Eternally Hunted escrita por Ivie Constermani


Capítulo 14
13 - Já disse que te amo?


Notas iniciais do capítulo

Hey beautiful people! Capítulo novinho saindo do forno pra vocês.
Boa leitura!



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Quantos as aulas finalmente acabaram Enid estava doida para chegar em casa. Não aguentava mais aquelas perguntas repetitivas, aqueles olhares de canto de olho, e os cochichos constantes quando ela passava por algum corredor. As pessoas não estavam sendo solidárias, estavam com pena dela. E a última coisa de que ela precisava era de piedade.

Ela também esteve fugindo de Maxine durante os intervalos das aulas. Corria e se escondia nos corredores, no banheiro e até no almoxarifado. Temia a conversa que elas iriam ter, porque sabia que Maxine ia perguntar o que Caius queria. Mas também, que loucura aquela! Depois de todos esses acontecimentos ela encontrar Enid no banheiro tratando de negócios com o inimigo era demais. Se fosse eu também desconfiaria, Enid pensou.

Entrou no seu carro e fechou as janelas. Apoiou a cabeça no volante e inspirou fundo o cheiro de carro antigo e donuts que vinha do estofado. Então ela ouviu a porta do passageiro se abrir e um par de coxas cor de chocolate estava ao seu lado.

- Vamos lá, me fala logo o que você está tentando esconder.

Enid levantou a cabeça levemente e suspirou.

- Hã? - perguntou, fingindo-se de burra. Mas Maxine sabia que ela não era burra.

- Caius. Você. Hoje. Banheiro - ela falou cada palavra separadamente. - Você fugiu de mim para não contar, então imagino que seja algo grave.

Enid balançou a cabeça e a olhou. De perto ela era ainda mais linda, e Enid se questionou por quê Evan não queria ela.

- Hum... Não fugi de você.

- Uhum. Tá legal, garotinha, me fala logo ou eu faço você falar.

Enid olhou pelo retrovisor do carro. Seus olhos verdes estavam mais claros que nunca.

- Nada demais. Ele só queria saber da chave - disse e olhou para Maxine. - Satisfeita?

Ela avaliou Enid, desconfiada. Depois mexeu as pernas, cruzando, e abaixou a saia.

- Hum. Então eu salvei sua vida. - Não era uma pergunta. - Você me deve uma.

Enid sorriu, aliviada. Esperou Maxine sair mas ela manteve-se no mesmo lugar, observando-a.

- Você... Pode me dar licença? Vou pra casa.

Maxine virou-se para ela e seus olhos pareciam cortá-la de dentro para fora.

- É bom que seja verdade. Porque se não for, Deus a livre, pois não vou deixar barato. - Enquanto falava ela se inclinava sobre Enid. - Evan é meu melhor amigo e minha única famí­lia, e se você fizer algo para prejudicá-lo, mato você. Sou uma bruxa, e você sabe. E também sei como matar pessoas das formas mais dolorosas e doentias possíveis. Isso não é uma ameaça, sim um aviso. Tome nota.

Maxine saiu do carro deixando Enid apavorada, preocupada, sentindo-se culpada, irada e enciumada. O que Maxine e Evan tinham não era apenas um laço de amizade, mas um laço familiar. Um laço tão forte que ela não conseguia duvidar de que Maxine faria isso com ela se o traí­sse.

Não duvidava mesmo.

Enid estava tentando se concentrar no mapa geográfico da China quando Evan entrou no quarto e simplesmente sentou na sua cama.

- Mas o que...? - ela perguntou, olhando para ele com um sorriso nos lábios.

- Que foi? Não gostou da visita? - Evan esticou-se na cama, espreguiçando-se e pôs os pés para cima com coturnos e tudo.

- Claro que eu gostei. Mas tira esses pés de cima da minha cama, por favor. Ou tira as botas.

Evan fez uma careta e se levantou, indo até ela. Observou o livro na escrivaninha e o caderno dela.

- O que está fazendo? - perguntou.

- Estudando. As provas estão chegando.

- Eu sinto saudades da escola. Principalmente das festas.

- Sei. - Enid virou a cadeira para ele o beijou.

Evan a levantou e aprofundou o beijo.

