Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 6
Capítulo 6.




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A campainha soou insistentemente cerca de duas vezes até que minha mãe atendeu a porta – um pouco desesperada por sinal – sai do banheiro enrolado na toalha e espiei no corredor que dava para sala. Annabeth já havia chegado. Corri para meu quarto, pegando o típico jeans surrado que eu tinha escolhido para usar na ocasião, vesti uma camiseta regata, fui até o guarda roupas escolher uma camisa social para usar por cima. A minha predileta estava dobrada perfeitamente, eu adorava aquela camisa, especialmente porque minha mãe havia dito que eu parecia com meu pai quando a usava.

Comecei a vesti-la quando alguém bateu na porta abrindo-a para dar uma espiada.

__ Não ouse a vestir essa camisa horrorosa no dia em que vai conhecer o namorado de sua mãe, Percy Jackson – ela disse num tom sério
__ Qual o problema com ela? – olhei para a camisa
__ Parece que ela já foi lavada umas oitocentas vezes – ela entrou de vez no quarto e se virou para meu guarda roupas procurando outra camisa – Toma, veste essa!

Ela me jogou uma camisa azul marinho

__ Então, como ficou? – abri os braços e dei uma giradinha
__ Bem melhor – ela afirmou com o polegar direito – Vem cá para eu dar um jeito nesse cabelo rebelde

Sentei na beirada da cama, ela saiu do quarto e foi até o banheiro voltando com um pote de gel e um pente. Annabeth parou na minha frente e começou a trabalhar no meu cabelo, olhei para cima, seus cabelos estavam soltos exceto pelo lado esquerdo onde uma presilha em forma de flor prendia algumas mechas, os cachos dourados desciam perfeitamente até pouco abaixo de seus ombros, nos seus lábios um leve batom rosa dava uma tonalidade mais vívida ao seu rosto quase sem nenhuma maquiagem, ela usava um vestido floral que combinava com a estação que estávamos. Por fim ela colocou o pente na bancada ao lado da minha cama, pegou o espelho pequeno que estava preso na parede e levou até a minha pondo-o na minha frente.

__Então, o que achou? – ela apoiou os braços na cintura alá Superman
__ Bem... – eu disse sem jeito

Eu estava ridículo! Mas não é muito delicado da minha parte dizer isso para uma garota que eu estou afim, mas também não tinha como eu ficar com aquele penteado! Só não fiquei idêntico ao Alfalfa do filme os Batutinhas porque acho que ela não conseguiu fazer o topete no meio da cabeça.

__ Annabeth, eu estou ridículo – passei a mão no meu cabelo fazendo-o voltar ao velho penteado bagunçado – Assim fica bem melhor
__ Com certeza – ela riu
__ Você fez de propósito! Isso não se faz – ri com ela – O que te deu para me ligar assim do nada?
__ Ué, você não tinha me convidado para sair? Então! Só resolvi cobrar – ela sentou-se ao meu lado e deu de ombros
__ Entendo
__ Mas eu queria conversar sobre uma coisa com você também
__ O que seria? – olhei para ela curioso
__ É sobre o seu...

Annabeth foi interrompida por minha mãe, que é incrivelmente rápida e prática. Ela usava um vestido amarelo, seus cabelos estavam meio presos e meio soltos – não entendi o penteado – mas eu diria que ela estava mais linda que o normal. Para falar a verdade, estávamos parecendo aquelas famílias de comercial de margarina, todos felizes e sempre bem arrumados.

Não tive oportunidade de perguntar Annabeth o que ela tinha para me falar, fomos ajudar minha mãe a terminar de ajeitar as últimas pendencias do almoço. Paul foi mais pontual que um inglês, ao meio dia ele chegou trazendo uma torta de limão em uma mão e uma fábrica de suor na outra, porque assim que eu abri a porta e ele foi apresentado a mim e a Annabeth o vi secando as mãos várias vezes em sua calça.

__ Então... Vocês são namorados a quanto tempo? Sua mãe não tinha comentado isso comigo Percy – disse Paul atento ao pedaço de carne em seu prato

Minha mãe lançou um olhar silencioso que passou rapidamente por Annabeth até mim. Engasguei com minha comida e tossi descontroladamente, Annie dava tapinhas em minhas costas para ajudar a desengasgar.

__ Dei um furo? – Paul perguntou sem jeito
__ Não, tudo bem... – Annabeth riu gentilmente – Não somos namorados, só amigos mesmo
__ É que vocês pareciam...
__ SÓ amigos – o interrompi

Todos ficaram em um silêncio constrangedor por alguns minutos, só se ouvia o tintilar dos talheres contra os pratos.

__ Vocês já querem a sobremesa? – minha mãe perguntou quebrando o gelo
__ Ah, eu adoraria Sally – disse Annabeth
__ Então vamos à cozinha querida, me ajude a trazer as coisas pra mesa.

