My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 49
Fuga


Notas iniciais do capítulo

OIE! Bom, essa capítulo está uma vergonha só! Mil desculpas...
A única coisa que tenho para dizer é que vocês me abandonaram, de todos os leitores são poucas pessoas que comentaram nos últimos capítulo. Vocês realmente não estão acreditando que irei postar nos domingos? Eu sei que minha ausência foi de meses, mas mesmo assim eu continuei a escrever My Tiger e tenho vários capítulos prontos.



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—Ren o que aconteceu com você? Você parece… Um pouco assustado. – Kadam falou enquanto abria um pergaminho antigo que estava guardado em sua biblioteca.

Dhiren sentou na poltrona e suspirou. Não sabia como falar o que havia acontecido. Sua expressão estava congelada e suas pupilas dilatadas. Seu coração parecia estar mais acelerado que o comum e em vários momentos pensou que desmaiaria de cansaço. Não sabia como explicar e nem como agir. Nunca acontecera algo assim em sua vida.

—Ren – Sr. Kadam falou apoiando levemente a mão no ombro do rapaz. – Aconteceu alguma coisa?

Os olhos de Dhiren estavam marejados e em sua garganta havia se forma um nó que o impedia de falar. Suas mãos tremiam e deixavam claro o medo que estava sentindo. Não sabia o motivo, não sabia o porque tamanha fadiga, somente queria uma explicação para o que Yesubai fez.

—Fique calmo. A princesa o amava. Se ela fez o que fez, era porque havia um motivo maior entre os dois.

—E-eu…E-eu… Não consigo dormir. Sonhei com ela e – pausou, tentando se recompor – ela sorriu para mim. Foi tão real.

Kadam suspirou. Já era a sétima noite que Dhiren não dormia, desde que vira Yesubai pular do penhasco. O senhor de idade, já vivera muito, entretanto não conseguia entender porque Ren sentira-se tão abalado por conta disso. Yesubai era filha do rei, do reino vizinho, e somente fora vista uma vez por Kadam. A moça era bonita, mas ao mesmo tempo misteriosa. O fato dela ter pulado do penhasco estava mal esclarecido. Dhiren não sabia relatar o que acontecera e sentia-se culpado por não ter a impedido.

—Ren, você não disse que dormiu enquanto faziam um piquenique e quando acordou somente havia um bilhete? – perguntou.

—Si-sim.

—Se ela deixou um bilhete era porque te amava.

—A culpa foi minha – Dhiren disse em um tom baixo e deixando que as lágrimas escorressem de seus olhos.

—Não, a culpa não foi sua.

Ficaram em silêncio, revelando somente o barulho das brasas da clareira. O ambiente estava escuro e no relógio marcava três horas da manhã. Kadam, sempre trocava o dia pela noite, mas não queria isso para os príncipes, já que eles precisavam repousar para estar sempre com saúde.

Dhiren levantou-se da poltrona e andou até a porta. Estava confuso e desde quando Yesubai morrera não sabia dizer o que havia acontecido. Não sabia explicar como a conhecera e, muito menos, como chegou até o local em que estavam. Tudo em sua mente parecia diferente do que já vivera. As sensações que tinha a impressão que eram conhecidas, pareciam cada vez mais novas para seus sentidos. Não reconhecia o seu próprio reflexo e assustava-se toda vez que olhava para si mesmo.

A intuição de que havia esquecido de algo lhe dominava toda vez que tentava colocar suas memórias em ordem. Faltava alguma coisa para completar o sentido de tudo o que existiu até o dado momento. Faltava lembranças que deixavam em aberto todo os sentimentos em seu coração.

— Eu vou voltar a dormir – murmurou olhando para Kadam.

— Faça isso, pois amanhã você e Kishan irão fazer uma sessão de treino juntos.

— Certo – falou saindo do comodo e sentindo-se inútil.

Dhiren olhou para escada e viu a penumbre das velas que iluminavam o caminho até o seu quarto. A brisa que vinha da janela trazia junto o cheiro de sândalo e especiarias do oriente. Aspirou aquele ar como sendo o último a sentir ao lado de Kishan e Sr. Kadam. Direcionou-se para o segundo andar e andou até o seu quarto captando cada detalhe do corredor, as paredes pintadas de vermelho e móveis com marcenaria local. O chão era idêntico ao do castelo, mas ainda ficava longe de ser o original. Nada mais fazia sentindo: não tinha um reino, não tinha a mulher que amava e não era a pessoa que seus pais sempre sonharam.

Para ele Kishan seria sucessor perfeito, hábil, inteligente e não era teimoso como ele. Kadam colocava todas as suas esperanças nele e isso o deixava com receio de desapontá-lo. A única solução que via era desaparecer para sempre da vida de todos. Não era bom o bastante para servir e cuidar de reino, por mais que esse reino esteja vivo somente em tradições.

Entrou no quarto, calçou o coturno, pegou uma mochila que estava atrás da porta e vestiu a jaqueta de couro preto. Estava se sentindo ruim o bastante para evitar olhar o próprio reflexo que existia em seu espelho. Não queria ver um Ren desfalecido, solitário e infeliz. Sua sutileza em resolver os próprios problemas havia desaparecido junto com toda a sua vivacidade.

— Tchau, Kishan – falou olhando para a foto que havia em cima de sua prateleira. – Espero que sua vida melhore.

*******

— Yesubai, querida – Lokesh disse sentando ao lado da moça – eu gostaria muito dizer que estou contente com o que fez…

— Desculpe – a moça suplicou.

— Eu não – homem disse de forma ríspida e forte, apertando a maçã que segurava na mão direita.

— Ma-mas – ela gaguejou ao perceber que o clima esfriara.

A fúria de Lokesh se espalhou por todo o lugar, dominando qualquer brisa quente que entrava pela janela. Ele sabia que a falha de Yesubai lhe custaria muitos anos de sofrimento e que se assim fosse, conseguir destruir Durga estaria ainda mais longe de acontecer.

— Você sabia que seguir o plano seria necessário para acabarmos com essa brincadeira com Durga? Você sabia que se você falhasse eu seria obrigado a lhe deixar em exilio? – disse entre dentes jogando Yesubai no chão com toda a sua força.

—Eu-eu…

— Yesubai, você sempre fora minha lastima.

O silêncio se prolongou por alguns segundos, a eternização de Lokesh estava longe de ocorrer e tudo por causa da falha da garota.

— E-eu não falharei mais – ela gritou para olhando diretamente para o homem.- Desculpe-me, eu prometo… Não falharei da próxima vez e matarei, não somente Dhiren, mas toda a sua família e descendência.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim! Comente, critiquem e opinem. Tudo é bem vindo!



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