Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 45
46


Notas iniciais do capítulo

Depois de um ano... OLHA O CAPÍTULO AI GENTEEEEEEEEEEE! Não vou mentir, além das atribuições universitárias que estão cada dia mais infernais (4º ano de Medicina), tive um bloqueio criativo pra TUDO, tudo mesmo! Pra vocês terem uma ideia eu não estava conseguindo nem ler livros que não fossem livros do curso, to virando uma bitolada. Espero que gostem e podem me xingar muito no tt



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403952/chapter/45

Eu estava de volta ao meu antigo quarto, ele ainda permanecia da mesma forma que eu o tinha deixado há quase 2 anos atrás, a única diferença é que agora eu era pai, casado e não morava mais com minha mãe. Tudo em minha vida havia mudado.

O cheiro de waffles invadiu o quarto e meu estômago roncou em resposta, parecia um dejavu do dia em que eu acordei para ir à universidade, esbarrei com uma garota loira de olhos de tempestade e a partir disso toda minha vida mudou.

Levantei-me e fui direto a cozinha, minha mãe e Paul discutiam sobre alguns projetos de alunos da faculdade, mal me notaram.

—_ Bom dia – eu disse, me anunciando
—_ Bom dia – eles responderam em coro
—_ Deixei waffles da forma que você gosta em cima da bancada, coma antes de ir ao trabalho.

O gosto era realmente o mesmo que eu tanto gostava, mas não tinha mais a cor azul, minha mãe nem deve ter mais esse corante na dispensa.

Após o desjejum, voltei ao meu quarto, vesti meu terno, despedi de minha mãe e Paul e caminhei pelas ruas de NY rumo ao escritório de meu pai. Era uma manhã agradável de outono, fazia frio e o trânsito estava parado como sempre.

O porteiro do prédio já me conhecia, apenas avisava a meu pai que eu estava subindo.

—_ Senhor Jackson! Faz tempo que não o vemos por aqui, como está a senhora Chase? – perguntou o senhor que trabalhava dentro do elevador.
—_ Como vai Soarez? Annabeth vai bem, creio que você a vê mais vezes do que eu – dei um sorriso amarelo – Acho que fico por aqui.

Desci antes de ouvi-lo despedir-se de mim.

Meu pai me esperava na porta de seu escritório, com a barba mais branca que antes, os cabelos ainda escuros penteados lindamente para trás e fumava um charuto, dando baforadas entre um sorriso e outro.

—_ Percy, meu filho, até que enfim saiu da toca de Long Island e voltou a civilização!
—_ Muito bom ver o senhor também, pai – eu disse, afastando a fumaça que vinha em meu rosto.

Entramos juntos e ele sentou-se na poltrona de frente para mim, me limitei ao sofá.

—_ Como está Annabeth? Soube o que ocorreu... – ele apagou o charuto no cinzeiro ao lado de sua poltrona
—_ Ela está bem – eu disse de forma seca – Resolveu tirar uma folga do trabalho em São Francisco com o pai
—_ Mas pense que vocês não estavam prontos para serem pais de novo, Tomaz ainda é muito jovem, vocês são jovens e...
—_ Tudo bem pai, vamos direto ao assunto, quero buscar minha mulher e meu filho no aeroporto ainda hoje.

Ele pigarreou e se mexeu na cadeira, como se minha resposta tivesse o incomodado um pouco, mas logo continuou.

—_ Bem, como você bem deve saber o seu negócio e de Leo está valendo bem mais que rios de dinheiro, eu diria que vale um oceano de dinheiro – ele abriu um sorriso de lado – e o melhor disso tudo, vocês não estão fazendo a merda que eu e seus tios fizemos, vocês não estão destruindo o ambiente.
—_ E?
—_ E que eu gostaria que você voltasse para NY, o projeto de Long Island já está consolidado, você e Annabeth são daqui. Vocês se moldaram aqui, não faz sentido ficarem por lá. Quero que você me substitua na empresa, Tritão depois do que houve com Nico pediu transferência para Londres, Tyson não concluiu nem a universidade ainda, você é minha escolha número um. Eu preciso retomar meu casamento, preciso viver e quero saber que deixei meu cargo em boas mãos. O que me diz?
—_ Ahn... Eu não sei o que dizer ao senhor, bem... Eu precisaria conversar com Annie, ver o que ela pensa sobre isso, preciso saber também como é isso, se eu teria tempo para minha esposa e família, não quero ter o mesmo destino do senhor.
—_ Pense e me fale

Sai do escritório rumo ao aeroporto, mas por coincidência esbarrei com Thalia também saindo do prédio de nossa família.

