O Conto Da Sereia - Hiatus escrita por Sky


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Conto da Sereia


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi!



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Depois de termos tomado café, esta vamos nos preparando pra ir pra escola. Velha rotina.

– Então, vamos meninas? - Kar perguntou, indo pra garagem com as meninas.

– Vamos - respondeu Cloe.

– Meninas eu vou dar uma passadinha na praia agora ok? - avisei - Vou dar um mergulho, não vou na aula...

– Ah ok - concordou minha irmã - Vai lá se encontrar com o garoto de ontem, mas dessa vez, seja esperta: Pegue o número dele - piscou indo pra garagem. Começamos a rir.

– Idiota - respondi indo pegar meu skate.

– Também te amo maninha! - gritou.

Peguei o meu skate e sai de casa. Chaviei tudo e sai do condomínio rumo a praia, o que eu costumo chamar de meu segundo lar. 

A praia é bem perto do nosso condomínio. Nós moramos em uma casa bem grande , mas nem tanto. Ela era dos nossos pais e desde que eles morreram em um acidente de carro, as meninas vieram ficar com agente, hoje a casa é nossa e moramos nela com as meninas.

Cheguei na praia e deixei meu skate com o Ryan na casinha. Ali na casinha eles cuidam das nossas coisas pra que agente possa nadar, surfar ou praticar qualquer esporte sossegado.

– Ryan - o alertei - Da qui a uns minutinhos eu volto! Cuida do meu skate hein? - pisquei sorrindo.

– Ok, Katty, bom nado! - ele sorriu.

Sai dali e fui em direção a água.

Tirei minha blusa, e shorts e deixo perto dos meus chinelos.  Tem bastante adolescentes por aqui, uns surfam, outros nadam, outros ficam na areia se bronzeando... Fui adentrando no mar.

Fiz a mesma coisa do dia anterior, fui onde os surfistas ficavam e comecei a praticar meu nado. É que lá, é bem melhor pra nadar. O espaço é maior e não é tão sujo assim. Sai para a superfície e pude ver uma onda gigante. Nela, o garoto de ontem surfava.

Como pode uma pessoa se achar tanto assim? Já devia ser umas onze horas da manhã e mais depois deveria voltar. Resolvi fazer algo que precisava ter muita coragem. Fui até a casinha e encontrei Ryan atendendo as pessoas.

– Ryan - disse com um sorriso e me encostando na bancada que ele atende - Você  tem uma prancha pra me emprestar?

– Ah - ele disse confuso - Tenho sim, mas...

– Só me de!

– Ok - ele saiu e foi pegar a prancha. Voltou com ela na mão, ela era branca com detalhes roxos. LINDA!

– Obrigada.

Peguei a prancha e fui em direção ao mar. Fui bem para o centro e procurei uma boa onda. Eu praticava bastante quando eu tinha uns 9 anos antes de meus pais morrerem, em um acidente de carro... Meu pai me ensinava vários truques e em um mês eu já surfava melhor do que ele. Pra mim, o mar é minha vida. Minha mãe, Rousalle era bióloga marinha e meu pai Junior, era um amante do mar. Nadava muito bem, surfava muito bem. E o destino, os juntou, assim como separou de mim, a eles.

Fui um pouco mais pro fundo onde estavam os surfistas. No grupo havia o menino de ontem e seus amigos, eles tinham acabado de descer de uma onda e agora estavam conversando sobre coisas banais. Revirei meus olhos e passei por eles tentando não chamar atenção. O que não pareceu funcionar.

– Hey! Você é a garota de ontem. - o desgraçado disse com um sorriso no rosto

– Ah sim! - parei a prancha e me virei pra ele - E você é o louco que fica puxando o pé de garotas indefesas - falei irônica e os amigos dele riram.

– Mas e você, o que faz com uma prancha?

– A mesma coisa que você! - respondi mais uma vez irônica.

Ele riu.

– Duvido que saiba surfar!

– Continue duvidando - dei as costas sem deixar ele responder e fui procurar uma onda grande. Encontrei uma gigantesca e fui a caminho. Ouvi o garoto gritar um tipo de "Sai dai, você vai se machucar". Otário, agora ele vai ver o que eu sou capaz de fazer!

