Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 33
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar sobre V2, gente, apenas que meu cu trancou por imaginar que a Angie ia embora :((

Mais um cap aí, boa leitura, meninas.



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16 de Fevereiro – Sexta-feira

POV. Angie

– Bom dia. – German sussurrou no meu ouvido, virei-me e sorri.

Eu pensei que depois da conversa que tivemos, ele ficaria desanimado ao falar comigo, mas não, nestes dias ele chegou com um sorriso no rosto, que aliás sempre me derrete por dentro, e com um “bom dia” animado. Na quarta eu estranhei mas não reclamei por vê-lo assim, pois vê-lo sorrir me deixa bem. Saber que ele está melhor me dá uma sensação de conforto, é claro que não maior do que a sensação de conforto que eu tenho quando estou nos braços dele, mas isso não vem ao caso.

– Bom dia, German.

– Tudo bem?

– Sim e com você? – Ele assentiu.

– Angie, ontem conversei com a Vilu e ela me disse algo sobre um jantar amanhã na minha casa.

– Ah sim, eu disse pra ela que não tem cabimento, German, pode ficar tranquilo, posso fazer na minha casa ou na da Fran, não sei. – Ele franziu o cenho e sorriu.

– Não tem problema fazer lá em casa, Angie, está tudo bem.

– É melhor não. – Ele ficou sério e suspirou.

– Eu sei qual é a sua preocupação. Não deixe de fazer algo por minha causa. Eu estou bem, Angie, pode levar o seu namorado. – Eu suspirei.

– Eu não acredito que alguém consiga ficar bem tão rápido. – Ele sorriu sem mostrar os dentes.

– O que estamos fazendo agora? – Eu franzi o cenho.

– Conversando, oras.

– Pois então, há duas semanas você não queria nem olhar na minha cara. Para mim, o que estamos fazendo agora já é um grande avanço. Só de poder conversar com você e vê-la sorrir para mim eu já fico bem. – Abri um sorriso triste. – É sério, Angie, não deixe de fazer algo por minha causa. Eu quero que você fique bem e se esse rapaz a deixa bem, então, eu tenho que aceitar.

– Mesmo que isso te machuque?

– Não se preocupa comigo, seja feliz e eu ficarei bem. – Os professores começaram a entrar na sala e nós mudamos o rumo da conversa.

xxx

– Professora, desculpa perguntar, mas o que você fez com o senhor Castillo? – Um engraçadinho chamado Eduardo perguntou e eu franzi o cenho.

– Por que?

– Ele esteve legal essa semana. – Ele respondeu.

– É, ele até sorriu um dia desses. – Fernanda interveio e eu sorri.

– Verdade. Ontem uma garota me disse que na sala dela, ele até fez uma piadinha. – Gabriela falou e eu ri.

– Gente, ele não é esse ogro que vocês pensam que ele é e, se vocês querem saber, é um homem maravilhoso. – Ok, eu não deveria ter dito essa última parte. Senti minhas bochechas queimarem e eles sorriram.

– Como você tem tanta certeza de que ele é maravilhoso, professora?

– Eu quis dizer que, como pessoa, ele é muito bom.

– Sei lá, ele só começou a me parecer bom depois que você chegou. – Fernanda falou e os outros dois concordaram. Os três sentavam-se próximos à minha mesa e, por isso, o contato com eles era maior.

– Não viajem, pessoal, eu e ele não temos nada. – Eles sorriram de novo. – Vai, terminem logo a atividade.

– Seria legal se vocês tivessem algo. – Gabriela falou e eu suspirei.

– É, mas nós não temos. Vai, termina logo isso.

xxx

17 de Fevereiro – Sábado

POV. Angie

Acabei indo para a casa da Vilu junto com o Léo. A verdade é que eu não estava com a mínima vontade de levá-lo e fora que eu não queria ver o German mal mas ele insistiu para ir, então fomos juntos. Quando cheguei Violetta abriu a porta com um sorriso no rosto, sorriso esse que se desfez assim que ela viu o Léo. Ela me abraçou e depois cumprimentou-o. Nós entramos e o pessoal já estava lá. Eu olhei por toda a extensão da sala, não consegui deixar de lembrar daquelas semanas de 2007. O Pablo franziu o cenho, suspirou assim que viu o Léo e veio nos cumprimentar.