- Acho que tem algo melhor para fazer - ele disse, parando o beijo rapidamente.

- Sim, claro. E envolve nós dois nus na minha cama?

- Não exatamente. Talvez nós dois nus na minha cama. Que tal?

Enid riu, jogando a cabeça para trás.

- Ah, a ideia é muito atraente.

Evan a afastou rapidamente e pegou a mochila dela.

- Então coloca as coisas mais importantes aí­ e a roupa para a escola amanhã.

- Hein? Como assim?

- Você vai dormir comigo lá em casa hoje.

- Você ficou doido? Esqueceu da minha mãe?

- Rosie não se importa. Eu falei com ela.

- Ela não se importa? Está certo disso?

- Claro. Ela disse que seria bom você passar uma noite fora. Palavras dela!

- Inacreditável.

Evan virou o rosto para o lado e um meio sorriso sacana surgiu em seu rosto.

- Não crê no meu charme, amorzinho? Eu consigo tudo com esse sorriso.

Enid se jogou na cama e riu muito alto. Evan deitou ao lado dela, rindo também, e depois pôs-se por cima dela.

- Mas fala sério. Se eu sorrir assim para você tenho certeza de que fará o que eu quiser - ele falou com a voz rouca.

- Não sei. Vamos ver. - Enid o desafiou, brincando.

Evan passou as mãos pelo quadril dela, e deu aquele sorriso incrivelmente safado e excitante e Enid gemeu, fazendo charminho.

- Oh! Sou sua. Faça o que quiser de mim!

Evan riu e a beijou. O beijo não durou muito, logo ele se levantou a puxando junto.

- Vamos deixar isso pra minha casa.

Enid sorriu e arrumou suas coisas. Algo dizia que aquela noite seria espetacular.

Maxine e Vine estavam jogando xadrez na sala de estar. Há horas. Era um exercício para concentração que Vine praticamente obrigara Maxie a fazer.

- A concentração trás a calma - disse ele. - Você precisa estar calma para se concentrar.

Mas essa filosofia não funcionava com Maxine. Quanto mais ela se concentrava, mais nervosa ficava. O tabuleiro tremia e as peças mexiam sozinhas. Às vezes o tabuleiro era arremessado à parede com força brutal sem ela mexer um dedo.

Quando Evan os cumprimentou Maxine estava observando o tabuleiro com tanta ferocidade quanto um lutador de box olha para seu adversário.

- Ganhou quantas vezes? - Evan perguntou.

Maxine apenas levantou um canto do lábio superior.

- Três - disse Vine.

- Uau. É bom para uma iniciante. - Evan disse para estimulá-la.

- Exatamente. É bom. Bom não é o suficiente. Tem que ser ótimo. Excelente.

- Na minha opinião é excelente - disse Enid, demonstrando sua presença na sala.

- Oi, princesinha. Já ouviu o CD do Cezar? É ótimo, não é? Além de lindo canta superbem.

Evan ficou confuso. Olhou para Maxine que o observava com uma certa diversão nos olhos.

- Que CD?

Enid engoliu em seco. Ela estava com cara de quem quer se matar.

- Um CD que ganhei de presente de um amigo. - Enid teve certa dificuldade em montar a frase.

- Oh, não sabia que você e Cezar Simeonov eram amigos! - Maxine exclamou.

Ótimo. Agora ele entendia. Que bom.

- Cezar Simeonov te deu um CD? - ele virou-se para Enid para encará-la.

- Aham. Igual ao que ele me deu. - Maxine respondeu por ela.

Enid a olhou com raiva. Seu rosto estava vermelho.

- Sim, ele me deu. Eu ainda não ouvi.

- Ele é um iniciante. Só deu o CD para quem é realmente importante para ele.

Pronto. O circo estava montado. Evan olhou para Enid e apenas a puxou para o quarto dele. Mantiveram-se em silêncio até o momento em que Evan pisou no carpete.

- Um CD? Você ganha um CD de Cezar Simeonov e não me fala nada? - Começou.

Enid caminhou até a janela.

- É só um CD.

- Pode até ser "só um CD", mas Cezar Simeonov te deu!

- O que tem? Ele é um amigo.

- Um amigo. Sei. E desde quando vocês são amigos?

