Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

SORRY PELA DEMORA GENTE.



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Em sua saída, Freddie foi alertado pelos porteiros de que Sam estava preocupada e havia os ordenado para não o deixarem se retirar. O moreno conseguira desviar a atenção dos porteiros e saíra sem o seu carro de mesma forma. Se sentia melhor por saber que mesmo depois do fato ocorrido, a loira ainda se preocupasse com suas atitudes. Em seu caminho para tal lugar, sorrira em lembrança do beijo que roubou-lhe, mas isso não lhe fora o bastante. Cada passo dado à frente, o fazia estar entre enigmas maiores e ainda mais complexos que os anteriores.

Fizera tempo que não caminhara observando as atrações da cidade. Ainda era manhã, não havia tanta aglomeração de pessoas ou tanto congestionamento. Os carros apenas, uma vez ou outra, passavam naquela pista, em velocidade média. Aquela era a Seattle que ele conhecia, desde seus dez anos de idade. O cenário de todas as experiências de um jovem tão egocêntrico e orgulhoso que, porventura, logo aprendeu que o mundo o pertencia, assim como aquela cidade sempre o pertenceu. Mas a cidade não era somente sua, ela pertencia a outras pessoas também. Talvez sua mente e suas cognições não compreendessem, porque suas observações nem sempre eram tão explicáveis.

Flash Back — anos antes.

Era uma madrugada, e ele era um jovem de ainda dezoito anos. Poderia estar de frente à televisão, ou em um cinema assistindo filmes pornográficos com seus amigos — apesar de não ter muitos, ou se drogando, realizando suas atividades da faculdade, mas nada disso fazia. Ele planejava uma surpresa para alguém que amava muito.

Carly estava em sua viagem, em Paris, da qual Sam tinha a certeza de que Freddie queria fazer junto à ela, mas a morena evitou ter de escolher um dos dois para acompanhá-la, enfim. Eram só eles dois em Seattle e haviam terminado há três meses.

Já eram quase três da manhã, mas não se importava. Pela pressa que andava, já chegava na fachada da casa de sua "ex-namorada", o que ele mesmo garantia que não duraria muito. Chegando à porta, pressionou a campainha.

— Sam?

— Pensei que dormia às seis da tarde. O que faz aqui? — O olhou desanimadamente.

— Vim aqui porque...

— Porque...? — Mostrou-se entediada, completando sua frase.

— Qual é, Sam, você sabe que é minha.

— É o quê?

— Eu sou seu, e você é minha. Não há orgulho que omita.

— Jura? E se eu te mandasse ir embora agora da minha casa e... — O moreno aproximou-se de sua face.

— E? — perguntou.

— E se eu...

— Eu sei que não pode resistir. — Aproximou-se dela, fazendo seus lábios se tocarem rapidamente.

— Você tem cinco segundos para correr — indagou a loira.

— Não tenho medo de você, tenho dezoito anos.

— Por que não teria medo de mim? — Lançou-lhe um olhar ameaçador.

— Eu sei bem o que ameniza sua raiva...

— Vá embora, Freddie!

— Se eu for embora, irei para sempre.

— Adeus.

— Sério?

— Sem dúvidas.

— Vai mesmo me deixar ir? Pode se arrepender.

— Não vou Benson.

— Jura mesmo?

— Quer que eu convoque a assembléia?

— Não é preciso, mas tem certeza que...

— Agora já perdi a paciência.

— Adeus — ele afirmou devagar e andando para trás lentamente, despedindo-se, se é que isso poderia chamar-se despedida. A porta fechou-se.

Depois de dez segundos encarando a porta, ela se abre, e o moreno reaparece, não hesitando em tocar seus lábios. Eles já estavam juntos, e perdiam-se uns nos outros. Suas mãos se entrelaçavam e percorriam-se de mesma maneira que a sintonia de seus lábios dançava. Uma madrugada de quinta-feira. Uma madrugada que, para eles, durara para sempre.

[...]

As horas passavam, já eram quase dez da manhã. Todos esses minutos, segundos, instantes; passaram-se dentre cognições para ele. Olhava para o céu, era um dia nublado. As nuvens revestiam todas as partes da imensidão que recobria a cidade, e isso o relembrava de suas atitudes, sempre tão privadas. O Sol não mostrava-se, assim como seu verdadeiroeu.

De um ponto bem alto da estrada que interligava Seattle até a área central de Washington, via um penhasco. A ânsia de atirar-se dali fora imensa, e, momentaneamente, tomara esta decisão. Perguntava-se se seria capaz de deixar sua vida por tudo aquilo que passara, mas não o fez. Capaz seria, mas algo vibrou em seu bolso. Obviamente era seu aparelho telefônico, uma chamada desconhecida estava à espera.

— Olá? —o médico pronunciou, identificando-se.

— Bom dia Doutor. — O moreno assustou-se.

— Venho dizer-lhe algo de extrema importância sobre sua mulher.

— Do que trata-se?

— Os exames de Samantha não sucederam-se como antes.

[...]

"Fazia tempo que eu não me sentia bem o suficiente para trabalhar pela manhã."

— Senhorita Samantha? — A advogada adentrou a sala.

— Um bom dia.

— Para você também... Os papéis do divórcio já foram esquematizados e finalizados.

Nunca quis ouvir algo como isso em toda a minha vida.

— Tudo bem.

E assim ela retirou-se.

Samantha revirou os olhos e mostrou atenção às suas mãos, onde estava uma taça de vinho, da qual bebera. A loira adorava beber leves doses à manhã, era algo que a aliviava. Era um costume bem antigo, e conhecia todos os tipos de bebidas quentes, vinhos tintos e vinhos brancos.

Ajustando-se em sua poltrona, tudo parecia bem, mas não completamente. Cinco minutos depois, ela começara a sentir dores em todo o seu corpo. Um sono a consumiu profundamente, e sentiu algo muito forte percorrer sua espinha. Suas mãos trêmulas, descontrolavam-se. Ela nunca havia soado tanto antes. Sentiu o controle de seu corpo fluir, tornando-se desacordada.

[...]

Em sua casa, a bela jovem de cabelos negros, Carly Shay, ocupava-se cuidando de sua filha, que estava apenas no auge de seus dois anos.

A morena estivera afligida nas últimas horas, desde que saíra do restaurante. Sentia como se traísse seu marido, mesmo três meses depois de sua morte. Podia bem recomeçar um relacionamento, mas não era o momento ideal, ainda sentia-se como se ele estivesse ali, a observando em tudo que fazia. Harold era bonito, educado, bem-humorado e um ótimo homem para ela, mas ela mesma sabia que sua paixão sempre foi por Sam, e não por ela. Eles nem ao menos se conheceram devidamente, fora algo fútil. Era apenas sexo e não definiria um relacionamento.

Mas algo dentro de Carly a despertava. Ela havia gostado de conhecer o rapaz, mas sua consciência não a permitia... Não sabia a que seguir.


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Notas finais do capítulo

O capítulo ficaria maior, mas tive uns problemas.