—_ Percy! – ela me cumprimentou – Quanto tempo!
—_ Por que todos estão dizendo que faz tempos que não me veem? – falo indignado
—_ Deve ser porque faz tempo que você não aparece aqui em NY – ela sorri – Vai fazer alguma coisa agora?
—_ Annabeth vai chegar daqui algumas horas de São Francisco, vou busca-la, mas acho que temos tempo para tomar um café, o que me diz?
—_ Ia sugerir justamente isso.

Thalia e eu andamos algumas quadras conversando. Ela havia se libertado das amarras de Zeus e embarcado num projeto totalmente novo e dela. Thalia começou a fotografar ao redor do mundo.

Chegamos ao restaurante/bar onde eu havia conhecido ela e Annabeth há dois anos atrás – hoje o dia estava bem nostálgico. Fizemos o pedido e enquanto esperávamos ela me mostrava as fotografias, a maioria delas era sobre como o homem estava devastando o ambiente, sobre os horrores de guerras civis que estavam acontecendo e as imagens eram lindas, porém mostravam o lado mais podre do ser humano.

—_ Caramba! – exclamei – Que fotos são essas, estão excelentes.
—_ Você gostou? – os olhos azuis dela brilhavam – Jason viajou comigo para alguns desses lugares, já Luke... Bem, ele não ficava muito feliz quando eu me enfiava nesses locais mais perigoso, mas felizmente ele tem me ajudado muito com a exposição.
—_ Quando será a exposição?
—_ Daqui uns dois meses ainda, estou buscando algum lugar que aceite – ela bufou – É difícil largar o sobrenome de peso de nossos pais às vezes, faz falta usá-lo para conseguir as coisas.

Nós dois rimos, até o momento em que fui surpreendido por alguém que segurou meus ombros com força. Olhei para cima e vi apenas barba e um cabelo ruivo comprido preso num coque;

—_ Olha se não é meu grande sumido amigo Percy Jackson!
—_ Grover!!

Me levantei exaltado e nos abraçamos apertado, em seguida Thalia levantou para abraça-lo e nós três sentamos na mesinha.

—_ Onde está o carrinho de criança, a gofada na camisa e a fralda no ombro? – zombou Grover
—_ Tomaz já está crescidinho pra boa parte dessas coisas – dei uma cotovelada de leve nele – Você viajou no dia do meu casamento e desde então não tem dado mais notícias...
—_ Então cara, a história é longa... Acho que poderíamos comprar umas cervejas, uns salgadinhos e relembrar o tempo de Universidade na sua casa Percy, o que vocês acham? Só assim pra eu ter tempo de contar tudo o que vi
—_ Não posso, busco Annie no aeroporto daqui a pouco, foi por acaso que encontrei Thalia, dai resolvemos parar e tomar um café
—_ Cara, nem parece que vocês tem 24 anos, vocês fazem uns programas de velho...

Meu telefone começa a tocar, peço licença aos dois e saio da mesa. Era Annabeth, será que o voo adiantou?!

—_ Oi amor – atendo
—_Percy, tudo bem por ai?
—_Tudo certo, já estão vindo?
—_Então.... É isso, meu pai insistiu muito para que ficássemos aqui mais um dia, acho que não faz mal, decidir voltar apenas amanhã, tudo bem para você?

Demorei um tempo para responder, já fazia quase um mês que eu não via minha esposa ou filho, eu dera o tempo que talvez ela precisasse e ainda sim ela insiste em ficar mais tempo.

—_ Percy? Está ai?
—_ Tudo bem, volte quando quiser.

Desliguei o telefone, logo em seguida liguei para minha mãe pedindo permissão para levar alguns amigos da época de faculdade para a nossa casa, ela permitiu e disse que iria aproveitar e fazer um programa noturno com Paul.

