A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 2
A grande viagem do Dragão


Notas iniciais do capítulo

A continuação da saga de Proserpina e seu amigo Dohko na busca do fim da guerra continua!! Através do intermédio de Shiryu



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Há uma semana Shunrei tinha saído dos Cinco Picos de Rozan, fomos avisados que Shiryu tinha se cegado pra derrotar Algol de Perseu, meu pequeno aluno, tão insensato e cabeça quente quanto eu era na juventude. Era de noite, uma noite em que minha casa estava escura e a lua brilhava junto a algumas constelações, entre elas Áries, Touro e Gêmeos.

— Você se lembra Shion? No dia que enfrentamos Hades pela primeira vez no vilarejo onde encontramos Tenma, quando achamos que ele e Yato tinham sido assassinados? Avancei na direção do Hades com tudo e nem aquele golpe do Kagaho me impediu de tirar um pouco de sangue do Hades? Meu discípulo Shiryu é exatamente assim como eu... Ele quase morreu pra poder dar sangue suficiente pra reviver a armadura dele e do novo Pégaso, seu pupilo Mu ficou impressionado com isso... – Não contive o riso – Espero que esses dois não morram nessa guerra, já que... Eles são nosso legado... Eles são nossa maior contribuição a Athena... Shiryu é virtuoso e ama os amigos acima de tudo... Tanto que não vê o amor imenso que tem ao seu lado... O amor de Shunrei... É parecido comigo... Lembra daquelas cartas de amor que eu achava na escadaria da casa de Libra? Das aspirantes a Amazonas? Nenhuma nunca conseguiu realmente chamar minha atenção... Mas você sempre dizia que eu devia sair com alguma delas, eu nunca segui seu conselho, eu achava que era bobeira da sua parte... Como me arrependi disso depois que a guerra eclodiu... Nunca tive tempo pra nada e... Durante a guerra vi cada uma das garotas que se diziam apaixonadas por mim, morrerem na minha frente... Não pude proteger nenhuma...

— Mestre – Era a voz de Shiryu que me tirou do meus devaneios – Mestre... Posso ouvir o som da cachoeira... O senhor está ai?

— Shiryu... Estou bem aqui... Shunrei, traga-o até mim... Quero poder ver mais de perto meu discípulo...

Shunrei o guiou até diante de mim, ele se ajoelhou, dava pra ver que a venda estava molhada e as lágrimas dele estavam escorrendo pelo rosto dele.

— Mestre eu sinto muito... Me perdoe... Eu não queria fazer isso, mas a situação exigiu... Eu precisava salvar meus amigos...

Essas palavras fizeram Shunrei se ajoelhar ao lado dele, também com lágrimas nos olhos ela abraçou Shiryu.

— Não fale assim Shiryu... Você é um herói... – Ela soluçava – Não peça perdão... Mesmo que seja o mestre não se rebaixe... Você é grande demais pra isso...

— Shunrei tem razão... Ouça a linda garota com sentimentos fortes por você ao seu lado... Descanse Shiryu... Tenho orgulho de seu ato de extrema bravura... Sua honra, senso de dever a Athena, suas virtudes... Fazem de você o discípulo que me causa muito orgulho... De cada dia que passei dividindo com você meus ensinamentos... Mesmo que seus olhos não possam ver o brilho de orgulho que reside em meus olhos... Espero que seus ouvidos possam lhe demonstrar o tamanho do meu orgulho e realização...

— Mestre Ancião... – Ele me abraçou, era bom finalmente ter novamente o amor de um dos meus filhos.

— Vamos entrar... Shunrei... Pode cozinhar algo pra nós?

— Sim mestre...

Me levantei e entramos em casa, Shiryu estava com a mão sobre meu chapéu pra que eu o guiasse até em casa, mas quando entramos ele começou a se mover sem meu auxilio, me sentei frente à mesa e fiquei olhando o pequeno bonsai que ali estava, ao lado de duas estatuetas, de um dragão e de um tigre, era bonito, como se simbolizassem meu laço com meu pequeno aprendiz. Passou-se algum tempo até que o cheiro da comida de Shunrei começou a se espalhar pela casa.

— Shunrei... Meus outros sentidos estão realmente um pouco mais aguçados... Sua comida parece muito mais cheirosa daqui...

— Shiryu...