Assim que a onda chegou eu entrei. Estava surfando no tubo e fazia muitas manobras. Depois de fazer muitas manobras a onda foi se desmanchando e já podia ver os garotos que me olhavam boquiabertos. A onda estava diminuindo e já não se formava mais um tubo. Segurei a prancha pela parte inferior e fiz um giro de 180° e voltei para a prancha.

Saindo da onda, voltei onde estavam os meninos e o tal garoto boquiabertos.

– E então, o que disse? - perguntei indiferente.

– Uau, que giro hein? - um garoto loiro que estava junto a eles se recompôs e estendeu a mão - Eu sou Julian - eu apertei sua mão - Ele - apontou pro garoto que havia puxado meu pé ontem - É o Luke, e esses dois são o Stefan e o Jeremy!

Jeremy era moreno, tinha olhos castanhos e um sorriso amigável no rosto.

Stefan era um ruivo de olhos azuis muito bonito.

– Oi - sorri amigavelmente para Jeremy, Julian e Stefan. Não fui com a cara desse Luke não. - Sou Katlen, prazer.

– Lindo nome - Jeremy diz.

– Obrigada - falei sem graça - Bom, eu tenho que ir pra casa agora!

– Ah o Luke te da uma carona - falava o Stefan dando uma ''cutucada'' no Luke que fez uma cara de desentendido.

– Ah sim - respondeu Luke fazendo uma careta.

– Mas, é que... - tentei argumentar mas Julian me interrompeu dizendo:

– Sem mais, vai lá Luke.

Peguei minha roupa e meu chinelo.  Com uma cara amarrada segui Luke até o carro. Ele abriu a porta para mim entrar e eu fiquei o encarando. Ele ergueu uma sobrancelha.

– Não vai entrar? - perguntou.

– Hum... - hesitei - E como eu vou saber se você não é um maníaco, um psicopata que quer me levar pra um canto e me abusar?  - ele ria alto.

– Pode deixar que não vou te machucar.... se você não concordar, claro! - ele sorriu malicioso. Entrei no carro com uma cara de desconfiada enquanto ele entrou do outro lado. Ele ainda estava com aquele sorriso malicioso que eu não suporto e me perguntou: - Então, onde você mora?

– Em uma casa - respondi irônica, hehe - E você?

– Haha, eu estou falando sério!

– E quem disse que eu não? - ele revirou os olhos divertidamente e eu sorri. Passei o endereço e em menos de 15 minutos já estava na frente de casa.

– Está entregue - disse sorrindo. Eu fiquei pensando que havia esquecido de algo... droga, meu skate!

– Argh! - bufei - Esqueci meu skate! Ele começou a rir.

– Por que não pegou ?

– Ah fala sério, por que.... por que... a foda-se o por que! - ele começou a rir

– Eu posso voltar e pegar se você quiser!

– Não, obrigada!

– Está bem marrentinha! - revirei os olhos com esse apelido, como ele tem a cara de pau de me dar esse apelido?

– Er... é, obrigada! - respondi saindo do carro e ele falou algo como um "disponha''.

...

No outro dia, fomos para a escola e como sempre a aula foi chata! Quando o sinal tocou pra irmos embora, avisei as meninas que passaria na biblioteca elas assentiram e assim, segui meu caminho.

Cheguei lá e dei de cara com Melody. Ela tinha 19 anos, estudava na escola e ficava um tempo cobrindo na biblioteca quando a Sr. Cartelli ( que fica na biblioteca ) não pode vir. Ela não é nerd, mas é muito inteligente, muito mesmo. Somos grandes amigas, ela conhece as garotas quais se dão muito bem tanto quanto eu.

– Oi Melody - disse sorridente entrando na biblioteca que estava vazia.

– OOi Katy! - ela retribuiu o sorriso - Então, o que vai ser hoje?

– Quero uma recomendação! Algo diferente!

– Hum, vamos ver, vamos ver... - ela folheava um caderno de anotações quando gritou me fazendo pular - AHHHH! Achei! -  veio no minha direção e me entregou um livro, o qual tinha uma sereia na capa, muito bonita por sinal .

"O conto da Sereia.." - falei analisando a capa - Sobre o que fala, exatamente?

