Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 5
Capítulo 5.




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__ Annabeth! – disse surpreso soltando as malas – O que faz aqui? C-Como descobriu onde eu moro?
__ Coincidência – ela deu de ombros – Eu estava saindo do café e vim andando nessa direção para ir a estação de metrô, quando vi Sally passando mal
__ Mãe! – corri até o sofá onde minha mãe estava deitada – O que houve?
__ Ela teve uma crise de hipertensão – disse o médico – Ela vai ficar bem, só tem que ficar de repouso e tomar os remédios corretamente
__ Mãe... Você não tomou seus remédios hoje? – perguntei afagando seus cabelos com carinho
__ Estava tão ansiosa porque você voltaria que fui ao mercado e acabei esquecendo o remédio – ela tinha a mão na minha bochecha – Me desculpe filho, se não fosse por Annabeth

Olhei para ela com gratidão e ela sorriu em resposta

__ Já vamos indo, sua mãe já foi medicada hoje, caso ocorra algum imprevisto leve ela no hospital mais próximo, ok? – falou o médico
__ Sim senhor, muito obrigado – agradeci

Os dois deixaram o apartamento deixando eu, minha mãe e Annabeth a sós, minha mãe bocejou apresentando um claro sinal de cansaço e sono.

__ Acho que vou indo – disse Annabeth se levantando – Até mais Sally!
__ Até mais querida – minha mãe acenou
__ Espere, eu te acompanho até o metrô – olhei para minha mãe
__ Vá garoto, eu vou ficar bem – ela sorriu

Acenei positivamente com a cabeça e segui Annabeth até o elevador.

__ Hum... Muito obrigado – eu disse acanhado
__ Tudo bem Percy, qualquer um teria feito o mesmo – ela sorriu
__ Não sei... Normalmente as pessoas de NY andam umas pelas outras como se elas não existissem – comentei
__ Então você, como cidadão de NY não ajudaria uma senhora passando mal na rua? – ela me olhou com espanto
__ Claro que não – eu ri – Claro que eu ajudaria, onde já se viu?!
__ Que bom, pensei que você fosse como os típicos cidadãos de NY – ela cruzou os braços e riu para mim
__ Com certeza não sou – olhei para ela e nossos olhares se cruzaram
__ Hã... Bem – ela enrubesceu – Acho que chegamos
__ Sim, sim, chegamos – segurei a porta do elevador – Primeiro as damas
__ Que cavalheiro
__ Principalmente com as damas que merecem o cavalheirismo – disse sem pensar
__ Percy... – ela abaixou o olhar – Olha...
__ Annabeth, eu já entendi, você está namorando, eu disse sem pensar, desculpe – passei a mão nos meus cabelos, nervoso
__ Não estou namorando mais – ela enrolou uma mexa do seu cabelo solta
__ O QUÊ?! – disse um pouco exaltado – Eu sinto muito
__ Você mente muito mal – ela me olhou balançando a cabeça
__ Não foi uma mentira – fiz cara de ofendido
__ Não... Imagina – ela me pegou pelo braço – Vamos, você ainda tem que me levar no metrô!

Andamos em silêncio, muitas vezes nossos braços se tocavam, eu me afastava contra minha vontade. Queria perguntar o motivo do término do namoro, mas sempre que eu abria a boca fechava antes de emitir algum som, andamos duas quadras e chegamos a plataforma.

__ Então é isso... Até mais então Percy – ela bateu a mão no meu ombro
__ Acho que sim, até mais – eu dei um sorriso sem graça
__ Até – ela me deu as costas encaminhando-se aos assentos
__ Annabeth! – chamei

Ela se virou

__ Sim? – ela me olhou com um olhar inocente
__ Você não quer sair comigo? Como... Amigos, é claro – isso soou ridiculamente ridículo
__ Eu não sei Percy – ela passou a mão pelo braço
__ Juro juradinho que será apenas como amigos, vai poxa, por favor – fiz cara de pidão
__ Tudo bem vai... – ela relaxou os braços e suspirou
__ Eu te ligo?
__ Não! Eu te ligo!
__ Então espera ai que eu te passo o meu número – tateei os bolsos em busca de um papel
__ Não precisa, eu descubro sozinha – ela olhou para o metrô que acabava de parar – Até mais Percy...
__ Ei! – gritei

Acompanhei-a com o olhar andando pelo vagão, ela se sentou e virou-se para o lado de fora acenando para mim, dando tchau.

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Essa foi a volta para casa mais feliz do mundo, o barulho infernal do transito nova iorquino pareceu desaparecer, andei pelas ruas levitando de felicidade, ela tinha aceitado sair comigo. Cheguei rapidamente a minha casa, uma mão no meu ombro me puxou para trás assim que entrei no hall.

__ E ai cara – disse Grover – Saudades do meu amigo!
__ Grover! – o abracei – E ai cara, como você tá?
__ Eu to bem, mas e você? Parece que está bem melhor, o que houve? Qual o nome da gata? – ele socou os dois dedos indicadores na minha barriga me fazendo recuar
__ Porque diabos você sempre acha que tem uma garota envolvida na felicidade? – entramos no elevador e eu apertei o botão para o meu andar
__ Porque meu caro... São elas as únicas capazes de nos arrancar sorrisos tão idiotas – ele suspirou – Então... Como ela é?
__ Quem? – me fiz de desentendido
__ A GAROTA cara – ele me empurrou e eu o empurrei de volta – Qual é, não vai ficar de segredo com seu amigo aqui
__ Ela é linda – sussurrei
__ Então, quando ela vai vim te ver de novo? – disse ele mais entusiasmado que eu
__ Não sei, ela disse que me ligaria, mas acho que em breve, já sinto saudade do cheiro de limão dos cabelos loiros dela
__ Uhhhhhh – saímos do elevador com ele me dando soquinhos de animação – Loiras... Como ela chama? É surfista?
__ Annabeth ué e ela não é surfista, ela vai ser arquiteta – disse como se fosse uma coisa óbvia
__ Annabeth Chase? Você tá falando é dela? – Grover bateu na testa – Poxa cara, eu tava achando que você falava de alguma garota de Long Island! Sai dessa...
__ Porque sai dessa? Annabeth é uma garota legal – eu disse

