A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 9
Ressentimentos Divinos


Notas iniciais do capítulo

Galera, desculpem mesmo pela demora, tive alguns problemas pessoais, mas já tá resolvido e ai vai o capítulo novo XD
(Capítulo narrado por Árion de Taça, novo Grande Mestre)



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Era manhã, o sol brilhava intensamente sobre todo o Santuário e lá estava eu, ao lado de minha irmã e de Athena, na sala do mestre, minha sala.

— Árion... – Athena disse sem virar o rosto – Há algo na expressão de seu rosto que me preocupa... O que passa pela sua cabeça?

— Não é nada que deva te incomodar, minha prima... Na verdade eu deveria ir inspecionar os treinos dos cavaleiros de ouro...

— Se insiste, irei com você... – Athena levantou de seu trono e se pôs ao meu lado, olhei pra trás e vi minha irmã rindo baixo.

Fomos descendo as escadas e, até a casa de peixes, nada foi dito, mas quando chegamos em Aquário, Camus e Hyoga treinavam a técnica da Execução Aurora e a temperatura estava muito baixa, Athena começou a tremer.

— Desculpe interromper os treinamentos... Apenas aparecemos para verificar o progresso...

— Está sendo muito simples pra mim, Hyoga aprende extremamente rápido... – Camus era extremamente sereno, como poucos mortais são.

— Saori, você está bem?! – Hyoga olhou para Athena, ela tremia mais, provavelmente seu corpo mortal era vulnerável a extremas temperaturas. Tirei meu manto de mestre, ficando apenas com uma calça de treinos que passei a usar para não fazer distinção com os outros cavaleiros e a cobri.

— Obrigada... Árion... Acho que não sou forte o bastante para aguentar tanto frio... – Ela forçou um sorriso simpático – Talvez devêssemos ir para Capricórnio... Não há problemas por aqui...

— Concordo... Bom trabalho, os dois, continue nesse ritmo... – Cumprimentei ambos antes de sair de Aquário. Fora da casa a temperatura já estava normal, Athena me devolveu meu manto e seguiu caminhando.

— Realmente não entendo porque insiste em usar um corpo tão frágil... Não é mais fácil proteger sua amada humanidade com um corpo divino?

— É algo que faço para demonstrar respeito por eles... E não é muito diferente do que você fez... Abandonar os trajes divinos e passar a usar a roupa padrão de mestre...

— Há limites para tudo... Até para a diplomacia...

— O que você chama de diplomacia, eu chamo de amor...

Nossa chegada à casa de Capricórnio interrompeu a conversa. Dentro da casa, Shura treinava o jovem cavaleiro de Leão Menor, ambos se atacavam usando apenas os pés enquanto saltavam usando como base as paredes da casa.

— Impressionante... – Disse para interromper o treino dos dois, que logo desceram e se ajoelharam na nossa frente.

— Realmente seus chutes estão ficando melhores, Ban – Athena sorriu, parecia um sorriso mais sincero e belo que o último, forçado, em Aquário.

— Ele de fato possui algum potencial... – Shura falou – Se eu mantiver um ritmo intenso de treinamentos, ele poderá se tornar um cavaleiro muito mais poderoso...

— Bom saber que temos jovens de potencial, conto com sua força no futuro, jovem Ban de Leão Menor – Ban acenou em resposta a mim.

— Não vamos tomar mais tempo do seu treino – Athena disse sorridente – Vamos indo, Árion, ainda temos muitas outras casas pra visitar...

Despedimo-nos e seguimos para a casa de Sagitário. Enquanto caminhávamos para Sagitário, nenhuma palavra foi dita, mas assim que entramos, Athena parou de caminhar.

— O que houve, prima?

— Toda essa “inspeção” foi uma desculpa que você deu para afastar minha atenção de algo que estava te preocupando... O que era?

— Como já disse antes, não é nada...

— Bem... – Ela se sentou no altar da armadura de Sagitário, ao lado da perna esquerda traseira e cruzou as pernas, apesar de estar de vestido – Não sairei daqui até me dizer... Não me agrada que o mestre do Santuário mantenha segredos de mim... Até porque você foi voluntário e ainda não possuo motivos muito grandes pra confiar em você...

