A Volta Das Relíquias Da Morte escrita por Eline Sandes


Capítulo 9
Capítulo 9 - Vítor Frankenstein




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Na sala comunal, encontrei Vitória sentada ao lado da menina de olhos puxados que havia brigado com a amiga antes do café da manhã. Vitória segurava os óculos da garota, que ainda estava chorando e resmungando alguma coisa que só entendi quando cheguei mais perto.
-Ela fue minha únic amigue desde que chegué aqui. Fue ela que trraduziu as recetes de pociónes parra moí. 
Vitória não parecia estar ajudando muito (ou talvez apenas não estava entendendo o que a menina falava, pois o sotaque dela era bem carregado).
- Sua amiga vai se arrepender de ter dito aquilo, aposto que tudo não passou de um mal entendido.
- Mas você non entend, a Carrol é uma pessoa muito orgulhose, ela non vai admitirr que está errad.
A garota fez uma pausa para respirar fundo. Resolvi que seria minha oportunidade de falar alguma coisa ao invés de ficar encarando as duas.
- Oi. Voltei.
- Ah, oi Sophie! - Vitória se levantou do sofá, fazendo a menina levantar o rosto para ver quem estava ali - esta aqui é a Chloë, encontrei ela aqui sozinha e... - ela chegou mais perto de mim e olhou para a menina, que abaixara a cabeça para chorar - bom, tentei ajudar ela, mas acho que não sou boa em consolar as pessoas.
Chloë fungou bem alto.
- Estou com fome - falei, tentando escapar do fato de que eu também não sabia consolar as pessoas - Vocês querem ir almoçar? 
Chloë levantou o olhar e tentou enxugar as lágrimas enquanto respondeu que sim entre fungos e soluços. Depois do almoço fomos para a biblioteca pesquisar sobre Vítor Frankenstein. Chloë finalmente parara de chorar. A biblioteca era extraordinária, com paredes e estantes altas, mesinhas circulares de carvalho para estudo e telas de computadores para pesquisar nomes, temas de livros e suas localizações. 
- Certo - falei, ainda encantada com a biblioteca - vamos pesquisar livros sobre... alquimistas famosos ou... monstros...
- O qué estamos prrocurrando? - Chloë perguntou
- Vamos pesquisar sobre um antecedente meu. Vítor Frankenstein - Vitória disse
- Ah, ok.
As duas foram pesquisar em outro computador, conversando baixinho. Digitei primeiro "Vítor Frankenstein", mas o resultado da pesquisa apontava um livro sobre influências da Morte na vida. Pesquisei então "alquimistas famosos" e tive como resultado un livro chamado "Cinquenta Trabalhos Importantes entre os séculos XVII e XX", mas estava na seção restrita. 
- E aí, conseguiu alguma coisa? - Vitória perguntou, quando desisti de procurar.
- Sim. Tem um livro sobre cinquenta trabalhos importantes desde o século dezessete até o vinte, mas está na sessão restrita. E vocês?
- Um livro sobre os monstros mais inofensivos da história. Dá pra acreditar que colocaram as harpias lá? 
- Hm... não, então...
- Aqui está ele - Chloë surgiu detrás de uma estante carregando um livro relativamente pequeno em comparação aos outros, marrom e sujo. 
Ela deixou eu pegar no livro. As letras do título estavam meio apagadas, mas consegui ler o título: "Monstros Banais". Sentamos em uma mesinha ao lado da parede e abrimos o livro. Folheamos até chegar na página trinta, que ilustrava a foto de um homem todo costurado, com aparência feia, matando um menino por volta de seus seis, sete anos de idade (que concluí ser William, o irmão mais novo de Vítor). Era horrível olhar aquela cena, ainda mais com os movimentos sem compaixão que o monstro fazia, mesmo sabendo que tudo o que ele sentia era tristeza e ódio.
- Credo - Vitória disse espantada - Isso era parente meu? (Tentei explicar que Vítor era o alquimista, mas não sei se deixei isso claro a princípio)
- Pelos piolhos de Merrlin! - Chloë exclamou - meus pais já me contarram sobrre esse monstrro! 
Li o texto que seguia na pagina seguinte em voz alta:
"Di Frankenstein, ou 'O Abominável Homem de Retalhos', como o chamavam no final do século XIX, foi uma das mais temíveis criações humanas da história. Criado por Vítor Frankenstein, conhecido pelos trouxas como alquimista, aparentava ser um monstro completamente agressivo, pois chegou a matar algumas pessoas; não se sabe exatamente como foi sua vida, já que poucas pessoas chegaram a ver o monstro, mas sabe-se que cansado, Di Frankenstein pediu para seu criador criar uma semelhante a ele, ou ele voltaria a matar humanos. Seu criador não concedeu o pedido, fazendo Di Frankenstein ameaçar matar todos os amados por seu criador. Mais tarde, Di Frankenstein fugiu para o Pólo Norte, onde morreu em 1782." 
- Não explicou nada sobre o Vítor - Vitória resmungou - perdemos nosso tempo.
- É. Perdemos. Mas agora você sabe que nunca se deve abrir um livro sobre monstros banais - respondi, fazendo Chloë concordar arrependida de ter trazido o livro para nós - mas eu acho que deve ter alguma coisa em "Cinquenta Trabalhos Importantes entre os séculos XVII e XX". Os livros da sessão restrita sempre tem coisas, bem, restritas. 
- Mas como vamos pegar um livro de lá? - Vitória perguntou - quer dizer, que professor vai deixar?
- Não sei, acho que qualquer um deixaria. Mas eu vou com Trato das Criaturas Mágicas. Vou falar para o professor que estou interessada em descobrir curiosidades sobre monstros. 
- Tudo bem, então - Vitória respondeu - amanhã a gente pede autorização.
- Ok. 
- Combinado.


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