Entramos no meu apartamento e minha mãe já não estava mais na sala, provavelmente havia ido se deitar. Grover – como já era de casa – jogou-se no sofá e ligou a TV

__ Annabeth é furada – ele disse
__ Porque você diz isso? – joguei uma lata de refrigerante pra ele
__ Porque ela e Luke não terminaram de forma amigável – ele olhava para TV fixamente
__ Como assim? – sentei ao lado dele
__ Foi quando você estava fora, Luke foi na faculdade busca-la e eles tiveram uma discussão feia até eu fiquei assustado
__ Tão feia quanto?
__ Tão feia que ela ficou uns dias sem ir a aula e ele disse que ele não ia desistir dela, parece que ela terminou com ele porque ele foi pro lado errado, se é que me entende
__ Entendo – me recostei na poltrona
__ Promete pra mim que vai ficar longe dessa garota – Grover agora estava de frente para mim
__ Grover...
__ Percy, esse Luke é furada, o cara tem pinta de bandido, você já reparou naquela cicatriz sinistra? Além do mais ele era do exército e agora está envolvido com gente errada, então se eu fosse você não mexeria com a mulher dele
__ Annabeth não é mulher dele! – esbravejei
__ E nem sua – ele rebateu
__ Ainda – o encarei com mais fúria
__ Ok... Eu desisto – ele levantou as mãos em sinal de rendição – Quem avisa amigo é! Vou nessa cara, só queria saber se você estava bem, tenho que pegar Júniper no trabalho para irmos num manifesto para mais verde em Manhattan
__ Você e ela estão juntos? – perguntei surpreso
__ Sim! Depois falamos sobre isso, falou Percy e pensa no que eu te disse!

Grover devia estar mesmo apressado ou se irritou com a minha teimosia, porque ele passou rapidamente pela porta. Recolhi sem muita animação a bagunça que eu havia deixado na sala – minhas malas – e passei parte do dia organizando tudo no armário, separando o que era para lavar ou não, quando olhei no relógio três horas haviam passado. Deixei que minha mãe descansasse mais um pouco enquanto eu preparava o almoço disfarçado de café da tarde, como eu não era como Sally Jackson na cozinha resolvi não sofisticar muito no prato, fiz um espaguete básico que daria para mim e minha mãe, a acordei com almoço na cama, tive que força-la a comer a primeira colherada porque após isso ela voltou a ser a de sempre, ou seja, alimentando-se muito bem.

Quando terminamos de almoçar ela permaneceu deitada acompanhando as noticias da tv do seu quarto enquanto eu me preocupava com a louça, após o término voltei ao seu quarto e deitei do seu lado, minha mãe me surpreendeu com a noticia de que estava namorando um tal de Paul, professor da sua antiga faculdade, eles haviam se esbarrado num desses cafés, saíram umas duas vezes e ele a pediu em namoro. Ela disse também que havia marcado um almoço para nos conhecermos daqui duas semanas, fiquei feliz por minha mãe, ainda que um pouco enciumado.

A noticia mais avassaladora do dia foi a de que ela havia visto meu pai pela cidade, que havia o visto entrando na faculdade que eu estudo. Será que ele estava procurando por mim? Pouco provável uma vez que vinte e um anos tinham se passado e ele sem dar nenhum sinal de vida. Deixei minha mãe sozinha, não queria perturbá-la com as minhas preocupações sobre meu pai.

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O dia do encontro com Paul passou rápido, minha mãe estava realmente muito ansiosa. Ela começou a preparar o almoço às sete horas da manhã, havia contratado uma faxineira que me expulsou do meu quarto em pleno dia de domingo. Fiquei enrolado na coberta, isolado em cima da cadeira até que as duas me deixassem mover pela minha própria casa. Minhas esperanças de sair com Annabeth já estavam indo pelo ralo, pensei em procura-la, mas evitei. Eu não queria forçar a barra. Meu celular começou a vibrar na bancada da cozinha, ameacei a levantar para pegá-lo.

__ NÃO! – berrou a faxineira – Eu pego

Ela foi à ponta dos pés até a cozinha, pegou o celular e o jogou para mim. Olhei na tela: número desconhecido. Atendi.

__ Oi Cabeça de Alga – disse Annabeth do outro lado da linha

Fiquei em silêncio recuperando o fôlego.

__ Percy? – ela chamou novamente
__ Oi Annie – respondi afoito
__ Ainda de pé aquela saída? – ela transpareceu a ansiedade na voz
__ Claro, que dia?
__ Hoje! Agora de preferencia!
__ Agora? – olhei para o relógio – Agora não vai dar
__ Poxa Percy...
__ Espera um minuto!

Tapei o telefone com minha mão.

__ MÃAAAE! POSSO CHAMAR UMA AMIGA PRA ALMOÇAR COM A GENTE? – berrei
__ Claro filho!

Voltei-me para o telefone

__ Quer almoçar aqui em casa hoje? – perguntei apreensivo
__ Claro! Alguma ocasião especial que exija uma roupa melhor?
__ Só o namorado da minha mãe que veio se apresentar, nada demais...
__ Então até daqui a pouco Percy! Beijos.


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