Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 42
Capítulo 41.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui, depois de quase dois meses sem postar. Espero que gostem do capítulo e não deixem de visitar e seguir o tumblr da fanfic



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403952/chapter/42

Há sempre dias em que pensamos ser o pior de nossas vidas... Entretanto, quando o pior dia de nossas vidas de fato chega, não imaginamos que será bem pior do que pensamos que seria.

Luke esperava ansioso pela volta de Hércules, entretanto o único sinal de nervosismo evidente nele eram os pés que não paravam de se mover. Já no meu caso, eu andava de um lado para o outro, o barulho das sirenes estava me deixando confuso e irritado, apenas tragédias e sangue vinham em minha mente, felizmente ninguém da família ainda sabia que Annabeth, Thalia e Atena se encontravam no shopping do atentado. Caso contrário esse telefone já teria ido parar embaixo de um desses carros de polícia.

Luke e eu estávamos debaixo de uma salinha, daquelas tipo tenda, que havia sido montada, havia vários telefones sobre a mesa e um computador. Hércules voltou e sentou-se de frente para Luke.

__ E então, quais são as notícias? – perguntou Luke
__ Dois dos três atiradores já foram abatidos, apenas um ainda está dentro do shopping, mas a segurança já está em busca dele, há cerca de 10 vitimas, sendo 3 fatais, não soube identificar se sua namorada e seus amigos ainda estão lá dentro senhor.
__ Eu vou entrar e matar esse infeliz – disse Luke – Arranje-me dois coletes a prova de balas e duas pistolas
__ Não sei se posso fazer isso, senhor...
__ Eu não estou pedindo Hércules, estou mandando você ir atrás disso agora mesmo!

O garoto que não devia ter mais que 19 anos levantou-se rapidamente e foi seguir as ordens que lhe foram dadas.

__ Sabe atirar, Jackson? – Luke virou-se para mim

Senti minhas mãos tremendo, minha respiração ficou mais rápida e num súbito momento de loucura.

__ Sim, eu sei atirar, Castellan – respondi.

Luke abriu um sorriso e o olhar maligno que eu não via há tempos em seu rosto.

Hércules voltou com dois coletes a prova de balas e duas pistolas. Após vestir-me peguei na arma, não era pesada, mas era gelada, sabia que se apontasse aquilo para alguém tinha o poder de mata-lo.

Luke tomou a arma de minha mão e conferiu se estava carregada, devolveu-me e fez o mesmo com a sua. Agradeceu Hércules e me puxou pelo colete para fora dali.

__ Olha aqui Jackson, eu sei que você é uma mocinha que sequer pegou em uma arma – ia responder, mas ele me cortou – Contudo, estamos entrando num local onde possivelmente Annabeth e Thalia ainda estão, caso você veja o filho da mãe que está ali dentro é pra atirar, atirar de verdade.
__ Luke... Eu não...
__ Não tem essa de “eu não quero matar”, ou você o mata ou ele mata você – ele disse me encarando – Agora vamos!

Luke e eu fomos como se fossemos policiais, ele apresentou um distintivo que eu sei que ele não usava mais há um tempo e entramos no shopping. Vi os rastros de sangue em direção a porta, percorremos até o centro do shopping em silêncio, até que Luke pegou o rádio e fez sinal para que eu ficasse quieto.

__ Hércules – o rádio fez um chiado – em que andar está o último?

Demorou apenas uns segundos para obtermos resposta.

__ Terceiro – e o rádio tornou a chiar – estão em uma sala de cinema

__ Ótimo – Luke praguejou algumas coisas – Vamos, temos que barrar alguém na sessão de cinema.

Corremos e subimos pelas escadas na mesma velocidade. Luke com seu intenso preparo físico chegou inteiro, já eu... Nos aproximamos mais das salas de cinema e foi ali que ele teve a pior ideia da vida dele.

__ Vamos nos separar, são 6 salas de cinema, precisamos acha-las rápido.
__ Acho isso uma péssima ideia – eu disse com pouco entusiasmo
__ Não vai se borrar todo agora Jackson, pense que sua mulher e filho estão ali dentro com uma possível arma apontada pra cabeça, você quer isso?

As palavras de Luke foram como um tapa na cara e subitamente imaginei tal cena, uma onda de adrenalina percorreu meu corpo.

__ Está esperando o que? – eu disse a ele

Ele abriu um sorriso rápido e nos separamos, ele entrou na primeira sala e não sei o porquê, mas eu decidi entrar na terceira. A porta estava aberta, mas ouvi ruídos vindos de lá.

Entrei com cuidado e com a arma apontada para frente, usei meus conhecimentos de filmes de ação e encostei-me na parede, olhei ao redor, eu devia estar patético, a sala estava com iluminação baixa e além dos sussurros eu ouvia apenas a minha respiração pesada.

