sei, mas tenho medo que ela volte para nos atormentar!

- Deve ter sido muito duro pra você, além de tudo isso ainda teve que suportar a perda de sua mãe... mas nem mesmo Paola poderá nos separar, e se ela tentar algo contra você, eu te protejo. - afirmou, abraçando Paulina

- A carta! - exclamou ela, meio de repente

- Que carta?

- Sabe, hoje quando Leda disse que eu e Paola só poderíamos ser irmãs gêmeas, senti algo diferente. Agora recordando tudo isso, me lembrei que minha mãe antes de morrer me escreveu uma carta, talvez nela eu possa encontrar respostas. - disse levantando-se rapidamente e procurando em suas coisas a tal carta

- Aqui está! - falou ela, mostrando para Carlos Daniel um envelope branco

- Gostaria de ficar sozinha para lê-la? - perguntou Carlos Daniel, atencioso

- Não, pelo contrário, sua presença me dá forças para que eu possa enfrentar qualquer coisa que seja que estiver escrita aqui. Podemos ler juntos?

- Claro minha vida, se prefere assim...

Paulina então sentou-se em um sofá que havia no quarto e fez sinal para que Carlos Daniel sentasse ao seu lado. Abriu o envelope, pegou a folha e começou a ler em voz alta:

"Querida Paulina

Se me calei durante todos esses anos, foi por medo de que você soubesse a verdade. Mas não poderia morrer sem antes te contar esse segredo.
 

Quando jovem, eu trabalhava como empregada na casa de uma família muito rica, os Montaner. Me apaixonei pelo filho da minha patroa, uma senhora sem escrúpulos nem piedade com ninguém.
 

Ela jamais aceitou nossa relação, vivemos um amor as escondidas durante um certo tempo. Até que ela soube que eu estava grávida. A partir daí, me expulsou da casa dela e minha vida se tornou um inferno. Quanto ao seu pai, ela o convenceu de alguma maneira a me deixar.
 

Fiquei só, desamparada. Quando você nasceu, iluminou minha vida. Me virei de todas as formas possíveis para te criar.
 

Anos depois, essa senhora voltou a me procurar e eu soube que não havia tido só uma filha, e sim duas. Uma ela havia roubado na maternidade e estava à seus cuidados. Quis recuperá-la, mas percebi que a menina vivia em tão boas condições, que não tive coragem de tentar conseguir a guarda dela, afinal tinha o direito de viver com conforto, já que para você eu não pude proporcionar. Não seria justo condenar vocês duas a esse destino.
 

Não sei com que intenção essa mulher me roubou uma filha, mas me perdoe se fui injusta com você, Paulina. Naquele momento achei que seria o melhor a se fazer.
 

Se quiser, procure sua irmã gêmea, deixo aqui escrito o pouco que sei sobre ela: Somente o nome, ela se chama Paola Montaner."