My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 5
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Notas iniciais do capítulo

Descobri que tenho sérios problemas para escrever de uma vez só o que quero e penso. ('-') Os personagens começaram a andar sozinhos e perdi o controle deles. Principalmente da Kelsey que não escutou meu conselho sobre cadarços e seus perigos. Ren... Nem me fale, ele já não quer aceitar o "script", então a partir de hoje o deixarei fazer o que quiser ^^



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― Kelsey acorda, hoje tem aula! – gritou o senhor Hayes.

―Já estou indo pai, calma!

―Anda filha, senão vai chegar atrasada.

Após terminar de se arrumar e tomar o café da manhã, seu pai levou-a para a escola. Os dois foram conversando sobre como era bom ter um celular e Kelsey acabou fazendo seu pai concordar em comprar um , afinal até naquele momento ele era contra qualquer tipo de tecnologia que tirasse sua privacidade.

―Boa aula, filha! – disse após chegar ao destino.

― Obrigada, pai – falou Kelsey tentando ser animada.

Desceu do carro e olhou para a escola. Seria mais um dia, talvez fosse até melhor ou, talvez, fosse pior se levasse em conta a missão que Manu dera. Tirar uma foto de Dhiren, da forma que ninguém visse, parecia um pouco quase impossível, já que ele estava se tornando popular e desde quando aparecera tinha se transformado no, também, alvo de olhares por causa de sua beleza e parentesco com Kishan.

Entrou na sala - que por sinal, estava cheia de alunos - e sentou no seu lugar. Aproveitou que a aula ainda não tinha começado e foi mexer no celular para ver como enviava fotos. Ficara a maior parte da noite passada ensaiando como tirar foto de Ren. Por certo momento até pensou em com era insana a ideia e refletiu sobre o porquê de estar tão animada para completar a missão.

―Alunos – chamou uma professora que era desconhecida para Kelsey – Vamos para fora?

A professora era magra, o seu cabelo era cortado até os ombros e grandes cachos negros balançavam a cada passo. Usava uma roupa para ginástica de cor vermelha e por cima de sua regata uma blusa de frio fina preta cobria-lhe os braços.

A mulher saiu da sala e todos a acompanharam, incluindo Kelsey que pelas vestes da professora concluiu que o horário deveria ser de Educação Física. Estava um pouco desanimada, pois, soubera pelos murmúrios, que deveria trocar de roupa; colocando o outro uniforme de uso obrigatório nas aulas fora do prédio principal.

Passaram pelo corredor e pela sala do Sr. Kadam, o ancião estava tomando um chá de ervas medicinais com biscoitos de chocolate amargo. Seguiram para fora por uma saída que ficava no fundo do prédio. A professora separou as garotas dos garotos, deixando-as na pista de corrida e eles na quadra jogando futebol.

― Troquem de roupa, porque hoje irei coordenar um exercício de atletismo. – pronunciou a professora para as garotas. – Meu nome, para quem não sabe é Floris e estarei a disposição de quem precisar a qualquer momento na sala oito.

Kelsey estava com vergonha, pois sabia que aquela apresentação não era para as outras alunas e sim, para ela. Seguindo as instruções, Kelsey fora para o vestiário e trocou de roupa, colocou um short de algodão - semelhante aos moletons de dormir - e uma camiseta branca com o símbolo da escola.

―Oi – alguém cutucou lhe e subitamente, levantou o rosto para ver quem era.

― Oi – disse um pouco sem jeito, analisando a garota.

― O uniforme ficou ótimo em você. Você é a aluna nova, certo? – Perguntou a menina.

― Sim – concordou e abaixou a cabeça com vergonha do elogio, pois não era costumava vestir shorts.

―Eu sou a Tifany - pronunciou prendendo o longo cabelo louro platinado.

―Kelsey. – respondeu e inspirou um pouco de ar para ventilar os pulmões.

― Bom... – disse Tifany – pode me chamar de Fany ou Tati, ou não sei... Acho que Tati é melhor, todo mundo me chama de Tati.

