Paola estava em uma confusão de sentimentos. “Como aquela sem sal da Paulina pudera ser sua irmã?” Ela não sabia como expressar o sentimento que sentira, era alívio ou medo? Sensações que jamais sentira predominavam sua mente e seu coração.

Ela levantou-se “indignada” com a vida. Por que seus pais nunca a deixaram ter contato com a verdadeira mãe? Por que tinha que ser tudo desse jeito? Por que eles haviam mentido quando perguntou a respeito dela e lhe disseram que sua verdadeira mãe não a queria? Que a abandonou? Eram tantas as perguntas que tinha sem respostas.

POV’S Paola

Mas se ela não tivesse me abandonado como disseram eu não teria essa vida de luxo, não teria todo esse poder, essa vida de rainha que mereço. Seria uma pobretona sem classe, uma ignorante. Mas... também teria amor, o que meus pais adotivos nunca souberam me dar, eles achavam que todos os meus caprichos feitos eram suficientes para que eu crescesse de forma descente.

Paulina, ela sim soube aproveitar cada momento de sua vida, ela foi e é feliz com a pobreza, eu simplesmente fui um “acaso” na sua vida, não me importei quando ela suplicou que a deixasse em paz e tampouco tive pena quando pediu para ficar cuidando de sua mãe doente.

Paula, me lembro perfeitamente de você jogada naquela pequena cama em quanto aos poucos morria e era surpreendida por minha presença. Essa cena jamais esquecerei, será Inesquecível.

Por algum motivo da vida, ela me colocou frente à frente com vocês, talvez, para demonstrar-me que o dinheiro não é tudo?

Estou muito confusa, depois do meu acidente eu sinto que mudei, mas também tem parte de mim que continua viva, que por motivo algum devo deixá-la morrer.

POV’S Paola Off

4 MESES DEPOIS

Paulina estava feliz com a nova vida, sua filha era tão preciosa de olhos verdes e cabelos castanhos escuros como o pai.

Paulina estava em seu apartamento que comprara, ela, agora, era gerente administrativa da Empresa de Modas de Rafael. Ganhava muito bem para sustentar a ambas e se privilegiar de luxos que antes nunca tivera. Era tão bom sentir-se livre, longe do que não pudera a fazer mal.

Mas também era difícil deixar de pensar em Carlos Daniel, seu amor, sua vida, sua paixão, o amor que duraria para todo sempre, um amor que não iria acabar, que ficaria gravada em sua pele como tatuagem. Era um amor Inesquecível.

Mas ela compreendia que ele tinha uma esposa e que jamais voltaria a vê-lo. Estava com saudades também de Carlinhos, Lisette, Vovó Piedade, de todos. Eles, por um pouco mais de um ano, foram sua família, seu lar, e essa experiência era inesquecível. Era algo que levaria para a vida toda.

MANSÃO BRACHO

Paola, após receber a tal carta destinada a Paulina, sua irmã, havia mudado um pouco mais. Com tantas reviravoltas, sua vida privada, física, havia ficado de lado, já que Carlos Daniel estava morrendo de amores por Paulina e não por ela. Ela tinha que administrar duas empresas, de seus falecidos pais, uma em México e outra em Los Angeles, agora estava prestes a fechar contrato com uma Empresa de Miami e abrir mais uma. Sua vida era dedicada a isso, e claro, de certa forma perturbar os Bracho.

Carlos Daniel estava louco, louco de amor, por não achar a mulher da sua vida, por ter que lidar com Paola, a fábrica, os filhos. Não que eles o cansasse, não, mas ele tinha que dar atenção aos dois mesmo estando sem paciência, pois as provocações de Paola eram insuportáveis. E todas as vezes que ele a via idealizava Paulina nela. Mas isso logo passava porque elas eram incomparáveis. Podiam ter a mesma face e corpo, mas o que ele via era o espírito, e isso era totalmente diferente nelas.

MIAMI – AP Paulina

R – Paulina posso marcar pra depois de amanhã nosso almoço semanal?

PM – Depois de amanhã? – Ela deu uma rápida pensada em seus compromissos. – Claro, depois de amanhã estarei livre, que horas?

R – O horário de sempre, depois do expediente às 14:00!

