My Tiger escrita por Escritora


Capítulo 44
Infelicidade


Notas iniciais do capítulo

OIE! Como passaram nessa semana? Bom, eu passei como sempre... Estudando que nem uma condenada. Acho que não tenho novidade para contar nessa nota, a não ser pelo fato que My Tiger, realmente já está acabando. Já escrevi alguns capítulos que dão a reta final da história.Calma, calma, ainda tem uma boa quantidade de capítulos, entretanto não tanto a ponto de dizer que tem muita história pela frente (tem muita história pela frente, mas não tanto como eu queria, entendem?). Quem sabe, se tudo ocorrer bem teremos uma segunda temporada.
Vou largar de "ladainha" e...
BOA LEITURA!!!



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Ren estacionou o carro em uma vaga em frente à entrada principal do hospital. Sentia um formigamento na pele, como se estivesse chegando perto de algo maligno e poderoso. Pegou a mão de Kells e a conduziu de uma forma que poderia protegê-la se algo os atacasse. Kells tinha a mesma sensação, mas, diferente de Dhiren que tinha instintos, não sabia explicar se era bom ou ruim.

Os dois perguntaram na recepção se Nathaniel estava recebendo visitas e a atendente, fazendo uma expressão de tédio, disse que sim. Aproveitaram e perguntaram se algum familiar estava presente e após a resposta negativa da mulher, disseram que estavam representando os alunos da escola do rapaz em uma visita formal. A atendente não se opôs a eles e deu as informações que precisavam para chegar ao quarto de Nathaniel.

A cada passo Dhiren ficava mais tenso e alerta. O sentimento de caçada que sentia quando estava em forma de tigre aparecia a cada instante que via uma pessoa diferente passar por eles. Segurava para o felino não dominá-lo e sabia que se assim acontecesse não poderia evitar que os pacientes e médicos o visse.

―Kelsey – chamou pela garota que parecia curiosa em relação ao que acontecera com Nathaniel -, se você ver que eu não estou bem corra e saia do prédio.

―Você ainda está com de cabeça? – Kells perguntou.

―Não, só não estou me sentindo tão bem.

―É igual ao que sentiu quando disse que conversou com o Sr. Kadam hoje mais cedo?

―Parecido, não tão forte, mas mesmo assim não estou gostando.

―Se quiser eu posso ir conversar com Nathaniel sozinha. – disse com receio de Dhiren sofrer tal como acontecera na estufa.

―Não, não posso deixar você ir sozinha e além do mais a ideia de visitá-lo fora minha. Algo me diz que se eu conversar com ele terei respostas. – Ren cerrou o maxilar e continuou a andar aproximando Kelsey do corpo.

Chegaram à porta do quarto de Nathaniel e perceberam que o rapaz estava no momento sendo analisado por uma enfermeira. Por sorte estava sã e conversava com a mulher perguntando sobre o que acontecera e porque o seu corpo estava doendo. Quando Kelsey o viu pode concluir que realmente era o irmão de Ambre, pois as feições físicas se assemelhavam as da loira. Após a enfermeira sair do local, Dhiren batera na porta para avisar sua entrada.

―Olá – falou em um tom baixo cumprimentando com a cabeça.

―Oi – Nathaniel respondeu um pouco sem graça e cumprimentou Kells.

―Viemos em nome dos alunos ver como você está. A escola está preocupada.

O quarto ficou em silêncio e, subitamente, uma brisa leve fora soprada da janela, fazendo com que o cheiro de hospital consumisse o ambiente.

―Aposto que estão falando que sou um louco de ter cometido suicídio? – Nathaniel disse cabisbaixo.

―Ao contrário, estão preocupados. – Kells comentou quando percebeu que Dhiren ficara sem reação.

―Já podem espalhar que não me matei e que estou bem. Um pouco esfolado e sem vontade de viver, mas estou bem.

Kelsey se afastou de Dhiren e andou até ao lado do loiro, ela não entendia: como Sr. Kadam dissera que havia marcas de darda se a pele de Nathaniel estava tão lisa como a de um recém-nascido. Para ela o rapaz parecia saudável, tirando as marcas no pulso e as olheiras de tons arroxeados que haviam surgido em baixo de seus olhos.

Logo, Ren se aproximou apertando a mão de Kells novamente, pois a sensação de que a qualquer momento o tigre poderia aparecer era inquietante. Quando tocou a pele da garota uma calma tomou conta do seu coração fazendo com que o desejo de sair correndo amenizasse e suprisse. Suspirou quando notou que as marcas em Nathaniel já não estavam visíveis, isso era um bom sinal.

―Nathaniel – disse tentando atenuar sua expressão -, desculpa lhe perguntar, mas o que realmente aconteceu?

