Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 44
45.


Notas iniciais do capítulo

E depois de 1 milhão e eons, cá estou atualizando a fanfic kkkkk eu estava de greve desde maio, então o fato d'eu não ter atualizado foi um pouco de preguiça e falta de criatividade, não nego, perdoem-me. Espero que gostem desse capítulo que está sendo escrito a quase um mês. kkkk



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__ Você já está chegando? – perguntei a Annabeth
__ Estou presa no trânsito, é feriado Percy! Você sabe como todo mundo desce pra Long Island – respondeu ela do outro lado da linha
__ Eu disse que deveria ter descido mais cedo! – um tom de raiva podia ser notado em minha voz – Tomaz está sentindo sua falta...
__ Percy, estou no trânsito agora, quando eu chegar em casa a gente conversa...

E ela desligou o telefone na minha cara, mais uma vez, desde que começou a trabalhar em NY.

__ É filho, parece que você será o novo mascote aqui do escritório – falei.

Tomaz brincava feliz dentro do cercadinho que agora era peça de decoração do meu escritório, junto com um armário cinza de duas portas onde havia um estoque de fraldas. Ele já havia feito um ano de idade e desde então Annabeth recebeu uma proposta de passar dois dias da semana em Nova Iorque e não pensou duas vezes em aceitar. No inicio eu era totalmente a favor, ela estava exausta de ficar presa em casa o dia inteiro, ela era uma mulher de cidade grande, da agitação e obrigá-la a ficar em Long Island estava deixando tudo ruim.

Todos no escritório me ajudam, quando estou em reunião, minha nova secretária (que é uma senhora com netos) passa a maior parte do tempo cuidando de Tomaz e quando ela não pode, até Quione saía de seu setor e vinha dar uma olhada nele, só Annabeth que não pode nem sonhar com uma coisa dessas.

__ Hora de irmos para casa, filho.

Olhei no relógio pendurado atrás da minha cadeira, eram 19h e Annabeth presa no trânsito, sabe-se lá que horas que ela chegaria em casa, peguei Tomaz, sua bolsa de utensílios e saí. A maioria dos funcionários já havia ido embora, desci tranquilamente até a garagem, coloquei Tomaz em sua cadeirinha, coloquei as demais coisas no porta-malas e BUM!

__ Oi Percy – disse Quione
__ UOU! – coloquei a mão no peito – Que susto!
__ Desculpa – ela deu um breve sorriso – Sei que não posso ficar muito próxima de você ou do seu filho, mas será que pode me dar uma carona até o centro da cidade?

Ainda me recuperava do breve susto, passei a mão pelos cabelos e acabei cedendo.

__ Claro, entra ai – apontei para o lado do acompanhante
__ Sério? – ela faltou dar pulinhos – Muito obrigada! Está me quebrando um galho...
__ Que isso – sorri sem graça.

Evitei ao máximo trocar palavras com ela, exceto nos momentos em que ela falava de Tomaz. O centro da cidade parecia mais longe que o de costume. Quione mexia nos cabelos e vez ou outra podia jurar que ela estava me encarando. Eu amo Annabeth, eu amo Annabeth era a única coisa que ficava ecoando na minha mente.

__ Pode parar aqui – ela disse

Freei bruscamente e quase bato no carro da frente, Quione deu um gritinho e eu olhei espantado para trás constatando se estava tudo bem com Tomaz.

__ O que deu em você? – perguntou Quione
__ Me desculpe – recostei no banco e soltei um suspiro de alívio
__ Tudo bem – ela ajeitou a saia e meu olhar me condenou – Até mais então, Percy

Ela se esgueirou para cima de mim e deu-me um beijo com batom vermelho na testa, o que me fez olhar assustado para ela, ela sorriu e saiu do carro. Arranquei o mais rápido possível.

Chegamos em casa e nem sinal de Annabeth ainda, Tomaz já chorava de fome no banco de trás. Acendi a luz dentro do carro e limpei minha testa com a barra do blazer, praguejando todos por ter dado carona ao pecado em pessoa.

