Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, resolvi que irei postar oficialmente em todas as sextas. Combinado? Se eu puder, posto mais rápido às vezes.



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Depois que a serviçal chegara em seu apartamento, Carly deixara sua filha à seus cuidados, retirando-se de lá. Ainda não estava acostumada com o clima e ambiente de Seattle, fizera poucas semanas que saíra de New Jersey. Naquela manhã, que logo daria lugar para a tarde, fazia um Sol leve na cidade, o que transmitia uma boa sensação a morena. Andava um pouco submersa em suas cogitações, e elas permaneciam as mesmas desde que havia saído de tal restaurante.

A trajetória de seus passos, desacelerando-se em cada instante, permitia que ela sentisse o calor do Sol bater em seu corpo, lhe dando uma leveza cada vez maior. Com seus olhos fitando o chão, observava a sombra das árvores e as folhas espalhando-se por todas as partes da calçada, serenamente. A chuva da noite anterior transformou-se em algo bom ao nascer do dia. Sorrira ao admirar a beleza da paisagem, até que se lembrara de tudo que vivera por aquelas ruas tão belas, tais que ela nem sequer dera o devido valor.

Vivendo apenas com a herança de seu falecido marido, a jovem viúva não sabia quando aguentaria voltar com Rachel até New Jersey, revendo a casa que dividia com sua família, que acabou-se de maneira tão drástica e infeliz. Ela sentia que ainda podia vê-los e tocá-los, estavam em todas as partes, eram o caminho que ela andava, formavam o resto das razões pelas quais ela sobreviveu por tantos anos, depois de um acidente que quase acabou definitivamente com sua vida. Lágrimas não podiam exprimir o bastante para acalmar seu sentimental, e não poderiam, por um longo tempo.

Todos aqueles pensamentos que pôde reviver em uma curta caminhada, finalizaram-se quando decidiu que precisava visitar Sam. E, não era para desabafar, e sim para ouvi-la e escutá-la, pois não queria que a loira passasse por um inferno assim como ela passou... Apenas estava tentando ajudá-la, e não teria medo de intrometer-se em algo que resolveria em fim de contas. O maior sentimento que ainda podia guardar, era o de pensar sempre nas situações dos outros antes de aceitar apenas a sua filosofia sobre os fatos. Queria consertar todos os seus anos de egoísmo e esquecer os seus problemas, mas ela não previa os acontecimentos.

[...]

— Bom dia, posso falar com Samantha? — indagou diante da secretária.

— Acho que ela não encontra-se ocupada, pode adentrar a sala. Venha comigo.

— Na-não... Eu mesma vou até lá sozinha, por favor.

— Tudo bem, como chama-se?

— Carlotta Taylor Shay, ou mais precisamente, Carly. Sou uma grande amiga dela.

— Ótimo! Se precisar de algo estarei aqui, senhorita Shay.

— Obrigada, solicito sua presença se necessário. — Sorriu demonstrando simpatia e assim direcionou-se até seu destino.

Andou à frente e encontrou-se em tal sala. Girou a maçaneta e lhe arrastou, ouvindo um leve ranger da porta. Bateu levemente na madeira e esperou uma reação, mas não foi retribuída. Então, resolveu adentrar o cômodo de uma vez, espantando-se quando podia contemplar a cena da loira desacordada com com um copo de vinho em suas mãos, a bebida ainda derramava-se sobre o tapete de maneira contínua. Isso a fez desesperar-se.

— O que aconteceu aqui? Sam, acorde! — A balançava.

Ouvindo seus gritos histéricos, logo um homem, que não assemelhava-se a um funcionário, aproximou-se e resolveu averiguar o ocorrido.

— O que houve, senhorita?

— Ela desmaiou!

— Como?

Olharam-se fixamente e desesperadamente, como se sentissem o mesmo. Por um momento calaram-se... Eles já haviam se encontrado antes.

— Precisamos levá-la para emergência — Carly cortou o silêncio.

— Não será necessário. Basta uma toalha umedecida.

[...]

— Carly? — Abrira os olhos.

— Sam, como se sente?

— Me sinto um pouco tonta. Onde estamos?

— Em sua casa. Você desmaiou enquanto trabalhava, então com a ajuda de um homem da empresa, lhe trouxe até aqui.

— Claro... O problema é que há algo estranho em mim. Eu sinto algo estranho.

— Como assim?

— Não sei se posso detalhar, mas não me sinto exatamente bem. Meus olhos não veem com perfeição, minha mente não está processando como antes. Estou enjoada e posso vomitar a qualquer momento, muito cansada e desanimada.

— Vo-você... Você pode estar grávida?

— Não... Disso tenho certeza. Descarte a opção.

— Ma-mas, pode ser qualquer coisa. Eu garanto que gravidez é uma das opções e... isso pode mudar sua vida, seu casamento, pode ser a melhor coisa!

Sam tentara a interromper, mas não conseguira por um longo tempo.

— E então você seria finalmente feliz, eu preciso de um teste agora, neste exato momento. Sua menstruação está atrasada?

— Eu sou estéril, Carly.

Eu podia jurar que ela não esperava que dissesse-lhe algo como aquilo.

[...]

Um tanto impaciente, Freddie caminhava até o hospital, onde ouviria explicações sobre o caso de Sam. Não gostava de saber que algo a estava acontecendo, queria salvar o que ainda lhe restava de sabedoria para consegui-la outra vez. A maneira como o clínico lhe pronunciava o fato não parecia-lhe sutil ao telefone.

— Senhor Benson... pode entrar — ele pronunciou.

— Diga-me.

— Acho que deve esquecer um pouco de si, e preocupar-se com ela.

— Seja objetivo, por favor.

— Não sei se será forte demais para o senhor, então prefiro declarar que deve manter-se ao lado dela. Não trata-se de objeção, é algo delicado o bastante para deixar-lhe perplexo.

— Eu aguento ouvir o que tem a dizer, só sabendo poderei ajudá-la de fato.

Ele me entregou os exames, e daquilo não entendia nem a metade, claramente, compreendia ainda menos. Não podia controlar meu nervosismo diante de tais informações.

— O que todos estes dados significam? O que está acontecendo com a vida da mulher que eu amo?

— Os exames, desde sua última visita há menos de três meses, alteraram-se completamente e outros dados apontaram futuras tragédias.

— O que quer dizer?

— Há algo a ameaçando de maneira drástica.

— Como pretende resolver isso?

— É aí que deveríamos chegar desde o início. Não há cura para o problema que ela desenvolveu.

— Não posso acreditar que não haja algo que possa reverter a situação...

— A expectativa de vida de sua mulher não é a mesma. Estudei isso por um período e levei seus exames até a análise, o resultado foi raríssimo. Não há explicações para o que ela contraiu, e se não há explicações, de mesma forma não haverá cura.

— Mas o que eu devo fazer?

— Não há nada a nosso alcance.

— Se houver alguma chance, eu juro que faço o que for preciso.

— É tarde.

— Só me responda uma coisa. Quanto tempo ela ainda tem?

[...]

"Eu pensava que já havia a perdido, mas agora iria lhe perder para sempre. E nunca mais a traria de volta outra vez, eu desperdicei todas as minhas chances..."


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me desculpem se ficou meio confuso, prometo que o próximo será melhor.