Nathaniel sorriu com sarcasmo, pois até aquele momento ninguém havia perguntado isso e justo agora quando se sentia melhor uma pessoa que não era de sua família estava buscando respostas que ele mesmo não sabia responder. Após pensar isso queria realmente gargalhar, uma vez que suas lembranças não eram tão nítidas.

―Você quer saber o que aconteceu? – perguntou com ironia.

―Se não quiser falar tudo bem – Kells o interrompeu antes que Nathaniel pensasse em dizer algo rude.

O rapaz a encarou e por fim se rendeu, abaixou a cabeça e voltou ao mesmo estado de espírito que antes: desanimado e tristonho. Pensava se realmente falaria o que acontecera. Tentara, desde que recobrara a consciência, dizer a si mesmo que tudo fora uma mentira e que o que viu era impossível de se classificar como racional. Tentou bloquear tudo, mas fora impossível e agora, com aquela pergunta, teria que dizer o que realmente aconteceu. O que realmente pensou que acontecera.

―Eu cheguei em casa – falou em um tom baixo, mas o necessário para que Kells e Dhiren pudessem escutar -, e fui para o meu quarto separar os documentos que precisava para a minha viagem de intercambio.

―Isso é legal – Ren disse com um sorriso no rosto tentando descontrair o ambiente.

―Austrália – Nathaniel assentiu. - Abri a porta do quarto. Entrei para o banheiro e quando saí eu vi uma mulher no meu quarto. Ela estava vestida com uma daquelas roupas indianas, só que não era colorida como eu via nos filmes. Era toda em um cinza, quase preto, e tinha umas pedras da mesma cor.

―Você viu o seu rosto? – Kelsey perguntou curiosa.

―Não – ele sorriu -, somente os seus olhos estavam à mostra. Havia um véu em volta do rosto. Pensei que estava tendo uma visão, fiquei sem reação. O que uma mulher com trajes indianos estaria fazendo no meu quarto? – pausou e inspirou – Ela foi se aproximando... E quando se aproximou o bastante para eu sentir o seu cheiro me jogou na cama.

Kells ruborizou e Ren sorriu por perceber que a mesma estava com vergonha do que Nathaniel pudesse dizer no momento. Subitamente, ouviram uma batida na porta e uma enfermeira entrou no quarto. Nathaniel estava em observação, então as enfermeiras de hora em hora mediam sua pressão e analisavam a freqüência cardíaca do rapaz. Um choque passou pela espinha de Kelsey quando vira o rosto da mulher, tinha a impressão de que ela e todos no hospital estavam escondendo algo de Nathaniel e sua família.

―E depois? – continuou Ren quando a enfermeira saiu.

―Depois ela pegou uma adaga. Eu não sei de onde surgiu aquela adaga, mas lembro-me completamente de como era o objeto. Tinha rubi por todo o cabo e era dourada, como se fosse feita de ouro.

―Não era uma adaga normal – Ren pronunciou baixo lembrando-se do mito da adaga espiritual, ou como muitas vezes é chamada: Ādhyātmika kaṭāra.

―Bem, ela levantou a adaga falando um idioma estranho e então me perfurou. Na hora não senti, mas depois de alguns segundos quando olhei para o local uma dor profunda se espalhou pelo meu corpo. Eu gritei, entretanto minha voz não saia. Minha visão foi ficando turva e quando acordei estava aqui no hospital. Por falar nisso, não tenho marca de perfuração alguma pelo meu corpo.

―Você não se lembra de mais alguma coisa? – Dhiren estava intrigado.

―Não sei por que, mas a única coisa que me lembro tão bem como há cinco minutos antes é uma palavra. Parece mais um nome, e não sei, mas talvez seja fruto da minha mente. Disseram-me que tive alucinações.

―Que palavra? – Kells o interrogou.

―É um nome com certeza. – Nathaniel pausou e inspirou. – Yesubai.

******

Yesubai deixou o hotel o mais de pressa que conseguia. Fez as malas, guardando todas as suas armas e dirigiu-se para a recepção. Não queria mais ficar naquele local, pois o corpo da camareira fora descoberto por um funcionário que trabalhava na cozinha. Logo, viriam atrás dela, pois no cronograma da mulher o quarto de Yesubai era o único a ser limpo no dia.

―Eu gostaria de fechar minha conta – disse para uma jovem que trabalhava na recepção.

―Sim, senhora. – após alguns minutos passou o cartão e despediu se formalmente.

Não tinha um destino certo, somente uma meta: conseguir se aproximar de Kishan e destruí-lo antes mesmo que todos percebessem quem ela era.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem e critiquem ^^
Próximo capítulo sairá no próximo domingo, me aguardem porque o próximo capítulo promete.



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