—_ Annabeth não irá mais voltar hoje, estou liberado! Vamos voltar aos tempos de festa universitária – eu disse quando voltei a mesa, entusiasmado e com raiva de Annabeth
—_ É ASSIM QUE SE FALA MEU AMIGO – festejou Grover
—_ Não sei Percy, não tenho alma de universitária mais – disse Thalia – Acho que vou passar essa
—_ Não vai não! Qual é Thalia, você era uma das alunas mais populares dessa universidade, liga para seus contatos e chama todo mundo para casa do Jackson!!!!!

A geladeira da casa de minha mãe nunca fora vista tão cheia de bebida alcóolica, Thalia e Grover afastavam os moveis da sala e escondiam as coisas que poderiam quebrar, arrastaram um som velho do meu antigo quarto e ligaram em músicas hits.

Por volta das 18h a casa já estava cheia, poucos eram os rostos conhecidos por mim, a maioria era convidado de Grover e Thalia. Avistei cabelos ruivos e volumosos adentrando a porta e visualizei Rachel com um engradado de cerveja nas mãos. Ela estava com uma das blusas manchadas que ela usava na faculdade, a calça, porém, era social como se tivesse saído de um escritório para cá.

—_ Rachel! – acenei para que ela me visse

Ela abriu um sorriso e saiu abrindo caminho em minha direção. Abraçou-me assim que me viu e olhou para os lados.

—_ Onde está Annie? – perguntou ela
—_ São Francisco – disse de forma seca – desde que ela perdeu a criança se picou para lá e enfim...
—_ Percy... – ela mudou o tom de voz para me consolar
—_ Mas hoje não estamos aqui para falar de coisas ruins, hoje é dia de festa!!

Tiro o engradado da mão de Rachel, coloco dentro do freezer e a puxo para a pista de dança.

...

Desse momento em diante pouco me lembro. Apenas flashes do que aconteceu vem em minha mente.

Lembro-me de chamar Rachel para dançar, de participar de uma brincadeira com alguma bebida destilada, de ficar sem camisa e dançar em cima do sofá enquanto todos pulavam. E de acordar no meu quarto com mais 3 pessoas em cima de mim.

Olho para o relógio ao lado da minha cama, 15pm.

“Puta merda”— penso

Escuto a voz de duas mulheres na sala, uma delas reconheço como a voz de Thalia, a outra esforço-me para ouvir e identifico como a de Annabeth. Ferrou!

Olho para as pessoas que estão ao meu lado e só reconheço Rachel, o outro casal não faço nem ideia de quem seja, felizmente Rachel e eu estamos vestidos, acredito que isso é graças a ela do que a mim.

Levanto e sinto o peso do mundo sobre minha cabeça, eu preciso de um café. Saio do quarto e vejo Thalia de roupas íntimas conversando com Annabeth, que encarava ao redor com nojo e segurando Tomaz no colo.

—_ Annie – eu falo

Ela olha pra mim dos pés a cabeça, vê que estou vestindo apenas uma calça de moletom, que estou a cara da ressaca e fecha a cara.

—_ Posso saber o que aconteceu aqui? – ela coloca Tomaz no chão – Parece que estou entrando em uma daquelas festas de irmandade da faculdade, uma daquelas festas bem deploráveis...

Vou andando lentamente até eles, porque a cada passo parece que uma faca enfia lentamente em minha cabeça. Avisto Tomaz pegando algo no chão parecido com um cigarro e ir levando a boca, corro e dou um tapa na mão dele, fazendo-o soltar e começar a chorar.

Annabeth o pega do chão e começa a niná-lo, com nítida raiva.

—_ Annie, foi uma ideia do Grover, a gente não pensou que a festa iria lotar tanto, meu Deus, olha esse lugar – disse Thalia pegando uma blusa qualquer e se vestindo – Tem umas 10 pessoas desmaiadas no quarto de sua mãe, Percy.

Reviro os olhos e me sento no sofá imundo de pés que provavelmente eram os meus, jogando uma latinha de cerveja no chão. Thalia sai de fininho, deixando apenas eu e Annabeth no ambiente.

