Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 36
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Estou brochada com a história. Por mim, eu parava por aqui mas eu odeio começar as coisas e não terminar (ainda que eu faça muito isso). Enfim, vou tentar terminá-la daqui uns dois capítulos acho.

Boa leitura, meninas.

E obrigada por comentarem ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403691/chapter/36

26 de Abril – Sexta-feira

POV. German

– Ramalho, – eu fui entrando na sala dele sem bater e olhando para uns papéis – posso falar com... – não consegui terminar de falar quando ergui a cabeça e vi quem estava presente na sala.

– Matias vai voltar para a escola, German. – Eu olhei para o Ramalho. – O outro professor que dividia as aulas de Física com você pediu demissão.

– Será um prazer dividir as aulas com você, Castillo. – Matias estendeu a mão. Eu o olhei e o cumprimentei. – Se não se incomoda, depois eu preciso conversar sobre algo muito importante com você. – Eu franzi o cenho e assenti.

– Depois – olhei para o Ramalho – conversamos. – Saí da sala do Ramalho e fui para a sala dos professores. Sentei-me e fiquei pensando. Por que Matias voltou? E o quê de tão importante ele tem para falar comigo? Não consigo perceber se eu já o perdoei, pois no momento em que eu o vi, não senti raiva alguma, não senti nada. Angie sentou-se ao meu lado e olhou-me.

– O que foi? – Perguntou-me, eu a olhei sério.

– Matias voltou. – Falei baixa e calmamente.

– Eu imaginei. Encontrei-o na hora que eu cheguei. – Ela suspirou. – Você está bem? – Eu dei um sorriso fraco.

– Sim. Não sinto mais raiva, nem decepção, nem nada com relação a ele. – Abaixei a cabeça. – Eu acredito nele, Angie, ele errou e arrependeu-se por isso. Matias é um cara bom, merece meu perdão.

– Como você consegue? – Eu a olhei e ela sorria.

– O que?

– Ser tão maravilhoso. – Ela sussurrou e eu sorri. – É sério, German, – ela falou com seu tom de voz normal – como você consegue ser tão bom e perdoar assim? – Abaixei a cabeça rapidamente e a olhei sério.

– Eu sei como é ruim implorar por um perdão e não tê-lo, Angie. – Ela abaixou a cabeça.

– Não vamos falar disso agora. – Eu suspirei.

– Tudo bem, mas só porque não é o momento e nem o lugar certo. – Fiz uma pausa e mudei de assunto. – O Leonardo ainda não a procurou? – Ela olhou-me.

POV. Angie

– Não, ele só manda essas mensagens dizendo que está de olho em mim e para eu afastar-me de você.

– Você está com medo? – Ele murmurou. Eu abaixei a cabeça e assenti.

– Ele está planejando algo, German. – E eu estava com um medo enorme de que não fosse apenas contra mim mas de que ele fizesse algo com o German ou com a Violetta.

– Angie, – ele começou a falar, quase inaudível – fica na minha casa, lá você vai ficar segura.

– Entenda, juntos nós não estamos seguros, German, – eu sussurrei – ainda que seja essa a sensação que eu tenho quando estou com você. – Ele suspirou. Era verdade, mesmo que eu me sentisse a pessoa mais protegida do mundo quando estava com ele, não podíamos arriscar.

– Tudo bem. – O sinal tocou e fomos para a sala de aula.

POV. German

– German! – Matias chamou-me assim que eu abri a porta do carro para ir embora. – Precisamos conversar o quanto antes. – Falou apreensivo.

– Tudo bem.

Acabamos indo para um bar. Sentamo-nos, eu pedi uma água e Matias pediu um whiskey, eu franzi o cenho. Quem toma whiskey às 16h? Bom, é do Matias que estamos falando. Ele costumava fazer esse tipo de coisa enquanto estávamos na faculdade também. Sorri ao lembrar dos tempos de faculdade, ele percebeu e sorriu também.

– O que foi?

– Nada, só lembrei de umas coisas, nada importante.

– Ah. – Nós dois ficamos sérios. O rapaz voltou com a garrafa de água e com o copo de whiskey, depois afastou-se. Estávamos apoiados no balcão olhando para nossas bebidas e em silêncio.

– E então, o que precisa dizer? – Ele suspirou.

– Há uma semana eu encontrei uma pessoa que, penso eu, você nem imagina que existe. – Eu o olhei. – O rapaz sentou-se ao meu lado em um bar como esse e começou a me dizer coisas a respeito do pai dele. – Eu franzi o cenho e ele olhou para mim. – É, eu fiz essa mesma cara que você está fazendo. – Ele voltou a olhar para o copo. – Aí ele começou a falar sobre a admiração e amor que ele sentia pelo pai, sobre ser grato por tudo o que o pai dele havia ensinado a ele, e coisas desse tipo, para no final dizer que o pai dele está preso. – Eu franzi ainda mais o cenho. – E eu pensei “cara, como você sente orgulho do seu pai?” e depois pensei “ah, eu não vou julgar, vai que o homem está preso injustamente”.

– E por que o pai dele está preso? – Matias olhou-me sério.

– Porque foi acusado “injustamente”, segundo o filho, de ter matado uma mulher e, depois, ter tentado matar três pessoas em um incêndio. – Eu arqueei as sobrancelhas. Será possível que o Carrara tenha mais um filho? 

– Não pode ser.

– Mas é. – Ele suspirou. – O garoto é filho do Carrara. – Olhei para frente e tomei metade da garrafa de água. Ficamos em silêncio.

– Mas o garoto não deve ser tão ruim.

– German, ele sente orgulho do pai, uma pessoa que sente orgulho do Carrara, sabendo do que ele fez, é, no mínimo, estranha.