– Oi, Angie. – Ele falou com a sobrancelha arqueada depois de cumprimentar o Léo. Este sabia que o Pablo não ia com a cara dele e ele também não fazia questão de ser simpático com o Pablo. Eu suspirei.

– Oi, Pablo.

– Nós podemos conversar? – Eu olhei para o Léo e ele assentiu.

– Vamos. – Falei séria olhando para o Pablo. Caminhamos até a cozinha e eu sorri ao lembrar da nossa primeira noite juntos. Embora eu tenha passado apenas duas semanas ali, cada canto daquela casa lembrava-me algo.

– Qual é o seu problema, Angie? – Pablo perguntou-me depois de um tempo.

– Por que?

– Como, por que? O que você está fazendo com esse cara?

– Nós estamos juntos. – Ele deu uma risada sarcástica.

– Você tá brincando comigo, né? – Permaneci séria.

– Eu pareço estar brincando? – Ele ficou sério.

– Eu não quero nem ver quando o German ver vocês dois juntos.

– Ele me assegurou que está bem.

– E você acreditou?

– Não. – Suspirei. – Mas ontem nós conversamos e eu percebi que se eu não viesse hoje, ele ficaria mais chateado.

– Mas você precisava trazer esse cara, Angie?

– O que eu podia fazer, Pablo? Eu estou com ele agora. – Ele suspirou.

– Você que sabe. – Ele falou e caminhou até a porta da cozinha, eu o chamei.

– Pablo, – ele me olhou – onde o German está?

– Acho que está no escritório dele, não sei.

Quando voltamos para a sala, lá estava ele e, como se não bastasse isso, estava conversando com o Leonardo. Sobre o que eles falavam eu não sei, e eu não quis saber, eu tinha de mantê-los afastados um do outro. Caminhei em direção a eles e cumprimentei German.

POV. German

Assim que Angie chegou, Violetta foi ao meu escritório avisar-me. Quando saí não a encontrei mas encontrei o namorado dela, que conversava com a Francesca. Caminhei até ele e notei que Francesca ficou tensa.

– Prazer, German Castillo. – Eu estendi a mão. Fran afastou-se.

– Prazer, Leonardo Dantas. – Ele apertou minha mão um tanto forte, tentando me intimidar. – O senhor – ele deu ênfase em “senhor” – é aquele que estava com Angie no dia em que eu cheguei, não é?

– Sim.

– Hm, ela me pareceu meio abalada aquele dia. – Eu suspirei.

– É, a nossa história é um pouco complicada.

– Eu sei, Angie me contou toda a história, inclusive, ela me mostrou a carta. – Eu estreitei os olhos. – Que covardia, hein, senhor? – Pressionei os dentes.

– Se ela contou toda a história, então deve ter contado o porquê eu fiz isso. – Ele assentiu.

– Mas acho que isso não importa mais, afinal, você a perdeu para mim. – Minha respiração ficou pesada. O que esse moleque pensa? Eu suspirei.

– Tem razão, isso não importa mais. – Fiz uma pausa. – Só não a faça sofrer. – Ele sorriu.

Eu não farei a mesma coisa que o senhor fez, relaxa. – Estreitei os olhos. Angie chegou e cumprimentou-me.

POV. Off

– Estávamos aqui tendo uma conversa super agradável, Angie. – Leonardo falou e forçou um sorriso.

– É? E sobre o que conversavam?

– Sobre a chance que você me deu para fazê-la feliz, docinho. – Leonardo falou. “Seu idiota, ela odeia esses apelidos melosos”, German pensou e fulminou-o. Angie e German entreolharam-se, ele forçou um sorriso.

– É, Angie, ele realmente parece ser um ótimo rapaz. – German falou irônico e Angie suspirou. – Com licença, eu vou... pegar um vinho. – German falou e foi até a cozinha.

– Qual é o seu problema, Leonardo? – Angie perguntou baixinho assim que German afastou-se.

– O que? Eu não falei nada demais... Mas hein!? Ele me pareceu meio mala.

– Mala?

– É, sei lá, meio arrogante.

– O German não é “mala”.

– Me pareceu. – Angie suspirou.

POV. German

Cheguei na cozinha, apoiei as mãos na pia e abaixei a cabeça. Estive a ponto de socar a cara do namorado da Angie mas eu sei que isso a deixaria chateada. Esse rapaz tem algo estranho, tenho a impressão de que ele está com ela porque quer algo e, seja lá o que for, eu vou descobrir. Nesse momento, Pablo apareceu na cozinha.

