A Volta Das Relíquias Da Morte escrita por Eline Sandes


Capítulo 10
Capítulo 10 - O primeiro dia de aula




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Logo na manhã seguinte, percebi que meu primeiro dia de aula não seria agradável. Não consegui dar o nó na gravata azul e dourada da Corvinal e tive que ser ajudada pela a menininha loira que dormia na cama ao lado. Acabei descobrindo o nome dela: Annabel Scamander. Ela tinha sido adotada aos dois anos de idade da Alemanha e morava com os pais e dois irmãos mais velhos na Escócia (Sim, ela ela filha da Luna Lovegood, por isso o jeito tão semelhante ao dela).
   Na sala comunal, encontrei Vitória e Chloë conversando sobre alguma coisa interessante, relacionada a um bairro subterrâneo em Londres, como se já fossem amigas há muito tempo. Passamos pela a porta de madeira que nos levava para o corredor do quinto andar e fomos surpreendidas por um grito zangado:
"Quem você pensa que é para me substituir assim, de um dia para o outro? É com você mesmo que estou falando, Chloë Francine Del'amour!"
   Chloë expirou o mais alto que pôde para demonstrar irritação. Tentou ignorar a figura alta e arrogante de sua ex-amiga, mas a menina empurrou Chloë bem forte, fazendo-a cair no chão.
- Então vocês são as novas amiguinhas da Chloë, hein? - a garota chegou a centímetros de distância de Vitória, empunhando a varinha - Vejam só se não é o aborto que conseguiu entrar em Hogwarts! - e olhou para mim, sem mover nenhum músculo, apenas os olhos - Ah, e você não é a novata brasileira? 
- Silencio - Chloë gritou, fazendo a voz da garota desaparecer. O eco da sua voz ainda pairava no ar, seu feitiço se espalhando por entre as paredes. A garota xingava sem emitir nenhum som. 
Chloë e Vitória ficaram olhando furiosamente para a menina, enquanto eu chamava elas para tomar o café da manhã. 
- Eu acho qué já expliquei o suficient parra que você entendesse - Chloë disse em voz média e com a varinha apontada para a menina- Incarcerrus!
  Com um pequeno estalo e uma luz verde feito um raio, a garota foi presa na parede por entre duas cordas, e xingava os piores palavrões possíveis, mesmo que nenhum som saísse de sua bica. Chloë saiu andando, colocando a varinha no bolso da capa como se nada tivesse acontecido. Victória e eu a seguimos depois de encarar a garota, que deu dedo para nós. Esperei que nossa Casa não perdesse pontos por causa daquilo.
   No Salão Principal, notei uma professora que não estivera presente em nenhuma das outras refeições, em nenhum dia; a mulher parecia a J.K. Rowling, o que pareceu engraçado. 
- Quem é aquela professora? - perguntei curiosa, apontando discretamente para a mulher
- Professora de Poções - Vitória respondeu assim que olhou de relance a mesa dos professores - dizem que ela quase foi presa em Askaban, mas isso foi há uns dezesseis anos atrás.
- Dezesseis anos atrás? 1997?
- Exatamente.
Dezesseis anos atrás foi quando o primeiro livro sobre o Harry Potter foi publicado...
- Ei, Chloë! Adivinha quem foi presa na parede perto da torre da Corvinal? - um menino baixinho e pálido de olhos castanhos e cabelos lisos veio correndo em direção a Chloë
- Eu sei. Fue eu qué amarrei a Carrol lá.
- E você acha que eu não sei? Ah, Chloë, isso foi fantástico! Pena que o Malfoy resgatou ela a tempo. Ah, oi...
- Sophie Ravenclaw - me apresentei, apertando a mão do garoto 
- Vitória Frankenstein - Vitória repetiu o gesto
- Prazer em conhecer. Vocês parecem ser muito mais legais que a Carolina. Já faz um tempo que eu digo para a Chloë arranjar amigas decentes. Meu nome é Maxon Augusto, mas me chamem de Max. Meu sobrenome não interessa. Sou primo da Chloë.
   Ele era da Sonserina. Deu para notar pelo o uniforme. Mas ele parecia bem diferente dos alunos da Sonserina que eu havia conhecido até então. Ele era mais gentil com as pessoas.
