Paulina recostou sua cabeça ao peitoral de Carlos Daniel e fechou seus belos olhos verdes, ficou ali imóvel sentindo a sensação mais prazerosa que teve em sua vida. Carlos Daniel estava louco, havia acabado de descobrir uma mulher sensacional dentro de Paulina. Após o ato prazeroso que acabara de fazer, deu um leve beijo na testa de Paulina e dormiu.

O dia estava chuvoso e muito frio, México estava irreconhecível, os próximos dias com certeza seria de chuva. O tempo passou depressa, pelo menos desde que eles acordaram juntos até às 8:55, o tempo passou rápido. Carlos Daniel acordou com o frio que sentia, estavam apenas de lençol de seda fino.

Ele não queria acorda-la, fez o máximo para desencaixar seu corpo do dela com cuidado. Não se perdoaria se ela acordasse com dor, assim fez, conseguiu vagarosamente se desencaixar dela, um leve arrepio percorreu o corpo da mulher que dormia a seu lado, Carlos Daniel passou de leve suas mãos pelo corpo de Paulina, seus dedos foram contornando seus braços, cintura e coxas, deu um leve beijo em seu pescoço, colocou sua sunga que ao chão estava lançada e foi pegar “sua” coberta.

Logo voltou, a cobriu, sentou-se a seu lado e fez um lanche rápido com o que ali havia, foi até a porta com a expectativa de que estivesse aberta, mas isso não foi o que aconteceu, voltou a deitou-se ao lado de Paulina, a conchegando em seus braços, seus corpos faziam um encaixe perfeito, como todo casal apaixonado estavam de conchinhas. Carlos Daniel não consegui dormir mais, ficou pensando na manhã maravilhoso que teve, enquanto seus pensamentos estavam longe, os minutos iam passando igual água.

Paulina aos poucos despertava, já acordada, mas com seus olhos fechados, ficou pensando nas crianças, o quanto aqueles dois moleques a fazia feliz, e que não imaginaria sua vida sem ele. Na vovó Piedade, o quão amorosa e maternal foi com ela, e em seus pensamentos não poderia deixar de lembrar de Carlos Daniel, o quanto estava apaixonada por ele, mas algo dizia que seria quase impossível usufruir desse amor.

Carlos Daniel também estava pensando em Paulina, e quando lembrou que ela havia se rendido a ele e que disse “TE AMO CARLOS DANIEL” um sorriso de orelha a orelha se abriu, suas mãos de leve passearam nos braços de Paulina. Ela ao sentir ao mão dele passeando em sua pele, rapidamente arrepiou-se, calafrios eram seus companheiros naquele momento. Ela fechou seus olhos como de quem quisesse voltar ao tempo, lembrou rapidamente da manhã em que acordou com seu adorado em seu lado e que aconteceu o que ela tinha mais medo que acontecesse antes do casamento, respirou fundo e não se moveu, ela estava sem coragem para olhar nos olhos de Carlos Daniel, estava envergonhada ao máximo. Suas mãos já suavam fria, calafrios e uma onda de calor apoderou-se de seu corpo fazendo-a se sentir incomoda e com um pouco de calor, e quando se deu conta que estava nua, seu mundo desabou, a vergonha e o medo já a dominava por completo, um desconforto sem tamanho estava sentindo.

Paulina já não sabia o que fazer, aquela agonia de estar acordada e não poder levantar já não estava a fazendo bem, Carlos Daniel percebeu que ela estava agitada demais, e mais uma vez passou sua mão sobre a cintura “de violão” de Paulina e sentiu que estava suando. Ele aconchegou seu rosto ao ombro dela e lhe deu um beijo, Paulina suspirou fundo seu coração começou a palpitar rapidamente em seu peito.

Carlos Daniel já desconfiado de que ela estivesse acordada lhe deu um beijo terno e suave no rosto.

— Bom dia, meu amor – disse Carlos Daniel sussurrando em seu ouvido, a fazendo perder o chão.

Paulina respirou fundo, não sabia o que dizer, não naquele momento.

— Paulina, meu amor, você está bem? – perguntou ele preocupado.

Paulina pensava insegura o que falaria "Eu não podia ter feito isso, e agora? Meu Deus! Com que cara vou olhar para ele?”