— Muito bem... A vitória é sua, mas antes de começar a falar, devo presumir que você não sabe sobre... A primeira parte da minha vida?

— Está certo...

— Eu nasci como um cavalo, já que Poseidon e Demeter se relacionaram ambos em forma de cavalos, apenas minha irmã nasceu em forma humana... Fui entregue as amazonas para ser cuidado, mas como possuía puro sangue divino, possuía mente superior a de qualquer mortal, além do dom da profecia e da fala... Profetizei a chegada de Hércules e por decorrência disso, a morte de Hipólita... Com minha língua afiada, convenci Hipólita a evitar conflitos com Hércules e ao invés disso, recebe-lo como hóspede e assim foi feito... No primeiro jantar em homenagem a ele, como eu era um mero cavalo, fiquei nos estábulos ouvindo as risadas de ambos e me acalmei, pensando ter salvo a vida de minha amiga... Mas no dia seguinte, senti outro sangue divino além do meu e de Hércules, era o de Hera, que havia se infiltrado entre as amazonas e feito todas se virarem contra Hércules e ataca-lo... Enganado como o brutamontes sem cérebro que é... Hércules matou todas as amazonas que viu diante de si e caminhou para o templo de Afrodite, onde Hipólita rezava procurando conselhos para decidir se guardava com ela o cinturão que Hércules queria, por ser um presente de Afrodite, ou dava para ele como prova de amor, mas Hércules invadiu o templo e matou todas as amazonas que lá estavam, incluindo Hipólita... Não deu ouvido a ela que o tratou tão gentilmente... Por amá-lo demais... Quando cheguei ao templo... Encontrei o cadáver de Hipólita ensanguentado, com as mãos estendidas, ela havia estendido o cinturão para dá-lo como prova de amor e lá estava com as mãos ainda estendidas e com um sorriso no rosto... Morreu por ele... Foi a primeira vez que tomei a forma humana, apenas para poder enterra-la de forma digna... Mas depois não senti vontade de voltar a forma de cavalo...

— É uma história triste... – Athena escondeu o rosto com as mãos, mas a lágrima era visível – E isso tem algo a ver com sua vinda?

— Sim... Demeter me abandonou em meu primeiro momento de vida... Hipólita foi o mais próximo que tive de uma mãe... Ela me ensinou a ler e me mostrou as maravilhas da poesia... Devo tudo a ela... Ela me ensinou sobre amor fraternal , o mesmo com o qual acolhi minha irmã quando tudo o que ela conhecia era ódio e vingança e a transformei em alguém mais doce... Graças a Hipólita conheci o lado amável dos humanos e desejo proteger isso... Confia em mim agora?

— Só desejo perguntar uma coisa?

— O que é?

— O que faria se visse Hércules?

— Perderia o controle...

— Diz isso com toda essa calma?

— Eu me conheço muito bem... O suficiente pra saber quem é capaz de despertar os piores sentimentos que conheço?

— E quais sentimentos você conhece?

— Ódio, raiva, solidão, rancor, respeito, amizade e afeição...

— Não sente amor por ninguém? Nem por sua irmã?

— Na verdade... Em uma família como a nossa, amor fraternal não existe... Meus pais são irmãos, Hades e minha irmã são tio e sobrinha... Então se eu dissesse amor, poderia ser mal interpretado... – Athena deu algumas leves risadas – Acha graça?

— Isso é fofo...

— Athena... Não use esses termos comigo...

— Por que não? Como você mesmo disse, somos parte de uma mesma família, por que não posso te tratar como meu primo?

— Pois para proteger a raça de minha mãe adotiva, você se tornou minha líder e tais informalidades não podem ser permitidas...

— Está ficando mais fofo... – Ela levantou e deu um leve beijo na minha bochecha.

— Athena... Devia parar com isso... E se alguém nos vê?

— Vão pensar que uma garota está sendo gentil com seu primo... Pare de pensar besteira... Aprendeu o que com as amazonas?

— Não vem ao... – Um enorme distúrbio foi percebido por mim e por Athena naquele momento – Também sentiu isso?

— É um cosmo... Tão poderoso ou mais do que o meu...

— É o cosmo do meu pai...

— O que Poseidon poderia estar fazendo em um momento crítico como esse?

