Esses Seus Olhos De Tempestade escrita por jessyweasley


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

E ai galera, pelo visto vocês gostaram da ideia de Annabeth ter ido visitar o Percy hein? Ahahahah Conte-me o que estão achando assim como vocês estão fazendo porque é sempre bom ver se o rumo da história está bom. Perceberam que o temido Luke está de volta? hahaha adooooro, mas por enquanto estaremos sem intrigas - eu acho -



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Levantei e ainda estava tudo escuro, desde ontem a casa não se encontrava tão silenciosa, Annabeth às vezes poderia ser um tanto quanto... Barulhenta. Olhei no relógio da bancada e eram duas horas da manhã. Eu havia marcado com Quíron de estar no porto por volta das três e meia, pois era nesse horário que encontraríamos a espécie que precisávamos estudar.

Tomei meu banho e voltei para o quarto terminar de me ajeitar e arrumar a mochila. Retirei do armário uma jaqueta de esqui velha, olhei de relance pela janela e vi que uma garoa fina caía.

Passei pelo quarto onde Annabeth estava e à porta entreaberta dava a visão de sua cama, notei apenas um amontoado de cobertas enrolados e não consegui vê-la nesse meio.

***

__ Rapaz... Achei que iria se atrasar – disse Quíron dentro do barco

O mar estava agitado e um vento frio soprava em direção ao continente, minha jaqueta felizmente era grossa o suficiente e tampava boa parte do frio. Quíron estava checando as últimas coisas enquanto eu ajeitava minha mochila dentro da minúscula cabine.

__ Quíron, você não acha que o mar está agitado demais? – perguntei, enquanto saía do lado de fora
__ Relaxa garoto – ele botou um boné laranja na minha cabeça – Não entraremos tão adentro assim, vamos pra cabine, não precisamos ficar expostos ao frio até chegarmos ao local.

Assenti e o acompanhei. Ele também tinha um boné laranja como o meu e dentro da cabine, notei que havia vários adesivos que diziam CHB, assim como no boné.

__ O que é CHB? – apontei para um dos adesivos

Ele ligou o barco e começou a nos guiar mar adentro. Quando olhou para o adesivo que eu apontei abriu um sorriso, para minha surpresa ele não tinha os dentes podres como um velho pirata e sim todos eles perfeitamente alinhados e branquíssimos.

__ Isso foi a um tempo atrás, quando eu tinha um acampamento para jovens – ele disse
__ Tipo, escoteiros? – olhei uma foto que estava presa no vidro
__ Hã, mais ou menos – ele coçou a barba – É complicado de explicar
__ Você ainda tem esse acampamento? – olhei para ele

Seu olhar mudou, passou para um mais severo e um tanto triste.

__ Não – disse friamente.

Decidi não render mais o assunto. Navegamos por mais 10 minutos até que ele desligou o barco. O som das ondas batendo no casco era cada vez mais forte, fechei minha jaqueta e coloquei o capuz. Quíron saiu apenas com sua jaqueta jeans e seu boné do acampamento, indiferente a chuva que caía.

Me chamou afoito para ajuda-lo a colocar a rede no mar, fui correndo e quase escorreguei.

__ Cuidado, não queremos ser os peixes da história, Jackson – ele berrou.

A rede era leve, mas a estrutura que era usada para jogá-la ao mar era uma m*rda de movimentar, devia estar enferrujada ao algo assim. Quíron e eu fizemos bastante força para que então a rede fosse lançada a uns 8 metros do barco. Ele instruiu para que eu pegasse um balde de ração na frente da cabine e espalhasse na água e eu o obedeci.

Em seguida, Quíron apontou para a cabine, onde entramos novamente.

__ Agora é só esperar aquela luz vermelha acender – ele apontou para uma luz próxima a estrutura da rede – Quando ela acender é que tem peixe na rede.

__ Mas isso não quer dizer que será o nosso peixe né? – perguntei, frustrado.
__ Óbvio que não.

Ele sentou-se num banco presente no cubículo minúsculo da cabine e eu permaneci em pé, a chuva batia copiosamente na janela e o barco se movimentava, vez ou outra meu estomago denunciava o inicio de um enjoo, mas Quíron lançava-me um olhar que eu fazia com que minha vontade sumisse. Eu não poderia me passar por fraco na minha primeira saída de barco.

Depois de longas uma hora a bendita luz vermelha acendeu. Quíron cochilava encostado no painel. O cutuquei e ele levantou rapidamente, deixando o boné cair, pegando e colocando-o de volta na cabeça. Apontei para a luz e ele apenas assentiu e pediu que eu o acompanhasse.

Acionamos o botão e a rede rapidamente foi puxada, olhei no meu relógio de pulso e faltava pouco para as cinco da manhã. A rede veio cheia de peixes e pela cara de felicidade de Quíron tínhamos tido sucesso.