Entrei em casa, joguei meu blazer no sofá e fui à busca de uma mamadeira para Tomaz, todas tinham acabado, bufei com raiva de Annabeth por ela não estar ali. Peguei uma daquelas papinhas prontas, dei a ele, dei-lhe um banho em seguida e o pus para dormir.

Nessa mexida toda já eram 21h, resolvi tomar meu banho, quando saí, ouvi uma movimentação vinda do quarto de Tomaz, cheguei na porta do quarto dele e Annabeth estava saindo de fininho e assuntou-se ao me ver.

__ Achei que fosse dormir na estrada – falei
__ Não exagera Percy – ela revirou os olhos – Não tenho culpa se o transito para cá em véspera de fim de semana é terrível... Aliás, trouxe jantar, se você não tiver comido nada ainda.

Ela desceu as escadas e eu fui ao nosso quarto só vestir uma bermuda e desci também. Ela estava colocando a mesa e eu a auxiliei, sentamos juntos.

__ E então, qual o motivo de tanto mau humor? – ela perguntou – Tomaz deu trabalho no escritório hoje?
__ Não... Foi tranquilo – dei de ombros

Ficamos em silêncio até terminarmos de jantar e ela levantou-se e buscou o que parecia um pudim.

__ Meu dia foi terrível hoje – ela disse – Tenho três projetos pra iniciar esse final de semana, por mais que eu saia do escritório parece que ele não sai de mim.
__ Notei – a encarei

Annabeth soltou os cabelos, que voltaram a passar de seus ombros, recostou na cadeira e me encarou de volta com seus olhos tempestuosos.

__ Qual o problema, Percy?
__ Tomaz está sentindo sua falta, hoje, se não fosse o dia de você chegar não teria mais leite, teria que ficar na base da comida e... Ele sente sua falta, acho que você deve rever esse seu trabalho, ficar mais com seu filho.
__ Eu não vou largar esse emprego em Nova Iorque, as mamadeiras que eu deixo são calculadas para acabarem no dia que eu estiver voltando, talvez eu deva rever meus horários, ao invés de passar dois dias direto, vou numa segunda e em uma sexta, mas desde quando você precisa usar nosso filho para dizer que sente minha falta? – ela sorriu de lado

__ Eu não estou fazendo isso – relutei
__ Percy, achei que você já tinha se acostumado, já vivemos nesse esquema de um de nós trabalhar e vir alguns dias da semana apenas para casa, não é a primeira vez...
__ Mas antes não tínhamos um filho!

Annabeth vestia um terninho cinza escuro e por baixo uma camisa social rosa claro, era visível o cansaço em seus olhos, as olheiras não eram diferentes da época em que Tomaz dormia pouco mais de três horas por noite, mas algo havia mudado, ela não parecia infeliz por estar tão cansada.

__ Você não pode impedir que eu trabalhe Percy – ela jogou o guardanapo com raiva em cima da mesa e se levantou, fazendo a cadeira em que estava sentada quase virar – Eu não vou parar de trabalhar por que nosso filho nasceu, minha mãe não parou...
__ Sua mãe abandonou você e seu pai para seguir carreira, vai fazer o mesmo comigo e Tomaz? – me levantei também e ficamos nos encarando por um bom tempo.

Annabeth abriu a boca diversas vezes para me responder, mas obviamente parecia lhe faltar palavras. Ela começou a recolher os pratos sujos sobre a mesa e levá-los, uma onda de culpa começou a tomar conta de mim e a abracei. Ela permaneceu imóvel, quando a soltei, ela me observava com um olhar sério no rosto.

__ Sinto muito, pelo que falei sobre você e sua mãe
__ Você disse o que você pensa sobre mim, Percy – ela se afastou, indo em direção a escada – Pode subir e ir buscar suas coisas para dormir no outro quarto.

Mal esperou eu responder para me dar as costas e subir em silêncio as escadas.

Era tarde quando acordei, o sol invadia todo quarto, vire-me em busca do meu despertador, mas lembrei-me que não estava dormindo em meu quarto.

Desci as escadas, ainda sonolento e vi Annabeth dando café da manhã para Tomaz, sentado em sua cadeirinha alta enquanto ela estava sentada no braço do sofá com os olhos grudados na tevê, desviou eles rapidamente para mim quando me notou no ambiente.