- Então, continuando a história. Quando eu estava saindo da nossa Sala Comunal, vi o Escórpio entrando com a Carol, que estava segurando a varinha bem firme de raiva, eu acho. Ele estava tentando acalmar ela, dizendo que ele ia fazer você pagar por ter feito isso e que contaria para o pai dele. 
- Não gosto daquele menino, o Malfoy - Vitória resmungou, fazendo Maxon concordar.
- Nem eu. Bom, tenho que ir comer, vejo vocês mas tarde - e foi andando em direção a mesa da Sonserina. 
   Descobri que Trato das Criaturas Mágicas agora era considerada uma matéria essensial, pois todos eram obrigados a ter as aulas. A primeira aula foi de Feitiços, que foi mais como uma revisão do ano anterior, em que os alunos trabalharam com feitiços para fazer um objeto mudar de forma, flutuar na água e esquentar. Segundo o professor, Flitwick, o Diretor da Corvinal, esse ano estudaríamos feitiços para causar dores de garganta e coriza nas pessoas. A aula de Transfiguração era com a Sonserina, e Maxon já estava lá na porta da sala de aula quando chegamos. Nem Carolina nem Escórpio estavam presentes.
- Oi - Maxon nos cumprimentou animado - Oi - Chloë, Vitória e eu respondemos, e não conversamos mais com ele até o momento que a professora McGonagall (sim, mesmo assumindo posse de diretora da escola, ela fazia questão em continuar dando aulas de Transfiguração) anunciou que teríamos dever de casa sobre métodos e táticas para transformar um dente de leão em uma rosa.
- Teremos também um trabalho em grupo que faremos no início do mês que vem. Só para avisar que terá uma parte prática. Portanto, - ela olhou para Vitória - os alunos que não são bons em trabalhos práticos já podem ir se preparando.
   A próxima aula foi Trato das Criaturas Mágicas, e logo no início da aula, Hagrid me introduziu para o resto da turma, que eram os terceiranistas da Corvinal e da Lufa-lufa. A aula nem teve conteúdo; foi uma explicação básica sobre os animais que estudaríamos ao longo do ano. Começaríamos com os ratos narigudos e o resto seria segredo, apesar de que alguns alunos cochichavam que estudaríamos os explosivins. No fim da aula, pedi para Hagrid me dar autorização para acessar a seção restrita da biblioteca, mentindo exatamente como havia planejado no dia anterior. Ele concedeu o pedido e se animou, dizendo que não era sempre que ele via um aluno tão interessado em estudar seres mágicos, então assinou o pergaminho bem feliz. 
    A aula seguinte foi Defesa Contra a Arte das Trevas, com somente os terceiranistas da Corvinal. O professor se chamava John Fini, e era novo por ali, segundo Vitória e Chloë. Ele contou que naquele ano iríamos estudar métodos de defendermos contra bichos papões e faríamos uma aula prática já no primeiro dia de aula. 
"O segredo é pensar em algo engraçado e falar 'Riddikulus' em um tom audível" o professor explicava, mas pelo menos eu já sabia disso.
"Quem quer ser o primeiro a experimentar?" Ele perguntou, mas ninguém se voluntariou, então ele foi o primeiro. Abriu uma caixa gigantesca e um tubarão gigante saiu de lá, fazendo muitos alunos gritarem de espanto, inclusive eu. 
"Riddikulus" ele berrou, e o tubarão se transformou em um cachorro com nariz de palhaço. 
- Quem quer ir agora? - o professor Finne perguntou.
   Um garoto corajoso se voluntariou para ir. Ele empunhou a varinha e sacudiu-a para a direita e para a esquerda como se estivesse regendo uma orquestra; o bicho papão se transformou em um escorpião gigante, o que fez o menino (e muitos outros alunos) se apavorarem. "Ri-di-k-" o menino congelou de medo, obrigando o professor a falar por si mesmo feitiço. 
"Todos vocês terão que enfrentar o monstro até fevereiro, então é melhor checarem suas prioridades e começarem a perder seus medos. Até lá, vocês podem ficar tranquilos, o estudo será em sua maioria, teórico."