As duas recolheram os pratos do almoço e deixaram a mesa. Paul se virou pra mim em seguida, com uma expressão um tanto nervosa no rosto.

__ Me desculpe pelo incidente de agora a pouco com Annabeth, eu não sabia – ele passou a mão pelos cabelos já grisalhos
__ Tudo bem Paul, relaxa – dei um leve tapinha no seu ombro – É que isso tudo é uma novidade pra mim entende? Minha mãe nunca trouxe outro cara aqui e bem... Eu estava acostumado a ser sempre o homem da casa.
__ Então você não está satisfeito com meu namoro com a sua mãe? – ele olhava pra baixo sem jeito

Imagino se é assim que ficamos quando vamos pedir pra namorar uma garota diante do pai dela.

__ Não Paul, que isso! – dei uma risada – Eu estou muito feliz, sério, minha mãe está super feliz com você e se ela está feliz, eu estou feliz!
__ Você não se incomodaria se eu a pedisse em casamento então? – ele voltou o rosto para mim com um sorriso de orelha a orelha

Eu não quero passar a imagem de filho ciumento nem nada, mas casamento? Eles tinham pouco tempo de namoro! Sei que eles são pessoas maduras, tem suas próprias vidas... Vamos lá Percy, pense.

__ Paul, creio que é um pouco cedo pra isso...
__ Eu e sua mãe nos conhecemos de outros tempos, não é uma coisa de agora Percy, eu a amo!
__ Eu acredito nisso, mas também acho que é um pouco cedo.

Paul ia dizer mais alguma coisa, mas se manteve em silêncio quando viu minha mãe entrando no ambiente com a torta de limão que ele trouxe nas mãos, Annabeth vinha logo atrás com os pratos e talheres de sobremesa. Comemos, rimos, prestamos atenção em Annabeth detalhando alguns projetos arquitetônicos históricos, Paul e minha mãe se encantaram com isso e entraram no assunto com tamanha facilidade me deixando sozinho – boiando – em meus próprios pensamentos. Após o típico cafezinho pós-refeição eu e Annabeth demos conta da louça suja e também para deixar os dois um pouco a sós. Eu lavava e ela secava e guardava a louça.

__ O que você ia me falar hoje mais cedo? – enxuguei as mãos e virei-me para ela
__ Não acho que aqui e agora seja um bom momento para entrarmos nesse assunto – ela disse ainda virada para o armário de pratos
__ Mas no meu quarto você iria me dizer... Não pode nem adiantar sobre o que é?
__ Tudo bem Percy, é sobre o seu pai – Annabeth bateu as mãos no vestido e virou-se para mim
__ M-meu pai? O que você sabe sobre ele? – perguntei confuso
__ Mais do que você!
__ Eu não entendo, Annabeth me explique isso direito
__ Já disse que aqui não é um bom local – ela sussurrou com uma raiva contida
__ COMO AQUI NÃO É UM BOM LOCAL? EU PRECISO SABER – exaltei a voz e dei um murro na pia
__ Algum problema ai Percy? – perguntou minha mãe, da sala
__ Não Sally, está tudo bem – respondeu Annabeth com uma voz amigável

Ela mudou o tom de voz de amigável para mortífero.

__ Vem, eu te explico no caminho!

Annabeth pegou na minha mão, arrastando-me para fora da cozinha e parando na sala de tv, onde Paul e minha mãe estavam abraçados (isso ainda era uma imagem estranha para mim) minha cara não deve ter sido uma das melhores, pois Paul tirou a mão que estava envolta do ombro dela.

__ Já vão indo? – perguntou ele
__ Já, infelizmente tenho que terminar um trabalho para a faculdade, vocês entendem não é? – Annabeth fez uma cara de triste
__ Claro que entendemos – minha mãe se levantou e a abraçou – Até mais então querida, volte mais vezes ok?
__ Pode deixar que vou voltar – ela sorriu – Paul, até mais então!
__ Até mais Annabeth, adorei conhecer você – eles apertaram as mãos
__ Sally, vou roubar Percy uns minutos, juro que ele voltará são e salvo – disse Annabeth me puxando porta a fora
__ Tudo bem, tudo bem – minha mãe riu

Já estávamos na rua quando consegui me livrar do aperto de mão forte dela. Andávamos depressa e lado a lado.

__ Onde estamos indo? – perguntei
__ Você não disse que queria saber do seu pai?! Pois então, estou te levando até ele! – ela marchava com passos firmes e passou a minha frente pouco se importando com minha reação.


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Notas finais do capítulo

Obrigada aos leitores que estão ou favoritando a história, ou marcando como leitores, divulguem para seus amigos semi-deuses, vai que eles gostam também.



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