__ Ai sim rapaz – ele tirou o boné e passou a mão pelos cabelos – Conseguimos, isso que é sorte de principiante.

Soltamos a rede dentro do barco, devolvemos ao mar todos os peixes que não queríamos para estudo, vivos, para deixar claro. Em seguida colocamos os escolhidos dentro de um aquário e ligamos o barco rumo ao porto.

Dessa vez a viagem pareceu mais longa. Voltei sentado no banquinho da cabine enquanto Quíron pilotava, dei alguns cochilos, mas era sempre acordado pelo solavanco que o barco dava ao quebrar uma onda.

Chegamos ao porto e alguns outros barqueiros estavam ali vendendo seus peixes, eram 5:30 da manhã e o dia já começava a clarear e a chuva já tinha ido embora.

Ajudei Quíron a descer os aquários e levar até a sede da empresa que ficava próxima ao porto. Chegando lá, meu pai me esperava.

Me surpreendi ao vê-lo ali, ele estava com terno completo, cabelo e barba bem aparados, nem parecia o meu professor universitário descontraído e meio praiano.

__ Percy – disse ele, abrindo um sorriso acanhado
__ Olá, pai – respondi sorrindo de leve
__ Quíron, meu amigo – ele o puxou para um abraço
__ Quanto tempo Poseidon – disse Quíron, soltando-se do abraço
__ Então, como foi hoje?

Meu pai recostou-se na bancada e analisou o aquário que trouxemos.

__ Belo espécime – disse ele fascinado
__ Foi tudo tranquilo, felizmente conseguimos tudo de primeira, seu moleque tem o pé quente – Quíron riu

Poseidon abriu um sorriso sincero, aparentemente meio orgulhoso.

__ Sorte de principiante – disse ele
__ Quíron disse a mesma coisa – falei – Mas, acho que tá mais para dom.

Nós três rimos e meu pai se aproximou de mim, colocando a mão em meu ombro.

__ Vou roubá-lo de você agora Quíron, preciso conversar algumas coisas com ele.
__ Tudo bem – Quíron sorriu

Nos despedimos e eu acompanhei meu pai até seu carro. Era uma Land Rover, caramba, que carro.

__ Hã... Acho que estou um pouco sujo para entrar no carro – apontei para minha roupa fedendo peixe e molhada
__ Relaxa, qualquer coisa eu mando lavar – ele balançou as mãos.

Ser rico é outra coisa. Entrei no carro e ele logo avançou para a estrada. Como era cedo não demoramos muito no transito, durante todo o caminho ficamos calados.

Ele parou em frente a uma loja de ternos e saiu do carro. Esperei e ele voltou com um todo empacotado na mão. Entrou no carro sem falar nada, fomos parar novamente só na garagem da sede da empresa de Long Island.

Era um prédio menor que o de Manhattan, menos luxuoso, mas era um dos maiores da cidade. Senti-me envergonhado por estar ali vestido daquela forma e cheirando daquele jeito.

__ Toma.

Poseidon pegou o terno empacotado e colocou em minha mão.

__ Tem um banheiro com chuveiro no segundo andar, tome banho e vista isso, te encontro em 20 minutos no terceiro andar.

Ele saiu depressa e enfiou no elevador, deixando-me ali, confuso.

Segui suas ordens e o encontrei no horário exato. Havia tentado deixar meu cabelo organizado, mas ele insistia em ficar completamente espinhado.

Poseidon não demorou para chegar, analisou-me feito um radar e murmurou alguma coisa que eu não entendi. Ele saiu na frente e eu fui logo atrás. Entramos no elevador e ele apertou o botão para o terceiro andar.

__ Pode me explicar o que é tudo isso? – perguntei
__ Charles não disse que teríamos uma reunião? – ele me olhou
__ Disse, mas pensei que seria algo... Mais informal
__ Nada será informal daqui para frente Percy, bem vindo ao mundo dos negócios.

Ok, provavelmente eu me menti numa enorme cilada. Eu não era um homem de negócios.

A sala estava cheia, vi Charles próximo a um homem enorme, parecendo um jogador de basquete, bem parecido com ele, vi Atena, que me cumprimentou com um aceno de cabeça e tornou a conversar com uma garota jovem, linda por sinal. Próximo a elas havia um homem loiro e bronzeado que reconheci como o professor Apolo que me dera aulas quando estive aqui com a faculdade, além do pai e madrasta de Thalia e uma mulher exuberante parecida com Silena. Um desespero me invadiu quando eu vi Luke, ele trajava um terno escuro e seus cabelos loiros e cicatriz me assombrou, lembrei-me do meu nariz quase quebrado e estremeci. Meu pai me olhou com curiosidade.