PM – Nunca almocei tão tarde na minha vida, Rafael! Mas já acostumei.

R – E como está minha princesinha, Lina?

PM – Ótima, cada dia crescendo mais. Ela está muito esperta, bonita, com saúde...

R – Ai que Mãe babona...

PM – E quem não fica com uma joia dessas?

MÉXICO – MANSÃO BRACHO

QUARTO DA PAOLA

PB – Carlos Daniel... O que te traz por aqui? Estás com saudade das nossas apaixonadas noites que resolveu me procurar? – disse com deboche, sorrindo.

CD – Não seja estúpida, Paola. Nem que me pagassem dormiria com você mais uma vez.

PB – Mas meu bem, seria totalmente o contrário o que faríamos, não seria precisamente dormir e sim ficaríamos bem acordados. – respondeu rindo e colocando a mão na boca.

CD – Já chega de gracinhas, só vim lhe avisar que amanhã ao entardecer estarei saindo de viajem!

PB – E pode-se saber para onde meu maridinho vai?

CD – Irei a negócios para Miami, mas ao que não te deva satisfações estou lhe informando.

PB – Já comprou as passagens? Que horas vai?

CD – Por que tanto interesse em, Paola?

PB – Bom – deu a costa pra ele – porque também estou indo pra Miami amanhã. Vai que por coincidência do destino pegamos o mesmo voo? – Ela virou-se pra ele novamente.

CD – Como assim vai pra Miami? E não pensava avisar?

PB – Carlos Daniel... Eu tampouco devo satisfações da minha vida à você. Porém iria avisar sim, mas amanhã no almoço. Eu também estou indo a negócios, como você sabe agora estou administrando a empresa de meus pais.

CD – O que é um milagre vindo de você.

PB – Ela ignorou totalmente seu comentário porque estava sendo difícil mudar e ninguém perceber ou dar valor as suas tentativas - Que horas é teu voo?

CD – Às 16:00 e o seu?

Paola sorriu satisfeita, está certo que sua viajem foi planejada com cuidado, mas ao perguntar pra secretária de Carlos Daniel sobre os planos da fábrica e descobrir que em breve ele teria uma viajem, já marcada pra Miami, viu a oportunidade perfeita de tentar recuperar seu casamento e fechar o negócio da empresa que há dias estava adiando só para não ter que viajar sozinha.

Só teve que mover um dedo para que conseguissem uma passagem pra ela no mesmo avião que Carlos Daniel e ao lado de sua poltrona.

PB – Meu amor – Paola agarrou-se ao pescoço de Carlos Daniel acariciando seu cabelo – que coincidência, iremos no mesmo voo e espero que sentemos um ao lado do outro – disse fingindo surpresa. Ela sem perder a oportunidade, já que Carlos Daniel a segurou pela cintura, para afastá-la, e sem perder tempo o beijou.

POV’S Paola

Quando beijei Carlos Daniel, a princípio, senti-me rejeitada, mas aos poucos, com jeito o senti vibrar. Sei que deveria ser ao contrário, ele deveria estar humilhando-se por um beijo meu, mas há tanto tempo que não faço um bom sexo que não pude resistir, apesar de tudo, Carlos Daniel sempre foi um excelente amante.

Com a experiência de anos, desfiz o laço de seu roupão e o descobri apenas em cueca, o que já facilitava mais. Ele estava tentando resistir as caricias que distribuía por seu corpo. Aprofundei meu beijo, seduzindo-o para um maravilhoso prazer.

Lentamente o fiz sentar na cama, sentando-me em seu colo, contornando seu corpo com minhas pernas. O influenciei a deitar, e o mesmo fez. Era tão fácil domina-lo, tão prazeroso arrancar suspiros de seus lábios carnudos.

Carlos Daniel pressionou fortemente minha cintura, fazendo-me abrir os olhos. Ele bruscamente afastou-se de mim como sentisse repugnância.

POV’S Paola Off

PB – O que foi agora Carlos Daniel? Por que tão frouxo? – provocou Paola.

CD – Não é questão de ser frouxo ou não. Você é passado pra mim Paola, e sim, pode haver uma chama de fogo acessa entre nós. Mas isso não significa que irei me deitar com você. Eu não te amo mais. Ficou Claro?