My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 48
Setas


Notas iniciais do capítulo

OIE! Como sou uma boa pessoa, vou postar o capítulo que seria para o próximo domingo hoje!! ÊEEE!!! Entretanto, gostaria que quem estiver acompanhando faça uma forcinha para comentar, pois o seu comentário é muito importante pra minha motivação.
A formatação dos títulos de capítulos mudou, fiquei triste porque antes quando tinha algum especial eu colocava todas as letras maiúsculas.
Espero que você gostem desse capítulo, tanta faz ler esse primeiro ou o próximo que iriei postar, porque a história esta bifurcada.
BOA LEITURA!!!



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Kelsey estava ao lado Dhiren, esperando ansiosamente para que o mesmo acordasse ou desse algum sinal que, o mais cedo possível, isso aconteceria. Ren estava desacordado há cinco dias e preocupava o Sr. Kadam, pois ele também estava se sentindo mal desde que visitara Nathaniel. Nada estava normal na vida deles e, até mesmo, Kishan reclamara de dores de cabeça durante a noite.

­— Senhorita Kelsey – Kadam falou quando entrou no quarto de Ren para levar o café da tarde, para Kells -, pedi para Nilima fazer um lanche para que pudesse repor suas energias.

—Obrigada – ela sorriu, mesmo se sentindo triste por ver Ren deitado, sem reação. – O senhor já tem algum diagnóstico?

—Infelizmente não – respondeu colocando a bandeja ao lado da garota -, as únicas informações que temos ainda não são necessárias para descobrir o que ocorrera com Dhiren. Creio que somente o tempo tem essa resposta.

—O tempo está sendo um empecilho – falou em um murmúrio.

—Com certeza – Kadam concordou sentando-se ao seu lado. – Senhorita, não precisa ficar preocupada, se quiser pode ir para casa descansar um pouco, seus pais já devem estar preocupados por causa da sua ausência.

— E-eu sei, mas quero estar aqui quando ele acordar.

Kelsey bebeu o suco de laranja e comeu os biscoitos de chocolate com canela. O gosto era, realmente, incrível e pensou que certamente conversaria com Dhiren sobre isso, como fez quando estavam na cabana do bosque. Todo vez quando imagina o sorriso de Ren seus olhos marejavam. Emocionava-se quando tinha a sensação que a culpa dele estar deitado era sua. Talvez se tivesse entrado sozinha no hospital ou, até mesmo, o convencido que era somente um hospital e que hospitais não costumam ser perigosos, isso não tivesse ocorrido. Um desculpa boba, mas que talvez funcionaria.

Kishan estava deitado em sua cama, pois, por causa da dor de cabeça não conseguira se levantar. Sr. Kadam desconfiara que sua dor era causada pela ligação que tinha com Ren. O que Dhiren estava sentindo refletia em seus sentidos causando tal desconforto. Desde que Dhiren desmaiou no hospital ele não sentia mais a presença do tigre em si, entretanto não comentara com alguém, pois tinha medo de isso ser um engano, inclusivamente, e dar falsas esperanças a Kadam e Kelsey.

—Ren, acorde, por favor – disse para si mesmo enquanto escrevia em seu caderno de anotações -, você não pode ficar vegetando para sempre, temos que acabar com essa maldição.

Parou de escrever, pensou em chorar, gritar, mas, subitamente, levantou-se da cama. Estava decidido a descobrir o que estava acontecendo com Dhiren. Alguma coisa o Sr. Kadam deixou passar, cogitou. Vestiu uma calça jeans escura, colocou uma camiseta branca e, por cima, uma blusa de frio que ganhara de presente em seu aniversário. Andou até o quarto de Ren, a procura de Kelsey, mas ela não estava ali. Inferiu que, talvez, ela tenha ido embora, todavia escutou a voz da garota. Fora até a cozinha e a encontrou conversando com Nilima. Hesitou, e quis voltar, mas sentia que tinha que seguir em frente.

—Olá – disse quando percebeu que as duas identificaram sua presença.

—Oi – Kells respondeu um pouco mais baixo que Nilima.

Ficaram em silêncio, Kishan não sabia como dizer que precisava da ajuda de Kelsey, já que mal conversara com ela durante todo esse tempo que se conheceram. Considerava que ela talvez não gostasse dele, por ter a culpado de ter machucado Nathaniel. Em primeiro instante, já lamentava ter feito tal acusação.

—Kelsey, precisamos conversar. – disse de forma direta e rápida.

Nilima percebendo o clima que se formara na cozinha disse um “até logo” breve para Kelsey e se retirou, indo em direção a sala de televisão. A mesma, pressentia que Kishan tinha algo muito importante para dizer à Kells e que, talvez, sua presença fosse impedi-lo de comentar algo que pudesse ajudar Dhiren.