__ O que foi? – ele perguntou baixo – Não se assuste, são todos acionistas da empresa.
__ Não é disso que estou com medo – apontei Luke com a cabeça
__ O que tem o filho de Hermes?
__ Digamos que ele tenha me causado aquele nariz machucado – dei de ombros

Meu pai deu uma gargalhada contida.

__ Luke esta representado o pai que esta em São Francisco, não se preocupe, ele não vem sempre.
__ Ok – dei um suspiro aliviado.

Zeus acenou para que nós nos sentássemos ao redor da mesa. Outros três entraram em seguida e foram chamados de Dionísio, Deméter e o pai de Nico, Hades.

Luke pareceu me identificar e me lançou um olhar raivoso, desviei assim que notei que ele estava me encarando. Zeus começou a reunião levantando os pontos que iriam ser tratados e eram muitos, eu estava morrendo de sono e a reunião pelo visto iria se demorar.

***

Voltei para casa destruído.

__ Achei que alguém tinha te sequestrado – disse Annabeth

Ela estava sentada no sofá com um pote de pipoca ao lado, de pijama vendo filmes.

__ O trabalho me sequestrou, além de uma infernal reunião com todos os acionistas – joguei-me ao lado dela no sofá
__ Você te cheirando a peixe – ele me olhou com uma cara estranha – Pipoca?

Enfiei minha mão com vontade no saco de pipocas e enchi a boca. Como eu estava com fome e não tinha notado.

__ Você ficou vendo tv o dia inteiro? – olhei pra ela
__ Não, fui na praia também – ela mostrou o ombro – Marquinha, viu?
__ Não.

Ela fez uma cara de horrorizada.

__ Como não? – ela analisou o próprio ombro – Percy, aqui a marca.

Ela apontou para uma marca quase invisível.

__ Ata, acho que vi uma parte mais clara – dei de ombros – Vou tomar um banho, preciso dormir.

Joguei meu blazer na cara dela, que o jogou longe com uma cara de nojo e subi para meu quarto. Quando terminei o banho, um pouco do sono já tinha ido embora, então decidir descer e ver um pouco de TV com Annabeth.

Tudo estava desligado na sala, olhei para a cozinha e também não havia ninguém ali. Onde essa garota havia se metido?

Fui até a varanda e lá estava ela, deitada olhando para o céu estrelado com os pés na piscina.

__ Não ia dormir? – ela virou o rosto para mim
__ Depois do banho sempre o sono vai embora.

Andei e sentei-me ao seu lado, também colocando os pés na piscina.

__ A noite está bonita – comentei olhando para o céu
__ Verdade – ela sentou-se e balançou os pés na água – Bora entrar?

Olhei para ela incrédulo e dei uma risada sem força.

__ Acho que to cheio de água hoje.
__ Poxa – ela deu um suspiro – Pois eu vou!

Ela levantou, tirou os shorts de pijama, a blusa e pulou na piscina. Caramba, nem para ficar um tempinho parada para que eu admirasse a visão.

Sentei-me tirando os pés da água e a olhei nadar.

__ Vamos Percy, deixa de besteira – ela jogou água em mim
__ To cansado – fiz uma cara de consolo – Fim de semana eu fico ai com você
__ Você é chato – ela jogou mais água em mim molhando minha camisa

Balancei a cabeça e fui me sentar em uma das cadeiras de sol, estiquei-me todo. O barulho do mar era um ótimo remédio para o sono. Os barulhos foram ficando cada vez mais longe até que eu peguei no sono.

***

O sol queimava contra o meu rosto, além do calor que estava fazendo. Abri os olhos e a claridade quase me cegou. Droga, acho que peguei no sono do lado de fora da casa. O barulho do mar confirmou-me isso.

Demorou uns instantes até que meus olhos se acostumassem. Uma coberta estava servindo de estufa e me cozinhando, não me lembro de ter pegado uma coberta. Olhei para os lados e lá estava Annabeth com uma coberta semelhante a minha, deitada dormindo na cadeira ao lado, toda encolhida. Ela deve ter ficado com pena de me chamar, ou então me chamou e não obteve sucesso e resolveu dormir aqui fora comigo.

Tirei a coberta estufa e levantei-me. Cheguei próximo a Annabeth e vi que ela vestia outro pijama, a cutuquei de leve no braço.

__ Ei, vamos pra cama – sussurrei
__ Não, estou adorando dormir nessa cadeira dura, obrigada – respondeu ela meio sonolenta.

O sarcasmo nunca a deixava?!

__ Tudo bem, eu sei o que você quer.

Peguei-a no colo e entrei em casa. Subi as escadas e a coloquei em sua cama, perfeitamente arrumada.

__ Para você não dizer que foi culpa minha sua dor nas costas causadas pela idade – falei perto de seu ouvido

Ela apenas sorriu e se enrolou na coberta. Abri um sorriso. Até que era bom tê-la por perto, saí de seu quarto deixando a porta entreaberta.


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