Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 31
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

CA-RA-LHA, eu estou surtando por causa de Germangie, velho. Eu já comecei a ficar com dó do German mas ainda quero vê-lo pastando pra reconquistar a Angie... ele tem 20 episódios para fazer isso. E, ah, [SPOILER] que merda é essa da Angie ir embora? Na boa, o que é Violetta sem Angie? Isso não vai acontecer, não pode acontecer [/SPOILER].

Sobre a fic::::eu não to sabendo o que fazer com a história, meus picos de """criatividade""" acabaram :(



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04 de Fevereiro – Segunda-feira

POV. Angie

Hoje as aulas iniciam-se e decidi vir caminhando até a escola. A distância não é longa e até que é uma caminhada gostosa, dá para pensar na vida e em todas as coisas que deixam-me aflita. Em todas as coisas não, porque apenas uma coisa me aflige, na verdade, apenas uma pessoa o faz. Cheguei na St. George e não havia professor nenhum na sala, deixei minhas coisas lá e fui caminhar pela escola. Percebi que cada canto daquele lugar fazia-me lembrar de algum momento que eu passei com o German. Primeiro passei pelo auditório e, ao entrar lá, senti-me como se aqueles olhos me fulminassem como da primeira vez a qual eu entrei lá, há cinco anos, a primeira vez que eu o vi. Depois caminhei até o ginásio de esportes e fui direto ao salão da piscina. Fechei os olhos e quase pude sentir o corpo dele conduzindo-me em uma dança lenta, como ele o fez naquela festa em 2007. E então, saí e fui em direção aos dormitórios, não entrei mas apenas ficar olhando-os lembrou-me de quando o German cuidou de mim após eu ser espancada por aqueles irmãos. Como tudo isso pode ter sido mentira?

– Ei – Alguém cutucou meu ombro. Virei-me e abri um sorriso.

– Violetta! – Nos abraçamos. – Como você está linda, mais linda do que há dois anos quando nos vimos pela última vez.

– E você, então... – Ela afastou-se para olhar-me. – papai tem razão, você está mais linda do que nunca. – Ela disse sorrindo, eu decidi ignorar a parte do “papai tem razão”.

– E como você está? – Nós começamos a caminhar até o prédio principal. As aulas começam 7h e ainda eram 6h30.

– Eu estou bem e você?

– Bem. – Eu disse e olhei para a frente.

– Eu conheço você, Angie, é desnecessário você tentar mentir para mim. – Eu a olhei e ela suspirou. – Vocês tem uma mania de tentar esconder as coisas de mim.

– Não estou escondendo nada, Vilu.

– Papai me contou sobre a conversa que vocês tiveram. – Suspirei e olhei para frente. – Eu não acredito nesse ódio que você diz sentir por ele e eu não acho que vê-lo do jeito que ele está seja tão indiferente para você. – Fiquei em silêncio. Nós entramos no prédio principal e caminhamos até a sala dos professores. – Angie, – Ela segurou meu braço antes que eu abrisse a porta. – meu pai é um homem bom e você sabe disso... você não acha que ele já sofreu demais? – Suspirei.

– Não sei, Vilu. – Abaixei a cabeça. – Eu só não consigo perdoá-lo. – Ela me abraçou.

– Tudo o que eu mais desejo é que vocês sejam felizes. – Ela olhou-me. – E nós duas sabemos que isso só será possível se vocês ficarem juntos. – Suspirei. – Pensa nisso, Angie. – Ao dizer isso, caminhou até a sala de aula de um dos terceiros anos. Eu entrei na sala dos professores e dei bom dia a todos. German estava sentado na outra extremidade da mesa, tomando café e lendo um jornal, o que ele parou de fazer assim que me viu. Sentei-me entre Jackie e Esmeralda e tentei de todas as formas prestar atenção nos meus horários de aula. Ramalho não conseguiu nos deixar em dias diferentes, nos veremos todos os dias da semana.

Enquanto estávamos na sala dos professores ele não parava de olhar-me e quando eu tive coragem de encará-lo, ele abriu um sorriso. Durante os cinco anos que passaram esforcei-me ao máximo para esquecê-lo, constatei que foi um esforço jogado no lixo assim que ele sorriu, meu coração disparou nesse momento e eu senti vontade de sorrir de volta mas desviei o olhar antes que isso acontecesse. Depois das aulas dadas, eu não o vi na sala dos professores, ele deve ter ido embora com a Jade. Pensar nisso incomodou-me um pouco mas então eu balancei a cabeça em uma tentativa frustrada de afugentar qualquer pensamento sobre o German e fui embora. Jackie ofereceu-me carona mas eu percebi que as caminhadas entre a escola e a minha casa fariam-me bem, então recusei e fui a pé. Na metade do caminho, o German apareceu de carro, eu revirei os olhos e continuei caminhando. Ele foi avançando com o carro lentamente ao meu lado.

