Darkness to Kill escrita por Quaeso


Capítulo 5
Talvez seja tarde demais


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei.. não me matem, ai esta.. Demorei muito para escrever este capitulo então EXIJO comentários detalhados a respeito.
Obrigado as minhas atuais leitoras Andressa, e Beatriz!
Boa leitura! :3



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No meu desentendimento com o Johnny, o gentil policial Barboza tinha me ajudado. Isso fazia dele a única pessoa do mundo, com quem poderia contar naquele momento, para falar sobre o ocorrido com a Sophia. Na verdade tinha a Catty também, minha melhor amiga. Ou melhor dizendo a única. Mas não queria envolver ela naquilo, a situação parecia tão perigosa quanto pular de um penhasco com um rio de crocodilos embaixo. Pelo menos era o que meu cérebro em constante paranoia me dizia. Essa com certeza tinha sido a pior e mais azarenta semana de todas.

Domingo: Acordei de manhã e dei de cara com a Cristine com uma mascara verde no rosto parecendo um Hulk versão feminina e sem músculos. Pavor só de imaginar. Foi a visão do inferno. Segundo ela era uma mascara rejuvenescedora feita com alguma coisa muito fedorenta.

Segunda: Só de ser segunda já é motivo de azar. 

Terça: Descobri que Sophia foi viajar numa excursão escolar e teria que ficar sozinha naquela casa com a insuportável da Cristine e meu pai, que sempre a apoiava.

Quarta: A caminho do meu trabalho de meio período encontrei um cachorro lindo na rua e ao tentar fazer carinho nele ele me mordeu.

Quinta: Quase fui atropelada por um entregador de pizza enquanto corria para pegar uma nota de cem dólares que vi voando. O engraçado era que achei estar com sorte quando a avistei.

Sexta: Sequestrei Johnny. A pior burrada que fiz em toda a minha vida. Obs: só depois percebi que ele era um completo idiota. 

Sábado: Descubro que minha irmã corre perigo de vida, que meu pai é um insensível sem sentimentos e que não tenho a menor ideia do que fazer para resolver os meus problemas, o que inclui a vida da minha irmã.

- Que ótima semana eu tive - falei nos meus pensamentos ocultos.

- Sempre dá para melhorar - respondeu outra parte do meu cérebro, só para me irritar.

Literalmente eu estava pirando. Do fundo do meu coração desejava que tudo aquilo não passasse de um sonho. Mas seria exagero falar que toda aquela semana tinha sido um pesadelo. Meu braço já estava vermelho de tanto beliscar ele, infelizmente era a realidade. 

De tanto ficar pensando me surpreendi quando cheguei a delegacia, o caminho tinha sido percorrido muito rápido ou muito devagar, de acordo com os meus pensamentos. De duas uma.

Estacionei o carro bem na porta e sai do carro. Logo que entrei procurei com o olhar o policial Barboza, mas não encontrei. Fui no balcão falar com algum atendente como segunda opção.

- Você sabe se o policial Barboza se encontra aqui?

- Policial Barboza?.. ahhh acho que sei quem é. Só um momento - a atendente era uma mulher de vinte e poucos anos com cabelos claros, que tinha uma voz muito meiga e dócil, ela parecia estar muito ocupada, mas por gentileza foi conferir- Que sorte a sua ele está quase indo embora , mas acredito que o assunto deva ser importante. Vou chama-lo, em um instante. Qual o seu nome?

- Annie Dophes - respondi impaciente.

- Oh.. que nome bonito. Eu me chamo Alice, estou trabalhando aqui faz pouco tempo por isso quase não conheço ninguém e ...

- Você poderia chamar ele logo, eu estou com pressa - a mulher não tinha culpa por nada do que estava acontecendo, mas na situação em que estava a última coisa que me preocupava era ser delicada com as pessoas. Ela ficou sem graça quando disse isso e se desculpou. Saindo de maneira estabanada (esbarrando nas outras pessoas, derrubando papéis e planilhas) ela foi chamar ele. Três minutos depois ela voltou para me chamar.

- Você já pode ir Sra. Dophes - falou de maneira contida, magoada pelo o que tinha acontecido.

- Desculpa por... - tentei falar mas ela me interrompeu.

- Não precisa se desculpar, a culpa é minha por ser tão animada e não entender a situação em que as outras pessoas estão. Todos tem seus problemas, e seus dias de mal humor. 

- Bem, de qualquer forma obrigada. - queria realmente não ter magoado a Alice.

Dei meia volta  e passei por um corredor em direção a sala do Sr. Barboza. Ele estava exatamente como me lembrava do dia anterior. A barba mal feita deixava um ar sexy nele, apesar de ser meio velho ainda era bonito. Estava com um copo descartável de café na mão, quase cheio. Sua expressão ao me ver foi meio desconcertante, deveria pensar lá vem mais confusão, como se não bastasse a de ontem.

- Sra. Dophes que visita agradável - me recebeu com um sorriso aconchegante -  eu realmente espero que seja uma visita.