Fui descendo os degraus com o menor barulho possível, felizmente o piso acolchoado ajudava a não ecoar o som. Já estava quase próximo a tela quando vi a salinha de projeção com a porta aberta e uma luz vindo de lá, entrei e comecei a subir os degraus, antes de dar para a sala havia outra porta, que estava entreaberta, abaixei-me e espiei pela fresta.

Umas 15 pessoas estavam postas em circulo na minúscula sala, vi Atena, meu coração batia intensamente contra minhas costelas, podia jurar que a qualquer momento o sequestrador ouviria e viria atrás de mim. Toquei meu colete em busca de um rádio, mas notei que Luke não tinha me dado um.

__ Vamos Percy, coragem, sua mulher e filhos estão ai – pensei.

Dei um suspiro longo e tomei fôlego, me coloquei de pé e abri a porta, com a arma em punho. Vi apenas os reféns, dentre eles Annabeth, que tinha um olhar assustado no rosto, mas o sequestrador que é bom, não estava ali.

Fui para liberar a boca de Annabeth que estava amordaçada, como todos os outros, quando senti algo pressionando contra minha cabeça.

__ Não tão rápido ai, senhor salvador – disse uma voz grossa atrás de mim.

Annabeth estava extremamente assustava, reparei que estava de mãos dadas com Thalia e a mãe e seus dedos, agora apertavam fortemente contra os delas.

__ Solta a arma – ele ordenou – Antes que queira enfeitar o rosto dos meus convidados com sangue do seus miolos.

__ Não será necessário – eu disse, colocando a arma no chão e virando-me para ele

O sequestrador devia ter por volta de 1,90cm de altura, uns 100 quilos, era careca e sua cabeça era fechada por tatuagens, assim como os braços, sua barba parecia com a de alguém que não via um barbeador há um bom tempo.

__ Seu rosto não me é estranho – disse o sequestrador

Virado diretamente para ele pude notar que ele analisava meu rosto, até que ele fez uma expressão de surpresa.

__ Já sei! – ele começou a dar gargalhadas – Não acredito que a galinha dos ovos de ouro veio atrás de mim. Percy Jackson, capa da revista Orbes, como maior empreendedor do ano e o mais novo riquinho de Nova Iorque.

__ Long Island – o corrigi

Ele me desferiu um tapa no rosto, que mais pareceu um soco ou então que ele metera um ferro no meu rosto. Cuspi no chão e notei que tinha machucado minha boca. O sequestrador riu.

__ Não sabia que ricos se aventuravam como policiais – ele gracejou – Algo de muito valor está neste shopping ou nesta sala para você se arriscar nessa missão suicida... Deixe-me pensar

Evitei direcionar meu olhar para Annabeth ou para qualquer outra pessoa do local, não queria que ninguém saísse morto dali.

__ Você não levou o olhar a ninguém... Então uma pessoa não é... Tem algo muito valioso aqui dentro, algum projeto, algo do tipo...

Senti sua mão segurar meu queixo com força e puxá-lo para que eu o olhasse.

__ Diga-me o que é... Talvez, além de pedir uma recompensa por sua cabeça, eu consiga algo pelo que você busca aqui dentro.
__ Só direi, caso vossa graça diga-me o nome, gosto de tratar de negócios com pessoas que eu conheça – dei-lhe um sorriso debochado.

Esperei por mais um soco, mas dessa vez ele sorriu da mesma forma em retribuição.

__ Pode me chamar de Polibotes – ele sorriu com desdém – E espero que esse não seja o ultimo nome que tenha que ouvir, torça para que seu papai e titios liberem uma grana por você e quem sabe por esse pessoal todo.

Espera... Quer dizer que ele não reconheceu nem Thalia nem Atena, sorte a delas de não aparecer nessas revistas de ricos.

__ É um prazer tratar de negócios com você, mas creio que não será hoje que você irá ver a cor do meu dinheiro ou do dinheiro da minha família.
__ Desculpe-me rapaz, eu acho que não entendi – ele cerrou os punhos
__ É isso mesmo que você ouviu, eu não vou ser sequestrado por você – dei de ombros.

Eu deveria estar louco. Polibotes deu um soco na câmera e ela foi ao chão se partindo em mil pedaços, dei um breve passo para trás, mas logo me recompus, ele tentou se acalmar, mas não teve muito sucesso.

Veio para cima de mim e agarrou a parte de traz do meu cabelo e colocou o cano de sua arma na minha testa, pressionando-a com força. Seu cheiro não era nem um pouco agradável de tão perto. Ouvi Annabeth e outras pessoas soltando gritinhos reprimidos.

