I Love You? escrita por More Dreams


Capítulo 27
This situation is so complicated to me...


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii minhas pessoas favoritas! Senti saudades :3 Eu ia postar este capítulo no Sábado, mas tive tantas coisas para fazer que acabei ficando sem tempo... Li os comentários de vocês e... Não sei como agradecer pessoal! Eu não sei se chorei mais lendo os comentários ou escrevendo o capítulo... Enfim, espero que vocês gostem de momentos comoventes e com um pouco de drama, pois é isso que há neste capítulo... Foi um dos que eu mais gostei de escrever e espero que vocês gostem de ler... Eu sei que vocês gostam de algo mais animado, porém... Deixei um momento Auslly de presentinho no final ok? Ps.: Um super OBRIGADA PQPKING pela recomendação! Queria muito te agradecer com milhões de abraços e beijos pessoalmente, mas... Não sei aonde você mora LKJFDKJLKJLDF Então, só posso te agradecer dedicando esse capítulo a você e claro, mandando abraços e beijos virtuais (mas com a mesma quantidade de carinho que seria um pessoalmente).

Espero que gostem!



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POV Ally

– ALLY! – Escutei de longe a voz de minha mãe, mas ainda não conseguia levantar... As lágrimas saíam livremente de meus olhos e pingavam no tapete da sala deixando uma pequena poça de água salgada.

– Mãe... Mãe... – Gaguejei enquanto tentava juntar as palavras e suspender-me. Ela ajudou-me e vi em seu rosto uma feição perturbada... Ela sabia que algo muito sério tinha acontecido. – Temos que... Que... Ir para o hospital mamãe... – Penny logo percebeu o que eu quis dizer com aquilo e ergueu-me. Fui levada em seus braços até um dos carros que papai guardava na garagem e a mesma tomou à dianteira. Colocou o cinto em mim e nela, ligou o carro e saiu em disparada pelas ruas calmas de Miami.

O hospital não era longe e em breve estávamos lá. Nós descemos – eu com mais forças agora e conseguindo caminhar sem deixar os soluços ou as lágrimas turvarem minha visão – e corremos para a recepcionista. Era aquela mesma de outro dia que quase ficou enlouquecida pelo Austin... Senti uma efervescência em meu estômago, mas tentei tirar aquela sensação desagradável de meu estômago, até por que não tinha tempo para aquilo... Minha mãe perguntava onde ficava o quarto de seu ex-marido e a garota me encarava com os olhos compreensivos, mas penosos ao mesmo momento... Odiava quando as pessoas usavam aquele olhar sobre mim, pois parecia que eu era a vítima de algo, e na realidade... Eu era apenas mais uma incompreensível na história...

Apressamo-nos até o quarto em que nos informaram e tivemos que parar, assim que vimos um médico em frente à porta. Ele nos observou com olhos cansados e... Tristes...

– Senhorita Dawson?

– Sou eu. – Penny tratou logo de responder e o cumprimentou.

– Temos uma péssima informação para lhes informar, de que Lester possivelmente não passará de hoje. Durante essas últimas semanas ele não vem mostrando progresso em seu tratamento e nós tentamos de tudo, mas... Não podemos fazer mais nada. O câncer se alastrou para o cérebro. Ele não tem mais controle sobre si. A única coisa que ele sente é dor. Damos doses de morfina muita altas para ele, porém não podemos deixar o sofrimento dele se prolongar. – O doutor respirou profundamente, e eu sabia exatamente o que ele iria dizer. – Teremos que desligar as máquinas.

Forcei para não chorar no meio do corredor e engoli em seco, encarando minha mãe ao lado. Ela parecia ter ficado mais branca do que realmente era. Sua expressão passava de medo, para terror, e... Desespero. Vi seus olhos começarem a ficar marejados, mas ela continuou firme... Tanto por mim quanto por ela.

– Tudo bem. – Ela suspirou e vi suas mãos trêmulas percorrerem a linha fina de seu rosto. – Tenho que assinar algo?

– Sim. Os papéis estão em minha sala. – O médico encarou-me antes de seguir com minha mãe. – Se quiser, pode entrar. Ele ainda está vivo, não se esqueça. – Assenti e deixei os dois andarem. Minha mãe apreensiva olhava para trás a cada dois passos, mas assim que os dois dobraram a esquerda no caminho, só vi o reflexo de seus cabelos castanhos.

Virei-me e encarei a porta. Tomei um súbito de coragem e segurei a maçaneta gélida. A girei, e entrei no quarto encarando meu pai na cama branca. Dirigi-me para a poltrona em seu lado – a que eu costumava sentar mais frequentemente – e o observei. Ele parecia dormir tranquilamente enquanto aquele aparelho irritante soava o barulho chato e contínuo, porém de extrema alegria indicando que o mesmo ainda estava com seus batimentos cardíacos normais.

