A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 3
Guerreiros de Andrômeda


Notas iniciais do capítulo

A viagem do dragão começa, como a Ilha de Andrômeda o receberá?! XD



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Estranhei o pedido repentino do Mestre Ancião, mas sem dúvida ele deve ter algum bom motivo pra me enviar a um lugar tão distante e nessa viagem abrir mão dos cuidados e da companhia de Shunrei, mais algum tempo e chegamos ao porto, percebi pelo barulho dos navios e o som do mar, conversamos com alguns dos capitães e achamos um que ia pra Ilha de Andrômeda levar um carregamento de roupas, pra nossa sorte ele não tinha um cozinheiro no barco e Shunrei se dispôs a cozinhar pra tripulação e ele nos aceitou.

Algumas horas de espera e partimos, Shunrei me levou até a cozinha do navio, o lugar me parecia pouco espaçoso já que eu ouvia os passos de Shunrei bastante restritos.

— Quem imaginaria que as suas mãos magicas pra cozinha nos abririam uma porta como essa...

— Shiryu... Você realmente gosta de me elogiar, não é?!

— Acabei pegando um pouco de gosto por isso... Como é essa cozinha?

— Um pouco bagunçada, mas o fogão está bem limpo...

— Se precisar de ajuda... Estou me sentindo um pouco inútil...

— Bem, está quase na hora do almoço, se puder ficar mexendo esse caldo aqui enquanto eu tempero a carne irá me ajudar muito – Ela pegou minha mão e me levou até o fogão, me entregou a colher e foi temperar a carne enquanto fiquei ali – Pronto, pode vir aqui Shiryu, vou fritar agora.

Quando fui para o lado esbarrei nela, seu cheiro era o mesmo e por alguma razão a respiração dela estava estranha, ofegante.

— Tudo bem Shunrei? O lugar esta muito apertado?

— Não, acho que é o calor, poderia chegar alguns passos pra trás?

— Acho que vou lá pro convés, não se preocupe, me guio pelo corrimão da escada...

— Tenha cuidado...

Foi um pouco trabalhoso já que eu ainda estava me acostumando a andar sem auxilio da minha visão, andei me guiando pelas paredes até que senti a brisa do mar, uma brisa enorme, eu provavelmente já estava no convés, achei as barras de proteção e me apoiei nelas i fiquei ali ouvindo o som do mar e sentindo a brisa no rosto. Fiquei ali por algum tempo até que senti um cheiro familiar, era o perfume de Shunrei.

— Shunrei, já terminou?

— Como sabia que eu estava aqui?

— Seu cheiro é inconfundível... – Ela se aproximou de mim e me abraçou.

— Por que está levando sua armadura?

— Talvez eu receba algum treinamento do mestre Albion, eu devo estar protegido...

— Entendo...

— Você me parece desapontada com isso...

— Não gosto de te ver se arriscando tanto, ainda mais nesse estado...

— Não se preocupe tanto comigo Shunrei... Sou um homem forte... – Coloquei minha mão no queixo dela e beijei sua testa, ao sentir meu beijo ela me abraçou.

— É bonito ver o amor juvenil... – Era a voz do capitão.

— Capitão, como vai o senhor?

— Com o paladar paralisado, sua namorada realmente tem mãos de fada pra cozinhar, meus marujos ficaram com os olhos cheios de água – Ele gargalhou, a típica risada de um “velho lobo do mar” – É um homem de sorte... Ela provavelmente será uma esposa maravilhosa... Me faz lembrar minha falecida esposa... Como sinto falta dela... Valorize essa menina que está com você, percebo que ela realmente te ama...

— Ela não é minha... – Shunrei me abraçou forte, parecia envergonhada pelas palavras do capitão, aquelas palavras me deram vontade de abraça-la de uma forma diferente, não como a irmã que sempre esteve comigo, mas como a mulher que desejo ter comigo pra sempre, apesar disso, será doloroso pra ela ter a mim como marido, sempre em guerra, sempre com risco de morrer, será que ela aguentaria isso? Será que o amor dela por mim é grande assim.

— Não precisa falar nada Shiryu... Só ficar perto de você já me é o suficiente pra sorrir...

— Vou deixar vocês dois sozinhos, não precisam mais ouvir as palavras desse velho capitão...

— Obrigado pelos conselhos... Me certificarei de guarda-los com cuidado...

A viagem durou uma semana, a rotina era essa, Shunrei cozinhava para a tripulação e o resto do dia passávamos juntos no convés do navio apenas apreciando a companhia um do outro, com poucas palavras, acho que as palavras do capitão aprofundaram ainda mais minha dúvida sobre como agir com meus sentimentos diante daquela linda mulher, cujo rosto perfeito está gravado em minha mente.