__ Olha aqui, seu pivete, vi dois de meus irmãos serem assassinados na minha frente, eu não estou com um pingo de paciência para joguinhos, antes de o dia chegar ao fim eu quero estar longe daqui, com um helicóptero de dinheiro e sem a policia atrás, está entendido, ligue para o maldito do seu pai ou eu mato todo mundo, inclusive essa grávida.

Ele empurrou um celular contra o meu peito e soltou meus cabelos, mas sua arma ainda continuava apontada para minha cabeça. Disquei o número do escritório do meu pai, minhas mãos tremiam.

__ COLOCA NO VIVA VOZ – Polibotes berrou

Fiz o que ele pediu e logo a secretária atendeu.

Escritório Olympus, terceiro andar, pois não?”
“Ninfa, sou eu, Percy – tentei manter a voz tranquila – Tem como transferir para sala de meu pai?”
Claro senhor Jackson, aguarde um instante...”

Pouco tempo depois a voz do meu pai soou na linha.

Filho, como vai? Recebi alta do hospital e vim direto para cá, como sabia onde eu estava? ”
Pai...” - Polibotes tomou o telefone da minha mão
“Olá Poseidon, como vai?”
“Com quem eu falo?” – perguntou meu pai, intrigado
“Meu nome é Polibotes e eu sou o sequestrador do seu filho, não sei se ligou o seu televisor de 60 polegadas, mas o shopping de Manhattan está sofrendo uma atentado no dia de hoje”
“COMO É QUE É? ISSO SÓ PODE SER UM ENGANO!”
“Não sei se o senhor achar um engano receber o corpo do seu filho com um buraco no meio da testa”
NÃO! O QUE VOCÊ QUER?” – meu pai já estava exaltado do outro lado do telefone
“Eu quero que você...”

Polibotes parou de falar e então vi que Luke estava com a arma apontada para cabeça dele.

__ Desligue o telefone – disse Luke, sereno
__ Quem você acha que é? Estou com uma pessoa na mira da minha arma! – Polibotes segurou a sua arma com mais firmeza
__ Eu sou a pessoa que vai te mandar para o inferno junto com o seus outros irmãos!

As coisas depois disso foram muito rápidas. Luke puxou o gatilho e atirou.

Cai de joelhos no chão, ouvi vários gritos, mas o de Annabeth foi o que mais me doeu na alma, eu sabia que tinha levado um tiro, na região do ombro, meu rosto estava todo sujo de um sangue que não era meu e sim dos miolos de Polibotes que Luke explodira na minha cara.

O corpo dele caiu logo em seguida do meu. Luke veio em minha assistência, retirando meu colete com um único puxão, a dor no meu ombro foi alucinante. Ele achou o ferimento e disse algumas coisas que não entendi pelo torpor da dor, outrora ele estava falando no rádio. Eu desmaiei.

_____________________________________________________________________________

Acordei e a iluminação que entrava no quarto quase me cegou. Tentei me levantar, mas fiquei tonto e voltei com força para o colchão, uma fisgada no ombro direito me fez lembrar de tudo que havia acontecido e entendi que provavelmente eu estava num hospital.

__ Vai com calma ai jovenzinho – disse uma voz masculina que eu conhecia, Paul.
__ Paul... – eu disse – Annabeth, onde ela está?
__ Ela está bem... Agora – ele entrou no meu campo de visão e vi que estava com o rosto sereno.

Isso indicava que nada de ruim havia acontecido com ela, mas esse agora... Alguma coisa tinha acontecido.

__ O que você quer dizer com “agora” ela está bem? – apertei o botão ao lado da cama e pude levantar a ponto que eu quase me sentasse.
__ Felizmente sua mãe acaba de chegar e ela vai te explicar melhor que eu.

Minha mãe estava entrando no quarto com dois cafés na mão e se surpreendeu ao meu ver acordado. Veio até mim com lágrimas nos olhos e me abraçou.

__ Como você faz uma coisa dessas comigo, Percy?! Você poderia estar morto! – ela se afastou
__ Mas estou vivo mãe, onde está Annabeth, o que houve com ela e com meu filho?

Minha mãe olhou para Paul e pegou em minha mão que não estava ligada a eletrodos.

__ FALA – esbravejei
__ Annabeth deu a luz ao filho de vocês Percy...
__ Mas ainda não estava na hora, ela só tinha 7 meses, está muito cedo – minha mãe apertou minha mão
__ Calma, calma... Estava cedo sim, mas ela passou por um estresse muito grande, quando a ambulância chegou para te socorrer ela já estava entrando em trabalho de parto...
__ Quero vê-los, AGORA!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tumblr da fanfic - esodt.tumblr.com



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Esses Seus Olhos De Tempestade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.