—_ E então? – ela pergunta, lançando aquele olhar dela sobre mim
—_ Então o que? – rebato, com um tom de voz mais alterado – Não dá pra ver? Eu fiz uma festa, mas ela saiu dos limites
—_ Isso eu estou vendo, mas porque você está nesse estado? Você está parecendo um adolescente de 18 anos no primeiro porre – ela solta Tomaz, que vem em minha direção, pulando no meu colo.

Não respondo ela imediatamente. Ela circula pelo local – em busca de algo pra me comprometer – anda até meu quarto e vê pela porta Rachel e o casal desconhecido esparramados por lá, solta um suspiro longo e volta para sala, parada novamente na minha frente.

—_ Talvez eu devesse ter ficado mais tempo em São Francisco, até essa sua crise 18 anos passar
—_ Eu estou em crise? Tem certeza que sou EU que está em crise? – não altero o tom de voz por causa de Tomaz – Tem quase um mês que vocês estão lá, malmente ligam para perguntar como eu estou, desde que perdemos nosso filho você acha que só você sofre, só você precisa se afastar, talvez eu tenha feito essa festa para lembrar de quando eu ainda não era uma peça pra ser colocada de lado.
—_ Peça pra ser colocado de lado? Qual é Percy, eu precisava ver meus pais, dar um tempo dessa rotina louca que estávamos levando, precisava de outros ares.
—_ E eu não estava incluído nesses novos ares, ao que parece.
—_ Você não está em condições de conversar – ela pega Tomaz do meu colo – Você fede a bebida, quando estiver melhor eu estou na casa de minha mãe, você sabe onde é.

Ela me deu as costas e saiu pela porta, deixando-me mais uma vez.

O porteiro do prédio me anunciou e Atena me autorizou a subir, havia um dia desde o incidente da festa. Quem me recebeu na porta foi a própria, num traje informal que eu pouco a via usando.

—_ E a ressaca Jackson, diminuiu? – ela ironizou
—_ Tudo em com você também Atena?! – fiz pouco caso – Onde está Annabeth?
—_ No segundo quarto a esquerda do corredor, já avisei a ela que está aqui, por favor, evitem brigas.

Bati na porta do quarto, ao me ver Tomaz veio correndo me abraçar, o peguei no colo e enchi de beijos, como eu estava com saudade dele. Annabeth estava sentada numa poltrona, vendo um programa de tv.

—_ Tudo bem? – perguntei na defensiva
—_ Eu que deveria estar perguntando isso, devido ao seu estado de ontem – ela me olha sem expressão
—_ Vi suas ligações, tenho que te pedir desculpas por não ter visto antes
—_ Tudo bem – ela deu de ombros
—_ Não parece estar tudo bem – coloquei Tomaz no chão, perto dos brinquedos e segui até ela – Sinto muito por ontem, eu sei que não foi uma atitude muito adulta, mas eu precisava daquilo.
—_ Dormiu com quantas? – ela fixou o olhar na tv quando fez essa pergunta
—_ OI? – perguntei sem entender
—_ É isso mesmo, você transou com quantas?
—_ Com nenhuma ora – respondi incrédulo – Eu sou casado com você Annabeth!
—_ Você disse que precisava de uma festa daquelas, estilo universitário, achei que queria voltar a “promiscuidade” universitária também.

Me ajoelhei de frente para ela, peguei as duas mãos dela e fechei as minhas sobre as dela, ela me olhava e eu a olhava. Como ela conseguia ser tão linda? Nem com raiva dela eu consigo deixar de amar essa mulher.

—_ Annabeth, você é a mulher que eu escolhi para viver ao meu lado, tudo bem que tivemos um início tumultuado, que as circunstâncias de vida são diferentes para a gente do que para um mesmo casal da nossa idade, temos um filho juntos! Quer prova de amor mais pura que essa? Eu senti muito a sua falta nesse mês, sei que você sofreu, mas eu sofri junto com você. Coloque em sua cabeça, somos um casal, uma equipe, um cooperando com o outro, precisamos ficar juntos para que tudo dê certo, você não pode ir embora e ficar um mês fora sempre que algo der errado entre nós ou que algo recaia sobre a gente;

Ela segurou meu queixo e me beijou, nos levantamos e demos um abraço forte, tão forte quanto o encontrão que demos um no outro a dois anos atrás.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esses Seus Olhos De Tempestade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.