Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Vamos ao texto. Desculpem se demorei, quero agradecer a companhia kjadsnlkfjf :)



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Enquanto isso, uma Carly completamente exausta e fora de si acordara em um lugar que nunca houvera visitado antes. Era completamente cercado por panelas, sentiu o cheiro de óleo de cozinha predominar em suas narinas lentamente. Percebendo o que estivera em sua volta, piscou levemente os olhos e levantou-se, quando deu-se conta de sua nudez. Levou o lençol ao corpo, cobrindo-o, e desejou que aquilo não passasse de um simples sonho; tal desejo que não realizou-se. Ao olhar para sua direita, vira um homem — na mesma situação que ela — e logo foi capaz de deduzir o que acontecera na noite passada. Não conseguiu controlar seus nervos, e gritou bem alto, o mais alto possível para acordá-lo. O álcool fazia tudo transformar-se em um branco total dentro de sua mente, o possível para fazê-la ter a certeza de que nunca esteve naquela localidade antes, ou que nunca conheceu Harold.

— O que aconteceu? — ele perguntou assustado com os gritos da jovem de cabelos negros.

–Co-como eu... Como você, nós... fizemos amor?

— Não lembra-se de nada? — indagou, mostrando que guardara a noite passada em sua memória.

— Você abusou de mim!

— Não, eu não fiz isso. Você já é bem grandinha e sabe o que aconteceu aqui — afirmou a fazendo corar.

— Tudo que posso lembrar-me é que parei em um estabelecimento de culinária para amarrar meus sapa... — Suas pupilas dilataram-se, agora tudo parecia claro.

— Sim. Então eu lhe convidei para tomar um banho aqui, já que estava completamente suja. Você aceitou, e após isso consegui lhe convencer de que jantasse comigo. Jantamos, e nos conhecemos melhor. Nos empolgamos muito com a conversa e dividimos copos, taças, quando nos demos conta, já eram garrafas de vinho. Por um momento paramos de falar e, passamos para a segunda fase das consequências do teor alcoólico, se é que entende... Nossas roupas se encontram no chão e agora estamos eu e você, nus em um quarto.

— Não é preciso que diga tudo, poupe-me. — Carly suplicou, e com o lençol ainda lhe revestindo, andou até o banheiro.

Durante o caminho, percebeu que havia um corredor, do qual não recordava-se. Observou todos os arredores que nele estavam, e encontrou uma foto que chamou sua atenção. Ao aproximar-se do retrato, viu que aquela era Sam. Em sua mente voltaram-se todos os pensamentos da manhã anterior, e culpou-se gravemente por tal descoberta. Ele não era apenas o Harold que havia passado a noite com ela, era o Harold, melhor amigo de faculdade da loira, do qual Sam havia citado depois de encerrar aquela ligação. Levou as mãos ao coração e vestiu suas roupas o mais rápido que pôde. Assim quando finalmente saiu de lá, sentiu mãos puxarem fortemente seu braço.

— Não gostou da noite que passamos?

— Me desculpe Harold, eu agradeço de verdade por tudo que fez por mim, mas eu não posso ficar. — Seus lábios aproximaram-se, encontrando-se uma distância em que facilmente poderiam tocar-se, mas a morena se afastou e largou as mãos do loiro.

Carly virou-se de costas e permitiu que uma lágrima caísse de seus olhos, percorrendo seu rosto e queimando suas bochechas avermelhadas.

[...]

"— Então você é a vadia que dormiu com o meu marido?"

A mulher do outro lado da linha assustou-se, ouvindo a interrogação da loira.

— Me desculpe, mas nem sequer conheço seu marido.

— Então está com o celular dele por qual motivo? Não sou tão ingênua, é melhor que você não fale onde está, ou...

— Acalme-se, por favor!

— Não preciso de revólveres, já vou avisando! Me diga logo o que está fazendo com o celular do meu marido... — ameaçou.

— Primeira coisa, seu marido está dormindo na frente de meu bar. Ele passou a noite aqui, a senhora deveria saber.

— Isso não lhe dá o direito de pegar o celular dele.

— Eu estou lhe ligando para a informar do que aconteceu com ele, mas já que preferia que ninguém a avisasse...

— N-não, não desligue. Onde ele está? — Sua voz mudou para um tom de preocupação.

Então ela ditou-lhe o endereço, e Sam já era guiada pela ânsia de vê-lo e ter a certeza de que nada estava o acontecendo. Andou rapidamente e passou pelos portões de maneira repentina, sem dar satisfações aos empregados.

Dirigiu atingindo a velocidade mais alta que pudera e quase atropelara tudo que vira por sua frente. Na verdade, não havia aglomeração de carros no trânsito, pois ainda não passavam das sete da manhã naquele dia.

Quando chegou no local ditado, faltou-lhe ter um colapso nervoso ao contemplar a cena de tal mulher ajudando Freddie.

— O que está acontecendo aqui?

— Aqui está o seu marido, senhora.

— Não vou dizer-lhe o que acho — afirmou a olhando de cima a baixo. — E você... Freddie você quer me matar?

— Achava que não consideraria o fato de ter dormido aqui.

— Vamos embora. — Ela segurou sua mão.

[...]

— Por que fez isso? — ela o perguntou, de início.

— Eu não sei. Sinceramente, eu não sei.

— Não fiquei bem quando me dei conta de que não dormiu em casa hoje, eu pensei muitas coisas que não deveria.

— Eu não sei se tudo isso pode estar certo. Não sei se tudo isso deve realmente acontecer com nós dois.

— De qualquer forma, eu preciso ir agora — a loira disse, tentando fugir de tal assunto.

— Eu não quero te perder. Você é a única coisa que eu tenho... — Sem hesitar, ele a puxou de maneira súbita e a beijou. Seus lábios abriam espaços e deslizavam uns sobre os outros, assim aprofundando-se, conforme ela arranhava sua nuca, a cada instante contado sobre os ponteiros do relógio. Seus fôlegos cansados encontravam-se e quase perdiam-se em meio a tensão que suas línguas compartilhavam. Fora algo inesperado, e talvez inoportuno, mas o simples prazer de compartilhar suas bocas já houvera sido algo inesquecível.

— Você não me perderia, se não quisesse — foi tudo que ela disse, antes de deixar o quarto.

Nada deixaria de existir tão facilmente, as mágoas não podem esgotar-se apenas com algumas palavras ou atitudes.

Alguns minutos depois de sua saída, Freddie também saiu. Iria faltar seu trabalho naquela tarde, talvez não só exatamente naquela tarde.

Só podemos resolver algo quando acabamos com o que nos faz mal. Não havia quem orientar-me, então eu mesmo resolvi seguir minha consciência, mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

O drama está começando a surgir, vocês vão ver.Não esqueçam de comentar baby's!