Kelsey compreendeu que, talvez, a menina estivesse querendo puxar assunto. Em meio aos inúmeros pensamentos sobre como manter um conversa, ponderou o quanto era bom conversar com alguém que não queria fofocar sobre sua vida ou arrancar o seu pescoço. Até porque, não havia conversado com muitas pessoas na escola e, muito menos, com alguma garota da sua sala.

― Eu não tenho apelido... – disse com um sorriso e continuou balbuciando – mas, eu vou te chamar de Tati já que muitas pessoas te chamam assim.

― Nossa – a menina suspirou aliviada – pensei que você não ia querer conversar comigo, as outras garotas disseram que você.... – Tifany não continuou a frase.

― É, eu sei. – respondeu Kelsey com vergonha – Acho que fui premiada com o biscoitinho da fofoca.

Tifany, exageradamente, deu uma gargalhada alta e sentou porque não estava aguentando ficar em pé de tanto rir. Kelsey não achou graça na frase, havia feito o comentário sem pensar, na verdade ela pensou que estivesse conversando com Manu... E fazer uma piadinha já era automático.

― Você é muito engraçada – a garota falou, dando um tapinha na costa da Hayes.

―O-obrigada – respondeu tentando parecer simpática, porém acabou gaguejando de tanta vergonha.

― Eu já vou indo, te vejo na pista de corrida.

Tifany sorriu, se levantou e saiu do vestiário, deixando-a deixando sozinha. Kelsey depois de uma luta com os tênis, pois sempre desamarravam, teve a ideia de somente colocar o cadarço para dentro e ir fazer a tal atividade.

― Bom, garotas, vai funcionar assim: vocês vão se dividir em duplas, vou dar um bastão para a dupla. Estão vendo a marca de 15 metros? – as garotas responderam em uníssimo a palavra "sim" – Uma pessoa da dupla vai ficar naquela marca e esperar o outro sair do zero e chegar nela. Quem saiu do zero vai entregar o bastão e o que estava no ponto quinze correrá até a marca vinte metros. Entenderam?

― A senhora podia explicar de uma forma mais simples? – Alguém perguntou zombando da mulher.

― Bem... Acho que não consigo.

As garotas riram muito e Kelsey não entendeu o porquê. Entendera a brincadeira; por mais que a explicação tivesse sido complicada, no final era fácil de compreender. Após a onda de risos, os múrmuros continuaram e a professora perdeu a paciência.

― Larguem de fazer brincadeiras. Quero as duplas agora.

Kelsey esperou um tempo, viu as colegas de turma se organizarem e por um instante pensou que ficaria sozinha. Todavia, viu Tifany balançar os braços loucamente chamando-a. Envergonhada, foi ao encontro da menina.

― Nossa, que bom que você viu! – disse a garota, ignorando o fato de ter feito uma cena.

―Vo-você não tem par? – perguntou Kelsey, estranhando a atitude da garota.

―Nossa turma até semana passada tinha um número impar de garotas e eu sempre sobrava. Mas, agora não será mais assim. – afirmou e deu um tapinha na costa de Kelsey – Você fica no dez, certo?

― Tudo bem. – disse e andou para a marca.

Após dez minutos, todas estavam organizadas e um silêncio agoniante pairava sobre a pista.

― Em suas marcas! – gritou a professora – JÁ!

Tifany demorou alguns segundos para entender que a corrida começara. Somente de deu conta do que ocorria, depois de ver que não existia pessoas ao seu lado. Começou a correr agilmente, porém não era rápida como o resto. Na marca dos cinco metros, pausou e respirou profundamente, tal atitude deixou Kelseu preocupada, supôs que a parceira estava passando mal.

Quando Tifany entregou-lhe o bastão, a única coisa que se passava em sua cabeça era a frase "corra ou morra". Com toda sua energia impulsionou o corpo para frente. Com o objeto preso entre os dedos, deu o primeiro passo fundamental para vencerem.