– Está tudo bem, German?

– Sim, está tudo ótimo. – Virei-me e o olhei. – E com você? – Ele franziu o cenho.

– Estou bem. – Abriu a geladeira. – Vim pegar vinho. – Ele falou sorrindo, pegou a garrafa e fechou a geladeira. – Você quer?

– Sim. – Peguei uma taça, ele abriu a garrafa e despejou o líquido na taça. Eu acabei com o vinho que ele acabara de colocar em um piscar de olhos, ele franziu o cenho novamente e eu estendi a taça para ele colocar mais.

– Você não está bem. – Ele falou colocando mais vinho na taça. – O que aconteceu? – Eu o olhei e suspirei.

– Você já conhecia esse Leonardo, não? – Ele suspirou e assentiu. – O que você acha dele?

– Eu não confio nele.

– Ótimo, porque eu também não. – Tomei um gole do vinho e contei sobre a conversa que eu tive com o Leonardo.

– Que cara folgado! O que ele está pensando?

– Não sei. – Tomei mais um gole do vinho. – Mas eu sinto que ele esconde algo e que, por isso, fará Angie sofrer.

– Não sei, German, ele pode ser idiota mas sempre quis ficar com a Angie, acho que não está nos planos dele fazê-la sofrer.

– Ele esconde algo, Pablo, – tomei o restante do vinho – e eu vou descobrir. – Fui para o meu escritório e fechei a porta. Sentei e fiquei pensando. Pensei que conseguiria vê-la com outro homem, mas não, eu não consigo, sinto uma angústia enorme por tê-la perdido.

POV. Off

A hora do “parabéns” chegara. Violetta bateu na porta do escritório de German para chamá-lo, ele levantou-se e rumou até a sala de jantar. Havia um bolo e Angie encontrava-se, em pé, na extremidade da mesa. Os dois olharam-se e deram um sorriso triste, Angie desviou o olhar. Leonardo estava ao lado de Angie, com um braço na cintura dela e sorrindo. Violetta acendeu as velas e o “parabéns” começou. Angie sorria, aparentemente, feliz mas quando seus olhos encontravam os de German e depois ela percebia que quem estava ao lado dela era o Leonardo, sentia uma tristeza grande. Quando acabaram de cantar, Angie deu um sorriso triste e apagou as velinhas, depois olhou para o German, que a olhava com um sorriso fraco no rosto.

– DISCURSO, DISCURSO. – Gritaram após apagar as velinhas e ela sorriu, olhando para todos. 

– Ai ai ai, por que vocês fazem isso comigo? – Todo mundo sorria. Angie ficou séria, olhando para o bolo e pensando no que falar. – Bom... não é exagero dizer que vocês me deram o melhor presente em anos, fizeram-me recordar os meus pais mais do que nunca – Angie falou pausadamente deixando uma lágrima escorrer, German sentiu vontade de abraçá-la mas não podia –  e deram-me a sensação de que eles estão aqui hoje comigo. – Angie deixou mais uma lágrima escorrer e Leonardo acariciou o cabelo dela. German abaixou a cabeça para não ver Leonardo ocupando o lugar que, por destino, era dele. – Obrigada por tudo, pessoal, tê-los perto de mim novamente me conforta e eu sou muito grata por isso. Eu amo vocês. – German olhou-a e os dois encararam-se. – Todos vocês. – Inevitavelmente, German sorriu. Todos bateram palma.

– Tá, agora corta o bolo que eu quero comer! – Marco falou e todos riram.

– É, mas antes, pra quem vai o primeiro pedaço?

– Sem essa, vocês dividam o primeiro pedaço. – Angie falou cortando o bolo.

– Eu não queria falar nada mas... – Pablo falou e Angie o olhou – eu acho que nada é mais justo do que o primeiro pedaço ser para o dono da casa. – Angie arqueou uma sobrancelha e Pablo sorriu, German ficou sério.

– Eu também acho, afinal, ele forneceu a casa e tudo mais. – Marco falou. Ele e Pablo eram mestres em provocar Angie.

– É, docinho, – Leonardo falou e German revirou os olhos, “Por que esse cara quer se fazer de legal agora?", pensou. – ele é o dono da casa, nada mais justo.

