HIRAM: Então digam lá que decisão é que tomaram? Deve ser importante, para sermos convidados a vir e nos terem trazido para aqui.

Hiram, Shelby, Russel, Judy, Quinn e Rachel estavam todos sentados à volta da mesa da sala de reuniões daquele piso da empresa. Quinn estava numa ponta, e Rachel estava na outra. A loira tinha uma capa com poucas folhas, já a morena estava cheia de capas, e algumas delas bem grossas. Quinn não conseguia não olhar para Rachel cada vez que alguém falava naquela sala, e a morena estava a sentir-se intimidada. Não tinham falado desde o incidente à porta do elevador, e ambas se sentiam constrangidas por isso.

Q: Quem começa Rachel?

R: É indiferente, vamos morrer as duas e vamos. – disse a morena enquanto ajeitava os papeis à sua frente. Quinn sorriu.

Q: Posso começar eu então.

S: Mas é preciso assim tanto suspense?

RUSS: Afinal do que é que são esses papeis todos?

H: Estiveram a informar-se à cerca da ideia que vos demos? – Rachel levantou a cabeça por fim.

R: Pronto, já começa. Não. Não é nada disso. Basicamente vamos mudar o nome e a imagem da empresa. – respondeu ela com autoridade. Todos ficaram sem reacção, inclusive Quinn que não esperava que Rachel dissesse aquilo de rajada e como se nada fosse. – Não estamos a pedir opinião. Estamos a informar só porque achamos que fica bem.

J: Como assim? – perguntou Judy confusa.

Q: O que vamos fazer basicamente, é utilizar os lucros anuais para mudar tudo. Mudar o nome, fazer mais 22 hoteis com decorações adaptadas às cidades onde se situam, mudar o visual mudar a estratégia de marketing, mudar o conceito e o público-alvo. E vamos descer os preços dos hotéis já em funcionamento. Os próximos serão mais elegantes e terão melhores condições.

R: Conclusão: vamos mudar tudo.

S: Isso vai-vos dar muito trabalho, têm noção?

R: É isso que se quer.

RUSS: Eu não sei se permito que o façam. – disse Russel com calma.

H: Pois nem eu.

RUSS: Mudar o nome então, isso não permito mesmo.

R: Pois, mas ninguém te está a pedir permissão. Estamos a informar-vos.

Q: Não era de bom tom mudar tudo sem vos avisar.

RUSS: Esta empresa custou-nos uma vida a construir, e vocês agora querem deitar isto tudo por água abaixo? Eu não posso permitir isso.

H: É uma irresponsabilidade o que vocês querem fazer. Nós construímos isto tudo para vocês, educamos-vos na expectativa que vocês levassem avante o trabalho de uma vida inteira, e vocês agora querem arriscar tudo. É que depois não podem voltar atrás.

Q: Vamos lá ver se nos entendemos. Ninguém aqui quer estragar nada, o que nós queremos é fazer disto um projecto nosso. Não estamos a desvalorizar aquilo que vocês fizeram até aqui, porque se não fosse por isto tudo que já está feito, não havia orçamento para mudanças.

R: A ideia é modernizar, é tornar mais actual, é adaptar alguns pontos que faltam adaptar. Não estamos a pensar fazer um hotel de cada cor, estamos a pensar seguir uma linha lógica, ter uma identidade diferente. Não nos metíamos nisto se não achássemos que podemos concretizar. Ninguém aqui está a arriscar sem ter noção das perdas.

Q: Aliás, eu trouxe as contas da empresa para perceberem que se fizermos estes hotéis, ainda ficamos com uma margem de lucro confortável. É um investimento único, quando estiverem a funcionar recebemos o retorno desse investimento.

H: E se não funcionar? E se as pessoas não gostarem dos novos hotéis?

Q: Isso é impossível, e vais perceber isso quando vires os esboços das ideias da Rachel. Mas se hipoteticamente isso acontecesse, continuamos a ter os mesmos que tivemos até aqui.

RUSS: Não, não continuam. Porque ao mudares a identidade da empresa, automaticamente estás a mudar a identidade dos hotéis já em funcionamento.

S: Posso fazer uma sugestão? Sem querer chatear ninguém.

Q: Claro Shelby. – disse Quinn com calma.

S: Eu acho um projecto muito interessante, e percebo a vossa necessidade de marcar a vossa identidade na empresa. É muito bem pensado que o façam dessa maneira. Mas acho que o nome deviam manter. É muito mais interessante para o publico, que uma empresa faça uma mudança de imagem, que se modernize, que mude conceitos e identidades, mas que mantenha a familiaridade. As pessoas procuram os Faberry Palace pela posição e pelo respeito que conseguimos conquistar durante estes anos todos. – o silêncio instalou-se, até que Hiram o interrompeu.

H: Eu ficava muito menos indignado se mantivessem pelo menos o nome. – Rachel fixou o olhar em Quinn e ela devolveu-lho. Estavam ambas sérias, mas concordaram com a cabeça em não mudar o nome dos hotéis.

R: Seja. O nome fica, o resto muda-se. Fim de discussão.

Q: Não queres mostrar os esboços?

R: Assim sendo, tenho de fazer umas alterações. Depois marca-se um jantar lá em casa e eu levo e mostro.

Q: Então pai, vocês queriam falar connosco acerca de qualquer coisa, não era?

RUSS: Sim. – disse Russel amuado.

H: Mas depois falamos disso. Também não estávamos à espera destas novidades.

A reunião não demorou muito mais tempo, além disso Rachel mostrou-se apressada, e Quinn acabou percebeu a mensagem de que era para despachar a coisa. Quando estavam a sair da sala de reuniões, os seus pais dirigiram-se à saída e elas aos seus gabinetes. Mas antes de entrar nos gabinetes, Quinn chamou Rachel.

Q: Rachel eu preciso de falar contigo. –disse a loira com calma.

R: Diz.

Q: Podemos ir jantar a um restaurante que inaugurou esta semana na Broadway?- Quinn sustentou-lhe o olhar, e Rachel sentiu os nervos a chegar. No entanto, não deu a parte fraca e respondeu com calma.

R: Mas é alguma coisa importante?

Q: Podemos ou não?

R: Está bem. – disse após uma pausa.

Q: Então às 19h00. Encontramo-nos em casa e depois vamos juntas. – a loira sorriu com alguma leveza e Rachel assentiu com a cabeça. Seria mentira se ela dissesse que não tinha ficado curiosa e intrigada, e mais mentira seria, se ela dissesse que não tinha ficado nervosa e até ansiosa.