– Sobre as lendas delas, sobre curiosidades...

– Ah, eu amo lendas de sereias, vou ler agora mesmo! - ela sorriu e eu sentei no sofá da biblioteca enquanto ela continuava lendo seu livro. Abri o meu e comecei a ler:

O Conto da Sereia

Esqueça tudo o que você sabe sobre elas!

Elas existem, sim. Sem as tais habilidades de flertar ou até mesmo cantar, como dizem várias outras histórias. Elas são extremamente bonitas e moram no mar, como todos sabem. Existem as sereias de mar, as originais, que já nascem assim e podem transformar sua linda cauda em um par de pernas.

Já as que foram transformadas não tem regras. A entrada ao próprio mar as transforma. Fora do mar se sua calda estiver longe da água salgada e totalmente seca, ela volta com suas pernas para viver no mundo onde nasceu, a superfície.

Passei para a outra folha que estava em branco apenas com um pequeno aviso que dizia:

Para um humano se transformar em sereia (o) é uma coisa muito difícil, rara e inesplicável. Uma sereia pode te transformar*, mas ela não teria motivos pra isso, teria?

*os meios são inesplicáveis.

Assim que terminei de ler, fiquei pensando, em muitas coisas. Estranho!

– Melody - chamei e ela rapidamente olhou pra mim.

– Sim?

– Você acredita em sereias? - ela riu.

– Pra mim é só uma ficção Katy!

– Não tem nada que prove... mas também nada que desaprove - sorri e ela retribuiu.

– Sabe... - falou pensativa sem tirar o sorriso do rosto - Eu iquei com a mesma duvida, quando li esse livro. Parece que ele tem um tipo de, poder sobre a nossa mente. Isso que da ler livros de ficção.

Ri.

– Eu conheço tantas lendas sobre elas, que você nem imagina.

– Me conta uma Mel - me ajeitei no sofá.

Bom... A lenda passa-se no tempo do povoamento da ilha, quando os lugares ainda não tinham nome. Numa noite de lua cheia um pescador avistou a boiar calmamente sobre as águas, em direção à praia, uma mulher de longos cabelos negros e olhos castanhos, que ondulavam como o mar na aragem. Nua da cintura para cima, o seu corpo era de uma beleza única e esplendorosa, com um rosto de extrema suavidade.O pescador, no areal, ficou deslumbrado com tão rara visão. Espantado e curioso, aproximou-se para averiguar, e quando já estava muito perto da mulher, que brincava nas águas envoltas em luar, percebeu com algum medo que o pescoço da mulher se encontrava desfigurado pelo que lhes pareciam guelras. Da cintura para baixo, apresentava a anatomia de um peixe.

- Uma sereia! - exclamou o homem espantado com a visão. Perdido entre o medo e a aflição de não saber o que fazer, e consciente das histórias que se contavam das sereias que encantavam os homens e que os levavam para nunca mais serem vistos, o pescador julgou ser obra do diabo e começou a esconjurar a aparição. Mal o fez, a mulher presa no corpo de sereia voltou a ser simplesmente mulher, saindo das águas nua e pura, envolta em luar.

A lenda é pequena mas, é interessante.

– Uau! - disse - Onde você leu? - ela começou a rir.

– Wikipédia!

– Ata! - rimos - Então, tenho que ir Mel! Posso levar o livro? - balancei o livro na mão me levantando.

– Claro claro! - sorriu - Até amanhã!

– Até!

Sai da biblioteca. Já era 2 horas. Nossa, como o tempo passou.

Cheguei em casa e as meninas estavam conversando.

– Ei, sumida! - minha irmã disse - Esta vamos esperando você para irmos para a praia!

De novo? Elas não se cansam mesmo!

Sorri.

– É! E então, pronta pra encontrar o garoto bonitinho do dia anterior... Como é o nome dele - Cloe fazia cara de pensativa com a mão no queixo.

– É Luke - eu respondi com um sorriso no rosto ao lembrar da cara de tacho dele quando me viu fazendo incríveis manobras no tubo.

– Ei, meninas! - Karol estralou os dedos - Viram o sorrisinho dela? Tem alguém apaixonada! - riram e eu revirei os olhos.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Comentem para eu poder melhorar, beijinhos!



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