Passei a mão em seu rosto que agora estava mais pálido e em seguida em sua careca... Lembrava-me dos tempos em que ele dizia que nunca iria ficar “pelado na cabeça” e as lágrimas retornaram com um sorrisinho bobo.

– Pai? – Segurei sua mão fria. – Espero que, mesmo distante, você me escute. – Suspirei fundo, tentando deixar minha voz clara e firme. – Eu queria te pedir desculpas por tudo que fiz. Eu sempre fui muito boba e cega de mágoa. Quando eu era pequena, não compreendia bem o fato do por que você e mamãe terem se separado e me tornei aquela filha ignorante que você tinha que conviver todo dia. Fechava a cara sempre que lhe via e tentava demonstrar o ódio que eu aparentava ter, mas na verdade não tinha. Quando mamãe fechou a loja de música, fiquei tão chateada. A música sempre esteve em nosso sangue e eu achei que ela tinha feito aquilo de propósito, como uma vingança por você ter feito o que fez com ela. Chorei por horas, mas eu sei que não doía só em mim, mas no senhor também. Quando brigávamos, era como se alguém estivesse massacrando meu coração, pois era sempre eu que começava e era sempre o senhor que tinha que escutar todas as idiotices que saíam de minha boca. Depois que descobri que você ficou doente, meu mundo desabou. Vi você sendo levado por uma ambulância e tentando voltar só para não me deixar sozinha e eu realmente percebi como eu fui estúpida. Passei a te visitar todos os dias a partir dali, mas eu sempre notei uma barreira que nos impedia de nos aproximássemos mais. Você, sempre tão compreensível e carinhoso, me perguntava tudo que acontecia comigo. Ficou até chateado quando eu disse que tinha parado com minhas aulas de dança. E sorriu quando eu disse que sonhava em seguir o ramo da música. – Não sabia quando o choro tinha voltado e o limpei ao máximo, mesmo sabendo que minha maquiagem estava toda borrada e que possivelmente meus olhos já estavam vermelhos, possivelmente por causa das lentes. – Eu só queria te dizer mais uma coisa... Desculpe-me pai, por tudo. Eu te amo tanto que não sei como vou aguentar sua morte. Não sei como vou aguentar não ter você ao meu lado. Sinto muito por ter sido uma filha tão ausente e que, na realidade, nem como filha me comportei. Desculpe-me... Desculpe-me...

Os soluços já estavam mais altos e eu decidi sair dali, porém um leve aperto em meus dedos foi o necessário para me fazer sentar novamente. Meu pai tentava abrir os olhos devagar, com uma cara muito abatida. Ele conseguiu por fim, e virou o rosto para me observar, forçando um sorriso fraco.

– Querida... Eu te amo mais. – Ele falou aquilo como um sussurro e logo, ele fechou seus olhos novamente. Estava em estado de choque com seu mero estado de consciência, que nem percebi quando uma enfermeira me arrastou para fora do quartinho. Pisquei atordoada e fiquei encarado pela janelinha - que agora estava com as cortinas levantadas – o meu pai. Dei um pequeno e quase imperceptível sorriso com lembranças que me atingiram com força...

– Eu te amo mais pai. Muito mais.

...oOo...

– Querida, você não quer comer nada?

Encarei minha mãe, que segurava o seu quinto copo de café, e acenei negativamente assim como todas as outras perguntas idênticas que ela tinha me feito anteriormente.

– Não quer ir para casa? Já vão dar cinco horas da tarde. – Acenei negativamente e ela bateu os pés inquietamente (uma mania que eu e ela tínhamos em comum).

Estávamos aqui a longas e torturantes horas, abraçadas em alguns momentos e chorando em outros.

Não comi nada desde que cheguei aqui, não dormi e não fui para escola. Estávamos esperando o consentimento da instituição de saúde para desligar as máquinas de meu pai - por que, por enquanto, ele ainda estava respirando e desligar os aparelhos seria como se estivessem o matando - e eu não quis sair dali, esperando para ver o que acontecia.

Eu sabia que ele não iria mais abrir os olhos, porém... Ainda carregava uma carga muito grande de esperança de que ele iria nos chamar e dizer que tudo ficaria bem.

Suspirei profundamente enquanto aconchegava-me ainda mais na jaqueta de Austin. Eu nem tinha reparado que ainda estava com ela desde ontem à noite, mas isso me fez ficar pelo menos um pouco contente, sabendo que estava com o cheiro dele.

