Eternally Hunted escrita por Ivie Constermani


Capítulo 15
14 - O sentimento fala mais alto


Notas iniciais do capítulo

Heey beautiful people!
(tuts tus O/ O - isso são duas pessoas batendo as mãos u.u)
Capítulo novinho. Deliciem-se.
P.s. Esse cap é todo envolvido na Maxine. Acho que os haters dela vão passar odiar menos. Acho.

Boa leitura!



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– Concentre-se. Inspire, respire. Relaxe.
Maxine tentou inspirar e respirar, concentrou-se, relaxou. Ela ainda sentia as chamas quentes (e frias ao mesmo tempo) queimando seu cérebro e descendo pelo resto do corpo. Sentiu-as nos olhos e sabia que aquelas lágrimas negras deviam estar descendo por seus olhos e fixando-se lá, fazendo-a parecer um monstro.
– Não, criança. Concentre-se. Pense em algo que a fez feliz.
Evan, pensou. A mãe de Evan, a vovó Vivian, os biscoitos de côco. As brincadeiras na casa da árvore. Tudo aquilo fazia parte das suas melhores lembranças. E, pensando naquilo, sentiu as chamas cederem lenta e dolorosamente, relutante em deixá-la.
– Tudo bem. Muito bem. Resista. Você é mais forte. Você é do bem.
Eu sou do bem, pensava Maxine, enquanto as chamas sumiam. Mas ela sabia que não era. Sabia que quanto mais conjurasse para que a Treva a deixasse, mais forte ela voltava. Ela mal conseguia controlar. Era mais forte que ela. Ser das Trevas era seu destino.
– Não conseguirei por muito tempo - disse, sentindo-se fraca. Quando abriu os olhos suas íris estavam castanhas, mas ainda havia um brilho leve dourado.
– Conseguirá. Se continuar restindo.
– Não resistirei por muito tempo. Dessa vez foi forte. Da próxima será muito mais.
– Shhh. - Willa a abraçou, confortando-a. - Calma, criança. O tempo nunca irá contra você. O tempo amadurece.
O tempo amadurece...

Maxine acordou lentamente. Uma leve luz passava pela janela. Deviam ser umas 9h.
– Meu Deus! - Maxine pulou da cama rapidamente e apertou uma tecla do celular. 9h30. - Droga.
Levantou-se, já tirando a roupa e foi tomar banho. Em baixo do chuveiro lembrou-se do sonho.
Seus sonhos eram daquele jeito. Lembranças. Aquilo havia acontecido anos atrás, quando ela ainda tinha aulas com Willa. Quando ela ainda era viva. O que aquela velha tinha de rugas, tinha em dobro de sabedoria. Uma bruxa wicca tão sábia que a ajudara a lutar contra algo que, no ínicio, parecia impossível.
Vestiu-se com uma roupa qualquer e desceu para tomar café da manhã. Comeu uma tigela de cereais e uma maçã, tentando idealizar algo para fazer. Se não havia ido a escola, ela poderia treinar.
Correu para o porão, pegou o livro de feitiços que Willa dera a ela, e foi até o quarto. Ali ela estaria mais calma, poderia se concentrar melhor.
– Libera me ab omnibus malis. Libera me ab omnibus malis. Curaret me, libera me.
Sua oração diária. Repetia aquilo até sentir o Poder a envolver, até o Poder se exautar, até a Treva intervir, até a casa tremer. E então enchia a mente de lembranças boas, de quando sua vida era boa e toda essa coisa de sobrenatural não existia. Quando a vida fazia sentido e era boa de viver.
Passos no corredor a fizeram despertar do tranze. Passos pesados, masculinos, de botas.
– Evan? - chamou.
– Não. Tente outra vez.
Ela ficou surpresa. Cezar entrou no quarto dela como se já soubesse que era ali com seu sorriso lindo de covinhas.
– Oi.
– Que diabos você está fazendo aqui, músico? - Maxine tentou soar bem, mas estava muito nervosa. Ele quase havia a visto conjurando!
– Vim te ver. A aula de química estava terrível, decidi matar aula. Dei uma volta de moto e vi o Evan saindo daqui. Resolvi entrar.
– Os empregados o deixaram entrar?
– Ahã. Eu disse que te conhecia, que conhecia o Evan e a Enid. Foram hesitantes mas me deixaram entrar. - Ele fez uma careta. - E você? O que estava fazendo? - Os olhos dele estavam fixos no livro de Willa.
– Nada demais. Dando uma olhada em relíquias.
Os olhos dele brilharam e ele foi diretamente na direção do livro.
– Legal! Adoro relíquias. Nada mais fascinante.
Maxine pegou o livro rapidamente e o guardou na gaveta. Cezar ficou a encarando com uma sobrancelha arqueada. Ela sorriu para disfarçar.
– Não toque. Relíquias são relíquias.
– Não vou estragar. Prometo.
– Não. Mesmo assim. Não é meu e é muito antigo. - Ela olhou para os lados nervosamente. - Hum, e aí? O que vamos fazer?
– Não sei. Você diz. É a sua casa. - Ele parou rapidamente, olhando para a gaveta. - Você têm mais livros como esse por aí?
Maxine sorriu. Se mostrasse a ele outros livros, ele esqueceria aquele. Assim esperava.
– Tenho. Vamos à biblioteca.
O levou até a sala cheia de livro e o mostrou os mais relevantes. Cezar parecia fascinado. Os lia com os olhos brilhando.
– Sabe de uma coisa? Eu também tenho uma relíquia. - Cezar tirou um medalhão do bolso da jaqueta de couro.
Era lindo. E decrépito. De ouro envelhecido com várias manchas escuras, com uma rosa entalhada. Evan ofereceu para que ela pegasse, e quando a mão de Maxine entrou em contato com o medalhão, sentiu o cérebro queimar.
– Maxine? Tudo bem? - A voz de Cezar estava distante, como um zumbido.
As lágrimas negras começaram a descer de seus olhos e ela precisou virar o rosto.
– Merda! - ela murmurou. - Cezar, eu vou ao banheiro.
– Espera, está tudo bem? Maxie?
Mas ela saiu correndo escada abaixo, dando de cara com Evan. Ele se assustou e insitintamente pôs-se em posição de ataque. A primeira reação de Maxine foi atacá-lo, mas conseguiu se controlar.
– Evan! - gritou. - O Cezar está lá em cima. Vá acalma-lo, depois eu te explico.
Evan ficou atônito, depois, finalmente, subiu as escadas atrás de Cezar. Maxine correu para a cozinha, trancando-se lá. Sua mente só pensava em chamas, inferno, queimaduras espalhavam-se por sua pele.
– Fogo é uma ótima arma contra bruxas - disse Willa, na sua memória. - Mas você pode usá-lo a seu favor, se for das Trevas.
Não, disse a si mesma, nem pense nisso. Você não vai usá-lo ao seu favor, você não é das Trevas.
– Concentre-se, respire. Boas memórias, lembre-se de que você é do bem. Que você pode ser do bem.
Maxine tentou. Mas sua mente estava em chamas. Que diabos era aquilo? Por que ela não conseguia se concentrar? Quando percebeu, Maxine estava segurando um pano em chamas.
– Merda! Merda! Merda! - Correu até a pia e deixou a água apagar o fogo no pano. E, com um grito apavorado, percebeu que o fogo vinha de sua mão.
Nem ela sabia que podia fazer aquilo. As Trevas faziam aquilo. Quando o fogo apagou ela percebeu que as chamas não estavam mais na sua mente, nem em lugar algum. Ela era ela novamente.
– Maxie, onde você está? - Evan perguntou, na sala.
Ela foi até ele e deu de cara com Cezar também.
– Meu Deus, você está bem? Me assustou. - Ele praticamente correu até ela.
Uma leve queimação na mão fez Maxine se afastar, e viu que Cezar estava com o medalhão na mão.
– Eu tô bem. - Maxine se afastou mais, dando um passo para trás.
Cezar fez uma careta e olhou para o medalhão. Pareceu murmurar algo e depois olhou para Evan.
– Acho que... Acho que vou embora. - Cezar virou apenas o pescoço para olhar para Maxine, e havia amargura em sua voz e uma pequena lágrima em seus olhos. - Tchau, Maxie. Nos vemos amanhã. - E saiu.
Evan correu até ele, o impedindo de sair.
– O medalhão - disse - é bem interessante. Pode me emprestar?
Cezar ficou confuso, mas cedeu.
– Claro. Mas me devolva amanhã - olhou para Maxine pela última vez. - Mande Maxine levar.
Evan pegou, e nada aconteceu. Mas, quando Maxine se aproximou sentiu seu cérebro esquentar. Havia algo naquele medalhão.
E pior, Cezar sabia que havia.