Pude ver Shunrei corar com o elogio de Shiryu, era tão lindo ver o amor destes jovens, senti um pouco de inveja e arrependimento, arrependimento de não ter lido aquelas cartas de amor com mais atenção, descoberto se alguma delas realmente me amava e talvez vivido um grande amor. Mas não era hora pra esses devaneios, talvez se eu tivesse vivido esse amor tivesse sido mais difícil passar todo esse tempo só.

— Veja como seus elogios são importantes pra Shunrei meu caro Shiryu... Ela ficou envergonhada... Realmente os sentimentos que vocês sentem um pelo outro são enormes...

— Mestre... Isso é verdade?

— Responda Shunrei...

— Sim... Shiryu...

— Então me traga logo, por favor, um pouco dessa comida, quero poder elogia-la mais uma vez...

— Claro...

Mais alguns minutos se passaram e Shunrei nos serviu, mas pra Shiryu ela levou uma tigela maior, pra ela e pra ele, onde começou a servi-lo na boca.

— Não devia me mimar tanto Shunrei... O gosto está maravilhoso... E tudo fica ainda melhor com você me servindo dessa forma... – Shiryu corou.

— Shiryu você também está gostando demais de ser mimado... Veja Shunrei...

— Você... – Shunrei estava gaguejando – Fica bonito corado Shiryu...

— Shunrei... Você e Shiryu... Me perdoem por isso...

— Pelo que mestre ancião?

— Amanhã quero que vocês se dirijam até a ilha de Andrômeda...

— Por que eu e Shunrei devemos ir até lá?

— O mestre da ilha, o cavaleiro de prata Albion de Cepheus, mestre de seu companheiro Shun, é um homem que cortou laços com o Santuário quando o novo mestre assumiu, provavelmente ele, assim como o mestre de Ikki, Guilty, descobriram a maldade do novo mestre e o contrariaram...

— Mas Ikki nos disse que o mestre Guilty da Ilha da Rainha da Morte era um subordinado obediente do mestre do Santuário...

— Isso porque o grande mestre do Santuário tem acesso a uma técnica lendária... Capaz de manipular a mente do adversário...

— E qual seria essa técnica e como o senhor obteve conhecimento sobre ela?

— Meu antigo companheiro... O mestre de Mú, antecessor do atual mestre me contou sobre essa técnica que ele descobriu em Star Hill, o Satã Imperial...

— Satã Imperial... Que nome perturbador... Então o mestre de Ikki estava sob domínio do Satã Imperial?

— Provavelmente, até o novo mestre assumir, os rumores sobre Guilty era que ele era um homem justo, mestre leal e pai doce a sua filha Esmeralda... Mas depois do novo mestre... Tornou-se um homem cruel, mestre sádico e pai frio... Como foi demonstrado ao Ikki...

— E por que o senhor quer que eu vá ver Albion?

— Vou continuar de onde me interrompeu Shiryu... Albion é um homem experiente e nobre como o Cepheus, rei da mitologia e pai da princesa Andrômeda... É possível que ele possa conhecer alguma medicina especial que possa te curar... Afinal a Ilha de Andrômeda é um lugar que não conheço, dotado de uma energia especial que Albion conhece tão bem como a si mesmo...

— Esse mestre Albion pode de alguma forma curar o Shiryu?

— A possibilidade existe... Eu jamais mandaria o Shiryu em uma viagem longa e cansativa a menos que houvesse uma mínima chance de cura...

— Então amanhã partirei pra Ilha de Andrômeda... Irei ver o mestre Albion e... Quem sabe receber um pouco do treinamento dele e procurar por essa cura...

— Tenho grandes esperanças que sim... Tenham uma boa noite minhas crianças... Vou voltar pra cachoeira... Shunrei... Posso pedir-te um favor?

— Sim mestre...

— Se recordam daquela cama de casal que Shiryu construiu pra eu poder dormir quando não fosse passar a noite em frente à cachoeira?

— Sim mestre...

— Só por essa noite quero que vocês dois durmam nela, Shiryu ainda não se acostumou a andar pela casa sem o auxilio dos olhos... Pra caso Shiryu precise de auxilio você esteja perto pra ajuda-lo... – Vi Shunrei com o rosto todo vermelho.

— Eu aceito... Eu irei dormir lá com... Com o Shiryu...

— Mestre isso é mesmo necessário? Não quero ser um estorvo pra Shunrei... – Shunrei abraçou o braço de Shiryu.

— Você jamais será um estorvo pra mim... Cuidar de você... Ficar perto e zelar por seu bem estar sempre será um prazer pra mim...