– Filha... Eu quero que você vá para casa e pelo menos tome um banho. Relaxe e depois, se ainda quiser, pode vir para cá. Não vou lhe forçar a ir à escola durante essa semana, mas peço que descanse. – Olhei para minha mãe e seus olhos estavam implorando-me para que eu não me preocupasse e fizesse o que ela tinha dito.

– Mãe, e se...

– Não se preocupe. Qualquer coisa eu te ligo o mais rápido que puder. – Ela deu um sorrisinho fraco. Não queria deixá-la ali sozinha, mas também não queria ter que enfrentar uma Penny extremamente zangada... Quando finalmente concordei, levantei-me e saí do hospital.

Comecei a andar pelas ruas quentes e movimentadas de Miami tentando controlar o máximo minha fraqueza.

Desde ontem eu não queria comer e, mesmo se quisesse, não conseguia. Sentia meu estômago implorando, mas assim que eu sentia o cheiro de alguma comida, sentia-me enjoada.

Continuei minha caminhada torturante em baixo de um sol escaldante e quando cheguei a minha casa, corri para o banheiro.

Retirei toda minha roupa, e antes que entrasse para debaixo do chuveiro, encarei-me no espelho.

Minha pele estava mais branca e meu rosto estava completamente pálido. Meus olhos estavam vermelhos e borrados de preto, além de que, carregavam fortes olheiras em baixo deles.

Tirei minhas lentes, pois elas já estavam me incomodando e finalmente senti a água morna em meu corpo. Senti todos os meus músculos se acalmarem e relaxei. Fiquei durante uns dez minutos e depois sai, com uma toalha em meu corpo e a outra em meus cabelos.

Coloquei uma calça jeans e uma blusa de mangas longas preta. Calcei meus tênis e recoloquei a jaqueta de couro do Aus. Peguei meus óculos e penteei meus cabelos.

Não tive coragem de entrar na cozinha e fui direto para a porta da frente. Quando a abri, dei de cara com um abdômen bem definido.

– Oi... Ally? – O loiro me encarou e o sorriso presunçoso que estava em seu rosto, sumiu completamente. – O que houve?

– Austin, eu tenho que sair.

– Por que não foi na aula hoje? Estava ansioso para que você fosse. Todos se preocuparam com você. Principalmente a Trish, já que ela disse que queria ver todos babarem pela “sua criação” e... – Deixei o Austin divagar, ignorando-o momentaneamente enquanto fechava a porta. Senti suas mãos segurarem meu braço de leve e me virar para encará-lo. – O que houve?

– Eu... – Senti minhas pernas fraquejarem e meu corpo ficar mole. Pisquei repetidas vezes, tentando dissipar a escuridão que me rondava, mas não resisti. Deixei a exaustão me levar, não antes de sentir dois braços fortes me segurarem e me carregarem para dentro.

...oOo...

Senti um cheiro forte de comida ao longe e deixei meus sentidos voltarem lentamente. Abri meus olhos devagar e os cocei. Minha cabeça latejava e meu corpo parecia uma geleia. Tirei a coberta que estava em cima de mim e sentei-me, porém, quando fui me levantar, uma enorme vertigem me atingiu.

– Ally? – Senti os braços de Austin em meus ombros e em seguida em minhas costas, ajudando-me. – Quer ir ao banheiro? Você está pálida.

– Sim, acho que vou... – Senti uma ânsia avassaladora tomar conta de mim e o loiro conseguiu me levar ao banheiro rapidamente.

Ajoelhei-me em frente ao vaso e vomitei tudo que tinha, mas apenas o que saiu foi à bile já que eu estava, praticamente, “vazia”. O Aus segurava meu cabelo enquanto eu escorava meus braços ao lado da privada.

Quando acabei, dirigi-me para a pia. Lavei meu rosto e escovei meus dentes. Meus músculos doíam com o mínimo de esforço, mas com muita força de vontade, consegui não cair.

Andamos até a sala, e eu fui em direção ao sofá, enquanto o loiro foi à cozinha.

Franzi o cenho assim que ele voltou com uma bandeja.

– Achei que você ia acordar com fome então preparei panquecas, um café bem forte e uma salada de frutas. Além disso, coloquei um iogurte para você comer antes de tudo. – Ele colocou tudo em cima da mesinha, enquanto estendia-me o iogurte e uma colher.

Pensei em agradecer e recusar, mas meu estômago roncou tão alto que não pude fazer nada a não ser abocanhar tudo.

O loiro sorriu e saiu, voltando com um prato cheio de panquecas e chantilly. Ri internamente e voltei a comer minha comida. Deliciei tudo o mais demoradamente que consegui, contudo a fome estava muito grande para eu deixar o alimento esfriar.

Quando acabamos, ficamos sentados em silêncio. Mas não aqueles silêncios em que um ou outro não quer ou não sabe o que falar, mas sim um daqueles em que os dois sentem-se confortáveis apenas em estar na presença do outro...