__ Bom dia – eu disse

Tomaz reagiu alegremente ao me ver, jogando um pouco de comida no chão e Annabeth esboçou um breve sorriso ao ver o filho reagindo daquela forma. Ao ver aquela cena senti-me culpado por toda briga da noite anterior, mesmo com as atuais ausências (diga-se duas vezes na semana) ela era uma excelente mãe.

__ Sinto muito – falei, aproximando-me dela e colocando gentilmente a mão em seu ombro

Annie depositou o prato de Tomaz sobre a mesa da cadeirinha, deixando-o comer com as próprias mãos, mais fazendo bagunça que comendo, ela virou-se para mim. Vestia uma camisola longa e branca, seus cabelos estavam presos num coque mal feito onde alguns fios caíram e enfeitavam seu rosto, me encarava, como se ainda esperasse algumas palavras.

__ Fui muito rude ontem, não deveria ter dito nada daquilo – sentei-me ao lado dela no sofá.
__ Sim, você foi extremamente rude e injusto comigo – ela virou o rosto para o lado contrário do meu e seu lábio inferior tremia – Eu nunca faria algo semelhante ao que minha mãe fez e você sabe disso.

Ela virou-se para mim, lágrimas começavam a cair de seus olhos, institivamente eu as sequei com meu polegar, mas elas continuavam a cair.

__ Você não pode pedir que eu deixe uma das coisas que eu mais amo na minha vida, Percy – ela afastou minha mão de seu rosto – Eu amo você e Tomaz, mas amo também o que eu faço, isso me deixa viva, Percy!
__ Então... Eu e Tomaz não fazemos você se sentir viva? – tentei engolir qualquer resquício de raiva ou angústia.
__ Não é isso – ela secou as próprias lágrimas com o dorso da mão – Com você e ele eu me sinto mãe e mulher, mas eu preciso ser mais que isso! Quero construir algo, além disso... Você já deixou sua marca no mundo com esse projeto imenso, agora eu preciso deixar a minha.

Seus olhos estavam suplicantes, eu ainda a queria inteiramente para mim, mas percebi que caso insistisse nisso a perderia de qualquer forma. Ela me deixaria e seguiríamos cada um pra um canto ou ela ficaria comigo, mas mataria seu lado curioso que eu amava tanto.

__ Tudo bem, não vamos mais tocar nesse assunto, você segue com seu emprego – passei a mão por meus cabelos, bagunçando-os ainda mais – Não irei colocar a falta que sinto de você entre nós dois.
__ Falta de mim? Não tem como você sentir minha falta, Percy, eu estou fora apenas dois dias da semana...
__ Eu sei, mas... Eu preciso esfriar minha cabeça – disse a ela – Vou surfar

O mar estava bravo, apesar de o tempo estar bom, por isso predominavam surfistas na praia. A areia quente queimava meus pés, mas não me apressei em correr até onde estava molhado com água fria do mar, o vento forte batia em meu rosto e meus cabelos remexiam em minha cabeça, cumprimentei alguns conhecidos e comecei a passar parafina por minha prancha.

Quando caí ao mar o choque térmico entre meu corpo quente e a água foi imediato, mas a sensação de alívio foi sensacional, parecia que todos os meus problemas e aflições se lavaram e ficaram no mar.

Fazia um bom tempo desde que eu não me sentia tão relaxado, dei braçadas longas até uns bons metros da areia e sentei na prancha, olhando o horizonte a espera de uma boa onda, coisa que não demorou muito.

Um enorme paredão começou a se formar no mar, vários dos surfistas furaram a onda, mas eu precisava dessa descarga de adrenalina ou até mesmo do “cachote” que eu poderia vir tomar.

A onda atingiu minha prancha e logo me coloquei de pé, havia eu e mais um surfando a mesma onda, mas numa distancia relativamente segura, ele durou alguns segundos e logo a onda o engoliu. Eu permaneci em pé até bem próximo a areia e cai na água rasa antes da onda quebrar, meu coração batia contra minhas costelas, sentia minhas veias saltando e uma alegria intensa.

