Ainda estava um pouco distraída com os pensamentos na noite anterior, quando sinto alguém me abraçar por trás.

Carol: -Ai Junior, que susto.- Eu disse rindo e me virando para encarar ele.

Junior: -Desculpa se te assustei linda.- Nos beijamos. -Agora vamos antes que nos atrasemos.

Carol: -Claro, só vou chamar a Le.

Fui para o quarto da Le chamar ela. A porta estava entreaberta, então decidi entrar. Quando entrei ela me olhou.

Letícia: -Carol.- Após dizer meu nome, ela desmaiou. Corri até ela e gritei pelo Junior.

Carol: -Junior!- Estava sentada no chão apoiando a cabeça dela em minhas pernas.

Junior: -O que aconteceu Carol?

Carol: -Não sei. Entrei no quarto e ela simplesmente desmaiou.

Junior: -Deixa que te ajudo com ela.- Ele disse me ajudando a colocar ela na cama. -Vamos levar ela no médico, ai ligo avisando no Café que talvez não vamos trabalhar essa manhã.

Carol: -Está bem, vamos.- Ele pegou ela no colo e levou até o carro, então seguimos para o hospital.

Chegamos no hospital e já fomos recebidos. O médico com ajuda de alguns enfermeiros a levaram para o consultório, Junior e eu ficamos aguardando. Um tempo se passou e nada ainda do médico, estávamos aflitos por não saber o que estava acontecendo com nossa amiga, a minha irmã de coração. Comecei a andar de um lado para o outro na sala, não estava mais aguentando ficar ali sem saber.

Junior: -Calma Carol, senta aqui. Você vai ver que não é nada de mais, é algo que talvez aconteça por conta da gravidez. 

Carol: -Tomara Junior. Ela é como uma irmã mais velha para mim, sempre me ajudou. Preciso saber como ela está, o que ela tem, somente necessito ajudar ela.- Eu disse me sentando ao lado dele, algumas lágrimas escorreram por meu rosto, ele só me abraçou e acariciou minhas costas. -Não chora.- Ele disse me beijando no rosto e enxugando minhas lágrimas.

Médico: -Familiares da senhorita Letícia?

Carol: -Nós somos amigos dela. O que ela tem? Como ela está doutor?

Médico: -Bem, vou ir direto ao ponto. Ela está em uma gravidez de risco, deverá manter repouso até o nascimento do bebê. Qualquer esforço ou estresse poderá causar um aborto. Já dei alguns medicamentos para ela tomar por conta das tonturas e enjoos, já poderá ir para casa.

Carol: -Obrigada doutor.

Médico: -Venham comigo até meu consultório.- Então seguimos ele.

Quando entrei no consultório dele fui direto até onde a Le estava sentada.

Carol: -Ai Le você me assustou, nunca mais faça isso comigo por favor.- Disse a abraçando e chorando.

Letícia: -Calma Carol. Eu estou bem.- Ela disse com um sorriso no rosto, mas com o olhar triste. -Ou pelo menos vou ficar.

Junior: -Acho melhor irmos. Vem Letícia que eu te ajudo.- Disse ajudando ela se apoiar em mim e a Carol do outro lado, fomos assim até o carro.

Levamos ela em casa, então pedi um tempo para o Junior me deixar sozinha com a Le e depois poderíamos ir para o Café.

Letícia: -Não precisa se preocupar Carol, eu vou ficar bem eu prometo. Pode ir trabalhar tranquila que eu me viro.

Carol: -Você sabe de tudo que o Médico disse não é Le?

Letícia: -Infelizmente sei. Quero saber como vamos fazer com as contas, agora que vou ter que me afastar do Café por alguns meses.

Carol: -Quanto a isso você não se preocupa amiga. Você tem a mim e o Beto. E além do mais, você estará de licença, não tem do que se preocupar. Desculpa amiga, mas agora tenho que ir. Tchau.- Disse lhe abraçando e dando um beijo em sua testa. -Vê se descansa e não sai dessa cama por favor.

Letícia: -Pode deixar. Estou com um pouco de sono por conta de algum medicamento, acho que durmo a tarde toda. Se cuida você também amiga.

Voltei para a sala ao encontro do Junior e seguimos para o Café.

POV Tobias

Estava terminando de atender uma mesa, quando a Carol me chama no balão.

Tobias: -O que foi Carol?

Carol: -Tobias tem um pedido para um dos escritórios lá em cima, você poderia levar o pedido? Aqui está ele.

Tobias: -Claro, mas para quem é?

Carol: -Maria Cecília. Sabe que não nos damos muito bem e também estou cheia de coisas para fazer aqui, ainda mais com a Le de licença.

Tobias: -Para a Maria Cecília, pode deixar que eu entrego sim.- Disse já pegando a bandeja com o pedido dela e aproveitei pegar uma coisa a mais. Então segui para o escritório dela.

Bati na porta.

Tobias: -Com licença Maria Cecília.

Maria Cecília: -Pode entrar Tobias.

Tobias: -Aqui está o seu pedido.- Disse colocando o café sobre a mesa dela.

Maria Cecília: -Obrigada, mas tem algo a mais no pedido. Eu não pedi essa trufa.

Tobias: -Eu sei. Ela é por minha conta.- Disse sorrindo, mas muito envergonhado.

Maria Cecília: -Ah, obrigada Tobias. É o meu sabor preferido, brigadeiro.

Tobias: -É eu sei, por isso trouxe.

Maria Cecília: -Como sabia?- Ela disse me olhando curiosa e sorrindo muito, no mesmo momento me desconcertei todo e não sabia o que falar.

Tobias: -É que.. que.. é que sempre presto atenção no pedido que os clientes fazem, para não cometer erros, e como sempre sou eu quem atendo você eu lembrei. É só isso.- Eu disse todo enrolado.

Maria Cecília: -Está bem então. Muito obrigada novamente.- Ela falou e estendeu a mão para que eu apertasse, mas eu me aproximei da mão dela e a beijei.

Tobias: -Por nada.- Olhei nos olhos dela, ambos sorrimos muito.

Ela então se levantou e me deu um abraço. Confesso que não esperava por isso. Meu coração acelerou e deu para sentir que o dela também, quando nos afastamos do abraço nos olhamos nos olhos e nos aproximamos lentamente, de repente...

~Continua...