Correu e correu... Viu as marcas que contavam os metros e se sentiu feliz por estar passando por elas tão rápido. Quando focou na marca do número dezoito algo estranho aconteceu. Seu tênis, que antes não havia cooperado na amarração dos cadarços, estava se soltando, centímetro por centímetro. O momento pareia uma eternidade e estava deixando-a perturbada. Subitamente, em uma curva, o sapato se soltou de uma única vez, deixando a dona sem equilíbrio e fazendo essa cair de joelhos em cima da marca dos vinte metros.

Kelsey fechou os olhos por causa do impacto e ficou um tempo parada tentado raciocinar sobre o que acontecera. Escutou o barulho do apito da professora e depois de alguns segundo ouviu a voz estridente da mulher.

― Você está bem?

Kelsey abriu os olhos e viu que os joelhos sangravam.

―A-acho que sim – disse baixo para não chamar atenção.

―Tifany! – gritou Floris – Leve a senhorita Hayes para a enfermaria.

― Sim, senhora. – respondeu a menina colocando-se ao lado de Kelsey.

Tifany ajudou Kelsey a se levantar e nesse momento todas as garotas viram o joelho dela. Não era um machucado muito grande, mas estava sangrando bastante. Kelsey escutou sussurros sobre como o seu joelho estava feio, a maioria comentava que ele nunca mais ia ser o mesmo. Em certo instante, chegou a escutar que Ren nunca mais olharia para ela, porque ficaria com cicatrizes nas pernas.

―Não escuta o que elas dizem, são um bando de invejosas - Tifany proferiu mostrando a língua para uma menina de cabelo louro.

― A-acho que elas não sabem que eu não conheço esse tal Ren – falou Kelsey.

Chegaram à enfermaria e Tifany ajudou-lhe a se sentar. O lugar era todo branco e somente duas camas completavam a lacuna que se formava no meio do cômodo. Uma das camas estava com cortinas a sua volta impedindo as garotas de verem o estado da pessoal que estava deitada nela.

― Vou chamar a enfermeira e vou para a aula, senão a professora grita comigo novamente. Você vai ficar bem? – perguntou.

―Vou, pode ficar despreocupada.

― Até mais Kels. Fique bem. – Tifany disse saindo da enfermaria, deixando Kelsey sozinha e com a sensação de agora ter um apelido.

A garota ficou parada sem alguém para conversar. Inferiu, entre um tédio e outro, que a enfermeira demoraria um pouco. Talvez se tivesse ficado com a sua sapatilha isso não tivesse acontecido, pensou retirando o tênis da escola.

― Quem se importa para um joelho? – perguntou baixo para si mesma – É só um joelho...Ele liga suas pernas e sem ele não podemos andar. Mas, quem liga para os meus joelhos? Por quê? Porque tenho que preocupar com os joelhos, eles são.... Necessários – suspirou sabendo que estava falando sozinha – agora todo mundo vai olhar para meu joelho e perguntar “o que é isso?”.

― Bom dia! – disse uma senhora gorda entrando na sala.

―Bo-Bom dia.

―Vamos ver esses joelhos? O que aconteceu? Tifany tentou me explicar, mas aquela menina é um pouco doidinha – ela riu e olhou para o ferimento.

―Eu... Eu estava correndo na aula e cai.

―Cadê o seu outro tênis? – perguntou a enfermeira ainda rindo.

―E-eu não sei onde ele foi parar.

―Vou limpar e fazer um curativo. Por favor, apoie os pés na cama.

Kelsey fez o que pediu e a enfermeira limpou o machucado com anti séptico, fazendo doer um pouco.

― Querida, acho que nossos curativos acabaram. Você espera aqui enquanto vou na farmácia? – perguntou.

―Claro, eu espero.

A enfermeira saiu da sala e Kelsey continuou do jeito que estava. Lembrou que havia colocado o celular no bolso do short e o pegou para enviar mensagem para Manu.

”Olá, descobri onde envia mensagem. Descobri, também, que não sou boa para amarrar tênis e muito menos para correr. Acabei machucando meu dois joelhos em uma atividade na aula de educação física. Abraços, Kelsey”

Depois de alguns minutos o seu celular vibrou e apareceu no visor externo uma foto de Manu fazendo careta.