Carreguei a prancha até a areia e a enterrei, sentei-me na sombra que ela fazia e continuava a olhar o mar, uma mão apertou meu ombro e olhei para cima. Um jovem moreno, de cabelos cacheados, sorriso imenso, óculos escuros espelhados, camisa florida aberta e bermuda sentou-se ao meu lado. Leo.

__Diz ai meu amigo! – ele me estendeu a mão – Resolveu tirar o terno e botar suas roupas de origem?!

Balancei minha cabeça propositalmente e várias gotas de água molharam Leo, fazendo-o jogar areia na minhas pernas.

__ Precisava esfriar a cabeça, as coisas estão meio feias lá em casa – eu disse
__ Annabeth?
__ Sim, sei lá, de alguma forma o trabalho dela em NY me incomoda – dei de ombros – Mas, se eu pedir para que ela pare de trabalhar estarei destruindo ela
__ É meu amigo, o mundo é outro, lugar de mulher não é dentro de casa mais não, se liga – Leo empurrou meu ombro – Pra melhorar as coisas em sua casa, tenho um convite para lhe fazer
__ Que convite?
__ Tem um jantar de um amigo Calipso, na verdade ele é o chefe dela, o nome dele é Will Solace, diretor do hospital, acho que ele não vai se importar se levarmos mais duas pessoas, ainda mais que ele tem um certo... Interesse na sua família
__ Interesse na minha família? – o olhei confuso, mas ele acenava para outra pessoa

Vire-me para olhar e era Calipso acenando e chamando-o para ir embora, acenei para ela e ela sorriu e me cumprimentou de volta.

__ Então nos vemos umas 19h na minha casa, tudo bem?! – disse Leo
__ Verei com Annie, qualquer coisa te aviso, até mais cara!

Apertamos as mãos e ele saiu. Peguei minha prancha e lavei meus pés quando saía da praia, coloquei a prancha em cima do carro, a amarrei bem e voltei mais tranquilo para casa.

Parei na garagem e as cortinas da cozinha estavam presas, de lá eu podia ver Annie cozinhando e fazendo caretas engraçadas para Tomaz, que parecia dar gargalhadas, aquela cena deixou meu coração mais quente.

__ Não entre sujo de areia, Percy – disse Annabeth da cozinha – Acabei de limpar o chão.
__ Tudo bem, já tirei o grosso lá fora – respondi

Quando ela virou para mim e notou que eu estava apenas de toalha pude ver um sorriso de relance em seu rosto, fazendo-me sorrir também. Diante dessa reação fui tentado ir até ela e abraçá-la por trás, dando-lhe um beijo no pescoço que arrepiou os pelos da região.

__ Percy, eu estou cozinhando – ela me deu um empurrão de leve – Assim você me distrai!

A virei para que ficasse de frente para mim, nossos rostos estavam bem próximos a ponto de eu poder sentir a respiração dela, ela tinha uma faca em uma mão e a outra estava suja com pedaços de cenoura.

__ Você não gosta dessa distração? – sussurrei e apertei minha cintura contra a dela
__ Gosto e... – ela parou a frase quando beijei seu pescoço
__ E o que? – dei-lhe um selinho e enfim a encarei
__ E que estamos na frente do nosso filho de 1 ano de idade – seus olhos encaravam meus lábios
__ Ele não entende – beijei agora bem próximo a sua orelha
__ Memórias ficam registradas na mente dele – ela se soltou de meus braços – Não vou fazer isso na frente dele

Soltei um suspiro longo e alto e levantei as mãos

__ Tudo bem, tudo bem – revirei os olhos – Vou subir e tomar um banho, aliás, a noite nós temos um jantar para ir, ok?!
__ Jantar? Como assim um jantar, Percy? Por que não disse mais cedo...

A deixei falando sozinha, subi as escadas e me enfiei no banheiro.