Atracamos no porto da Ilha de Andrômeda e o capitão foi ajudar os tripulantes a descarregar a carga, descemos pela rampa quando senti dois cosmos ali mesmo, pareciam cosmos de cavaleiros de bronze, os usei como referência e caminhei até eles.

— Vocês dois são cavaleiros treinados pelo mestre Albion de Cepheus?

— Por que quer saber? – Um deles respondeu.

— Acalme-se Reda...

— Por que Spika? Um estranho vem nos perguntar sobre nosso mestre, claro que devemos desconfiar!

— Peço que me desculpem a falta de educação, sou Shiryu de Dragão, pupilo do Mestre Ancião dos cinco picos de Rozan ele mesmo me enviou para esta visita ao mestre Albion...

— O mestre ancião... Tudo bem... Nos acompanhe...

— Shiryu, é seguro ir com eles?

— Quem é essa garota?

— Esta é Shunrei, ela veio para me ajudar já que...

— Já que você teve que se cegar pra salvar o inútil do Shun contra o cavaleiro de prata de Perseu... Ouvimos falar...

— Seu nome é Reda, certo?

— Sim...

— Peço que não insulte meu companheiro, ele tem seus defeitos, mas merece respeito, afinal ele conquistou a mais respeitada armadura de bronze da Ilha de Andrômeda...

— Que seja... Vamos... Nos acompanhe visitantes...

Shunrei foi me guiando pela ilha, o lugar era diferente, era quente e agradável. Continuamos andando até que comecei a ouvir barulhos de golpes, entre eles parecia ouvir os estalos de um chicote.

— Shunrei, de onde vem esse som?

— Uma mulher, uma mulher loira mascarada com uma armadura azul...

— Spika quem é essa garota?

— June, a amazona de Camaleão... Eu e Reda somos os cavaleiros de Kraitos e de Cassiopéia...

— Entendo... Cepheus e Cassiopéia... Não são...

— Sim, os pais da princesa Andrômeda... Pensando por esse lado o mestre sempre foi um pai pro Shun...

— Bem... Reda e Spika, quem são esses dois visitantes? – Era uma voz diferente, parecia a voz de alguém que inspirava confiança.

— Shiryu e Shunrei dos Cinco Picos de Rozan, mestre Albion...

— Entendo, vocês dois podem ir praticar com June e os outros, irei conversar com nossos visitantes...

O mestre Albion nos levou até uma pequena cabana, Shunrei me guiou pra dentro e me acomodou em uma cadeira e se sentou do meu lado, segurando minha mão.

— A que devo a honra da visita do grande Dragão Shiryu?

— Meu mestre sugeriu que aqui na Ilha de Andrômeda talvez haja alguma erva ou treinamento que possa me ajudar na recuperação de minha visão...

— De fato em minha ilha existem inúmeras ervas que auxiliam a cura de doenças da visão, mas quanto à cegueira eu nunca ouvi falar de uma que pudesse ajudar na cura da cegueira...

— Por outro lado ele também falou que o senhor é um mestre honrado...

— Um elogio como esse vindo do mestre ancião é uma honra gigantesca... Então... Você gostaria de praticar conosco?

— Sim

— Mesmo cego?

— Justamente por isso... Quero me acostumar a enfrentar inimigos que desconheço apesar dessa situação...

— Entendo... E essa caixa que estava com você é sua armadura?

— Sim...

— Então... Me acompanhe, você irá praticar com um de meus quatro pupilos mais poderosos...

— Reda, Spika ou a moça loira do chicote?

— June...

— Muito bem... – Puxei a corrente da minha urna e vesti minha armadura, continuei caminhando seguindo o som dos passos do mestre Albion até que chegamos.

— Mestre... Quem é esse homem? – Era uma voz feminina, severa, mas doce.

— Este é Shiryu de Dragão...

— O homem que salvou Shun da morte? É uma honra te conhecer Dragão...

— Posso dizer o mesmo, senhorita June...

— Shiryu veio até aqui para treinar conosco, achei que você seria uma oponente que daria uma boa luta... – Pude ouvir ela esticar o chicote com as mãos.

— Compreendo... Poderia me dar uma venda, mestre?

— Não será preciso June, quero me acostumar a enfrentar inimigos no meu estado sendo que eles tenham acesso a sua visão...

— É um homem corajoso... O Mestre Ancião deve ter orgulho de você... Vamos começar... Se afaste mestre Albion...

— Dragão Voador – Avancei na direção de June criando uma forte corrente de ar com meu golpe, a onda de ar me deu a posição dela e sua posição de batalha, ela favorece golpes com as pernas, com braços ágeis pro uso do chicote.