– Entra, eu te levo. – Ele falou.

– Não quero, obrigada. – Continuei olhando para a frente.

– Eu só quero te dar uma carona, entra. – Ele continuou e eu o olhei.

– Entenda uma coisa, eu não quero a sua carona, eu não quero nada de você, me deixa em paz. – Ele suspirou.

– Tudo bem. – Murmurou e partiu.

xxx

08 de Fevereiro – Sexta-feira

POV. German

A situação com a Angie está a mesma coisa que há uma semana, ela continua evitando qualquer aproximação comigo, não evoluímos nem um pouquinho. Todos os dias ela chega mais cedo do que todos, coloca as coisas dela na sala e vai caminhar pela escola. Eu sei disso porque outro dia quando cheguei a vi caminhar pelos arredores da escola. Pude reparar no corpo dela e senti um calafrio percorrer o meu corpo inteiro, senti uma saudade enorme daquele corpo, daquela boca, daqueles olhos, de tudo o que pertence a ela e que um dia foi meu também, principalmente o coração, uma saudade imensa de quando ele ainda pertencia-me.

Durante essa semana inteira, ela foi embora caminhando, eu a oferecia carona e ela nunca aceitava, dizia para eu deixá-la em paz e então eu ia embora. Mas hoje eu não aguentei e insisti, tornei-me um chato irritante, parei o carro e fui caminhando junto com ela.

– Deixa eu te dar uma carona? – Ela revirou os olhos.

– Não.

– Por favor. – Ela olhava para a frente e eu a olhava.

– Qual é a parte do “me deixa em paz” que você não entendeu? – Ela parou e olhou-me.

– Por que não podemos apenas ser amigos?

– Você consegue?

– Por que? Você não consegue? – Eu sorri sem mostrar os dentes, ela suspirou e continuou andando. – Responde. Você tem medo de que, se formos amigos, alguma coisa pode acontecer entre nós dois?

– Eu não conseguiria ser amiga do homem que me fez sofrer. – Eu suspirei.

– Posso te mostrar uma coisa? – Eu segurei o braço dela. – Por favor, é rápido, nós só precisamos voltar até o carro. – Ela ia tentar avançar. – Por favor.

– Que seja rápido, Castillo, eu quero ir para a minha casa. – Eu sorri. Nós caminhamos de volta até o carro em silêncio. Quando paramos ao lado do carro, eu abri a porta do passageiro e retirei uma página de jornal do porta-luvas, olhei para o jornal e entreguei para Angie.

– Você não deve ter visto isso. – Ela pegou a folha e franziu o cenho.

POV. Angie

Peguei a folha de jornal, nela havia uma foto em que eu e o German estávamos juntos e uma pequena abertura com os dizeres “Diretor de escola tradicional mantinha relacionamento escondido com aluna menor de idade”. No texto dizia que o German responderia um processo e havia uma citação da minha tia dizendo que ele havia forçado-me a fazer algumas coisas com ele. Eu levei uma mão à boca em sinal de indignação e meus olhos encheram-se de lágrima. Eu não acredito que a minha tia fez isso, o German jamais seria capaz de fazer algo à força comigo. Eu o olhei e ele estava de cabeça baixa. Talvez eu tenha mesmo sido injusta com ele mas... eu não consigo esquecer aquela carta, eu não consigo deixar de lado todo o sofrimento que ele me fez passar. Eu não consigo. Eu estendi o braço para entregá-lo o jornal, deixei uma lágrima escorrer e ele ergueu a cabeça para olhar-me.

– Você entende agora? – Ele perguntou calmamente. Eu assenti.

– Mas isso não apaga o sofrimento que eu passei e as lágrimas que eu derramei por sua causa. – Ele abaixou a cabeça. – Desculpa, German, eu não consigo perdoá-lo, não consigo deixar tudo o que eu passei de lado.

– Eu entendo. – Ele murmurou com a voz embargada. Eu estava virando para ir embora, ele segurou meu braço e olhou-me. – Mas deixa, pelo menos, eu ficar perto de você? Deixa eu acariciar seu rosto – falou colocando uma mão em meu rosto, para acariciá-lo, e eu fechei os olhos – e te abraçar quando você precisar de carinho e conforto? – Como ele sabe que eu preciso disso? – Deixa eu ficar do seu lado quando você precisar? – Ele aproximou-se mais e eu pude sentir a respiração quente dele. Abri os olhos marejados e o encarei. Ele colocou a outra mão no meu rosto e o acariciou. – Agora nada poderia nos impedir, Angie. – Falou bem baixo e eu deixei uma lágrima escorrer, ele enxugou-a delicadamente com o polegar. – Nos dê uma chance, meu amor. – Sussurrou e estava a ponto de beijar-me mas aí escutamos alguém chamar meu nome e, então, eu acordei daquele sonho e dei graças a Deus por aquele beijo não ter acontecido.