- Oi.. Sr. Barboza - não consegui pensar em nada para dizer naquele instante com ele me encarando com seus profundos olhos Azuis.

- Creio que esteja aqui para saber mais notícias sobre o seu  caso, não é mesmo?

- Já tem novas notícias? - perguntei.

- Bem.. nessa manhã o advogado da sua "vítima", o rapaz Johnny, veio aqui para entregar alguns documentos e um processo que foi colocado em andamento por ele..

- Processo? ele está louco? - falei em alto e bom tom, depois de uma semana tão exaustiva não iria aguentar mais aquilo.

- Calma Sra. Annie as probabilidades de o processo ser aceito pela justiça são a seu favor.

- Probabilidade.. - falei angustiada, com a sorte que tinha com certeza se a probabilidade fosse de 1 chance em mil, eu ainda seria azarada o suficiente para cair nessa única chance.

- Tenha fé.. não é possível que você tenha tanto azar assim.

Respondi com um sorriso torto.

- Aproveitando, devo falar para a Sra. que como um processo foi colocado em andamento com você incluída nele, não poderá sair da cidade. É o protocolo, então por favor o siga.

Parecia que ele estava lendo os meus pensamentos pois era exatamente o que estava prestes a fazer. Previ que ele não poderia me ajudar. Provavelmente como todos os policias, falaria que abriria uma busca para encontra-la, mas somente colocaria o nome dela na lista de pessoas desaparecidas. E o pior como já teria contado sobre a Sophia, eles me vigiariam me impedindo de ir até Camden.

- Obrigado pelas informações Sr. Barboza, já vou indo então - falei já cruzando a porta.

- Espere - disse ele, me deixando nervosa.

- O que foi? - falei me virando.

- O que queria falar comigo?

-  ... É só sobre o caso que queria falar... nada mais.

Ele me lançou um olhar desconfiado.

- Então tá..Thau, Sra. Dophes, volte mais vezes.

- Claro -  Que não, pensei logo depois - Qualquer notícia referente ao caso, ligue no meu celular. 

Voltei até a sala e anotei o meu número num bloco de papel. Seria importante saber mais noticias sobre isso.

Depois de nos despedirmos, saí logo dali. Passando pela porta da saída, acenei para a Alice. E com os lábios cerrados falei Thau sem pronunciar som. Me respondendo de volta ela balançou estericamente os braços, não sei porque fez questão de tanto alvoroço.

Entrei no carro, e sai logo dali. Enfim pude respirar. Procurar o policial Barboza tinha sido uma péssima ideia. Quase ele descobriu tudo. Nunca soube mentir bem, e odiava fazer isso. Algum tempo depois parei o carro na encosta da pista. Precisava olhar um mapa local para saber a menor distância até Camden, no fim conclui que iria pegar um atalho, uma pista que quase não passava carros. Ela ficava rodeada de arvores o que me deixou ociosa. Quando voltei a dirigir o sol já estava quase se pondo. Parei novamente depois, para lanchar numa lanchonete que por sinal era filiada das lojas de Fast Food do meu pai, Doph's Burger. Ninguém tinha me tratado diferente enquanto comia meu x burguer com fritas, pois nem sabiam quem eu era, o que me deixava satisfeita. Odiava quando os sócios do meu pai apareciam lá em casa, e tentavam me agradar. Trazendo doces, brinquedos, etc. Eles pensavam que me agradando conseguiria mais prestígio com Henrique Dophes, meu pai. Mal sabiam, que ele não estava nem ai para mim. Quando voltei a dirigir novamente já estava escuro. No meu atalho a estrada era pouco iluminada e para o meu desespero tinha começado a chover. Não qualquer chuva mas uma tempestade forte, parecia que o céu tinha escolhido exatamente esse dia, para resolver desabar.

- Maravilha - falei quando ouvi trovões.

Tive prioridades mais importantes para acatar do que olhar a previsão do tempo. A estrada estava escorregadia, a tornando muito perigosa. Não sei quantas vezes rezei silenciosamente, mas pode apostar que Deus reclamou depois dessa enxurrada de orações.

Quando achei que não poderia ficar pior, as lanternas dianteiras do carro simplesmente desligaram. Não conseguia enxergar direito, as luzes da estrada eram muito precárias. A única luz vinha de algum veículo atrás de mim, que provavelmente teve a mesma ideia de pegar um "atalho". Pensei em parar o carro e pedir ajuda. Assim que freei o carro na pista molhada ele em vez de parar ficou desgovernado e foi em direção as árvores. No momento seguinte o carro desceu em uma velocidade alucinante uma encosta de barro, atingindo tudo o que estava na frente. Gritei até não poder mais, e literalmente vi minha vida passar aos meus olhos. Quando ele parou, pensei que já fosse tarde demais para mim. Estava tudo escuro.


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Notas finais do capítulo

Eu preciso de REVIEWS para sobreviver, então comentem e falem sobre tudo: o que gostaram, o que não gostaram...
xxBeijos



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