__ Foi um custo achar uma babá em cima da hora, sabia? – Annabeth ainda reclamava enquanto me ajudava a ajeitar a gravata – Deveria ter me dito mais cedo sobre saírmos
__ Já lhe disse, Leo me chamou para esse evento enquanto eu estava na praia, não tinha como eu te avisar antes daquilo – rebati – Agora para de reclamar, já conseguimos a babá

Annabeth vestia um vestido azul escuro, um palmo acima do joelho, colado ao corpo e com uma renda no decote em V, seu cabelo estava preso apenas de um lado com uma presilha da mesma cor do vestido e seus brincos eram dourados e enormes, estava vendo a hora da orelha dela rasgar, entretanto estava deslumbrante e calçava um salto que a deixava quase da minha altura.

Já eu, bem... homens não tem muita variedade de roupa pra esses tipos de ocasião.

__ Como estou? – ela deu uma rodadinha e olhou para mim, sorrindo
__ Maravilhosa – respondi e me aproximei para lhe dar um breve beijo nos lábios pintados de um batom escuro.

Descemos as escadas juntos no momento em que a babá tocou a campainha. Era uma garota com seus 16 anos, baixa, morena e meio gorducha, tinha um rosto amigável, o que me deixava mais tranquilo.

__ Nós voltamos por volta da meia noite, o que quiser comer, tem na geladeira, caso queira pedir uma comida também, fique a vontade, tudo bem? – disse Annabeth

Demorou mais uns 15 minutos até sairmos de casa, Annabeth toda hora tinha uma nova recomendação para a garota, ficaríamos apenas 5 horas fora de casa. Entramos enfim no carro e dirigimos até a casa de Leo. Desci para tocar a campainha e ele e Calipso entraram no próprio carro e nos guiaram até a mansão, sim, MANSÃO de Will Solace.

Um segurança nos guiou até uma vaga de estacionamento e descemos os quatro juntos.

A mansão já estava repleta de gente e um DJ tocava uma música bem animada, de repente me senti um pouco velho, tendo apenas 25 anos. Annabeth e eu fomos obrigados a amadurecer precocemente.

Leo aparentemente conhecia meio mundo, assim como Calipso, enquanto eu e Annabeth escapamos furtivamente para uma das três varandas da casa. Tinha vista pro mar, que agora estava escuro, apenas um céu repleto de estrelas podia ser contemplado.

__ É, não reconheço mais nenhuma dessas músicas do ano – eu disse
__ Eu também não – ela riu – À vezes sinto falta da vida de universitária, as festas, as horas com menos responsabilidade...
__ Também sinto...

E ficamos perdidos em nossos próprios pensamentos, quando avisto um conhecido na multidão.

__ Ei! Aquele não é Nico? – pergunto pra Annabeth e aponto com a cabeça pro local onde ele está
__ Sim, será que ele conhece o anfitrião? – ela disse
__ Vamos lá cumprimenta-lo – falei

Pego na mão dela e vamos passando pelas pessoas até chegarmos a Nico. Ele vestia um jeans e um blazer preto, por baixo uma blusa branca com caveirinhas felizes estampadas. Sua barba estava fechada no rosto e grande e seus cabelos num curto rabo de cavalo.

__ Nico! – encostei em seu ombro, surpreendendo-o
__ Percy! – ele sorriu e me abraçou, fazendo o mesmo com Annabeth – O que vocês fazem aqui?
__ Leo nos convidou, estamos meio que de “penetra” – eu disse – Mas e você, conhece o Dr. Will?
__ Bom, digamos que sim... – ele passou a mão no braço meio sem jeito
__ Onde está Tritão? – perguntou Annie
__ Nós nos separamos há um mês, não souberam? – Nico disse meio sem graça – Não foi algo muito... Amigável
__ Óh, desculpa! – Annabeth deu um sorriso amarelo – Não sabíamos
__ Isso mostra minha união com meu irmão – eu disse, quebrando o clima.

Will era um cara de quase 2 metros, alto, com os cabelos loiros e ondulados que iam até o ombro, seu rosto era bem queimado de sol e quando sorria seus dentes eram o orgulho de qualquer dentista, tão brancos que ofuscavam as vistas. Ele se aproximou de nós e passou o braço pelo ombro de Nico, dando-lhe um beijo demorado no rosto.