— Então irei lá pra fora... Durmam bem...

A noite passou rapidamente, pude ouvir uma leve conversa melosa entre os dois, pareciam estar ambos com vergonha de seus sentimentos, não querendo demonstra-los realmente, ambos com medos gigantescos de não serem correspondidos. Com isso acabaram adormecendo.

— Bem mestre... Seu café da manhã está todo preparado, estamos indo, fique bem na nossa ausência...

— Tchau mestre... Prometo dar meu melhor pra conseguir me curar... Fique bem...

Era extremamente cedo quando ouvi essas palavras de meus dois filhos e os vi viajar em direção ao porto, para finalmente se dirigirem a Ilha de Andrômeda e entre os bambuzais existia um cosmo dourado escondido junto a um pequeno cosmo latente de grande potencial, ambos se escondendo pra não alertar Shiryu e Shunrei, quando meus filhos desapareceram esses dois se aproximaram de mim.

— Um bom dia para o senhor, mestre ancião...

— Bom dia velhote...

— Mú de Áries e o jovem Kiki... É bom vê-los... Que bom que atendeu ao meu pedido Mú...

— Kiki, vá nadar na cachoeira, divirta-se um pouco...

— Sim mestre! – Kiki desceu correndo e entrou na cachoeira.

— Já podemos conversar mestre ancião... A razão da viagem de Shiryu... É sobre aquilo que o mestre Shion me contou?

— É sim...

— Sobre o senhor ter encontrado a Deusa Perséfone durante seus anos aqui e tê-la convencido a ajudar a evitar a guerra... Mas como o senhor acha que uma viagem a Ilha de Andrômeda pode ajudar?

— O cosmo de Perséfone... Dirigiu-se a aquele canto do mundo quando ela desapareceu... Minha esperança é que não tenha ido parar em alguma mulher que fazia um cruzeiro marítimo nas proximidades... Já que isso acabaria complicando imensamente a procura...

— Mas como o senhor pretende fazer com que Shiryu perceba essa força divina?

— Quando Perséfone residiu aqui... Ela deixou em minha casa uma joia que ela recebeu de Hades... Um broche de safira que ela amava imensamente... Tanto que mesmo depois do desaparecimento dela o broche continuava a guardar um pouco de seu cosmo... Escondi esse broche na roupa de Shiryu, então se Shiryu se aproximar do recipiente dela o broche ira começar uma ressonância...

— Entendi... Realmente é uma ideia de mestre... Como esperado do senhor...

— Mestre Ancião! – Aquela voz, eu a conhecia.

— Eu pensei que não te veria novamente... Ohko...

— Eu vim desafiar Shiryu... O meu companheiro de treino que foi capaz de derrotar o lendário cavaleiro de prata de Perseu... Eu vim supera-lo...

— Creio que não será possível... Shiryu partiu em uma viagem em busca da cura para o que ele perdeu na luta contra Perseu...

— Então irei superar você seu velho decrépito!

Ohko avançou em minha direção, mas bateu de frente com o muro de Mú e foi repelido.

— Creio que o senhor não será capaz de ferir o mestre ancião... – Mú estava inflando seu cosmo, estava a minha frente com os braços abertos mantendo a Muralha de Cristal – Dê mais um mísero passo na direção do mestre com esse seu instinto violento nojento e não sobrará nem mesmo um átomo do seu corpo inteiro pra contar a história...

— Quem diabos é você?!

— Não interessa a você Ohko... Pode sair da frente Mú... – Me levantei e passei por Mú, tirei meu chapéu e o deixei no chão.

— Se quer tentar me desafiar... Não terei piedade...

— Eu vou correr o risco velhote... – Ele começou a inflar o cosmo e logo lançou seu golpe – Grande furacão do Tigre!

— Cólera do Dragão!

Meu golpe Cólera do Dragão desfez as rotações do furacão de Ohko e o jogou contra o bambuzal. Apesar de ferido por meu golpe ele voltou até mim.

— Acho que não tenho mesmo nenhuma chance de te vencer velho... Apesar disso ainda desejo desafiar Shiryu... Mesmo que tenha me expulsado... Vou voltar pra desafia-lo...

— Se vier fazer um desafio justo... Não irei me opor... Ambos são guerreiros com direito a se enfrentar... Agora pode ir Ohko...

— Até outro dia velhote...


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Notas finais do capítulo

Perséfone é realmente uma mulher de parar o trânsito e mudar o rumo de CDZ XD



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