—Kelsey – Kishan começou a falar, enquanto sentava-se no banco que ficava em volta do balcão -, eu sei que desde da última vez que conversamos eu não tenho te tratado da mesma forma, mas agora eu preciso de sua ajuda.

—Ma-mas… - Kells tentou dizer algo, porém fora interrompida por Kishan.

—Desculpa. Fui um imbecil, por ter pensado que você tinha feito aquilo com Nathaniel.

Kelsey ficou em silêncio procurando palavras para dizer o que pensava. Não estava magoada com Kishan e muito mesmo sentira algum comportamento entranho por parte dele, já que, realmente, não eram tão próximos.

—Não sabia que você estava se comportando diferente comigo. – falou em um tom mínimo e encarando suas mãos, que estavam apoiadas no balcão. - Você não foi um imbecil ao pensar isso, até mesmo o Sr. Kadam julgou que tinha sido eu.

—Fico feliz que pense dessa forma, mas mesmo assim quero que você me desculpe.

Kelsey o observou por um instante e percebera que seus olhos eram sinceros. A expressão de Kishan apresentava o quão arrependido estava e, por mais que tentasse esconder, exibia sua fraqueza de forma aberta e límpida: um Kishan que não gostava de injustiça e falsos julgamentos. Pelo fato de sempre ter sido submetido aos olhares alheios como uma pessoa forte, sabia, que era bem mais fraco que uma pessoa comum, por ter vivido em uma época com valores sólidos e inflexíveis.

— Eu te desculpo – ela falou, mesmo não sabendo porque aquelas palavras pareciam tão importantes.

—Obrigado, Kelsey. Isso foi aliviante. – disse com um sorriso no rosto.

Ao contemplar aquele sorriso, que vinha de Kishan, Kells sentiu-se familiarizada, como se fosse Dhiren que sorrira para ela. A serenidade que espalhou-se pela sala deixou aquele clima indiferente e ríspido para trás, fazendo com que os dois se sentissem melhor, de modo que os minutos anteriores foram esquecidos.

—Quero que me ajude – o moreno disse transformando sua expressão calma em séria. – Estou com dores de cabeça há cinco dias, desde quando Dhiren desmaiou no hospital... Eu sei que isso tem relação com ele. Não consigo ficar parado enquanto, o Sr. Kadam procura em seus livros alguma coisa para fazer nesse caso.

—Como posso te ajudar? – Kelsey disse um pouco confusa, depois que "processou" o que Kishan falara.

—Não sei, talvez se me contasse detalhadamente o que aconteceu. Quem sabe, você se lembra de alguma coisa ou até mesmo aconteça alguma coisa – ele disse imaginando algo mais simples, como mágica.

—Kishan… E-eu não sei se vá adiantar alguma coisa, porque tudo o que lembro eu já contei para o Sr. Kadam. – ela viu o rosto de Kishan ficar triste e hesitou em continuar com poucas expectativas – Mas podemos tentar.

Kelsey sentou no banco e tomou um pouco do suco que Nilima havia feito. Tentaria agora lembrar de todos os detalhes, até os menos importantes.

—Eu e Ren saímos da escola. – pausou tentando completar a lacuna que tinha em sua mente até a chegada ao hospital – Chegamos ao hospital, mas ele já não estava se sentindo tão bem, por causa do que aconteceu na estufa.

—O que aconteceu na estufa? – Kishan perguntou categorizando suas ideias.

— Ren não conseguia se transformar em humano, não sei por qual motivo, ele simplesmente não voltava a ser o que era. Do nada… Eu quebrei o amuleto que Sr. Kadam havia me dado. O mais estranho é que eu joguei o amuleto no chão e não quebrou. Mas, quando desisti e apenas o apertei com as mãos ele se desfez.

—Kadam não havia me contado isso.

—Acho que esqueci de dizer para ele de forma tão detalhada – Kells lembrou que quando conversou com ele estava nervosa e com medo. – Bem… Depois, como eu disse fomos para o hospital e Ren falou que sentia que a qualquer momento transformaria em tigre – pausou para relembrar de algo mais -, eu disse que ele podia ficar do lado de fora, mas ele negou e entramos juntos.

—Aconteceu alguma coisa enquanto entravam no hospital? – Kishan interrogou de forma curiosa.

—Não. Ele só parecia estar um pouco cansado... Eu não sei explicar muito bem, quando olhei para o hospital senti que tinha alguma errada ali. Sei que Nathaniel estava mal por causa das marcas de darda, mas não era somente isso que eu sentia. Era como se o próprio Ren estivesse imanando algo ruim… Entramos no quarto de Nathaniel e, de principio, Ren parecia não querer chegar perto dele. Ficou um pouco longe de Nathaniel e somente depois quando eu me aproximei que ele, também, fez o mesmo.