“Vou fazer um feitiço aqui para que seu azar vire sorte, hahaha. Cadê minha foto? O machucado foi feio? Conversou com alguém? Estou curiosa.”

Kelsey riu da mensagem que a amiga havia mandado; totalmente a cara de Manu perguntar e tagarelar. Fazer feitiços era uma piada interna que surgia nos piores momentos.

― E Manu, acho que por sua culpa não estou sentindo meu joelho doendo. – comentou baixo para ninguém ouvir, mesmo sabendo que estava sozinha.

”Ainda não vi Ren, não sei onde ele está. Estou um pouco impossibilitada de andar agora. O machucado não foi grande, somente ralei mesmo, mas doeu e saiu muito sangue. Conheci uma garota, ela se chama Tifany e me lembra muito sua personalidade. Ela fez par comigo na educação física, porque antes a turma era ímpar. Kelsey.”

“Não se esquece de mim e da foto. Depois te envio mais mensagens, o professor danou comigo porque ouviu o celular tocar. Lembra do Sr. Davis? Caraca, parece que ele está mais careca do que no verão passado.”

―Foto? Com vou tirar uma foto... Isso é impossível. – lamente um tom um pouco mais alto que o normal.

―Cala. Cala a boca! – uma voz masculina falou alto e Kelsey, subitamente, se assustou.

―Quem está aí? – disse se levantando com dificuldade.

― Cala a boca, quero dormir! – a voz soou sonolenta e cansada.

― Des-desculpa. – respondeu intimidada e constrangida.

― Tudo bem, só fale mais baixo e desligue esse celular.

― Ele está no silencioso. – Kelsey disse não entendendo como a pessoa ouvira o celular, pois somente vibrava.

―Tanto faz – a pessoa resmungou e pareceu dormir, pois Kelsey ouviu um bocejo.

Quem quer que fosse atrás da cortinha, queria dormir e pelo visto Kelsey estava fazendo mais barulho do que imaginara. Paulatinamente, uma curiosidade imensa tomou conta de seu subconsciente e suas mãos ficaram inquietas. Como não havia espaço suficiente para olhar entre os panos, colocou-se em pé e tentou apoiar em um criado mudo para ver quem reclamava. Abrindo uma fresta tecido analisou gradativamente a figura adormecida.

Era Dhiren.

Dormia profundamente com o corpo espalhado no colchão. Seu peito estava nu e gotículas de suor desciam de suas têmporas. Sua respiração era pausada e calma, como se nunca tivesse dormido na vida. Seus olhos estavam fechados e por um momento Kelsey achou que sua expressão se tornara de neutra para feliz.

―Idiota – a garota murmurou, imaginando um presságio descontente.

Iria fechar a cortina e voltar para seu lugar, quando se lembrou da foto. Esse era o momento perfeito para tirar uma foto de Dhiren para Manu. Pegou o celular do bolso e com as mãos tremulas abriu a tela principal. Essa é a hora, pensou.

Com os dedos confusos, escolheu a opção de tirar foto por um atalho. Enquadrou a foto, modificou a gradação de luminosidade e colocou uma moldura com detalhes - indicando que Dhiren dormia. Estava pronta, chegara o momento de apertar uma tecla e o obturador funcionar... O momento que a aflição acabaria e que o mundo diria "Kelsey, você é uma espiã e tanto!".

― Se quisesse tirar uma foto comigo era só pedir – sussurrou Ren antes mesmo que ela movesse o dedo.


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Notas finais do capítulo

E ai?! "Leitores fora do anonimato" estão firmes e fortes ai? Tomara que sim, para vocês comentarem o que precisa melhorar. Eu revisei este capítulo, maaaaas como sou muito distraída deve ter deixado passar alguma coisa! ^^ não se assuste se no lugar de mãe estiver > mão Isso acontece às vezes e sei lá o porquê disso. >> Comente para que eu poste mais e mais. Espero que os 8 leitores deem o sinal de suas graças nos reviews **-** Bom... acho que já falei muito!au



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