– Tudo bem. – Ela disse e German abriu um sorriso radiante. Caminhou até Angie, parando ao lado dela. Ela estendeu o braço com o bolo para ele.

– E tem que ter abraço, poxa, que primeiro pedaço é esse? – Fran falou e Angie suspirou. German pegou o pratinho da mão de Angie e abraçou-a, ela correspondeu. Ele a apertou o mais que pôde, sem incomodá-la, e colocou a boca no ombro dela, repousando a cabeça. Ela, por sua vez, repousou a lateral do rosto no ombro dele. Todos olhavam enternecidos e Leonardo fulminava aquilo. Ficaram longos minutos abraçados e, então, Leonardo pigarreou, fazendo-os separarem lentamente. Encararam-se depois do abraço, German sorriu sem mostrar os dentes e retirou-se, indo até o seu quarto.

xxx

– Ei, – Angie bateu na porta e colocou a cabeça para dentro – posso entrar? – German estava deitado na cama olhando para o teto com o moletom dela estendido em seu lado. Ele a olhou e sorriu.

– Claro que pode, esse quarto é quase seu. – Ela sorriu, entrou e fechou a porta. Sentou-se na beira da cama e olhou para o moletom dela.

– Eu procurei bastante por esse moletom. – Ela falou apontando para a peça.

– Eu durmo abraçando-o. – Ele sentou-se na cama e encostou-se na cabeceira. – Sabe aquelas adolescentes que dormem agarradas com o ursinho de pelúcia? Então, eu pareço uma com o seu moletom. – Angie riu. – É sério. – German riu também. Pararam de rir aos poucos, Angie adquiriu um semblante sério e triste e abaixou a cabeça, German moveu-se até a beira da cama, sentando ao lado dela. Colocou uma mão no queixo dela – Ei, – fê-la erguer a cabeça – o que foi?

– Eu sinto falta dos meus pais, German. – Ele suspirou e envolveu os braços ao redor do corpo dela, fazendo-a repousar a cabeça em seu ombro. Depositou um beijo suave na cabeça dela, confortando-a. – Nos meus aniversários, eles sempre compravam um bolo para comemorar e, então, cantávamos parabéns e depois assistíamos um filme juntos. Hoje eu realmente tive a sensação de que eles estavam presentes. – Ela começou a chorar. German ergueu uma mão e passou a acariciar o rosto de Angie.

– E ele estavam presentes, meu amor, – ele começou a dizer, devagar e baixo – sempre estiveram. Sabe onde? – Ela afastou-se para olhá-lo. – Aqui. – Ele apontou para o coração dela. – Sempre estarão aí, vivos dentro de você. – Ela o abraçou ainda chorando, ele  passou acariciar as costas dela. – As pessoas que nos amam, nunca dizem adeus realmente, elas permanecem vivas no nosso coração, nos trazendo um pouco de conforto apenas por lembrar delas. – Ele fez uma pausa. – Quando a saudade aperta dói, eu sei disso, e a única coisa que nos resta é chorar. – Ele suspirou. – De qualquer forma, eu estou aqui, meu amor. Quando você precisar de um abraço, de um carinho, de alguém para conversar, não hesite em me chamar.

– Eu sei, German, – Angie murmurou, enxugou o rosto, e afastou-se novamente para olhá-lo – por isso eu subi. O pessoal me faz um bem enorme mas – ela pausou, abaixou a cabeça rapidamente e voltou a encará-lo – parece que só você é capaz de me confortar. – Ele sorriu sem mostrar os dentes e acariciou o rosto dela. 

– Pelo menos uma coisa boa eu faço, não é? – Angie sorriu.

– Você é maravilhoso, German. – Os dois ficaram sérios e os olhares ficaram ainda mais fixos um no outro. Ficaram assim por um bom tempo, German estava a ponto de beijá-la e ela virou o rosto.

– Desculpa. – Ele murmurou. – Eu estou com uma vontade louca de beijá-la mas... mas eu sei que não seria certo, não com o seu namorado lá embaixo. – Angie o olhou e suspirou. – Só que eu também não sei se consigo controlar essa vontade, Angie.

– É melhor eu descer, não é? – Ela murmurou.

– Sim, – German sussurrou – a não ser que você queira ficar. 


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Notas finais do capítulo

;)



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