Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 43
Capítulo 42


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaa! Depois de meses ressurgi do Tártaro para não deixar vocês na mão kkkk Podem me xingar a vontade nos comentários e no finalzinho tem uma surpresa pra vocês.
Beijinhos e obrigada pelos elogios e reclamações pela demora kkkkk



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Lembro-me apenas de ficar agitado o suficiente para que dois grandes enfermeiros me segurassem contra a cama e injetassem um medicamento em minha veia, logo em seguida apaguei.

Pessoalmente acho que estava passando tempo demais apagado.

Acordei e senti uma tonelada sobre minha cabeça. Consegui me levantar com menos dor e mais facilidade que na minha ultima e falha tentativa, olhei ao redor e não havia ninguém me acompanhando.

Após ter feito o mínimo de higiene com aquela maldita contenção do ombro, vesti-me com umas roupas minhas que estavam no armário ao lado da cama e sai do quarto. Não havia ninguém para me impedir.

As ultimas palavras ditas a mim antes que eu apagasse: “Seu filho nasceu, 7 meses”. Isso só poderia significar uma coisa, ele estava na maternidade do hospital, então caminhei até lá.

O elevador me deixou no quinto andar. Era todo enfeitado com sapatinhos de bebe, desenhos infantis e os funcionários do setor vestiam um rosa claro. A recepção estava pouco movimentada e de longe se ouvia o choro de alguns bebes.

__ Com licença, pode me dizer qual o quarto onde a mãe Annabeth Chase Jackson esta?
__ O senhor é o que dela? – perguntou a recepcionista
__ Marido, eu estou internado aqui também, só que só agora consegui vir aqui – olhei para o ombro
__ Espere só um momento, senhor...
__ Percy Jackson – a completei

Ela se dirigiu a uma salinha isolada ao fundo e pegou o telefone, demorou-se pouco e logo voltou, sentando-se na mesma mesa em que estava.

__ Quarto 504 senhor, logo no fim do corredor – disse ela com um breve sorriso no rosto
__ Obrigado.

Passei por três quartos antes de chegar ao de Annabeth, todos eles com as mães e seus respectivos bebes. Parei de frente para o quarto onde Annie estava e bati, Thalia que veio me receber.

__ Percy! – ela disse num tom de surpresa – Eu não sabia que já estava podendo se levantar...
__ Tem quantos dias desde o acontecido?
__ Três dias... Entre, Annabeth está no banho, mas logo ela sairá, vamos, entre.

Entrei e sentei-me num pequeno sofá que ficava de frente para a cama. Thalia não parecia abatia, havia tempos em que eu não a via, seu cabelo estava mais longo, sua postura estava tão punk como eu me lembrava, mas algo tinha mudado, ela parecia menos... Rebelde.

Talvez seja o fato de todos nós termos amadurecido nos últimos meses.

__ O que foi Cabeça de Algas? – ela jogou uma almofada em mim
__ Não foi nada, Cara de Pinheiro – joguei a almofada de volta.

Annabeth não demorou-se no banho, pouco depois que Thalia me convidara para entrar no quarto, ela saíra ainda vestindo as roupas do hospital. Ela não me notou de primeira, mas quando me percebeu no ambiente uma cara de choro formou-se em seu rosto.

__ Vou deixar vocês a sós – disse Thalia – Quando terminarem ligue-me, Annie.

Thalia fechou a porta atrás de nós. Andei até Annabeth e a abracei com toda força que podia com meu braço bom, ela estava chorando bastante a ponto de molhar minha camisa.

__ Ei, ei... O que foi? – perguntei passando a mão em seu cabelo – Não chore

Ela se separou de mim e por um instante me analisou dos pés a cabeça, fixou o olhar em meu ombro por mais um tempo e enfim tornou a me encarar.

__ Desculpe não ir vê-lo esses dias, foi tudo tão... Tão rápido – notei ela se segurando para não chorar novamente
__ Passei a maior parte do tempo apagado – sorri para ela – Fiquei muito agitado quando eu soube do ocorrido, queria vê-los o mais rápido possível, mas...
__ Sua mãe me contou, ela me proibiu de ir te ver – ela se aproximou de mim e pousou a mão sobre meu rosto – É tão bom poder ver seus olhos de novo... E está na hora de fazer essa barba

Eu ri. E senti lágrimas escorrendo por minhas bochechas. Eu estava chorando e era de extrema felicidade. Felicidade de estar ali, ao lado dela, sabendo que apesar de tudo, ela estava bem.

__ Quero ver nosso filho – eu disse, secando minhas bochechas com a manga da camisa
__ Achei que não iria pedir isso – Annabeth botou um casaco por cima da camisola – Venha, tem um rapazinho querendo te conhecer também.

