A Imperatriz Do Submundo escrita por Liu Ming


Capítulo 1
Renascimento


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fiction de CDZ, espero agradar



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Era o meu primeiro ano nos Cinco Picos de Rozan, minha rotina era simples eu só ficava sentado diante da cachoeira olhando a cidadela onde havia selado os espectros que estavam no rosário de Asmita, ainda não tinha aprendido a cozinhar muito bem então o chá não era muito bom e a comida não era muito bem temperada, mas aos poucos eu aprendia. A solidão era gigantesca e meu único passatempo era olhar para o céu noturno, para a constelação de Pégaso, e conversar com Tenma.

— Me diga Tenma, como é olhar as coisas dai do céu? Agora que você faz parte de sua constelação protetora, deve conhecer lendas como Órion, Astréia, Perseu e tantos outros heróis que foram eternizados nas estrelas... Conhecendo sua personalidade você deve estar rindo desse corpo em que fui selado... – Ainda não me acostumei a minha nova voz, essa risada nem parece minha – Athena realmente me deu a Misopheta Menos como uma adaga de dois gumes... Por um lado eu ainda tenho um corpo de dezoito anos... Por outro... Pareço um repolho roxo. Não faz ideia de como é solitário aqui... Sem ninguém com quem eu possa...

O barulho de passos chegou aos meus ouvidos, o som de pés delicados tocando a água debaixo da cachoeira, não parecia o barulho de sapatos e sim de pés descalços, pulei lá de cima e pousei meio desajeitado, ainda não tinha me acostumado a impactos assim com esse corpo pequeno.

— Quem está ai?

— Ninguém que deva se preocupar... Jovem Cavaleiro...

— Como sabe minha identidade?

Ela saiu de trás de uma rocha, tinha cabelos roxos presos em um rabo de cavalo, estava vestindo um vestido preto, com uma maquiagem roxa forte, nos lábios e pálpebras, tinha uma boca pequena e olhos frios, com uma pele muito branca, quase pálida.

— Não consegue imaginar quem sou? Tendo minha irmã te confiado a vigília dos meus espectros... Deve ser um cavaleiro poderoso...

— Sua irmã?! Seus espectros?! Não pode ser... Você é Perséfone? A esposa desaparecida de Hades?

— Bingo! O repolho roxo é esperto... Então... Como guarda do selo que guarda meus espectros terei que te matar pra libertar meus 108 soldados... Sinto falta da harpa do Faraó... Pra sua sorte não trouxe meu cãozinho pra arrancar seus membros um a um... Então... Terei que te matar com um só golpe do meu cosmo – Ela juntou as mãos, como Degél fazia ao invocar a Execução Aurora e apontou pra mim – Morra! Desabrochar da selva! – Vários galhos surgiram de uma fenda dimensional aberta atrás de Perséfone e vieram em minha mão, apesar de achar que não ia dar certo, comecei a elevar meu cosmo.

— Cólera do Dragão! – Por incrível que pareça, meu Cólera do Dragão fez os galhos se dissiparem, acertou Perséfone em cheio e a jogou no chão – Como... Como é possível que uma deusa tenha uma defesa tão frágil... Você tem os poderes de Perséfone de dominação da natureza... Mas como foi atingida de forma tão grave?

— O maldito Hades... Me prendeu nos Elíseos... Ficar selada em coma induzido por milênios enfraquece sabia?

— Então o Imperador do Inferno quis preservar a esposa do caos da guerra até que ele tivesse conquistado o mundo... Por isso prendeu você e seu próprio corpo nos Elíseos?

— Exato... Agora vou libertar meus espectros... Pegar minha sapuris e meu cãozinho e esmagar o santuário... Pra quando meu amado renascer daqui à 242 anos eu o deixe de queixo caído...

— Com essa força ridícula... Posso acabar com você mesmo nesse estado...

— Como ousa menosprezar minha força?! Vou te esmagar... Seu nanico insolente...

Ela tentou se levantar, mas mal conseguia se manter de pé, aproveitei essa chance e a nocauteei, apesar disso, apesar da minha inimiga estar ali parada, nocauteada e com meu dever me dizendo pra selar sua alma e prender seu corpo no santuário sob vigília de Shion, a peguei no colo e a levei pra casa, a acomodei em minha cama e comecei a tratar suas feridas, quando fui lavar um pano de um preparado de ervas que Hakurei tinha me ensinado pra acelerar cicatrização a ouvi acordar.

— Onde estou?

— Na minha casa...

— O que são essas coisas?