– Então... – O Austin foi o primeiro a quebra-lo, e eu virei-me para encará-lo. – O que aconteceu para você estar tão fraca? Sentiu tantas saudades de mim que resolveu fazer greve de comida? – Ele abriu um sorriso malicioso e eu ri com sua piadinha.

– Mesmo se eu sentisse sua falta, o que eu não vou dizer se senti ou não, não faria greve de comida. Sou uma comilona compulsiva e acho que alimento seria uma das últimas coisas que tiraria de meu dia-a-dia. – O garoto começou a rir.

– Mas, se o alimento é uma das últimas coisas que você tiraria de sua vida, por que não comia há tanto tempo? – Abaixei a cabeça e mordi meu lábio com força, lembrando-me de tudo que havia acontecido horas atrás. Olhei para o outro lado (tentando evitar aqueles olhos tão brilhantes que pareciam me queimar) e encontrei um travesseiro e uma colcha – que havia me coberto um tempo antes – e fiquei curiosa.

– O que isso está fazendo aqui se é do meu quarto? – Mudei de assunto.

– Quando você desmaiou, eu trouxe você para dentro e para não deixa-la desconfortável, por que eu sei como é dormir em um sofá, eu fui ao seu dormitório e busquei suas coisas.

– E quando decidiu preparar aquele lanche para mim? – Ele ficou com as orelhas vermelhas e eu o achei extremamente fofo por aquilo, sem entender o real motivo para o mesmo ficar corado.

– Bem... Depois de uma meia hora observando você e fazendo carinho em sua cabeça, eu recebi uma ligação de sua mãe. Ela perguntou o que tinha acontecido com você e a voz dela refletia preocupação e eu disse que você estava no banho. Depois a mesma disse para você não se preocupar e pediu para eu fazer algo para você comer e lhe distrair de qualquer sentimento ruim. – Acenei em concordância sabendo que talvez o hospital já tivesse autorizado que as máquinas fossem desligadas e pisquei impedindo para que as lágrimas não caíssem, mas uma coisa que o loiro falou acendeu uma luz em meu cérebro, o que me fez encará-lo com um enorme sorriso em meu rosto.

– Você estava me observando? – Ele ficou com as bochechas vermelhas.

– Eu disse isso? Não lembro... – Comecei a rir alto e o mesmo passou por cima de mim, pegando o travesseiro e me batendo.

– Austin... Austin! – Tentava me defender, mas ele era persistente. Nós dois estávamos rindo tanto, que uma hora ele acabou largando a almofada e eu a peguei o batendo também.

Não consegui fazer muita coisa já que o mesmo era muito forte e em seguida segurou meus dois pulsos, prendendo-me abaixo dele.

Eu não ria mais e mantinha meus olhos um tanto arregalados com a proximidade que ele havia nos exposto. Minha respiração já saía entrecortada e meu coração martelava em meu peito. Corei fortemente, e logo vi seu rosto formar um sorriso malicioso.

Ele saiu de cima de mim e endireitou-se. Arrumei minhas roupas e permaneci ao seu lado, com um largo sorriso em rosto.

– Quer sair um pouco? Acho que você precisa tirar o estresse que está em você e eu sou o cara perfeito para lhe acompanhar em uma jornada de diversão.

– Diversão ou tédio? – Arqueei uma sobrancelha e o mesmo balançou a cabeça, mexendo em seus cabelos loiros. Levantou-se, e fez um sinal para segui-lo. Peguei minha bolsa com o meu celular e minha carteira e o segui, mas antes que eu pudesse ir atrás dele, o mesmo voltou correndo e pegou meus óculos que estavam em cima da mesinha.

Aproximou-se de mim com um sorriso de orelha a orelha e os colocou em mim lentamente, deixando seus dedos encostarem meu rosto. Foi rápido, mas já pude sentir a eletricidade em meu corpo.

– Vamos ter um pouco diversão. – O loiro piscou e em seguida fomos embora.

Acho que fico mais surpreendida a cada dia com aquele loiro oxigenado...


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Notas finais do capítulo

Então... Gostaram? Não gostaram? Mandem reviews do que vocês acharam ;) Ps².: Eu queria saber mais sobre vocês pessoal... Se quiserem (se quiserem viu, sem forçar a barra), me falem seus nomes ou me contem uma curiosidade de vocês - por que eu adoraria saber -, adoraria ter essa relação mais carinhosa entre autor e leitor... Se quiserem saber o meu ou se vocês tiverem alguma pergunta sobre mim, me façam ok? E sobre a fic também LKJFDKJLFDKLJDFKLJLFDKJKDLFJ Beijos caramelados e até a próxima!


XOXO