Caminhamos de mãos dadas pelo corredor, ao fim dele havia uma sala cheia de bebês e um vidro enorme nos permitia vê-los chorando, dormindo, sorrindo e todas aquelas coisas fofas que bebês fazem.

__ Onde ele está? – perguntei a Annabeth, passando os olhos de bebê em bebê
__ Ele tem apenas 7 meses Percy, não pode ficar com os outros assim, venha, ele está numa outra sala – ela me despregou do vidro e me arrastou até uma sala menor ao lado.

Uma enfermeira sorridente veio nos atender.

__ Bem na hora Sra Chase, ele já está sentindo falta da senhora. – disse a enfermeira
__ Oh Lily, este é Percy, meu marido, será que ele pode entrar comigo?
__ Ah sim, é um prazer – ela apertou minha mão – Claro que pode.

Havia diversas incubadoras dentro da salinha, o barulho de alguns aparelhos apitando em períodos pouco espaçados. Ao lado de cada incubadora tinha uma cadeira aparentemente confortável, Annabeth se movia ali dentro com certa intimidade, sentou-se na cadeira e ao lado pude ver meu filho.

Ele vestia uma fralda minúscula, além de uma toquinha verde escura e estava dormindo calmamente, alguns eletrodos estavam ligados em seu pequeno tórax. Acima da sua cama tinha sua identificação.

Thomas Jackson.

Cheguei mais próximo da incubadora. Olhei para Annabeth e ela tinha um sorriso no rosto.

__ Quer encostar nele? – ela perguntou
__ Sim, eu quero – eu disse ansioso

Annabeth levantou-se da cadeira e foi até o fundo da sala, voltou trazendo um par de luvas e as entregou a mim.

__ Ele ainda não desenvolveu resistência, então é necessário o uso de luvas – Annie explicou – Agora sente-se e aproveite seu filho.

Fiz o que ela mandou, vesti as luvas e sentei-me na cadeira, que de fato era confortável, enfiei minha mão nos buracos da incubadora próprios para isso.

A mão de Thomas era pouco maior que dois dedos meus, ele por reflexo segurou estes dois dedos firme, meu coração se acelerou de forma diferente. Acho que pela primeira vez eu estava me sentindo pai de verdade.

Annabeth estava do outro lado apenas como expectadora de tudo, seus olhos pareciam marejados de lágrimas de emoção, assim como os meus.

2 meses depois...

Era um domingo de sol, Thomas havia recebido alta depois de tanto tempo internado. Ele ganhou peso, cresceu e com essa modificação física dele passei a escutar muito mais a famosa frase de quem acaba de ganhar um bebê: “Ele se parece tanto com você”.

E por mais que Annabeth tente negar isso, ele realmente está parecendo comigo, os olhos são verdes, não iguais aos meus ou os de meu pai, tem uma tonalidade mais clara, graças aos olhos da mãe, mas não deixam de ser verdes.

Nesses últimos dois meses, tanto eu quanto Annabeth estávamos nos revezando nas idas ao hospital, mas Annie era sempre mais presente, ainda mais depois que ele começou a sair de dentro da incubadora.

Fui ajudar Annabeth a pegar as coisas que estavam eu seu antigo dormitório e Atena já estava com ela, segurando – feito uma avó babona – Thomas, ele ria sem parar da cara que a avó fazia. Annabeth me beijou e já botou todas as malas em minhas costas, descemos os quatro.

Thomas foi na cadeirinha e Annabeth o acompanhou no banco de trás, Atena me acompanhou no banco da frente.

__ Ficarei com vocês uns dias em Long Island – ela disse quando o carro arrancou
__ Você acha mesmo necessário? Seu escritório... – eu disse
__ Percy, não tiro férias há anos, eles estão doidos para passar uns dias sem mim, você que irá me aturar, genrinho – ela deu um tapinha de leve na minha perna.

Engoli a seco e vi Annabeth dando um sorrisinho pelo retrovisor.

1ª Semana com Atena

Annabeth estava dormindo profundamente ao meu lado, com os cabelos embolados e espalhados sobre o travesseiro, impedindo de ver seu rosto, que ultimamente anda abatido.

Thomas já estava acordado e ao me ver levantar começou a espernear e rir, lembro-me todos os dias de agradecer a Deus dele ser um garoto tranquilo. O peguei no colo e sai em silencio do quarto para deixar Annabeth descansar por mais algumas horas.

Na cozinha, o coloquei em sua cadeirinha e fui esquentar a mamadeira. O relógio marcava 5:40 da manhã. Tirei o leite do banho maria, coloquei no dorso da mão e dei uma provada “Que gosto horrível”.

Peguei Thomas no colo, liguei a tv e sentei-me com ele no sofá e lhe dei mamadeira. Eu estava tão distraído com a tv que não me dei conta que Atena havia descido.