– Angie – Eu e German olhamos para o lado e demos de cara com o Léo. O que ele está fazendo aqui? German voltou a olhar-me e abaixou a cabeça.

– Eu não consigo, German, desculpa. – Eu o olhei e falei retirando lentamente as mãos dele do meu rosto. Ele olhou-me, deu um fraco sorriso capaz de cortar o meu coração, cumprimentou o Léo com a cabeça, entrou no carro e partiu. Eu olhei para o Léo e forcei um sorriso. Nos abraçamos. – O que está fazendo aqui, mocinho? – Ele afastou-se e olhou-me.

– Você acredita que eu não consigo mais ficar esse tempo todo longe de você? – Ele disse sorrindo e eu ri.

– Mentiroso. – Ele riu e nós começamos a caminhar em direção ao meu apartamento.

– A verdade é que surgiu uma oportunidade para eu trabalhar aqui e já que a única amiga que eu tinha mudou-se pra cá, eu decidi aceitar.

– A única amiga porque todas as outras mulheres não resistiram às suas cantadas baratas. – Eu falei sorrindo.

– Poxa, Angie, assim você me ofende. – Eu ri. – Mas então... e como você está? – Olhei para a frente, fiquei séria e suspirei. Diante dos últimos acontecimentos, eu não estou nada bem.

– Estou bem. – Eu o olhei – E você?

– Eu não acho que você está bem e, para falar a verdade, acho que aquele cara que estava com você agora há pouco tem algo a ver com isso.

– Você também vai começar com isso, Léo?

– Ah, então quer dizer que eu estou certo? – Eu suspirei de novo. – Quem é aquele cara? – Nós chegamos ao prédio e subimos em silêncio. – Responde, Angie, quem é ele? – Eu entrei no apartamento e sentei-me no sofá.

– É o único homem que eu amei em toda a minha vida. – Ele sentou-se ao meu lado.

– E que te fez sofrer? – Eu abaixei a cabeça e assenti. – O que ele fez? – Eu o olhei.

– Espera aqui. – Levantei-me, fui ao meu quarto, peguei a carta e o entreguei. Contei tudo o que aconteceu em 2007, desde o início até o fim. Ele olhou-me como se estivesse pedindo para ler a carta. – Pode ler.

– Nossa... – Ele falou perplexo após ler a carta.

– Pois é. – Abaixei a cabeça. – O Pablo vive dizendo que ele fez isso porque foi obrigado, que ele não queria me fazer sofrer e que ele ainda me ama.

– E o que você acha? – Eu o olhei e suspirei.

– Eu não sei. – Fiz uma pausa. – Um pouco antes de você chegar ele me mostrou uma jornal daquele ano e... foram cruéis com ele, trataram-no como se ele fosse um pedófilo, como se ele tivesse me obrigado a fazer tudo o que fizemos.

– E ele a obrigou? – Franzi o cenho.

– Mas é claro que não, Léo. O German sempre me respeitou. – Fiz uma pausa e olhei para o chão. – Ele é o homem mais cavalheiro e encantador que eu já conheci. – Eu o olhei novamente. – Foi o homem mais cavalheiro e encantador, parei de acreditar nisso depois da carta.

– E voltou a acreditar nisso agora?

– Não... Eu não sei. – Suspirei – Ele parece realmente estar sofrendo mas... por mais que eu queira, não consigo restaurar a confiança que eu tinha nele, não consigo perdoá-lo.

– Mesmo que todos digam que ele não fez por mal e tudo mais?

– Mesmo assim. – Abaixei a cabeça. – Eu sofri e, de certa forma, ele causou esse sofrimento, por mais que não quisesse, e na minha cabeça nada mais importa além disso, nada vai me fazer esquecer isso. Eu tenho medo de confiar nele novamente e sofrer por isso. Nosso relacionamento sempre será vulnerável, ele sempre será um tanto mais velho do que eu e as pessoas sempre nos julgarão por isso, eu tenho medo de que ele não aguente a pressão e me faça sofrer novamente.

– Mas o que você vai fazer então? Não consegue perdoá-lo, tem medo, mas ainda o ama. – Eu o olhei.

– Eu não disse que ainda o amo.

– Qualquer pessoa nota isso, Angie. – Suspirei e abaixei a cabeça.

– Eu preciso esquecê-lo, só isso. – Ficamos em silêncio. Léo aproximou-se de mim e eu o olhei.

– Não acha, então, que é hora de me dar uma chance?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ;)



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