__ E então Nico, quem são seus amigos? – perguntou Will, olhando para mim e Annabeth
__ Esse é meu primo Percy e sua esposa, Annabeth
__ Muito prazer, me chamo Will Solace – ele apertou nossas mãos – Mas acho que já me conhecem, já que estão aqui hoje.

Eu e Annabeth sorrimos sem graça e saímos a francesa, deixando os dois a sós. A puxei para pista de dança e decidimos relembrar os tempos de faculdade.

Depois de uns 15 minutos pulando e dançando de forma estranha, acabamos nos encostando numa das várias mesas de bebidas, tomando uma cerveja gelada na garrafa.

__ Preciso ir ao banheiro, não saia daqui – disse Annabeth, dando-me sua garrafa
__ Tudo bem, vai lá, gostosa, te espero aqui – quando ela saiu, deu um breve tapa em sua bunda.

Arrumei uma cadeira para me sentar e continuei tomando minha cerveja e observando a festa, enquanto esperava por Annie.

Alguns bons minutos depois e ela ainda não havia voltado, levantei-me e comecei a procura-la, até que senti um puxão no meu braço, virei-me e lá estava ela, pálida como um papel.

__ Aconteceu alguma coisa? – perguntei preocupado
__ Preciso ir pro hospital – ela disse rispidamente
__ Hospital? – olhei confuso – O que aconteceu?

Ela apenas me mostrou uma mancha que descia por sua perna e parecia sangue.

__ Você ta menstruada? Sério que precisa ir ao hospital por isso? Por que não se limpou?
__ Isso não é menstruação, já coloquei um quilo de papel entre as pernas e não para, fora essa dor alucinante que veio de repente. Anda, precisamos ir ao hospital!
__ Ok, ok...

Deixei as duas garrafas em cima da mesa e a segui até a saída, não achei Leo pelo caminho para me despedir. Annabeth e eu entramos no carro rapidamente e dirigi até o hospital mais próximo.

No guichê ela apresentou a situação a enfermeira, que logo arrumou uma maca para Annabeth e as duas sumiram para dentro do hospital, sentei-me num dos bancos da recepção e esperei.

Já haviam se passado duas horas, decidi ir a recepção pedir informação, quando disseram que ela estava na no quarto 32-A e que eu podia entrar.

Rodei bastante até achar e quando cheguei a porta do quarto um médico acabava de sair, abri a porta e Annabeth estava encolhida, vestindo agora um daqueles pijamas de hospital.

__ Annie... – sentei-me ao seu lado na cama e coloquei uma mão em seu ombro – O que houve?

Ela virou-se para mim e seus olhos estavam inchados, ela estava chorando.

__ Annabeth, o que aconteceu? – perguntei mais fervorosamente
__ Percy... Eu não sei como dizer isso... – ela se sentou e me abraçou

Um desespero enorme invadiu meu peito e a afastei, olhando bem em seu rosto.

__ O que aconteceu?
__ Eu estava grávida de novo, mas acabei perdendo – ela disse soluçando – Eu nem sabia que estava grávida
__ Como é que é? Grávida? – levantei da cama espantado – Mas estávamos tomando cuidado e...
__ Eu também não sei como, mas algumas vezes eu me esquecia de tomar o remédio, principalmente quando eu ia pra NY...
__ Grávida... Meu Deus! – passei a mão por meus cabelos e sentei-me no sofá de frente a cama, com cara de surpresa

Annabeth abraçou as pernas, sentada na cama e me olhava, com a maquiagem agora borrada pelo choro.

__ Não estávamos prontos para ter outro filho – ela sussurra
__ Não – eu concordo – Mas não deixa de ser ruim, saber que perdi um filho...
__ Não deixa de ser ruim – ela repetiu e escondeu o rosto, voltando a chorar

Levanto, tiro meus sapatos e subo na cama, sentando-me bem colado a ela, passo meu braço em volta de seu ombro e encosto nossas cabeças. Ela me olha.

__ Sinto muito – ela diz
__ A culpa não é sua.

A abraço e ficamos assim, juntos, o resto da noite.


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