__ Você acha certo dar mamadeira para seu filho de frente à tv? – ela perguntou carrancuda
__ Hã... Bom dia Atena – sorri sem graça para ela – Thomas é pequeno demais para se entreter com esse tipo de coisa e...
__ Mas você sabia que é nesta idade que o intelecto da criança começa a ser formado e eu não acho certo você expor meu neto a essas porcarias que a tv passa no dia-a-dia.
__ Você não quer que eu leia Freud pra ele enquanto ele come, não é? – perguntei num tom irônico
__ Talvez se sua mãe tivesse feito isso para você, você seria um tanto... Diferente – ela rebateu

Abri a boca para responder, mas nesse momento Annabeth apareceu logo atrás da mãe, com uma cara de tédio inexplicável.

__ Mãe, pare de implicar com Percy, ele não está fazendo nada demais – disse Annie
__ Você não quer que seu filho seja tão ou mais brilhante que você? Para isso ele não pode ficar sendo influenciado por essas porcarias midiáticas
__ São quase 6h da manhã, cedo demais para esse tipo de sermão, além do mais, Percy está me ajudando com nosso filho...

Atena me lançou um olhar de raiva, ao contrário dela, eu exibia um sorriso satisfeito no rosto.

1ª Semana sem Atena

Meu trabalho estava acumulado, pilhas de papeis estavam espalhados por todo o escritório no qual eu dividia com Annabeth.

Atena ainda estava me infernizando mesmo depois de quase um mês em minha casa.

De uns dias pra cá, Thomas tem chorado dia e noite e não sabemos o que fazer, o pediatra disse que poderia ser uma “fase” e tanto eu quanto Annabeth esperávamos arduamente para que essa fase passasse.

Leo estava conversando comigo pelo Skype, desde algum tempo tenho trabalhado bem menos do que gostaria, deixando até mesmo algumas ideias de lado para dedicar mais tempo a minha família.

__ Percy – Annabeth estava parada na porta com Thomas no colo – Será que não pode me fazer um favor?

Fechei a conversa com Leo e virei-me para ela novamente. Ela estava meio descabelada e ainda vestia pijamas.

__ Claro! – levantei-me e fui até eles pegando Thomas
__ Pode ficar com ele por algumas horas? – sua cara parecia se suplica – Preciso dar uma saída...
__ Tudo bem, irá aonde? – perguntei
__ Não sei, preciso dar uma volta, talvez eu vá a praia ou a biblioteca...
__ Está tão cansada assim?
__ Um pouco – ela desviou o olhar – Só preciso de um tempo sozinha.

Entendi que não era para render assunto. Trocamos um breve beijo e Annabeth me deixou no escritório sozinho com Thomas.

__ É... Parece que mamãe está enjoada da nossa cara – disse para Thomas e ele sorriu.

***

Era tarde quando Thomas pegou no sono, após quase tomar uma mamadeira inteira de leite que Annabeth deixou na geladeira, o deixei em seu quarto e fui para a sala, esperar por Annabeth.

Peguei no sono.

___ Percy... – senti sacodindo meu pé – Percy, acorda...

Abri os olhos e Annabeth estava sentada no braço do sofá, com as mãos no meu pé.

__ Que horas são? – perguntei ainda sonolento
__ 3h da manhã
__ Chegou agora?
__ Sim
__ Onde você estava? Está... Um pouco tarde, não acha?

Annabeth permaneceu em silencio, me olhando de lado.

__ Annabeth?
__ Eu precisava pensar descansar dessa rotina, me desculpe se demorei – ela colocou a mecha de cabelo solto atrás da orelha – Passei na praia, depois na biblioteca até fechar e fiquei em um bar conversando com o garçom.
__ Conversar com um garçom está melhor que conversar comigo? – sorri sem graça

Ela se levantou, sentou-se ao meu lado e me beijou a testa.

__ Você sabe que não – ela sorriu – Vou dormir, acho que você deveria fazer o mesmo.

E saiu do meu lado, subindo para o andar de cima. Eu também estava cansado dessa rotina, meu trabalho de semanas estava atrasado e eu precisava urgentemente entrega-lo, eu entendia Annabeth, mas desde que o bebê chegara, cada dia que passa ela vem ficando mais e mais distante.

“Muitos casais se separam quando um filho nasce”, não sei o porquê, mas a frase de Leo veio em minha cabeça.

Subi para nosso quarto e ela estava no banho, a ideia de vê-la nua me animou, fazia tempo que não tínhamos nenhuma intimidade, decidi então entrar no banho com Annabeth, coloquei em minha cabeça que essa não seria o motivo de uma possível separação.


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Notas finais do capítulo

Pros safados de plantão que adoram uma potaria: http://fanfiction.com.br/historia/474137/Anexos_da_Fanfic_Esses_Seus_Olhos_de_Tempestade/capitulo/5/



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