Cezar estava triste. E com raiva. E confuso.
Maxine não. Não podia ser. Não ela - a pessoa por quem ele havia se apaixonado pela primeira vez. Pelo menos não das Trevas. Aquilo estava errado.
Mas estava certo. O medalhão da sua bisavó Hanna nunca errava. A Conissulum nunca errava. Se um bruxo - seja qual for - o tocar sente algo diferente. Bruxos da Luz, queimação; bruxos das Trevas, o próprio fogo. E Maxine havia sentido os dois.
Cezar nunca imaginaria que ela poderia ser uma bruxa. Mas a aura dela... Havia um ar sombrio, sobrenatural - o que a deixava ainda mais sexy, na opinião dele. E depois de tocar o medalhão ele havia confirmado.
Bruxa, com certeza. E poderosa.
Ele emesmo era apenas um seguidor curioso. Não tinha poderes, mas sabia de muita coisa. As mulheres da sua família eram wiccas, seguidoras leais à natureza. Faziam chás milagrosos, remédios caseiros, colares de proteção. Wiccas profissionais. Mas ele não se considerava wicca. Gostava da natureza, e tal, mas não fazia oferendas, nem remédios, mal participava de rituais. Apenas um curioso.
Ele estava jogado na sua cama, olhando para o medalhão e lamentando. Ele queria que fosse mentira, que ela não fosse uma bruxa rival, uma bruxa do mal. Porque a queria. Muito. Quantas coisas que eles poderiam viver juntos...
Cada vez que a olhava se apaixonava mais. Mesmo depois dessa confirmação, continuaria a amando. E, se fosse necessário, mudaria para as Trevas para tê-la.
– Mas que droga eu tô pensando! - ele se levantou e foi até a janela o quarto da pensão onde estava morando.
Maxine era linda. Perfeita. Ele estava muito louco por ela. Então por que não tentar? O que poderia acontecer de tão ruim? Milhares de respostas vieram na sua cabeça, e ele ignorou todas.
Ele a amava. Ponto final.
O sentimento sempre fala mais alto. Mas, no caso dele, gritou.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostosos, me digam o que acharam?
E aí, vocês aprovam Cexine? (haha, o nome lembra sexo >.<)

Comentários e recomendações, se acharem que a história merece.
Beijos, delícias *-*