Inexplicável escrita por Pear Phone
Notas iniciais do capítulo
Bom gente, resolvi que irei postar oficialmente em todas as sextas. Combinado? Se eu puder, posto mais rápido às vezes.
Depois que a serviçal chegara em seu apartamento, Carly deixara sua filha à seus cuidados, retirando-se de lá. Ainda não estava acostumada com o clima e ambiente de Seattle, fizera poucas semanas que saíra de New Jersey. Naquela manhã, que logo daria lugar para a tarde, fazia um Sol leve na cidade, o que transmitia uma boa sensação a morena. Andava um pouco submersa em suas cogitações, e elas permaneciam as mesmas desde que havia saído de tal restaurante.
A trajetória de seus passos, desacelerando-se em cada instante, permitia que ela sentisse o calor do Sol bater em seu corpo, lhe dando uma leveza cada vez maior. Com seus olhos fitando o chão, observava a sombra das árvores e as folhas espalhando-se por todas as partes da calçada, serenamente. A chuva da noite anterior transformou-se em algo bom ao nascer do dia. Sorrira ao admirar a beleza da paisagem, até que se lembrara de tudo que vivera por aquelas ruas tão belas, tais que ela nem sequer dera o devido valor.
Vivendo apenas com a herança de seu falecido marido, a jovem viúva não sabia quando aguentaria voltar com Rachel até New Jersey, revendo a casa que dividia com sua família, que acabou-se de maneira tão drástica e infeliz. Ela sentia que ainda podia vê-los e tocá-los, estavam em todas as partes, eram o caminho que ela andava, formavam o resto das razões pelas quais ela sobreviveu por tantos anos, depois de um acidente que quase acabou definitivamente com sua vida. Lágrimas não podiam exprimir o bastante para acalmar seu sentimental, e não poderiam, por um longo tempo.
Todos aqueles pensamentos que pôde reviver em uma curta caminhada, finalizaram-se quando decidiu que precisava visitar Sam. E, não era para desabafar, e sim para ouvi-la e escutá-la, pois não queria que a loira passasse por um inferno assim como ela passou... Apenas estava tentando ajudá-la, e não teria medo de intrometer-se em algo que resolveria em fim de contas. O maior sentimento que ainda podia guardar, era o de pensar sempre nas situações dos outros antes de aceitar apenas a sua filosofia sobre os fatos. Queria consertar todos os seus anos de egoísmo e esquecer os seus problemas, mas ela não previa os acontecimentos.
[...]
— Bom dia, posso falar com Samantha? — indagou diante da secretária.
— Acho que ela não encontra-se ocupada, pode adentrar a sala. Venha comigo.
— Na-não... Eu mesma vou até lá sozinha, por favor.
— Tudo bem, como chama-se?
— Carlotta Taylor Shay, ou mais precisamente, Carly. Sou uma grande amiga dela.
— Ótimo! Se precisar de algo estarei aqui, senhorita Shay.
— Obrigada, solicito sua presença se necessário. — Sorriu demonstrando simpatia e assim direcionou-se até seu destino.
Andou à frente e encontrou-se em tal sala. Girou a maçaneta e lhe arrastou, ouvindo um leve ranger da porta. Bateu levemente na madeira e esperou uma reação, mas não foi retribuída. Então, resolveu adentrar o cômodo de uma vez, espantando-se quando podia contemplar a cena da loira desacordada com com um copo de vinho em suas mãos, a bebida ainda derramava-se sobre o tapete de maneira contínua. Isso a fez desesperar-se.
— O que aconteceu aqui? Sam, acorde! — A balançava.
Ouvindo seus gritos histéricos, logo um homem, que não assemelhava-se a um funcionário, aproximou-se e resolveu averiguar o ocorrido.
— O que houve, senhorita?
— Ela desmaiou!
— Como?
Olharam-se fixamente e desesperadamente, como se sentissem o mesmo. Por um momento calaram-se... Eles já haviam se encontrado antes.
— Precisamos levá-la para emergência — Carly cortou o silêncio.
— Não será necessário. Basta uma toalha umedecida.
[...]
— Carly? — Abrira os olhos.
— Sam, como se sente?
— Me sinto um pouco tonta. Onde estamos?
— Em sua casa. Você desmaiou enquanto trabalhava, então com a ajuda de um homem da empresa, lhe trouxe até aqui.
— Claro... O problema é que há algo estranho em mim. Eu sinto algo estranho.
— Como assim?
— Não sei se posso detalhar, mas não me sinto exatamente bem. Meus olhos não veem com perfeição, minha mente não está processando como antes. Estou enjoada e posso vomitar a qualquer momento, muito cansada e desanimada.
— Vo-você... Você pode estar grávida?
— Não... Disso tenho certeza. Descarte a opção.
— Ma-mas, pode ser qualquer coisa. Eu garanto que gravidez é uma das opções e... isso pode mudar sua vida, seu casamento, pode ser a melhor coisa!
Sam tentara a interromper, mas não conseguira por um longo tempo.
— E então você seria finalmente feliz, eu preciso de um teste agora, neste exato momento. Sua menstruação está atrasada?
— Eu sou estéril, Carly.
Eu podia jurar que ela não esperava que dissesse-lhe algo como aquilo.
[...]
Um tanto impaciente, Freddie caminhava até o hospital, onde ouviria explicações sobre o caso de Sam. Não gostava de saber que algo a estava acontecendo, queria salvar o que ainda lhe restava de sabedoria para consegui-la outra vez. A maneira como o clínico lhe pronunciava o fato não parecia-lhe sutil ao telefone.
— Senhor Benson... pode entrar — ele pronunciou.
— Diga-me.
— Acho que deve esquecer um pouco de si, e preocupar-se com ela.
— Seja objetivo, por favor.
— Não sei se será forte demais para o senhor, então prefiro declarar que deve manter-se ao lado dela. Não trata-se de objeção, é algo delicado o bastante para deixar-lhe perplexo.
— Eu aguento ouvir o que tem a dizer, só sabendo poderei ajudá-la de fato.
Ele me entregou os exames, e daquilo não entendia nem a metade, claramente, compreendia ainda menos. Não podia controlar meu nervosismo diante de tais informações.
— O que todos estes dados significam? O que está acontecendo com a vida da mulher que eu amo?
— Os exames, desde sua última visita há menos de três meses, alteraram-se completamente e outros dados apontaram futuras tragédias.
— O que quer dizer?
— Há algo a ameaçando de maneira drástica.
— Como pretende resolver isso?
— É aí que deveríamos chegar desde o início. Não há cura para o problema que ela desenvolveu.
— Não posso acreditar que não haja algo que possa reverter a situação...
— A expectativa de vida de sua mulher não é a mesma. Estudei isso por um período e levei seus exames até a análise, o resultado foi raríssimo. Não há explicações para o que ela contraiu, e se não há explicações, de mesma forma não haverá cura.
— Mas o que eu devo fazer?
— Não há nada a nosso alcance.
— Se houver alguma chance, eu juro que faço o que for preciso.
— É tarde.
— Só me responda uma coisa. Quanto tempo ela ainda tem?
[...]
"Eu pensava que já havia a perdido, mas agora iria lhe perder para sempre. E nunca mais a traria de volta outra vez, eu desperdicei todas as minhas chances..."
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram? Me desculpem se ficou meio confuso, prometo que o próximo será melhor.