– Mas ele realmente pode achar que o pai não fez nada. – Matias franziu o cenho.

– Angie conseguiu mesmo amolecer seu coração, hein? – Eu suspirei e o olhei sério. – Qual é, German? O rapaz quer vingança, ele disse isso. Disse para nós tomarmos cuidado. Sim, nós. Eu, você e... – Ele pausou.

– Angie. – Completei e voltei a olhar para frente. Quando é que nós dois vamos conseguir ser felizes sem que alguém tente nos separar ou nos matar? Eu abaixei a cabeça. – O que ele quer fazer? – Murmurei.

– Ele quer nos fazer sofrer muito para depois acabar com a nossa vida, foi o que ele disse. – Ele pausou. – E com Angie,... – eu o olhei – ele quer ficar com ela. – Franzi o cenho.

– Como assim?

– O garoto tem uma fixação doentia por ela, German. – Eu suspirei e voltei a olhar para frente.

O que vamos fazer, Matias? – Ele também suspirou e olhou para frente.

– Eu não sei, German.

– Qual é o nome dele?

– Leonardo. – Eu o olhei sério e comecei a respirar fundo.

– Leonardo do que?

– Leonardo Dantas. – Pressionei os dentes e comecei a respirar pesado. – Parece que a mãe não quis dá-lo o sobrenome do pai. Ela deveria... – Eu soquei o balcão e levantei-me. Joguei uns trocados no balcão e saí rapidamente do bar. Meu sangue pulsava mais forte e tudo o que eu podia sentir naquele momento era raiva. Matias saiu correndo do bar e veio atrás de mim. Entrei no carro e ele também entrou. – O que foi?

– Você sabe onde ele mora? – Perguntei nervoso.

– É claro que não. – Bufei.

– Merda. – Murmurei. – Liga para Angie e diz que você conhece o Leonardo há muitos anos e que quer visitá-lo, pega o endereço dele.

– E se ela perguntar de onde eu o conheço?

– Fala que ele já foi seu aluno. – Falei alterado. – Liga logo. – Eu falei o número dela e ele ligou, desligou após uns cinco minutos.

– Eu acho que ela não acreditou muito mas... – Eu suspirei e, assim que ele falou o endereço, eu arranquei com o carro. – Agora me explica como é que Angie o conhece.

– Esse filho da puta já colocou o plano em prática. Há muitos anos ele começou a colocar esse plano em prática. – Falei alterado.

– Por que?

– Ele aproximou-se de Angie quando ela estava no Rio e ficou muito amigo dela. Quando ela voltou para cá, ele também voltou e eles começaram a namorar. – Matias arregalou os olhos. – Esse maldito conseguiu fazê-la namorar com ele. – Falei nervoso enquanto socava o volante do carro. – Nós chegamos em frente ao prédio, eu estacionei e saí rapidamente do carro. Matias veio atrás de mim.

– German, é melhor não subirmos lá. – Ele segurou meu ombro.

– Você não precisa subir. – Continuei caminhando e parei em frente à portaria. – Apartamento 51B, por gentileza.

– German, você está nervoso demais. – Ele murmurou.

– Pode subir, senhor.

– Obrigado. – Caminhei até o primeiro bloco do condomínio e parei em frente ao elevador.

– German... – Ele segurou meu ombro de novo.

– ELE BATEU NELA. – Gritei virando-me e empurrando-o, ele arregalou os olhos. Olhei em volta e, por sorte, não havia ninguém. Voltei a olhá-lo. – Ele a ameaçou, ameaçou a mim e a Violetta. – O elevador chegou. – Espera aqui.

– Não, eu vou junto.

– Não, espera aqui. – Eu entrei no elevador, ele suspirou e ficou olhando, do outro lado, a porta fechar-se.

Eu subi, bati com força na porta dele e, quando ele abriu, eu o empurrei, fazendo-o cair no chão. Subi por cima dele e, com uma mão, apertei o pescoço dele.

– Você é tão verme quanto o seu pai. – Eu falei baixo e ele riu. Comecei a espancá-lo até quebrar dois dentes dele e sua boca começar a sangrar. – Você é doente. – Eu levantei. – Some desse lugar e nos deixe em paz. Não tente fazer algo porque desta vez eu estou preparado. O seu pai quase nos matou uma vez mas você não vai conseguir nem chegar no "quase". Se eu souber que você tentou fazer algo para Angie vai se ver comigo, entendeu? – Ele não respondeu e eu o chutei. – ENTENDEU? – Ele assentiu, ou tentou fazê-lo. Eu saí do apartamento, desci e Matias esperava-me no hall do prédio. – Vamos!

xxx

POV. Off

– German? E Matias? – Angie franziu o cenho assim que abriu a porta de seu apartamento e os viu. Eles entraram, Matias sentou-se e os dois a olharam. Ela ficou séria quando lembrou da ligação que o Matias havia feito para ela. Ela suspirou e olhou para o German. – Eu não acredito que você foi atrás dele.

– Eu não fui atrás dele. – German falou cínico. – Eu fui atrás dele, Matias? – Matias balançou rapidamente a cabeça negando.

– É? Deixa eu ver sua mão. – German mostrou a mão esquerda. – A outra. – Ele suspirou e mostrou-a, estava um pouco roxa. Angie segurou-a e bufou. – Você é um idiota, German. – Soltou-a e balançou a cabeça. – Por que você foi lá? – German olhou para o Matias e voltou a olhá-la.

– O Matias conta. Enquanto isso, eu vou arrumar sua mala. – Angie franziu o cenho.

– Tá louco?

Não estou louco. Ele colocou as mãos nos braços dela e a fez sentar-se ao lado do Matias. Você vai ficar na minha casa a partir de agora. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inalcanzable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.