— Paulina me responde, já estou ficando preocupado!

Paulina vagarosamente foi virando seu corpo, para que ficasse frente a frente com Carlos Daniel, de olhos fechados e algumas gotículas de lagrima caindo sobre seu rosto ficou de frente para ele.

Carlos Daniel levemente passou seu dedos roçando sobre o rosto de Paulina.

— Meu amor, por que choras?

Ela nada respondeu apenas abriu seus olhos verdes e belos, e fixou com os castanhos de Carlos Daniel.

— Meu amor, o que está acontecendo? Por que está chorando?

Ele deu um leve selinho em sua boca, e passou seus polegares novamente sobre a face de Paulina, lágrimas teimosas insistiam em cair, mas Paulina havia se tornado uma mulher mais forte e madura após ter se entregado Carlos Daniel, já tinha pulso mais firme e atitudes rápidas.

— Isso não podia ter acontecido Carlos Daniel.

— Por que não, meu amor? Foi maravilhoso.

— Você é um homem casad...

— Eu não sou mais marido de Paola, ela nos abandonou para curtir a vida mundo a fora, e a mulher que amo está aqui, diante de mim.

— Carlos Daniel tudo isso é uma loucura, nosso amor é impossível.

— Paulina, ele só é impossível porque você quer que seja, olha a oportunidade que a vida está nos dando de ficar juntos. Só quero te fazer feliz, amor meu.

Paulina apenas deu um sorriso tímido.

— Meu amor, deixa eu te fazer feliz, assim como você faz à mim, estando aqui juntinhos – Disse dando um abraço aconchegante nela.

Paulina sorriu indecisa.

— Está bem mas...

Carlos Daniel não a deixou terminar e lhe deu um beijo de tirar o fôlego, já separados Paulina o olhou ternamente e concluiu.

— Mas, te peço uma coisa só...

— O que, meu amor? Qualquer coisa faço por ti, minha vida.

— Carlos Daniel, por enquanto não quero que ninguém saiba de nossa relação.

— Mas, por que Paulina? –resmungou ele chateado.

— Tenta me entender Carlos Daniel, Paola pode voltar a qualquer momento, querendo ou não, negando ou não, você ainda é casado com ela, o que vão pensar de mim. Que sou uma diversão para você? Ou sou uma amante assumida?

— Está bem meu amor, vai ser tudo como você queira, mas chega de falar disso, vamos falar de nós.

— Mas já não estamos falando de nós? Do nosso futuro?

— Mas eu quero viver o agora, o presente, vai dizer que não sabe do que estou falando?

— Hã, não? Deveria? – diz ela se fazendo de desentendida, ela sabia exatamente o que ele queria.

— Tem certeza? – disse ele roçando seus lábios.

— Hã...

Carlos Daniel suavemente puxou seus lábios junto a seu, um beijo apaixonante e quente, tirando o fôlego de ambos foi trocado, ao termino Carlos Daniel inocentemente.

— Meu amor, me levaste ao céu dentro de quatro paredes.

Paulina corou no mesmo instante, seus olhos de pronto arregalaram, seu estado era de vergonha e espanto a mesmo tempo.

— Hã... Ca-Carlos Daniel! – gaguejou e mais nada saia de sua boca.

— Meu amor, estou sendo sincero, me levou ao céu sem ao menos sairmos do quarto, te amo minha vida.

— Carlos Daniel, não fale mais essas coisas...

— Por que não, vida minha ?

— Eu fico constrangida com esses tipos de conversas, você sabe...

— Pois terá que se acostumar!

Paulina novamente arregalou seus olhos surpresa com o que ouviu.

— Carlos Daniel!!!!

— Brincadeira, amor meu! Mas, vez que outra escaparão... elogios – dando um beijo em seu pescoço. – Bom vou tomar banho, vem comigo?

— Hã... vai você na frente, já te alcanço –diz ela dando um sorriso tímido

— Está bem – lhe deu um beijo e saiu enrolado em uma coberta.

Paulina sentou-se a cama e ficou pensando no que havia feito, e sim, ela tinha razão em se entregar a Carlos Daniel, ao homem que amava. Logo saiu de seus devaneios e levantou-se.

Quando ficou de pé diante a cama, se assustou com o que via, um pouquinho de sangue manchava a cama.