— É o que pretendo descobrir... – Abri um canal telepático com todos os cavaleiros presentes no santuário – Atenção, Cavaleiros de Athena! Nesse momento o cosmo de Poseidon está começando a afetar as marés, como suas razões são desconhecidas, reunirei um grupo de seis cavaleiros que irão me acompanhar até o Templo Submarino para descobrir as razões por trás desse distúrbio... Os cavaleiros citados por mim devem se dirigir até a Casa de Áries e aguardar por mim... Shun de Andrômeda, Ikki de Fênix, Aldebaran de Touro, Camus de Aquário, Saga de Gêmeos e Shura de Capricórnio... Enquanto eu estiver fora, minha irmã e Mú de Áries estarão em comando enquanto Dohko de Libra cuidará dos treinamentos dos mestres que me acompanharão... Isso é tudo...

— E quanto a mim? – Athena parecia se sentir impotente.

— Continue aqui, firme e saudável, você é a bandeira desses cavaleiros, a razão pela qual eles lutam, se um arranhão chegar a teu corpo eles perderão a vontade de lutar... Então fique a salvo...

Tomamos rumos diferentes, mas antes de sair de Sagitário, ouvi minha irmã chegar.

— Vai confrontar nosso pai, sem mim?

— Não sei se isso pode te afetar de um jeito ruim... Então não quero que venha a se ferir...

— Eu sou sua irmã, tenho que estar sempre do seu lado...

— Mas eu tenho medo... Que seu antigo rancor volte e você se descontrole diante de Poseidon... Causando uma guerra santa desnecessária...

— Você sabe que sinto rancor de outra pessoa...

— Demeter...

— Exato! Poseidon não estava lá quando Demeter nos abandonou, ele poderia ter feito muita coisa... Não se preocupe... Meu ódio e rancor são exclusivamente dela...

— Ainda assim... É o dever do mestre da armadura de Altar cuidar do Santuário quando mestre não está por perto...

— Tem o Dohko e o Mú... Ambos são capazes...

— Mas o Santuário está com poucos cavaleiros... Uma deusa com seu poder será vital para a defesa daqui...

— Tá bom... Você venceu... Como sempre...

— Bom saber... – Me virei e beijei a testa de minha irmã – Não congele nada por diversão...

Como o Elmo do mestre estava pendurado em minhas roupas, com um selo de Athena no seu interior, a barreira não impedia meu teletransporte e pude ir imediatamente para Áries, onde todos os convocados já me aguardavam.

— Shura? Camus? Como chegaram aqui sem passar por Sagitário?

— Há caminhos secretos por entre as doze casas... Mas infelizmente o senhor ainda não teve oportunidade de conhecê-los... – Camus falou.

— Árion... – Ikki o interrompeu – Se é uma visita para analisar a situação, porque tantos de nós?

— Quero estar preparado para tudo... E conhecendo os Generais Marinas de meu pai, vocês são a melhor opção em caso de combate...

— Não iremos te decepcionar, mestre Árion – O jovem de Andrômeda falou com um sorriso no rosto...

— Então... – Tirei os mantos de mestre e ergui meu dedo, fazendo a armadura de Taça cobrir meu corpo. Olhei pra Mú, que se mantinha silencioso no meio dos convocados – Pode cuidar disso pra mim, Mú de Áries?

— Na verdade... Acho que o senhor não quer ser reconhecido antes de encontrar com seu pai... Devia ir vestido...

— Meus agradecimentos pelo conselho... Realmente não pensei nisso... Agora... - Ergui o dedo e fiz as roupas de mestre cobrirem meu copro e a armadura de Taça - Posso pedir que seu aprendiz nos acompanhe? Talvez possamos precisar de outra pessoa com grandes poderes psíquicos...

— Kiki – O jovem que se escondia atrás de uma pilastra apareceu diante de mim ao comando de Mú – Acompanhe o Grande Mestre e obedeça as ordens dele, entendeu?

— Sim, mestre Mú!

— Então... Preparem-se, vou nos teletransportar para o templo submarino de Poseidon... E não se preocupem... Serão capazes de respirar lá...


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Estão se acostumando aos personagens novos? Comentem ai XD



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