— Preparados de ervas, vão acelerar a cicatrização e aliviar a dor...

— Por que tá me ajudando?

— Porque você é só uma menina... Fraca... Que nem sabe o que faz...

— É você que não sabe o que diz! Sou a imperatriz do inferno! Sou Perséfone!

— Mesmo assim... Deve saber como a guerra é dolorosa... Se tem sentimentos pelos seus subordinados, quer ver eles sofrerem na guerra?

— Eles são imortais...

— O suficiente pra sofrer dor e morrer... Pra depois renascer, sofrer dor e morrer... Só pra tudo se repetir de novo e de novo?

— Não... Não quero isso...

— Eu também não quero ferir mais uma menina... Você me faz lembrar sua irmã Athena... A Sasha...

— O que sugere que eu faça? Cavaleirinho?

— Me chame de Dohko...

— Tudo bem... Dohko... O que sugere que eu faça?

— Renasça ao lado do novo receptáculo de Hades, como alguém que esse garoto ame e que retribua a esse amor, como você e ele, então use isso pra convence-lo a parar com toda essa guerra...

— Enquanto isso?

— Fique aqui, se fortaleça até que possa encontrar essa pessoa, essa mulher que está destinada a encontrar o receptáculo de Hades...

— Quer que eu espere 229 anos?

— Se quer ficar forte o bastante pra achar e possuir o corpo desta criança... Sim

— Muito bem...

226 anos se passaram, até que chegou o dia em que a criança que estava destinada a viver e amar o homem que iria receber a alma de Hades estava pra nascer, era dia 15 de abril e Perséfone estava animada.

— A quantidade de cosmo que irei liberar vai teleportar meu corpo de volta ao meu sarcófago nos Elíseos e minha alma pro útero da mãe da criança... Espero que dê tudo certo...

— Dará... Tenho fé no seu sucesso... Sua missão pode impedir um banho de sangue... Boa sorte... Perséfone...

Em pouco tempo o cosmo dela explodiu e no segundo seguinte sua presença desapareceu, havia me despedido de minha amiga que viveu comigo, desaparecendo com minha solidão por 226 anos.

Três anos se passaram, eu estava na Vila de Rozan, comprando meus mantimentos, o povo me conhecia, na verdade eu conheci os pais e avós de todos, vi quase todos nascerem e morrerem, então todos confiavam em mim, me tendo quase como um oráculo, até que, passando por um mercado, uma mulher me abordou, ela tinha uma feição triste e o cosmo interior de seu corpo estava fraquejando, mas ela segurava com muita força um bebê que estava em seu colo.

— Mestre Ancião...

— Minha jovem... Você está fraca... Tudo bem com você?

— Eu estou doente... Meu corpo está definhando... Meu marido faleceu – Lágrimas começaram a cair de seus olhos – E minha filha recém nascida... O parto dela... Enfraqueceu meu corpo e eu estou pra morrer... Eu lhe imploro Grande Mestre... Cuide de minha pequena... Não a deixe passar necessidades... O senhor que tem a honra e a bondade do Deus Guan Yu... Proteja minha pequena filha...

— Não precisa falar mais nada... Qual é o nome de sua filha?

— Shunrei... Essa é minha pequena Shunrei...

— Shunrei, é um nome extremamente bonito... Venha comigo, passe alguns dias comigo em minha casa, se eu puder salva-la, poderá criar sua filha, se não, garantirei que seus últimos momentos possam ser pacíficos e confortáveis e cuidarei desta pequena...

— Mestre... – Os olhos dela se encheram de lágrimas e ela abriu um sorriso tímido – Obrigada... Que os deuses o abençoem...

Voltamos para casa caminhando, ela estava fraquejando mais e mais enquanto seus passos ficavam mais lentos, passando pelo bambuzal que ficava entre a vila e os Cinco Picos, ela caiu, morta. Peguei Shunrei em meus braços e a acomodei em uma pequena clareira, ao seu lado abri uma cova com o impacto de meu cosmo e lá deixei o corpo de sua mãe, o cobri com terra e com mais uma rajada de cosmos escrevi em uma pedra ao lado da cova fechada “Aqui dorme em paz uma mulher honrada que em seus últimos momentos, enfrentou a morte e a doença por amor a filha”. Peguei Shunrei nos braços e a levei pra casa, passando a cuidar mais e mais daquela menininha enquanto ela crescia.


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Notas finais do capítulo

Então... Começou! Dependendo dos comentários eu posso ou não dar continuidade... Espero que gostem XD



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