- Desde sempre. E foi só um presente de aniversário.

Evan bagunçou o topete. Quando ele fazia isso é porque estava realmente irritado.

- E desde quando vocês são melhores amigos? Desde quando você é importante para ele, hein? Que putaria é essa?

Palavrão. Outro sinal de que ele estava irritado.

- Meu amor, ele havia me prometido o CD. Nada demais.

Evan virou-se para ela rapidamente.

- Hã??? Prometido? Ele havia prometido o CD a você? - Andou de um lado para o outro. - Isso fica cada vez melhor!

- Ah, quer saber? Vou embora. Não tem mais clima. Se você quer arranjar briga por causa de um droga de CD o problema é seu.

- Estou arrumando uma briga por causa de quem te deu!

- Qual o problema com ele? - Já estavam aos berros.

- Ele não é confiável!

Enid ficou calada. E então abriu a porta do quarto e saiu. Pronto. A noite de amor estava arruinada. E não era por causa de uma droga de CD.

Minutos depois de Enid ir embora, Evan estava bêbado. Não muito, apenas um pouco zonzo - efeito do uísque. Vine foi até ele na biblioteca e o encontrou jogado na poltrona com um copo na mãe e ouvindo The Fray.

- Por que ela foi embora? - Perguntou, apoiando-se na parede.

- Porque a gente brigou. - As palavras estavam saindo emboladas da boca dele.

- E vocês brigaram por causa da Maxine?

- Não. A gente brigou porque ela escondeu de mim essa amizade com Cezar Simeonov.

Vine suspirou e olhou em volta. Depois o encarou.

- E de quê adiantou tudo isso?

Boa pergunta, Evan pensou. E pensou mais, e mais, e no fim não havia resposta.

- Bem como eu imaginei - disse Vine e virou-se para sair. - Você têm apenas duas opções: ou você vai pedir perdão ou fica tentando descobrir se essa discussão em algo bom enchendo a cara de uísque. Sua escolha. Seja esperto.

Evan o observou sair, pensativo. Ele a amava, e não queria que o búlgaro/cantor/poeta estragasse isso. Mas o orgulho o impedia de ir na casa dela pedir desculpas. Então decidiu ir dormir para espairecer e falar com ela no dia seguinte.

Quando abriu a porta do seu quarto viu Maxine lá. Ela olhava pela janela como se algo realmente interessante estivesse do outro lado.

- Max? - Evan chamou.

- Oi.

A luz pálida da lua iluminou os olhos dela e ele percebeu alguns fios dourados, como de ouro, entre o castanho da íris. Uma pequena sombra, quase invísivel, estava embaixo dos olhos dela, vinda da pálpebra inferior.

- Desculpe-me. Eu não queria ter feito aquilo.

Evan balançou a cabeça.

- Você não fez nada. Ela deveria ter me contado.

- E ela ia contar. Tenho certeza. - Ela voltou a fitar a janela. - Não fui eu. Foi a outra parte de mim. Não tenho controle sobre ela, mas ela tem controle sobre mim. Às vezes... Às vezes acho que ela vai me dominar.

Evan foi até ela em três passos largos.

- Tudo bem.

- Não. Agora eu sinto-me culpada pelo o que houve. Perdoe ela, Ev. Ela não gosta dele. Ela ama você.

Evan assentiu. Não havia dúvidas nisso. Então ele engoliu o orgulho e se afastou de Maxine.

- Preciso fazer uma ligação.

Enid ouviu o celular tocar. Não queria atender, mas seu coração implorava para que atendesse.

Tocou três vezes. Evan piscava na tela do celular. Enid estava num dilema por dentro. Quem ouvir: coração ou mente? Mas, enfim, atendeu.

A voz que falou estava um tanto rouca, sexy, uma voz que ela ouvia todos os dias, uma voz que ela nunca se cansaria de ouvir.

- Já disse que te amo?


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês estão odiando a Maxine por ela ter estragado a noite de ousadia level hard do Evan e Enid, mas ela não tem controle de si mesma, então perdoem ela, ok?
Certo, certo, podem odiá-la =p
Comentários, por favor, e não esqueçam de recomendar!
Beijos, Love ya'