Kishan pensou no que Kells havia falado: “era como se o próprio Ren estivesse imanando algo ruim”. Para ele aquilo não fazia muito sentido, mas tinha certeza que algo assim não deveria ocorrer, já que Dhiren tinha a essência de Durga consigo. Se Kelsey, também tinha suas visões e as mesmas eram um dom de Durga, o fato dela ter sentido algo ruim vindo de seu irmão era que além dele estar com a essência havia algum outro feitiço, ou coisa semelhante, mesclado em seu corpo.

—Contar isso é estranho, mas Nathaniel parecia bem melhor do que pensei. Não tinha marcas em seu corpo e muito menos parecia alguém que tinha sido machucado por uma adaga.

—Adaga?

—Sim. Eu não tinha comentado sobre isso antes, também? – Kishan negou com a cabeça. - Quando ele estava contando sobre a mulher em seu quarto ele disse que ela o perfurou com uma adaga, mas no seu corpo não tem marcas, o próprio comentou isso.

—Ele não disse como era?

—Não me lembro, acho que tinha rubi… Alguma coisa assim.

Kishan imaginou: a palavra rubi agregava-se à adaga, fazendo vir a sua mente a imagem de um objeto místico. Inferiu que se fosse realmente uma adaga o fato de Nathaniel não estar machucado era explicado. De acordo com o que leu - e lembrava -, a Ādhyātmika kaṭāra era usada para que Durga fosse chamada, porém era estranho tal relíquia ter sobrevivido ao tempo, por ser algo de conhecimento milenar. Pensar naquilo fazia com que sua dor da cabeça piorasse, como se sua mente quisesse impedi-lo de desenvolver algo sobre o assunto, o desconcentrando.

Suspirou, se não descobrisse o que aconteceu com Dhiren ficaria louco. Era ruim ver seu irmão, dormindo, por dias e noites, e nem ao menos saber o que acontecia com ele. Kelsey, aos seus olhos, parecia tão ingênua e forte ao mesmo tempo. Diferente dele, parecia ter esperança que a qualquer momento Ren acordaria e fingiria que nada disso ocorreu.

—Voltando – ela retomou o raciocínio anterior -, conversamos com Nathaniel, sobre como todos querem que ele melhore. Depois pedimos para ele contar sobre o que aconteceu. Ele falou que chegou em casa, tomou banho e quando saiu havia uma mulher em seu quarto com roupas indianas. Ele comentou que não viu o rosto dela, mas quando a mesma se aproximou a apunhalou, ou algo assim, com o objeto.

— Ādhyātmika kaṭāra, é o nome do objeto que machucou Nathaniel.

— Adeiatemica…Ca?! – Kells tentou pronunciar, mas não conseguiu.

—É uma adaga espiritual, uma dos objetos que pode fazer o usuário se conectar com Durga. Normalmente é usada em rituais, entretanto, são poucos os livros que ainda falam sobre ela. Porque até hoje não se tem notícia de alguém que a possuiu.

—Espiritual? I-isso é um pouco… - tentou encontrar palavras – Diferente.

—Na Índia tem um museu muito famoso, que contêm vários objetos assim. Claro, que as pessoas não acreditam mais que esses objetos fazem o mesmo que é dito nos escritos antigos. Entretanto, o próprio governo cuida da segurança deles para que não caiam em mãos erradas. Ādhyātmika kaṭāra está perdida há muitos anos. Como eu disse é um objeto espiritual e a última vez que ele apareceu em algum escrito fora há milênios atrás. Estou com um mal pressentimento… Se Nathaniel foi ferido por essa adaga ele não tem muito tempo, ainda mais, por ser mortal. Esse objeto é um dos únicos que conseguem matar… - ele ficou perplexo com a própria afirmação e de como chegou a tal conclusão – Um…Imortal.

Kishan ficou calado, tudo fazia sentido. Se havia alguém na cidade que queria fazer mal a ele e ao seu irmão, com certeza essa pessoa deveria usar algum objeto que conseguisse tirar a imortalidade. Ādhyātmika kaṭāra era um desses artefatos. Nathaniel, fora somente um aviso, quem estava fez isso já tem seus alvos e nada melhor do que fazer um jogo antes de alcançar seu objetivo.


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Notas finais do capítulo

Ainda não está revisado, estou deixando para revisar tudo no domingo. Comentem se gostaram ou se, também, não acharam legal! Próximo capítulo sairá na semana que vem, ainda não sei o dia certo.



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