   No fim da aula, Vitória estava roendo as unhas compulsivamente; Chloë e eu tentamos fazer ela parar, mas ela simplesmente pediu para que deixássemos ela em paz. Ela só parou de roer as unhas quando fomos almoçar. Chloë comeu timidamente, sem falar nenhuma palavra, mas Vitória ficava perguntando para si mesma "e agora?" "porque minha mãe ainda me obriga a estudar aqui?" Tentei fazer com que ela relaxasse, mas como eu já disse, não consigo consolar as pessoas.
    Às 13:00 começava a aula de Poções em uma masmorra do outro lado do castelo, então corremos rápido para achar a "sala de aula". Teríamos as aulas junto com os alunos da Grifinória, mas a única aluna de lá presente na hora que chegamos era Rosie, que sorriu ao me ver e cumprimentou Vitória e Chloë gentilmente. 
- Já nos conhecemos - ela falou quando fui apresentá-las a ela - Vitória e eu fizemos um trabalho ano passado antes de... enfim; acho que é o Alvo e o Will vindo ali - e saiu da sala apressada, enquanto Vitória olhava nervosa para a frente. Como as carteiras eram de dupla, sentei sozinha, atrás de Chloë e Vitória. Folheei o livro de Poções até que a professora entrasse na masmorra, na frente de Alvo, Rosie e Will. Rosie se sentou do meu lado por causa da falta de lugares. 
- É um prazer revê-los - a professora disse - para os alunos que não me conhecem, (senti a ênfase em alunos soando como sarcasmo) meu nome é Joanne Rowling, mas me chamem pelo meu sobrenome, sim?
   Arregalei os olhos impulsivamente. Então era ela mesmo, a professora de Poções era uma das minhas escritoras preferidas...
- Esse ano iremos estudar poções mais avançadas que nos últimos anos. As poções agora serão testadas em vocês mesmos antes de serem apresentadas para mim, o que vai fazer vocês pensarem um pouco em como realizarão suas tarefas a partir de agora. Hoje iremos fazer uma poção básica para comemorar nossa volta. Que tal a poção da alegria? Os ingredientes estão no quadro, tudo o que precisam se preocupar é qual memória vão escolher do pote, porque temos Memórias boas e ruins... se vocês aplicarem a Memória ruim, irão ficar o resto da tarde irritados, então acho melhor vocês tomarem cuidado.
Rosie terminou a poção dela enquanto eu voltava com a minha Memória. Ela ficou me observando colocar a Memória no caldeirão e mexer a poção no fogo. Quando terminei, ela comparou nossas poções e me deu certeza de que tudo estava certo. Ao olhar de relance para os caldeirões de Chloë e Vitória, as duas já estavam terminando. Tomei um pouco da poção e de repente, me senti mais feliz, com uma memória desconhecida na cabeça. Rosie sorriu para mim assim que engoliu a poção dela. 
    A última aula do dia era Adivinhação, e a aula seria junto com os alunos que escolheram a matéria. Chloë fazia Runas naquele horário, então tanto Vitória como eu ficamos indecisas se cumprimentaríamos Maxon ou não, mas ele acabou nos cumprimentando com um caloroso "oiii". A aula foi uma droga, mas eu já esperava isso. Pelo jeito, a professora se chamava Samantha Trenawley, ou seja, era parente da Sibila, por volta de seus quarenta, cinquenta anos. 
    No final do dia, estávamos todas cansadas, então, depois de fazer o dever de Transfiguração, Vitória e eu concluímos que seria melhor pegar o livro na seção restrita no dia seguinte. Chloë, que tinha desaparecido desde o jantar, apareceu pela a porta de madeira da Sala Comunal tapando o olho, sem ao mesmo falar conosco, apenas correu direto para o dormitório.


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Notas finais do capítulo

Aqui está seu precioso capítulo, Marcelo. Agora vê se larga do meu pé e espera como todos os outros leitores, ouviu?



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