— Pra alguém que deveria esperar o ataque inimigo para analisar já que não possui a visão... Você é muito cabeça quente... Vamos ver se honra sua defesa – Ela veio pra cima de mim com seu chicote, ela era realmente ágil, era um pouco complicado acompanhar a velocidade dela, mas o chicote cortava o ar com facilidade e fazia um som baixo e preciso que facilitava que eu a acompanhasse, fui capaz de defender cada chicotada com meu escudo, mas troquei a posição de mãos em uma das chicotadas e enrolei o chicote no meu punho direito – Sua defesa é ótima... Mas por que prendeu meu chicote?

— Seus braços são velozes... Porém são fracos! – Puxei meu braço com força e a derrubei, ela soltou o chicote e se impulsionou pra trás com as pernas, as apoiou em alguma parede e se lançou na minha direção, virou no ar e veio na minha direção com um chute, o som do ar sendo movido pelo golpe dela me deu a direção de onde ela vinha, preparei meu escudo apoiado pelos meus dois braços, em menos de um segundo ela atingiu meu escudo, foi um chute poderoso que me fez recuar alguns centímetros, com o braço direito a segurei pela perna que estava apoiada no escudo e a joguei pro céu – Cólera do Dragão – Usei pouco do meu cosmo nesse golpe, não queria causar ferimentos graves, mas apesar disso atingi o abdômen dela em cheio, quando percebi isso estendi os braços e ela caiu neles – Me perdoe, acho que peguei pesado.

— Não se preocupe com isso Dragão, acho que sou eu que não estou acostumada a adversários desafiantes... – Ela desceu do meu colo e foi caminhando pra longe de mim, quando achei que eu iria poder descansar dessa luta, ouvi uma grande explosão vinda de um lugar um pouco longe da arena, lá eu senti os cosmos de Reda e Spika se enfraquecerem, corri pra lá, mas quanto mais eu me aproximava, mais forte ficava um cosmo amedrontador e gigantesco, junto a uma voz selvagem que não parava de falar.

— Onde está o mestre dessa ilha? Onde está o rebelde Albion de Cepheus?! Sob ordens do mestre do santuário eu vim matar esse rebelde que se opõe ao grande mestre! Eu Miro de Escorpião!

— Não sei quem você pensa que é pra invadir a ilha de Andrômeda e ameaçar o mestre daqui... Mas eu Shiryu de Dragão vou defender o mestre Albion que me acolheu generosamente...

— Dragão?! Você é o pupilo do Mestre Ancião que derrotou o Algol sacrificando os olhos? Que diabos está fazendo aqui?

— Eu vim pra treinar sob a tutela do mestre Albion e não deixarei uma marionete ridícula do Santuário feri-lo...

— Tem coragem pra enfrentar um cavaleiro de ouro... Sabia que eu sou tão poderoso quanto o seu mestre? Assim como ele eu sou um cavaleiro de ouro...

— Meu mestre? Um cavaleiro de ouro?

— Sim, Mestre Ancião de Libra, um dos mais respeitados junto ao falecido mestre de Mú de Áries, o antigo mestre do Santuário e irmão mais velho do atual mestre Arles... Será que você, como pupilo do grande cavaleiro de libra é capaz de superar os limites das patentes e me superar ou será mais um pirralho exibido e boca grande?

— O único boca grande aqui é você que desonra sua armadura de ouro e a fé de Athena atacando um companheiro pela ordem de um déspota sedento por poder... Acabarei com você aqui Miro de Escorpião!

— Espero que seus outros sentidos te fortaleçam, já que sem a visão será bem mais difícil ver a minha... Agulha Escarlate... Tente me derrotar se for capaz de... – Comecei a ouvir a voz de Miro vir de vários pontos diferentes, como se fossem clones – Distinguir os falsos do verdadeiro...

— O verdadeiro... – Tinha um cheiro estranho de sangue, vindo da fonte de uma das vozes, a que estava mais a esquerda de mim – Cólera do Dragão – Pude sentir a fonte do cheiro se mexer, aquele era o verdadeiro e tinha se esquivado com facilidade do meu golpe – Vejo que se esquivou... Mas você foi tolo de achar que eu não perceberia as gotas de sangue na sua unha... Sua tal Agulha Escarlate tirou o sangue de alguém e você deixou essas gotas de sangue ai pra te denunciarem... Pra um cavaleiro de ouro, você está se mostrando orgulhoso e presunçoso...

— Você é esperto Dragão... Essa luta vai ser interessante...


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Notas finais do capítulo

Uia... As coisas estão esquentando... Pobre Shiryu, será que pode ganhar?!



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